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Angel estava andando sobre um enorme piso em xadrez, nas cores bege e preto. Aquele lugar era vazio, mas estranhamente reconfortante. Não cheirava a nada e era bem limpo. Havia um portão vermelho no fim daquela entrada. Em sua volta, um vazio. Era como se, tanto aquele chão, quanto aquele portão, estivessem flutuando sobre um espaço vazio, mas permaneciam estáticos.

Chegando mais perto, olhou o portão de baixo para cima. Era nobre e lindo. Parecia ser revestido com uma fina camada de algodão da cor vermelha, o que fazia ter a primeira impressão de que era macio, como um cobertor, e não sólido. Por fim, o empurrou sem dificuldades. Não por sua grande força, mas porque, realmente, era fácil de abrir, apesar de seu tamanho e se considerarmos que isso se trata de um portão.

 Ela entrou naquela sala. Ao tirar as mãos do portão, se fechou sozinho. Aquele lugar era diferente do que tinha visto anteriormente. Era uma sala completamente branca. Uma espécie de névoa rondava o local, mas nada com o que se preocupar. Os únicos móveis eram uma cadeira e uma escrivaninha. Em resumo, aquilo era um escritório.

A pessoa que Angel queria encontrar estava sentada naquela mesa, escrevendo em um papel sobre aquela escrivaninha.

— Deusa Fumiko — Angel a chamou.

A deusa não olhou para ela. Obviamente, percebeu sua presença, porém, não tirou os olhos do papel. Entretanto, para a alegria de Angel, ela não iria ser ignorada.

— Angel, o Anjo da Guarda, o que deseja? — disse, ainda com os olhos no papel.

A garota pegou aquela joia de seu bolso, e a colocou sobre a escrivaninha. Por causa daquele ato, Fumiko teve que tirar sua atenção daquele papel, e foi isso que ela fez, contra a gosto. Aquilo era uma série de anotações sobre o Rei Demônio, e o quanto aquela mulher sabia.

Olhando com mais atenção para aquela joia, ela a pegou com uma certa animação e surpresa… Bem, pelo menos foi isso que Angel viu, mas, logo entrou em dúvida quando a deusa o olhou com uma cara confusa, franzindo a testa.

Um silêncio se instaurou no local.

— …Sabe o que é isso? Sinto uma forte presença demoníaca vindo disso.

A garota apontou para a joia. Decidiu dar o primeiro passo e falar alguma coisa. Mas, para a sua infelicidade.

— Não… mas, obrigada por me mostrar isso. Irei ficar com isso, se não se importa.

— Ah!

Angel não sabia ao certo se deveria deixar aquilo com ela. Não sabia o que essa joia era, porém, sentia uma forte presença demoníaca vindo dela. Também poderia ser bobagem e algo que não precisasse se preocupar tanto. Mas, se não fosse? E se aquilo fosse algo sério? E se fosse, a garota com certeza iria querer se envolver nisso.

Fumiko levantou uma sobrancelha, em confusão. Percebendo isso, Angel decidiu pensar rápido, mas ainda estava em dúvida. Então, decidiu pensar em algo que poderia ajudar.

Em sua mente, imaginou um Dante Katanabe à frente do computador jogando algum RPG. Ele disse: “se está tão preocupada assim, por que não deixa com ela? Quero dizer, a Fumiko é uma deusa, não? Com certeza vai saber o que fazer com isso”, bocejando logo em seguida, e bebendo refrigerante.

Depois da sua fértil animação trabalhar, ela tomou a sua decisão. Aquilo poderia ser racional, deixar algo assim nas mãos de uma entidade superior e confiável.

— Nada não, pode ficar.

— Ok?

— Agora, irei me retirar — disse Angel, se afastando e abrindo o portão novamente.

De certa forma, ela estava aliviada, já que a origem objeto ou o que exatamente aquilo era não precisava de sua atenção. Ela deixou aquilo em mãos com uma pessoa confiável, uma deusa. Agora, poderia continuar aproveitando sua vida, ao lado de seus amigos no outro mundo.

Depois que a garota anjo foi embora, a deusa ficou observando o portão que levava ao seu escritório por mais alguns segundos. Se levantou da cadeira e andou até a parte branca do local. Parando e observando o portão novamente, conferindo se ninguém estivesse vindo, ela atravessou o espaço branco.

Aquilo era inexplicável. Aquele lugar tinha um limite, mas não é como se ela tivesse atravessado uma parede. A deusa literalmente sumiu. Como se criasse um portal, e o atravessasse, mas o portal não apareceu.

De repente, Fumiko estava descendo umas escadas. O espaço branco não existia mais, e tudo que restava era o mais escuro preto. Chegou ao fim, se deparando com uma porta. Abrindo-a, se encontrou em um local gigantesco, maior que o escritório que acabara de sair. Era bem iluminado, tendo vários livros em cima de prateleiras e outros em cima de algumas mesas.

Andou até o centro. Cada passo que dava, de forma baixa ecoava por aquele lugar vazio.

No centro tinha um enorme círculo desenhado em giz, um pouco rabiscado.

Tinha um púlpito de pedra no chão. Nele, um formato oval, com seis buracos, cinco pequenos e um grande. Cada buraco era ligado por um caminho levado ao buraco maior no centro. Dois dos pequenos já estavam preenchidos, com outras joias, parecidas com as que Yuri encontrou e entregou à Dante.

A mulher colocou a joia vermelha em um dos buracos.

— Encontrei mais um… faltam seis — disse ela, com os olhos brilhando em determinação.


— Bem, fiz o que queria fazer, agora…

Angel voltou para o vilarejo. Aquilo foi um acontecimento rápido, tanto que ainda estava de dia. O sol não estava quente, mas o que incomodava de verdade era aquele frio, junto do vento que balançava seus cabelos, sua roupa e seu manto.

A garota viu o pessoal do vilarejo trabalhando no evento em que eles iriam fazer.

Flora ainda estava lá, alegrando e distraindo aquelas crianças.

— Oh!

A fada percebeu a sua presença, e voou até ela. As crianças foram juntas, cercando Angel de novo.

— Angelzinha, bem-vinda de volta! E que rápida!

— Obrigada.

Ela respirou o ar puro daquele lugar e se alegrou ainda mais. Aquele ambiente movimentado e alegre de um vilarejo era melhor do que do local que acabou de sair.

A garota viu alguns homens carregando toras de madeira, duas em cada braço. Ela preparou-se para correr até eles, mas antes que fizesse isso…

— Flora! Chama a Alice e a Freya, vamos ajudar o pessoal do vilarejo e fazer novas amizades!

— Sim, sim! É uma ideia fantástica!

Correu até os homens carregando as toras de madeira, enquanto a fadinha ia voando para chamar suas amigas.

— Ei, senhores! Posso ajudar?

— Ah, se não é a nova vizinha? Pode sim! Mas não é muito pesado para você, garotinha?

O homem que falou isso era grande e musculoso. Apesar de Angel ser forte, ela não aparentava ser assim. A garota era um pouco malhada, mas não era tanto assim. Seus braços fortes não se destacavam. O que se destacava, era o seu abdômen, só que ele não estava amostra. Além disso, parecia ser magra.

— Não se preocupe com isso.

— Você que sabe. As toras estão para lá.

Apontou até um local onde vários homens estavam carregando toras de madeira. Angel correu até lá, completamente animada que poderia ajudar. Então, a garota pegou seis toras e saiu correndo.

Elas não eram tão grandes, mas bastante pesadas. Todos os homens que viram a garota carregando duas toras a mais que eles ficaram impressionados e admirados.

Ela voltou até o rapaz que havia conversado antes, e perguntou:

— Onde coloco?

— B-bem ali. — Apontou.

— Certo.

O homem ficou bastante impressionado com isso. A garota era menos musculosa que ele, e pegou duas toras de madeira. Além disso, não estava cansada e nem reclamava do peso. Aquilo acendeu uma chama de admiração dentro dos corações deles. Com certeza, não queriam ficar para trás.

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Olá, eu sou Master!

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