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Em um jogo contra o tempo, a garota avança enquanto o grande leviatã se põe em sua frente. Leviel escapa dos movimentos bestiais da sua conjuração, acumulando trevas em suas mãos livres. A criatura invocada causa tremores com o simples movimento, avançando em sua direção com a boca aberta.

É uma calamidade, que como nos contos, poderia fazer o mundo dos homens acabar, e como uma heroína, ela a enfrenta sem medo algum em seu olhar.

“É só mais um obstáculo, é só mais um obstáculo!” 

Pensa Yelena, enquanto a mandíbula do titã se estende. Na mordida de baixo, só são visíveis os dentes reluzentes como lâminas entre as águas engolidas por sua boca submersa, como um ralo de vaso. A mandíbula superior, formada por pura escuridão, estava estendida até a metade, mas poderia facilmente engolir um prédio inteiro. Desgarrando seus pés das águas, ela aceita que será engolida.

Em um instante, a boca do ser é fechada com um estrondo, fazendo as águas balançarem violentamente e criando ondas tumultuosas. Leviel é erguido pelas águas a seus pés, suas esferas negras enfim se dissipam como uma lâmpada em curto, transformando-se em duas bombas de energia negra que ele segura firmemente.

“Não há mais como eu me recriar! Cheguei no fim da linha, hehe! É a primeira vez que sinto isso… nervosismo?”

Ele pensa, rangendo os dentes.

Negras como o abismo, a energia contida nas esferas finalmente pode ser utilizada. Sua técnica inata também funciona como um acumulador de eventos, convertíveis em ataques explosivos à vontade do usuário.

Ele está pronto para explodir seu leviatã com a garota.

Mas com um movimento decisivo, ela abre um buraco na criatura, rasgando seu corpo com golpes ferozes de dentro para fora. Em uma queda livre de trinta metros à sua frente, seus braços movem-se como se estivesse nadando no ar, enquanto seus pés seguem o mesmo ritmo. A garota rola pela água como se estivesse no chão, enquanto a besta ruge aos céus, sentindo a dor do golpe. Suas costas batem na água, enquanto o dourado lentamente descobre seu corpo, possibilitando uma última saída, mesmo que estivesse no fim.

— Você é teimosa mesmo! — Ele grita, arqueando as costas e lançando uma esfera explosiva de cada vez, como se fossem bolas de queimada, irritado porque nada havia dado certo até agora. A garota, com sangue escorrendo dos olhos e lábios, se impulsiona para frente. Sua exaustão não é nada; na verdade, graças à adrenalina, ela mal a sente.

“É game over para você, peixão!”

Ela pensa, seus cabelos balançando em um movimento que ultrapassa milhares de vezes a barreira do som. Por sorte, as esferas negras não a atingem, deixando a besta ainda mais odiosa.

— Maldita! Você avançará mesmo sem o manto à sua volta!? 

O demônio, enfrentando alguém cuja insanidade ultrapassava todos os limites, foi tomado por um flashback. Era seu irmão, Beel, antes de saírem do bar. Após alguns copos de vinho, ele o alertou: “Humanos são perigosos, Leviel. Não seja leviano!”

“Certeza que ela irá ativar mais uma vez! Só mais um pouco, Leviel!” 

Ele indaga em sua mente, enquanto sua aura cresce como um breu sem fim, liberando todo o seu poder. As costas da garota tremem com as explosões, as águas ao redor ondulam violentamente, e o leviatã mergulha nas profundezas. Os golpes são tão destrutivos que poderiam afundar um país inteiro, criando ondas que facilmente passam dos dez metros de altura.

Mas nada lhe chamou mais atenção do que aquele instante, sentindo o punho dela o acertar com tanta força que sua mandíbula foi destruída — um golpe brutal que o fez piscar os olhos.

Ela só precisava desse instante.

Ele tentou reagir, abaixando-se e segurando-se nas águas que se erguiam para ajudá-lo, agachando-se como um crocodilo e tentando atingir a garota com sua cauda. Antes que pudesse reagir completamente, porém, a garota saltou e, com dedos cruzados, determinou seu último movimento.

— Expansionis Energiae, Sanctuarium Dei! — sua voz ressoou como um martelo, e a mente de Leviel processou tudo no mesmo instante, sendo consumido pelo vórtice dimensional, levado para o mundo que mais temia.

A energia da garota se expandiu, consumindo o demônio sem que ele pudesse fazer qualquer outro movimento.

E assim, ambos estão pisando em solo firme finalmente, sobre a mão dourada da entidade que regia aquele reino, tão imensa que poderia rivalizar com o leviatã. Essa é a expansão de sua técnica inata. Ao horizonte, apenas nuvens cósmicas primordiais se estendem, tornando aquele local divino e sombrio.

— Você me levou ao limite… cara… — Ela resmunga, recuando, e no mesmo instante cruza os dedos novamente.

“Caramba… será uma roleta russa! Mais uma vez, caramba, eu… nunca senti isso! Esse frio na barriga… essa inquietação, será medo? Será isso que eu tanto fugia? Fugia do medo da morte?” 

Yelena pensa, enquanto Leviel encara inquieto, mas não imprudente. Ele se afasta o máximo que pode, observando ao seu redor com certo temor.

Ambos sentem o peso finalmente cair sobre suas costas; a entidade, de certa forma, já conhece o peso de suas escolhas, mas para a garota, é a realidade que sempre ignorou se desvanecendo.

“Esse lugar…” 

Num movimento repentino, ele percebe que a garota está em transe com suas próprias escolhas e avança implacavelmente. Sua mão fria e cruel atinge o estômago dela, fazendo-a cuspir sangue em um arco escarlate.

Ela não se defende. Entre engasgos doloridos, murmura: — Deus… accipe corpus meum… — Outro golpe atravessa seu abdômen, rasgando-a com brutalidade. Os dedos da entidade se enrolam friamente em suas entranhas expostas em suas costas. — Fac ex eo tuum, et., si necesse est… concede mihi vivere aliquantulum! — Ela implora, mas sua determinação é inabalável.

Enquanto a vida se esvai de seu corpo, num último instante de lucidez, encara os olhos vermelhos da entidade.

Seu corpo começa a se transformar, a luz dourada de seu domínio se desfazendo como vidro frágil. A entidade, perplexa, vê seu próprio braço se partir, caindo pesadamente atrás dela nas águas escuras que testemunharam o fim de tudo.

Ela é coberta pelo dourado pela última vez, mas desta vez, está em plena e total capacidade. Este é seu feitiço divino, usado limitadamente em sua extensão, a técnica máxima para qualquer exorcista.

— Maldição… você é uma desgraça! Pragmático, percebendo que seu braço não se regenerou, nem a escuridão de quantidade incalculável o fez se recuperar. Salvo apenas por seu leviatã, que a engoliu no mesmo instante em que percebeu sua condição. Ao retornar à realidade, a besta-rei foi despida de sua falsa confiança, vendo-se sem saída.

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