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A movimentação de Humaitá prendeu a atenção do jovem Kura, os braços e pernas do indigena se movimento com uma sincronia quase perfeita com o corpo e a natureza ao seu redor, o ar forte dos ventos e a lama no chão não atrapalharam a movimentação, pelo total contrário, a natureza a sua volta na realidade lhe ajudou com aquilo. O militar pensou em fazer um ataque durante aquela “enrolação”, porém mais uma coisa daquilo chamou a sua atenção, por mais que os movimentos de Humaitá parecessem calmos e suaves, eles tinham um efeito de criar “ilusões” de haverem mais braços e pernas ali, o corpo do Humaitá finalmente começou a sair mais do local em que estava, a cabeça dele parecia também estar se multiplicando durante aquilo

“Mas que porra é essa?”

O garoto teve esse rápido pensamento, por não estar entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo com aquela dança, mas sua “pausa” não durou muito tempo por conta do avanço do seu oponente, aquela sensação ilusória que aqueles movimentos tinham continuaram mesmo durante aquele avanço para ataque. A surpresa foi imediata e de forma quase que instantânea, o garoto elétrico ainda tentou achar alguma forma de se defender daquilo, mas ele não teve tempo para conseguir se proteger do golpe que estava vindo para cima dele, em principal pelo seu inimigo simplesmente se multiplicar na sua frente e efetuar ataques por todos os lados e direções diferentes, parecia até mesmo que ele havia se clonado por conta disso

“Mas que merda é essa, como ele se clonou assim do nada?!”

Mesmo no meio da chuva de socos e chutes que ele estava recebendo, o jovem Kura conseguiu notar que aquilo não era uma habilidade ou técnica real de clonagem, mas sim era um efeito da velocidade de todos os movimentos do seu oponente, ele rapidamente quando notou isso, conseguiu pensar em uma solução para a situação em que se encontra. O receptáculo não pensou duas vezes, assim mandando uma descarga elétrica para ficar em volta do seu corpo, como se fosse uma armadura de eletricidade, assim fazendo com que Humaitá recuasse por alguns momentos e entregasse a sua real localização para o garoto

— Merda!

“Isso, agora eu vou fazer questão de quebrar ele na porrada!”

Kura pensou isso durante a fala de Humaitá, sem perder tempo algum com aquele pensamento, já se posicionando com as mãos no chão e dando um chute de cima para baixo com as suas pernas revestidas de uma corrente elétrica de um milhão de volts em cada uma, a técnica do chute se parecia muito com uma técnica de uma arte de origem oriental, conhecida por esmagar os ombros daquele que o recebem diretamente. Humaitá conseguiu notar aquele golpe vindo e reconhecer o seu perigo, mas se tratando da velocidade do ataque do seu oponente, mesmo que fosse a mesma do raio mais rápido já registrado, ou seja: um terço da velocidade da própria luz. Isso não o surpreendeu ou dificultou a sua reação, sua velocidade tanto de movimento quanto a de reação eram um pouco superiores a do seu oponente, permitindo que ele assim saísse do caminho do ataque enquanto mantém o ritmo da sua dança mortal, acertando um chute a toda velocidade nas costas do garoto Kura

— Garoto, isso seria realmente perigoso se me atingisse, é o famoso “se pegar no olho cega” que meu irmão falava às vezes!

O indigena falou isso, não só como uma forma de ironizar seu inimigo durante aquele combate mortal que está acontecendo entre eles, como também de reconhecer a força do garoto, garoto esse que não caiu com o ataque, mas o sentiu e ainda estava se recuperando do dano sofrido

— Mas sabe senhor militar, me impressiono que um garoto da sua idade seja tão bom em lutar, eu estou realmente me divertindo!

O terrorista falou isso enquanto voltou com aquele avanço mortal usando de sua velocidade, usando mais uma vez daquela técnica de ilusão, para mais uma vez parecer que estava atacando em conjunto com vários e vários clones. Kura por sua vez se manteve na defensiva, em especial por sentir algo estranho nos golpes do seu oponente, cada soco que o criminoso estava lhe acertando, era quente como o fogo e estava deixando algumas pequenas queimaduras em volta do seu corpo, o garoto então usou do magnetismo gerado pela sua eletricidade junto da sua capacidade de ouvir os batimentos cardíacos dos outros a partir do seu poder elétrico, para localizar o corpo real de Humaitá e criar um escudo magnético que repelisse os punhos do índio para longe do corpo do garoto

“Esse desgraçado… ele tá fazendo atrito com o ar e gerando calor… é sério isso? Pensei que ele não seria tão forte!”

— Interessante garoto, mas por mais que você tenha me dado uma das poucas lutas boas na minha vida…

Humaitá falou isso logo após o pensamento do militar, movimentando a sua perna para o alto, usando da sua elasticidade corporal para fazer isso ao máximo e assim conseguir passar seu calcanhar por cima daquele escudo de magnetismo, conseguindo assim durante a “queda” da sua perna até o chão, por força o suficiente para influenciar aquele escudo magnético e assim o empurrar para baixo com tudo. Por ter sido um movimento muito rápido e inesperado para o garoto Kura, ele não conseguiu desativar a tempo aquela sua técnica, indo ao chão e curvando o seu corpo sem ter muita reação para se defender disso, apenas conseguindo observar os pés de Humaitá e ver que eles deram um rápido impulso para que o homem salta-se. Humaitá quando chegou no alto, ele posicionou a sua outra perna para o alto e encarou Kura de cima, ao mesmo tempo em que o garoto o encarava por baixo

— Mas essa luta acabou!

Em um rápido movimento, ao mesmo tempo em que Humaitá se aproveitou da aceleração da queda para descer até o militar e acumular força de aceleração no processo, ele movimentou sua perna levantada com tudo para baixo, usando toda a sua força e velocidade nesse chute. Kura apenas pôde sentir o ar da morte vindo daquele golpe, conseguindo até mesmo se ver partido ao meio caso fosse atingido pelo inimigo, o que fez o garoto por impulso tentar se esquivar se movendo para trás, conseguindo ser pego apenas de raspão pelo golpe do seu inimigo, mas mesmo assim esse golpe ainda foi avassalador, o simples raspão do chute com a pele do jovem de poderes elétricos, gerou um corte profundo em forma de “S” que se iniciou um pouco acima de seu olho direito e terminou próximo a sua virilha, passando por locais como o canto da sua boca e seu peitoral. Um grande jato de sangue foi esguichando por esse imenso corte, que logo em seguida foi cauterizado e fechado, isso foi um efeito do calor gerado pelo atrito do chute do criminoso com o ar, a dor disso fez com que o membro do exército curvou um pouco o seu corpo e colocasse as suas mãos no seu rosto e peitoral, como se fosse uma tentativa de aliviar a dor que sentia

— E então garoto, o que achou da minha dança? Deu para se aquecer um pouco, não é?

Humaitá falou isso em um tom um pouco irônico e ao mesmo tempo confiante, enquanto se posicionava em uma pose de batalha com a guarda um pouco relaxada, por achar que a luta já havia terminado naquele ataque. Kura por outro lado, apenas respirou fundo e mexeu os seus olhos para ver se sentia o seu globo ocular direito ali, quando sentiu o mesmo se mexendo e aparentemente intacto, ele acabou por ficar bem mais tranquilo com aquilo por saber que não havia ficado cego para sempre. O garoto apenas tirou lentamente a mão do seu rosto e lambeu os seus lábios, rasgando a sua pele que havia sido derretida e consequentemente se fundido devido ao calor do golpe inimigo, logo colocando um sorriso no rosto e fazendo um “joinha” enquanto dizia

— Puta merda, isso doeu para um caralho!

Essa reação e fala do garoto Kurayami, deixou Humaitá extremamente chocado e o fez cair em uma longa risada e alta gargalhada, fazendo com que o mesmo até mesmo se apoie um pouco para trás durante a sua risada e então falasse

— Nossa, acho que meu ataque não derreteu só a sua pele, deve ter derretido alguns neurônios seus também!

Kura apenas ignorou a fala do seu oponente, começando a se posicionar e a respirar fundo, enquanto tentava se lembrar do tempo que passou treinando junto de Held na sua casa

— Ei Kura, você não tem nenhum golpe corpo a corpo?

Held falava isso, interrompendo aquele treinamento que ambos estavam tendo, por um tempo relativamente curto

— Não muitos, meu estilo de combate é a distância, não gosto de me machucar em combates

Essa fala do garoto fez o capitão militar ficar extremamente pensativo, parecia que ele tentava montar um plano para alguma coisa

— Huuumm… oh, já sei!

O homem falou isso em voz alta e foi correndo para uma rocha próxima dali, pegando a mesma com uma de suas mão e começando a carregar aquela imensa rocha até o local que o garoto estava. Isso deixou Kura em dúvidas e com uma expressão de curiosidade com o que poderia acontecer ali

— Presta atenção, vou te ensinar algo muito maneiro!

Held falou isso enquanto se posicionou em uma posição comum nas artes marciais, posicionando seu braço direito embaixo do seu peitoral e um pouco puxado para trás, permanecendo naquela pose por um pouco mais de oito segundos, até dar um soco na rocha a sua frente, gerando um golpe com um efeito destrutivo e explosivo que rapidamente devastou e transformou em poeira a pedra na sua frente. As lembranças de Kura apenas mudaram de forma repentina, por já ter visto aquilo antes e seu cérebro simplesmente conectar as duas memórias, a memória “linkada” com essa do seu capitão Held, é uma da sua mãe socando uma pedra e também a destruindo. Isso é algo que aconteceu quando o garoto ainda tinha seus oito anos de idade, fazendo com que ele ficasse curioso com aquilo e com a força de sua mãe

— Mãe, como você fez isso? Você é muito forte!

A mulher apenas se virou para o seu filho, com um olhar doce e gentil para ele, falando em um tom calmo e suave

— Bem meu filho, isso só é possível por conta do poder da mamãe

Aquilo só deixou o garoto ainda mais fascinado, estando ainda mais animado e curioso com aquilo, sendo claramente visível para a sua mãe

— E como ele funciona mamãe, me fala?!

Aquelas falas animadas do seu filho acabou animando a mulher para que ela continuasse falando sobre o seu próprio poder

— Bem, o poder da mamãe é acumular força e liberar tudo de uma vez, como se fosse um raio de força que destrói por dentro!

Essa fala da mãe dele nas suas memórias, se misturou com a de Held também, ele finalmente achou o motivo de achar ambas as memórias tão parecidas, mesmo que de forma inconsciente. Ele então no tempo atual, respirou bem fundo enquanto batia as suas duas mãos com muita força, afastando o vento a sua volta e fazendo um gigantesco barulho com aquilo, um som alto equiparado ao de um trovão, com o garoto abrindo o seu olho esquerdo e encarando Humaitá profundamente nos olhos deles

— Eu agora vou atacar com força máxima!

Isso acabou animando o terrorista, que apenas colocou um sorriso animado e confiante no seu rosto, ao mesmo tempo em que seus olhos começaram a brilhar de animação e emoção com aquela batalha animadora entre os dois

— Pode vir com tudo, me mostre toda a sua força!

Kura logo posicionou o seu braço direito por debaixo do seu peitoral, começando a concentrar força magnética na palma da sua mão e bastante força nas suas pernas

“Primeiro… se concentra toda a sua força na sua mão e nas suas pernas… e então!”

Ele avançou com toda a sua velocidade para frente do seu oponente, enquanto girava o seu corpo e acumulava e aumentava a força na palma da sua mão, mirando o golpe para acertar e decepar a cabeça do Humaitá fora. A reação do índio foi a de colocar seus dois braços na frente da sua cabeça para tentar se defender do golpe, mas mesmo assim, parte desse golpe acertou a sua cabeça por conta do magnetismo que empurrou a água do seu sangue na sua cabeça com uma força um pouco menor que o original. A força do ataque foi tanta, que não só isolou o oponente do Kura para as árvores e as derrubou, como também anulou e “apagou” todo o som do local em que os dois estavam se enfrentando. O garoto viu o criminoso caído no chão com a mandíbula fora do local que deveria estar, logo pensou que a luta havia terminado com a sua vitória

— Finalmente, acabou…

Ele já estava relaxando um pouco, quando viu o seu oponente se levantar do chão com toda a velocidade, Humaitá logo deu um tapa com força na sua mandíbula e a colocou no lugar de novo, ao mesmo tempo em que alonga e estica os seus braços. Humaitá logo cuspiu seu sangue no chão, junto de alguns pedaços de dentes que foram quebrados nesse processo

— Nossa, esse seu ataque foi forte… fez eu realmente me machucar feio… mas agora eu me pergunto uma coisa

Ele falou isso de forma calma e suave, enquanto tentava não cambalear e cair no chão por conta dos danos, ele poderia não demonstrar para o seu oponente, mas suas cabeças está girando por conta do ataque

— Por qual motivo você luta nessa missão? Não acredito que seja por um motivo qualquer, já que você é alguém extremamente forte e mesmo com esse ferimento grave, não desistiu e fugiu!

Humaitá falou isso enquanto apontava para Kura, estando realmente interessado para saber o motivo de seu oponente lutar ali

— O motivo de eu lutar aqui? Bem…

Kura começou a pensar por alguns momentos, nem mesmo ele sabia pelo o quê estava lutando ali, mas depois de um tempo pensando sobre o que iria dizer ao seu inimigo, ele finalmente soube o que dizer a ele

— Eu entrei no exército para ajudar a minha família, em principal meu avô e pai que estão no hospital em estado terminal… mas a minha luta aqui não é só por conta disso, já que depois do tempo que passei na casa do capitão Held, eu vi que as nossas lutas aqui não vão só nos impactar, como também todos do país, então…

O olhar do garoto ficou sério e ele levantou a sua cabeça, ao mesmo tempo em que cerrou seu punho direito e falou em alto e bom tom para o seu oponente

— O motivo de eu lutar aqui, é por todas as pessoas deste país e no território dele, pela segurança de todos!

Essas falas fizeram com que Humaitá ficasse surpreso com o garoto, ganhando ainda mais respeito e até mesmo uma certa admiração pelo garoto, pois de alguma forma ele se via naquele jovem

— Bela determinação meu jovem, isso realmente me anima!

Humaitá criou um sorriso no seu rosto por conta daquilo, se encontrando dentro da sua mente, em dúvida sobre falar ou não o seu motivo de lutar por aquele grupo formado apenas por pessoas horríveis. Porém, uma coisa que ele o viu o fez ter certeza que deveria fazer isso, pois quando Humaitá olhou para suas costas enquanto pensava sobre aquilo, ele viu o espírito do seu irmão ali, o encorajando a dizer aquilo, o encorajando a ir com tudo que tinha

— Sabe garoto… Você parece bastante comigo no quesito determinação e motivo para lutar… eu também quero proteger algumas pessoas… As pessoas da minha aldeias!

Humaitá logo furou com as suas unhas, a palmas da sua mão, fazendo com que o sangue dele começasse a escorrer por aquela mão, um sangue vermelho igual a Urucu fervente. Aquilo prendeu a atenção do Kura e o deixou curioso com o seu oponente, não só pelas falas dele mas também por ele ter se mutilado na sua mão“ O que ele vai fazer agora?”Após esse pensamento do garoto, Humaitá colocou seu sangue pingando na sua boca, começando a beber como se fosse um caldo, como se fosse o líquido Urucu das lendas do surgimento do Sol segundo a crença de algumas tribos indígenas. O corpo do indigena após fazer isso, começou a ficar vermelho como se estivesse aquecendo, ao mesmo tempo em que seu corpo começou a elevar no ar como se estivesse transcendendo, com poucos segundos após isso o seu corpo entrou em chamas e subiu uma grande pilastra de fogo que queimou praticamente tudo a volta do convocador dessa habilidade. Kura protegeu o seu olho da luz que essas chamas geraram, onde após a baixa da luminosidade daquela grande pilastra de fogo, o garoto finalmente pôde observar o seu oponente e rival nessa luta, com o corpo do Humaitá estando totalmente em chamas após essa “transformação”

— E é por isso, que vou começar a te levar a sério e usar a minha técnica secreta… para marcar o meu respeito e admiração por você! Então você vai ser o primeiro e o único a ver isto aqui!

As falas do homem marcaram a mente e alma do garoto, que começou a se animar com aquela luta e criar algum tipo de laço com aquele homem. Mas antes do garoto falar algo, o terrorista fez um questionamento para ele

— Garoto! Não… “Kura, o receptáculo”, é assim que se referem a você, não é?

O homem falou isso, enquanto se movimentava um pouco, cerrando o seu punho direito e começando há o levantar debaixo para cima, enquanto dizia aquilo e via que a noite já havia chegado

— Você me concederia a última dança dessa noite?

Kura olhou aquilo e colocou um sorriso no seu rosto, um sorriso que parecia marcar o início de uma rivalidade entre duas grandes pessoas, o garoto inconscientemente copiou a movimentação do seu rival enquanto dizia

— Mas com todo o prazer!

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Olá, eu sou Kura!

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