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Começou o dia de trabalho de Dante, que estaria nessa sua nova jornada com sua colega de trabalho e veterana, Chloe. Em sua primeira aventura pela árdua e longínqua tarefas de trabalhos, ele teria que limpar os corredores do primeiro andar daquela imensa mansão. Porém, antes de começarem, os dois teriam que caçar suas armas.

— É aqui onde pegamos nossos utensílios: vassouras, panos, e mais!

Chloe mostrou a dispensa para o garoto, que se localizava, também, no primeiro andar.

O jovem vasculhou aquela pequena despensa, onde só tinha itens de limpeza, e sacou a sua grande espada, cujo a mesma o acompanharia até o fim dessa primeira jornada. Esta avassaladora arma era formada por um grosso cabo de madeira, ligada à parte de baixo, que seria o responsável pelo trabalho.

“Acho que vou usar este esfregão.”, segurou sua arma para limpeza.

— Nós vamos precisar de tudo isso. Baldes, esfregão, sabonete, vassoura. Pode pegar tudo e colocar aqui fora? Preciso fazer uma coisa antes de começarmos a trabalhar.

— Sem problemas, veterana.

— Certo, obrigada.

Confirmando em cumprir o pedido da garota, o jovem começou a retirar tudo da dispensa, enquanto ela saía do local.

Retirando os itens da dispensa, se deparou com uma caixa retangular feita de madeira, com uma pequena tampa deslizante em cima, fechando qualquer chance de seja lá o que estivesse dentro disso saísse. Dante, com curiosidade, abriu a caixa, deslizando a tampa para trás.

A princípio, não sentiu nenhum cheiro, além da madeira, quando abriu a caixa. Colocando seu nariz mais perto do buraco, logo, sentiu um forte aroma de flores saindo da caixa.

— Que cheiro bom!

Olhando dentro da caixa, viu uma espécie de pó verde. Juntando um com mais um e chegando a dois, percebeu que aquilo se tratava do sabão, mais especificamente, de uma versão em pó.

— Existe sabão em pó em um continente pouco desenvolvido? Sem nenhum fornecedor, o pessoal deve ter feito o seu próprio. Incrível e cheiroso!

Fechou a caixa e a colocou no chão, voltando a retirar os objetos da dispensa.

“Hoje eu vou trabalhar… Como será que o pai e a mãe se sentiriam? Ou, a irmãzona Mia…?”, esse pensamento o deixou meio melancólico. Provavelmente, sua família estaria orgulhosa, mas, já estavam todos mortos.

Deu alguns fracos tapas em seu rosto, tentando evitar a melancolia e focar apenas na alegria e animação de ter seu primeiro emprego.

Por fim, colocou todos os itens fora da dispensa.

— Prontinho. Primeira parte do trabalho finalizada. — Bateu as mãos — Só preciso esperar a veterana chegar, acho… Ou começo sozinho.

Chloe não deu nenhum sinal de que já estava chegando. O garoto havia finalizado a tarefa imposta por ela, então, acreditava firmemente que sua veterana iria ficar satisfeita com o seu trabalho, apesar de que o trabalho real ainda não havia começado.

Por fim, o garoto decidiu usar uma vassoura para varrer o local, enquanto sua colega não chegava.

Varrendo o chão, ele acumulou um pequeno amontoado de sujeira.

“Isso é meio exaustivo…”

Sua opinião sincera era resultado de anos de experiência na faxina. Com o tempo, iria se acostumar, mas, até lá iria ficar suando para fazer seu trabalho.

— Ei, Dante, eu voltei!

Ouviu a voz de sua veterana que finalmente havia retornado ao local. Virou-se para olhá-la, e a garota não estava sozinha. Ao seu lado, estava o jovem empregado da mansão. Ela estava o puxando pela orelha, e o rosto dele expressava cansaço e desistência.

O garoto ficou surpreso com aquela cena.

“O que está acontecendo?”, questionou-se.

A garota soltou o jovem empregado que, em passos curtos e desanimados, ia até os itens de limpeza.

— Vejo que você já começou, muito bem.

— Pois é.

— Desculpe pela demora. Tive que acordar esse vadio. Acredita que ele estava dormindo no horário de trabalho de novo?

“Isso acontece com frequência?!”, se esse fosse o caso, Dante ficou bem perplexo do porquê seu colega de trabalho ainda não foi demitido. Seria uma grande bondade do chefe em permitir que alguém ficasse dormindo com frequência durante o horário de trabalho? Se era isso, não precisava se preocupar se acabasse cometendo algum erro.

— Eu tô com sono… — Ren reclamou, enquanto esfregava os olhos sonolentos.

— Você só fala isso porque foi tirado da cama à força, seu vagabundo!

— Você não entende o prazer de dormir numa cama nobre, Chloe.

— Como é?

— É tipo sexo. Prazeroso e gostoso.

— Que tipo de comparação é essa? E até onde eu sei, você ainda é virgem!

— Se eu quisesse, já teria perdido com você a muito tempo. Porém, não tenho interesse nos seus peitinhos minúsculos.

— O que você disse, seu idiota?!

Chloe partiu para cima de Ren, porém, o jovem agarrou seus braços, colocando o pé em sua barriga, impedindo-a de atacá-lo.

Enquanto tudo isso acontecia, Dante observava tudo de longe, tentando processar toda aquela situação. Sua mente estava como um bêbado após cinco doses de garrafas cheias: não estava raciocinando direito.

“Que está acontecendo? Isso é comum em um ambiente de trabalho? Eu deveria me juntar a essa briga?”

Desconsiderou essa parte. Ele decidiu continuar varrendo, e foi isso que fez, enquanto aqueles dois brigavam.

— O-olha só, Chloe! Que tal trabalharmos logo? Se não, o novato vai fazer tudo sozinho — disse Ren, que tinha o rosto sendo empurrado pela mão da garota.

A jovem olhou para o garoto, que continuava varrendo o chão, completamente concentrado.

— Você tem razão.

Assentiu, afastando-se de Ren. O rapaz virou-se para pegar uma vassoura encostada na parede…

— Então, vamos…

…Foi quando sentiu um enorme empurrão e uma sensação dolorosa atingindo sua bunda, fazendo-o ir para o chão.

— Filha da…!

A dor conteve o insulto que iria dizer, fazendo-o ficar de quatro no chão, massageando seu traseiro.

— Vamos logo trabalhar, Ren.

Chloe havia o chutado, em vingança do que falou sobre seus peitos. Em seguida, ela apenas foi pegar uma vassoura, como se nada tivesse acontecido.

— Que violência gratuita!

Isso tudo distraiu Dante, que olhou aquilo com um sorriso aberto e bobo, achando graça dessa situação.


Um tempinho se passou. Os três estavam calados e trabalhando. Tanto Dante quanto Ren permaneciam concentrados no trabalho, entretanto, isso não estava acontecendo com Chloe. O silêncio não a incomodava, na verdade, ela queria conversar com o novato, saber mais um pouco sobre ele.

— Então, Dante, você tem irmãos?

— Uh?!

Aquela pergunta repentina o pegou completamente de surpresa. Com certeza, não era a melhor coisa a se perguntar para alguém que perdeu seus irmãos recentemente, porém, sua veterana não sabia disso.

— Eu… tinha.

O garoto decidiu responder. Isso o deixou levemente melancólico, mas, talvez fosse bom falar um pouco sobre isso, desde que seja apenas para puxar assunto.

— “Tinha”… O que aconteceu com eles?

— Morreram todos, faz alguns dias.

A garota ficou em choque. Parecia até que a Medusa a petrificou. Seus olhos perderam o brilho, seu rosto estava começando a ficar corado e um sorriso de vergonha apenas aumentava em seu rosto.

— Que isso, Chloe. Quer falar sobre a família do novato que morreu há alguns dias? Você não era tão insensível assim.

Ren a provocou. Ele não estava realmente falando sério em chamá-la de insensível, só queria ver como a garota reagiria, e foi como pensou, ela saiu do choque em que estava e começou a se desculpar.

— N-não foi a minha intenção! — Balançou os braços desesperadamente e virou-se para o novato — Me desculpe, Dante!

Ren virou seu rosto e tentou não transparecer que estava rindo, cobrindo a boca com a palma da mão. Já o jovem não se importou muito em falar sobre seus irmãos. Balançou a mão para tentar fazer a garota parar de se desculpar.

— Não tem problema. Não fiquei irritado e nem nada! Posso continuar falando deles se vocês quiserem ouvir.

— T-tem certeza?

— Não me importo.

O garoto continuou a varrer o chão, enquanto pensava como deveria começar. Seus dois colegas esperavam pacientemente, e Chloe ainda estava um pouco sem graça.

— Eu tive quatro irmãos. Duas irmãs mais velhas, um irmão mais velho e uma irmã gêmea… Todos nós éramos filhos adotivos de nossos falecidos pais que, inclusive, herdamos seus sobrenomes.

Basicamente, foi uma família de cinco filhos adotivos, sendo os gêmeos Katanabe os caçulas.

— Depois que meus pais morreram, a mais velha dos irmãos assumiu a família, enquanto a minha segunda irmã, e a segunda mais velha, trabalhava.

Chloe criou um pouco de simpatia por Dante depois que ouviu isso. E ela ficou ainda mais sem graça por ter perguntado.

— E como você era na escola? — quem fez essa pergunta repentina foi Ren.

O jovem havia abandonado a escola e virado um recluso dentro de seu quarto, porém, tinha algumas coisas interessantes a pensar em sua época no primeiro ano do ensino médio.

— Eu era um bom aluno, acho. Mas abandonei a escola por causa de umas coisas que aconteceram, e me isolei no meu quarto.

Um gosto amargo recaiu sobre sua boca. Não sabia como seus pais reagiriam sobre essa sua decisão, já que morreram antes de isso acontecer. Ele não sabia se eles ficariam feliz, tristes ou decepcionados. Preferiria não pensar muito sobre o que pensariam e apenas seguir a vida, mas gostaria que não fosse a última opção.

— Ou seja, você virou um fracassado?

Dante parou de varrer, tentando processar o que acabara de ouvir.

— Ren! Que desnecessário!

Chloe olhou em choque ao comentário do mordomo, no entanto, ele não pareceu se importar com isso, na verdade, ficou meio confuso. O jovem não percebeu na hora o insulto que fez tão naturalmente, talvez fosse por isso que ficou um pouco confuso com o que a garota disse.

Dante ainda pensava sobre o que falou. Com a mão no queixo, e olhando para cima, falou:

— Nunca me considerei como um fracassado. Talvez meio patético por, simplesmente, ignorar os esforços que minha família fez para me convencer a voltar para a escola. Ou, eu seja muito ignorante para me considerar como um fracasso de gente.

Dante não se importou com o insulto. Pelo contrário, isso o deixou pensativo sobre o seu passado.

Desde que virou um recluso, sua família tentava levá-lo para escola novamente, se erguer e continuar sua vida normalmente. Porém, isso não deu certo, tanto que durou 1 ano para o jovem sair de vez do seu quarto, ou seja, a situação em que estava agora.

— E você pensa ou pensou em voltar para escola? — questionou o empregado.

Essa outra pergunta deixou o garoto novamente pensativo, tentando se lembrar do início da sua fase hikikomori.

— Talvez já tenha pensado sim… Mas nunca ocorreu. E não tenho certeza se, hoje em dia, gostaria de voltar para a escola.

— Entendo, cara. E, nesse tempo em que você ficou recluso no quarto, fez o que para matar o tempo.

Essa era uma resposta fácil.

— Entretenimento.

Ele não deixou explicitamente qual tipo de “entretenimento” se referia, pois não fazia ideia de como eles reagiriam, se explicasse detalhadamente, o que eram videogames, animes, mangás e light novels. Em resumo, omitiu isso para não ser bombardeado de perguntas.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos terminar logo esse trabalho, galera — disse Chloe, e os dois assentiram.

Antes de retomarem o foco total no trabalho, o jovem tinha uma dúvida para ser tirada sobre o seu chefe.

— Deixa eu perguntar, o chefe Chap é o único integrante de sua família que mora aqui?

Essa dúvida e curiosidade surgiu quando estava falando sobre a sua própria família.

— Bem, seus filhos moram aqui: o irmão mais velho e as duas gêmeas caçulas. O senhor Chap tinha uma esposa, mas ela morreu.

Dante compreendeu, e se perguntou sobre como seria a aparência dos filhos do seu patrão, ou se teria que ajudar, ou cuidar dessas crianças algum dia.

E com essa dúvida e curiosidade sanada, continuou o longo dia de trabalho daqueles três.

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