Capítulo 166 – Sinais rúnicos

Quando Abel olhou para as estatísticas do feitiço, entendeu o porquê: basicamente, nenhum mago gostaria de aprendê-lo, já que só acelerava a recuperação de mana em 18% após ser aprendido. 

No entanto, o que era estranho é que esse feitiço era passivo. Ele continuava a acelerar a taxa de recuperação de mana em segundo plano, desde que seu reservatório de mana não estivesse totalmente preenchido. 

Foi por isso que, enquanto Abel usava sua mana para testar seus outros feitiços, sua habilidade com esse feitiço também aumentava.

Se Abel tivesse a oportunidade de conversar com um mago especializado no feitiço ‘calor’, ele teria percebido algo que os magos normais não aprendem. Enquanto a matriz desse feitiço também surgia em sua mente, para um mago comum liberar seu poder, bastava conectá-lo ao seu poder espiritual. 

No entanto, Abel podia desencadear o feitiço ‘calor’ de maneira diferente. O processo de liberação do feitiço foi integrado à árvore de habilidades em seu Cubo Horádrico; assim que sua mana começava a diminuir, a árvore de habilidades liberava automaticamente o feitiço calor para acelerar sua recuperação de mana.

Embora ganhar três novos feitiços fosse uma conquista positiva, Abel sentiu um peso ao olhar para a quantidade de experiência necessária para dominá-los. 

A lista extensa de feitiços que ele precisava classificar fez seu cérebro doer. Como conseguiria mana suficiente para dominar todos eles? Além do feitiço calor, os outros quatro feitiços exigiam tempo e dedicação para a prática. 

Abel já havia decidido usar a recuperação passiva de mana para praticar automaticamente o feitiço armadura congelada durante o dia. Quanto aos três feitiços de ataque, só poderia praticá-los no acampamento Ladino.

Quando Abel pensou na prática automática da Armadura Congelada, ele novamente se lembrou da pequena alma fraca. Ele sintonizou sua percepção na pequena alma. A esfera cinzenta da pequena alma mal havia crescido. 

Sua inteligência tinha aumentado apenas um pouco, e seu controle espiritual também era limitado, ainda não sendo suficientemente desenvolvido para lidar com ideias ligeiramente complexas. Seu poder espiritual era apenas 10% do de uma pessoa normal.

Havia apenas uma utilidade temporária para essa pequena alma: usá-la para definir um cronômetro para praticar feitiços automáticos. Mesmo depois de Abel ter bebido duas garrafas de poções da alma, ainda não era o suficiente. Ao vasculhar a guilda dos ferreiros, percebeu que não havia muito minério de ferro. 

Se quisesse fabricar mais espadas grandes explosivas, precisaria ter mais minério de ferro. Sem o poder de fogo das espadas grandes explosivas, Abel não estava confiante em sua capacidade de enfrentar todas aquelas criaturas infernais no Deserto de Sangue. Além disso, havia novos feitiços que precisava praticar, então decidiu dedicar seus próximos dias a isso.

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No dia seguinte, no 11º andar da torre Morton, Abel sentou-se respeitosamente na cadeira de baixo em frente ao Mago Morton, ouvindo-o explicar seu conhecimento sobre sinais rúnicos.

“Embora as runas tenham sido transmitidas pelos anões, foram os humanos que as adotaram amplamente e se destacaram como pioneiros na sua aplicação. 

Em outros lugares, especificamente em outros reinos, foram os magos que começaram a gravar runas nos núcleos de cristal, o que resolveu com sucesso a desvantagem de precisar de pedras e armas mágicas para liberar seu poder.”

Abel não entendia muito bem; desenhar uma runa em uma arma e usar uma gema mágica como fonte de energia parecia uma ótima ideia. Como isso poderia ser uma desvantagem? Abel perguntou, desconfiado:

“Professor, como o equipamento mágico pode ser uma desvantagem?” O Mago Morton tomou um gole do vinho especial que Abel havia providenciado, saboreando cada nuance do sabor, e então começou a explicar.

“Primeiro, o equipamento mágico precisa de um ferreiro, e esse ferreiro deve ter um poder espiritual extremamente forte. Isso, por si só, está além da capacidade da maioria dos humanos. Até mesmo os anões têm poucos ferreiros capazes de fabricar armas mágicas”

Até este ponto, um sorriso emergiu do rosto do Mago Morton olhando para Abel e disse.

“Camille me disse, eu nunca poderia imaginar que você é um dos poucos humanos capazes de forjar armas mágicas. No entanto, você pode fazer armas mágicas suficientes para apoiar toda a raça humana?”

Abel balançou a cabeça, sentindo-se um pouco envergonhado. Por mais forte que seu corpo fosse ou quão alto fosse seu poder espiritual, ele não poderia passar o dia inteiro forjando armas mágicas. Mesmo assim, não conseguiria forjar armas suficientes para toda a raça humana.

“Seu status como mestre ferreiro é muito honroso; você precisa fazer bom uso dele. Você pode ter acesso a muitas heranças dos anões, algo que a maioria dos magos nunca poderia conseguir,” exclamou o Mago Morton..

“Professor, um mestre ferreiro pode aprender com os anões?” Abel perguntou com entusiasmo. Apenas seguindo o guia de forjamento de armas mágicas dos anões, ele já havia dominado as técnicas para forjar quatro tipos diferentes de armas mágicas, além de fortalecer seu conhecimento básico em runas. 

Isso o capacitou a modificar os símbolos rúnicos e aplicá-los em suas próprias criações mágicas. Se ele tivesse a oportunidade de aprender diretamente com os anões, suas habilidades de forjamento com certeza melhorariam significativamente

“Sim, no entanto, a percepção de tempo dos anões é diferente da dos humanos. Eles vivem muito tempo, então ninguém sabe quando será a próxima vez que eles convidarão um mestre ferreiro para estudar com eles.”

Vendo o rosto desapontado de Abel, o Mago Morton começou a dizer:

“As armas mágicas não significam muito para os magos, de qualquer forma. Você espera que um mago vá para a batalha com um cajado mágico em uma mão e uma arma mágica na outra?”

Até esse ponto, o Mago Morton não pôde deixar de rir alto. Devido ao dano que a manipulação de mana causa ao corpo de um mago, eles só conseguem usar drogas para ajudá-los a manter suas constituições em um nível humano normal. 

Uma arma mágica seria muito pesada para eles. Mesmo que um mestre ferreiro conseguisse criar uma arma mágica extremamente leve, os magos ainda seriam melhores em realizar ataques de longa distância. 

Como eles poderiam correr em direção a um Cavaleiro segurando uma arma mágica e tentar derrubá-lo?

Ao ouvir essas palavras do Mago Morton, Abel não pôde deixar de lembrar de seu estilo de batalha no acampamento ladino. 

No entanto, não podia ousar mencioná-lo. Não importa o quê, não poderia revelar seu Qi dourado de combate para ninguém; era uma questão de vida ou morte para ele, e não conseguia explicar claramente de qualquer maneira. 

Além disso, seu Qi dourado de combate estava intimamente ligado ao segredo de seu cubo horádrico.

“Mais importante, os sinais rúnicos podem ser desencadeados e direcionados através do poder espiritual, enquanto as armas mágicas só podem liberar seu poder através de golpes”, disse o Mago Morton.

Se Abel fosse um mago de corpo fraco, também escolheria os símbolos rúnicos como forma de defesa ou ataque, pois poderia direcioná-los para qualquer lugar com seu poder espiritual, sem precisar fazer nenhum contato físico com seus inimigos. Abel concordou totalmente com o Mago Morton depois de tentar ver as coisas de outra perspectiva.

“Você já tem experiência em gravar runas em armas mágicas, então gravar runas em sinais rúnicos deve ser fácil. Afinal, eles são do mesmo sistema rúnico antigo”, disse o Mago Morton.

Enquanto o Mago Morton falava, ele tirou uma faca de entalhe e um núcleo de cristal quadrado já formado da bolsa espacial em sua cintura, e então começou a dizer:

“Agora vou demonstrar como fazer um ataque básico usando o sinal rúnico Lar de fogo.”

Abel conhecia bem a habilidade da runa Lar. Ela podia aumentar o dano de fogo em 5 a 30 pontos e aumentar a defesa contra fogo em 30%.