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Zashya caminhou em uma estrada ladeada com pedras pequenas, quadrangulares cinzentas, encaixadas uma na outra; à sua volta não havia nada, apenas uma névoa espessa e branca. A área tinha uma atmosfera terrível e sombria e somente o som do vento soprando podia ser notado, o que fazia a névoa ser ainda mais terrível, como se continuasse andando em frente não chegaria a lugar nenhum, um caminho sem fim.

A garota ao lado de Zashya estava olhando em volta com suas pupilas arregaladas e com medo, enquanto havia um jovem de cabelos brancos flutuando logo atrás dela. No entanto, ele estava desacordado e Zashya usava seu poder para levá-lo junto. O garoto tinha marcas de veias vermelhas por todo o corpo, como se as mesmas fossem explodir a qualquer momento. Ela sabia que isso era devido ao extremo que o corpo dele teve que suportar com todo aquele poder manifestado.

O que era, em suma, realmente admirável, mas ao mesmo tempo terrível. 

Elas continuaram andando, enquanto a garota ao lado fazia grunhidos chorosos. Uma vez ou outra ela olhava para Zashya cautelosamente e com o medo brilhando em seus olhos verde-azulados e seu corpo tremia levemente, seu cabelo loiro cor de trigo estava levemente bagunçado também.

Todavia, depois de um longo tempo, as duas pararam em frente a uma árvore com folhas vermelhas com tons de fogo brilhando nas bordas de cada pétala. Um brilho emergiu da árvore iluminando tudo em volta, parecia um tipo de sol artificial que surgiu do nada, porém, emitia uma aura tenebrosa do quão forte essa coisa era. Zashya olhou ao redor e como  já sabia, não havia nada. 

No entanto, as pétalas também se iluminaram com chamas surgindo delas. Neste momento, uma barreira vermelha surgiu atrás da árvore e o caminho se estendeu até a borda da barreira, a mesma abriu uma entrada e o que surgiu do outro lado foi um castelo gigante, com picos pontiagudos do  que pareciam ser torres do castelo. Da perspectiva de Zashya, de longe, eram como pontinhos pretos.

De repente, uma mulher surgiu na entrada aberta no portal e logo atrás dela havia dois homens em contenção. A pessoa tinha uma atmosfera discreta, seu cabelo branco estava amarrado em um coque, com apenas uma mecha caindo ao lado de sua têmpora. Ela estava vestida como uma secretária, seu uniforme era um terno feminino com calças coladas e um sapato preto.

“Você chegou, Zashya Dragon!” Ela comentou com uma pequena reverência. “Me acompanhe, vou levá-la até a Rainha! Ela está à sua espera.” Neste momento, seus olhos brilharam em vermelho-sangue e muito intimidadores.

Zashya concordou com a cabeça, e a seguiu para dentro da barreira vermelha. 

O caminho que seguiram não era muito diferente do qual Zashya havia usado para chegar na árvore, a única diferença era que ao redor muitas casas e prédios de aparência antiga faziam frente ao longo do caminho. Algo que dava uma atmosfera meio sombria e desagravel como se quisesse reviver tempos antigos e medonhos. Por mais que Zashya já tivesse vindo neste lugar antes, era sempre a mesma sensação de opressão e desamparo.

A mulher à frente de repente olhou a garota ao lado de Zashya de canto de olho como se tivesse percebido alguma coisa. Talvez ela tenha notado a presença familiar da jovem estudante, assim como Zashya havia percebido, quando usou o anel de sangue que fora dado a ela pela ‘Rainha’.

“Esta garota é…” A mulher comentou olhando-a. Assim que percebeu o medo dela, ela se aproximou cuidadosamente e colocou uma mão em seu ombro. “Senhorita, não precisa ficar com medo, afinal, você é uma de nós. E pelo que parece, você é alguém muito importante!”

“Ah?!” A garota parecia atordoada. Ela olhou a pessoa com olhos grandes. “Quem é você?! Porque sou tão importante para… Vocês?!” “

Eu sou Carmilla Mezzadri! Secretária pessoal da Rainha!” A mulher apresentou-se formalmente.

“Desculpe, mas você não me disse porque sou importante para vocês!” Comentou a garota olhando para Carmilla. Seus olhares se cruzaram enquanto Zashya observava de canto a conversa. Porém, a Secretária não respondeu, ao invés disso, se apressou e caminhou para a frente novamente, liderando o caminho. Zashya disse: “Acho que ela não pode contar nada para você, talvez por ordem da Rainha!”

A garota encolheu seus ombros desajeitadamente e sua expressão logo caiu para baixo. Assim continuaram em silêncio até que chegarem em frente a um portão grande. A frente havia um jardim com algumas fontes de água quente e no centro delas estátuas de pedras, que pareciam gárgulas. Assim que Zashya observou uma das estátuas, um de seus olhos se moveu lentamente.  

“Essas coisas estão vivas?! Eu não sabia disso…” Zashya murmurou. De repente, a estátua se moveu completamente e bateu suas asas para o céu, fazendo-a ficar ainda mais surpresa. “Bem, elas fazem a segurança do castelo!” Comentou Carmilla enquanto caminhavam em direção à enorme porta do castelo. 

Por mais que Zashya já tivesse vindo neste lugar, esta foi a primeira vez que viu essas coisas se mexerem. 

Em alguns passos, elas entraram no castelo e foram recepcionadas por uma enorme sala com móveis sofisticados. Haviam quadros que pareciam custar uma fortuna com imagens de algumas pessoas que Zashya não conhecia, no entanto, talvez fossem antigos Reis e Rainhas que já morreram, ou algo do tipo.

No centro da sala havia uma pequena mesa com algumas xícaras já postas, à espera enquanto um mordomo de meia-idade estava ao lado como se fosse uma estátua, seus olhos fechados, mãos atrás das costas e totalmente reto. A sala era iluminada por um enorme lustre no teto alto e espelhado com jóias e mármores da mais alta qualidade. 

“Sejam bem-vindos!” Neste momento, enquanto Zashya olhava os ornamentos sofisticados do lugar, uma voz fina e agradável ecoou. Ela procurou em volta  e encontrou a pessoa caminhando lentamente descendo a escada com alguns metros de alturas que provavelmente levava aos quartos do castelo.

“Senhora, Neferat Tepes Druilla, eu trouxe os convidados! Assim como ordenou!” Carmilla e os homens, assim como o mordomo, se curvaram para a mulher. Ela tinha a aparência de uma garota de 20 anos, pele clara, cabelos brancos que caíram sob seus ombros, que iam até suas costas, quase até seus quadris e seus olhos Carmesins brilharam intensamente. Suas vestes era um vestido de seda com ornamentos dourados, que enfatizava a beleza de seu corpo magro e bem definido.

Apenas a sua presença já era magnífica, como se um ser que Zashya jamais poderia enfrentar se colocasse em cima dela com seu poder esmagador. Zashya sentiu seus joelhos dobrarem inconscientemente e estremecer, mesmo que ela não fizesse um movimento sequer. 

A mulher passou por ela indo em direção a garota que estava atrás dela, e ao lado do corpo de Yuji Himejima. Assim que chegou perto o bastante da garota, se inclinou e olhou-a diretamente em suas pupilas, o que fez a garota paralisar de repente e seus olhos gentis ficarem vermelhos-sangue com um brilho único e intimidador. 

“Não há dúvidas, você é sem dúvidas uma de nós!” Assim que a Rainha se afastou, a garota caiu no chão ofegante, sangue saiu de sua boca com algum tipo de aura esquisita misturada, o que fez a mulher estreitar ligeiramente os olhos. “Entendo! Parece que seu pai colocou algum tipo de selo de aprisionamento em você antes de morrer. É por isso que você nunca descobriu, ou usou seus verdadeiros poderes.”

“O que você quer dizer… Com isso?!” A garota tossiu. A mulher não lhe deu respostas de imediato, apenas se moveu levemente e parou em frente ao corpo do garoto. “O que quero dizer, é que você é uma verdadeira vampira de sangue puro. Mas, eu não entendo, sua mãe era um demônio, porque você não tem nada dela?!”

“Não brinque comigo, meus pais não eram nada disso. Não ouse falar dos meus pais, sem saber  o que aconteceu!” A garota gritou com seus olhos em lágrimas e enfurecidos, e de repente mais sangue saiu da boca dela com algum tipo de aura esquisita novamente, e ela cambaleou.

“Na verdade, eu sei muito bem o que aconteceu com seus pais. Até mesmo o que levou suas mortes! Ayumi Aiko!” A Rainha ergueu um dedo em direção a garota, e disse: “Quando você acordar, nós vamos continuar nossa conversa! Se recupere primeiro.” Assim que seu dedo caiu, Aiko desmaiou completamente.

Zashya não entendeu nada do que aconteceu. Nem mesmo sentiu qualquer flutuação de poder da Rainha, o que a fez engolir em seco sua própria saliva, com suor surgindo em seu rosto. Zashya achava que, mesmo que por sorte,  poderia lutar contra a Rainha dos Vampiros, já que ela era de uma espécie de Dragões Mitológicos e também, um demônio, porém, agora percebia que se lutasse contra essa pessoa, com certeza encontraria a morte.

Neste momento, Carmilla fez um sinal com a mão para que algumas empregadas carregassem a garota. Em um piscar de olhos elas desapareceram como se se misturassem com o ambiente. A Rainha olhou para o Yuji flutuando alguns centímetros do chão, mas assim que percebeu, Zashya não tinha mais o controle do campo de flutuação que estava usando, Neferat Tepes Druilla moveu a mão e em seguida levou o corpo do garoto em direção ao sofá e o colocou lá.

“Agora, vamos㇐” Assim que ela falou, Carmilla caminhou e a interrompeu. “Senhora, perdoe-me por isso, mas quem é este garoto?! Porque a senhora quer tanto ele?!”

Neferat Tepes Druilla exibiu um arco feliz em seus lábios e falou: “Este garoto é filho de Abel Vlad! Da casa dos Vlad, o clã dos Vampiros mais fortes, abaixo apenas da linhagem real vampírica! Sabe o que isso significa, Carmilla?”

“O quê?!”Carmilla gritou. “Mas, ele não está morto? Essa foi a notícia que recebemos! Ele tinha sido morto na época em que nasceu. Como ele estaria vivo, Senhora?!” 

“Hm! Agora não é hora de explicar isso!” Neferat foi evasiva.

“Wagh! Desculpe, Senhora! Me exaltei um pouco.” Carmilla curvou-se. Neferat voltou seus olhos para o garoto e reparou nas veias vermelhas em seu corpo, seus dedos delicados deslizaram sob elas e uma pulsação ocorreu nas veias o que a deixou preocupada, o estado dele já era o pior possível, e Zashya não sabia o que ela iria fazer. A pulsação que sentiu vindo dele era igual à vez em que ele perdeu o controle e parecia outra pessoa na batalha. 

Nefera tocou seu queixo fino como se pensasse em algo. 

Ela se virou para a Zashya. “Zashya, você trabalhou com o Abel por um tempo, certo?!” A garota relembrou a época em que trabalhou para o Abel como um de seus Pilares Demoníacos, até que ele dispensou todos por tempo indeterminado. E como ela não podia voltar para casa, teve que buscar alguma forma para viver, foi quando decidiu oferecer seus serviços para a Rainha e ela aceitou.

“Sim! Eu era uma de seus Pilares Demoníacos!” 

“Me diga, você sabe de algo que o Abel fez com este garoto?”

Zashya relembrou o passado, até que algo veio à sua mente. “Sim! O senhor Abel havia dito uma vez que colocou algum tipo de selo no corpo do próprio filho, com medo de que ele dominasse algum tipo de poder.”

Neferat estreitou os olhos silenciosamente.

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