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Capítulo 220 – Troca

Um dia depois, os dois anões montados nas águias douradas deram várias voltas para descansar e beber um pouco de rum. Depois que Nuvem Branca sobrevoou a Cordilheira Divisória e entrou na Floresta da Lua Dupla, vários anões discutiram onde pousar para caçar algumas presas e descansar. 

O local escolhido para o descanso temporário era esplêndido: de um lado, picos de montanhas cobertos por uma camada de neve branca se erguiam como ondas do mar, enquanto do outro lado se estendia uma floresta exuberante e densa ao lado de um riacho.

Os irmãos Borton e as águias douradas assumiram a missão de caça. Era um desperdício deixar os comandantes e as águias douradas caçarem sozinhos.

Em pouco tempo, três veados, duas ovelhas e um bisão foram capturados. 

Os anões acenderam uma fogueira, e Abel mais uma vez distribuiu uma garrafa de vinho para cada pessoa, o que animou muitos a exibir suas habilidades culinárias ao assar diferentes tipos de carne.

 Abel ainda não sentia fome naquele momento e não comeu a carne assada, preferindo dá-la ao Vento Negro. Parecia que o efeito da poção nutritiva que havia tomado ainda estava fazendo efeito.

Loraine estava sentada ao lado de Abel. Ela raramente comia carne, a menos que fosse insossa; churrasco era algo impossível de comer para ela.

“Loraine, beba isso!” Abel tirou um frasco de uma poção nutritiva de sua bolsa e entregou para Loraine.

“Abel, isso é uma poção nutritiva? A cor parece estranha.” Loraine notou que a poção não tinha a coloração esperada.

“Esta é a primeira poção que fiz depois que aprendi alquimia com você. Fiz tudo sozinho!” Abel sorriu, explicando que usou as habilidades do cubo Horádrico para sintetizá-la. 

Embora ele tenha aprendido a receita básica de alquimia, seu talento natural como mago de terceiro nível contribuiu para sua rápida aprendizagem. Loraine também tinha compartilhado seu conhecimento básico sobre alquimia com ele.

Abel e Loraine conversavam em voz baixa, mas as costas de Nuvem Branca eram tão pequenas que outros anões podiam ouvir a conversa. Os irmãos Borton não sabiam muito sobre alquimia, mas os magos Kipling e Aitken, ambos magos anões, estavam bem informados sobre o assunto.

“Mestre Abel, você é um mago de terceiro nível?” perguntou o Mago Aitken a Abel.

“Sim, sou um mago de terceiro nível,” respondeu Abel.

“Mago Aitken, você está querendo dizer que a receita do mago e a receita do alquimista têm apenas uma chance em dez de coexistirem? O que aconteceria se não coexistissem?” perguntou Abel. Ele e Loraine trocaram olhares, sem saber disso.

“Você realmente não sabe disso? Se a receita do mago e a receita do alquimista não puderem coexistir, elas entrarão em conflito uma com a outra. Nesse caso, a receita do mago seria destruída e a alma poderia ser danificada!” explicou o Mago Aitken, olhando surpreso para Abel, que não entendia bem o assunto.

Quando Abel ouviu isso, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Sem o conhecimento adequado, poderia ter sido fatal. O Mago Morton não lhe ensinou alquimia, então esse assunto nunca foi discutido entre eles. Parecia que Abel não encontrou dificuldades em elaborar a receita básica de alquimia naquele dia; ele simplesmente a completou passo a passo sem problemas, e tudo correu bem. 

Qual seria o motivo? Abel refletiu sobre a poção de aprimoramento da alma, uma mistura feita a partir das almas de criaturas infernais e sintetizada pelo seu cubo Horádrico. 

Após tomá-la por algum tempo, sua alma principal parecia não ser afetada, mas as almas mais fracas começaram a demonstrar pensamentos simples, sugerindo que a poção era benéfica para a alma. Talvez tenha sido essa poção que o ajudou a superar o desafiador processo de desenhar a receita de alquimia.

Mas algo não estava certo. Abel pensou nos alquimistas que vendem poções no Mercado dos Magos na cidade Caral. Como eles conseguem fazer com que suas receitas coexistam?

“Mago Aitken, eu vi alguns magos que dominam a alquimia. Como eles lidaram com a coexistência de receitas de magos e receitas de alquimistas?” Abel perguntou, confuso.

“Os magos humanos devem ser tratados da mesma forma que nossos magos anões. Eles encontram um aprendiz com talento de mago e começam a desenhar receitas de alquimista ao mesmo tempo. 

Desta forma, mesmo que falhem, simplesmente perderiam suas chances de se tornar um alquimista. Contanto que treinem por um tempo, podem redesenhar a receita do mago para se tornarem aprendizes de mago de primeiro nível,” explicou o Mago Aitken com um sorriso.

“Obrigado por explicar, Mago Aitken!” Abel fez uma reverência em agradecimento.

Os anões que haviam acabado de receber o vinho de Abel apreciaram muito o presente do renomado mestre ferreiro. O Mago Aitken respondeu pacientemente a todas as perguntas de Abel. Já estava escuro quando Bernie se aproximou de Abel, sentando-se ao seu lado com um copo de rum na mão.

“Mestre Abel, como posso beber outro vinho depois de provar seu rum!” Bernie exclamou.

Abel olhou para Bernie. Bernie estava ali para desfrutar do rum. Embora ainda houvesse muito rum, aquele específico era um presente para o professor de Abel, Mestre Bentham. Segundo os planos, dos três barris de rum, apenas um terço foi reservado para Abel e seus amigos.

Vendo que Abel não respondeu, Bernie então disse. 

“Mestre Abel, me venda dez garrafas. Eu quero levar para o meu pai!” Bernie pegou um grande saco de minério negro e entregou a Abel, sorriu e disse.

“Eu lhe dou isso como uma troca!” Abel pegou o minério preto e o examinou. “Isso é essência de ferro!” Ele reconheceu imediatamente o minério em sua mão. Embora nunca tivesse visto tal minério antes, Abel o forjou repetidamente, refinando-o mais de cento e trinta vezes. 

O processo de forja visava extrair a essência do ferro, que representava a forma mais pura e refinada do minério.

Esse tipo de essência de ferro era raro na natureza, e a maioria dos ferreiros nunca teria a chance de trabalhar com ela. Mesmo um mestre ferreiro como Abel tinha apenas ouvido falar dela através do Mestre Bentham.

“Bernie, se você trocar a essência de ferro comigo, temo que não valha a pena!” Abel disse para Bernie com um sorriso enquanto segurava a essência de ferro em sua mão. 

Neste momento, Abel começou a perceber que a posição de Bernie na sociedade anã era muito mais nobre do que ele havia pensado anteriormente. Além de quão difícil seria obter um pedaço de essência de ferro e transportá-lo sem o equipamento apropriado, era um gesto significativo vindo de Bernie.

“Mestre Abel, você está enganado. Você não mencionou se valia a pena ou não quando me deu o rum de graça!” Bernie riu, observando Abel admirar a essência de ferro. 

Abel cuidadosamente guardou o minério em sua bolsa espacial. Ele sabia que poderia utilizá-lo para forjar uma arma superior quando tivesse tempo. Dada a quantidade de essência de ferro disponível, seria suficiente para forja uma grande espada.

“Retirando mais uma vez dez garrafas de rum de sua bolsa espacial, Bernie não não escondeu nada e colocou todos estes vinhos no equipamento que tinha nos braços.”

“Ah, lembrei-me do motivo pelo qual vim aqui!” Bernie, depois de recolher o rum, estava prestes a sair quando de repente bateu na própria testa. Abel olhou para Bernie em silêncio. Após uma longa conversa e um acordo feito entre eles, que não era exatamente um negócio, Bernie recordou o motivo no momento em que estava prestes a partir.”

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