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No primeiro andar da Torre Mágica de Morton, um comandante vestido com uma armadura negra completa estava seriamente tentando confirmar a identidade do Mago Morton. 

“Você é o Mago Morton?”

O mago não hesitou e apresentou seu distintivo. Esse era o procedimento padrão para uma entrega. 

Nos velhos tempos, ele também fez parte de um esquadrão de aventureiros, então estava bem familiarizado com os trâmites.

Aquele pequeno esquadrão parecia imponente. Era composto por dois magos oficiais, três comandantes e sete cavaleiros intermediários. Que tesouro eles poderiam estar entregando?

Inicialmente, acreditou que a entrega fosse de Abel, mas a presença de um esquadrão tão poderoso fez com que ele começasse a duvidar.

“Quem é o remetente?” perguntou ele ao comandante da armadura negra.

“O remetente é anônimo. Não sabemos quem é, mas não é alguém do mundo humano. Isso é tudo o que posso lhe dizer,” disse o comandante de armadura preta, ao devolver o distintivo ao Mago Morton.

Morton ergueu as sobrancelhas, intrigado. 

Alguém que não é do mundo humano? Quem poderia ser?

“Esta é a entrega. Por favor, verifique o conteúdo e, se estiver tudo em ordem, assine aqui!” disse o comandante, entregando uma caixa selada ao mago.

Assim que Morton segurou a caixa, sentiu uma leve onda de mana. Ela estava protegida por um pequeno círculo mágico, que deixaria uma marca assim que fosse aberta. Ele a examinou e acenou com a cabeça. 

“Não há problema!”

Após a partida do esquadrão através do círculo de teletransporte, o Mago Morton levou a caixa de volta ao 11º andar da torre.

A caixa em si já era um artefato mágico valioso, algo raramente visto no mundo humano. Ao examiná-la mais de perto, Morton reconheceu o estilo refinado dos elfos.

Havia duas formas de abri-la: usar força bruta para abri-la ou aplicar o poder espiritual para desbloqueá-la com precisão

Como um mago intermediário, ele jamais recorreria à força bruta. Na verdade, nenhum mago faria isso. Assim, ele começou a examinar a caixa com seu poder espiritual. Identificando o ponto onde a maior concentração de mana se encontrava, ele habilmente utilizou seu poder para desativar o círculo mágico. Quando o encantamento desapareceu, Morton sentiu uma leve satisfação.

Com cuidado, o Mago Morton abriu a caixa. Dentro, encontrou uma poção, envolvida em materiais macios para protegê-la. Ele a retirou com cautela.

A poção era uma rara Poção de Cura Dourada. Ele sabia disso porque o nome estava gravado no frasco, na língua humana, o Mago Morton reconheceu imediatamente a caligrafia de Abel.

Embora Abel tivesse solicitado à União dos Alquimistas que fizesse a entrega, ele optou por correr o risco de enviar uma Poção de Cura Dourada, uma poção extremamente valiosa. 

Se alguém descobrisse a poção durante o transporte, no máximo surgiriam rumores de que o Mestre Bennett possuía a habilidade de produzir um elixir raro.

Havia a possibilidade de que essas poções tivessem efeitos especiais, o que facilitaria criar uma desculpa caso fossem descobertas. No entanto, as poções de ouro escuro eram uma história à parte. Elas estavam muito além de qualquer coisa que Abel pudesse compreender.

O Mago Morton olhou para a poção em suas mãos, sentindo-se profundamente comovido. Mesmo estando em fuga, seu discípulo ainda se preocupava com ele, fazendo questão de enviar uma poção de cura tão rara e valiosa. 

Essas poções eram escassas no mundo humano, já que a maioria dos ingredientes necessários para produzi-las crescia apenas na Floresta da Lua Dupla. Para os humanos, entrar nessa floresta significava atravessar o perigoso território dos anões.

Somente aqueles que não valorizam suas próprias vidas arriscariam entrar na Floresta Lua Dupla, o que explica a escassez de poções de alto nível no mundo humano.

No entanto, o Mago Morton, em sua reflexão excessiva, subestimou a generosidade de Abel. Ele abriu a tampa da poção de cura e a derramou em sua boca.

Assim que a poção entrou em seu corpo, uma sensação revigorante o envolveu, como se estivesse imerso em uma fonte termal. Cada célula pulsava de alegria, iniciando um processo de cura visível para suas feridas.

Não apenas as lesões resultantes da recente batalha contra magos de elite começaram a cicatrizar, mas também aquelas que pareciam irreparáveis há muito tempo começaram a se curar. À medida que o tempo passava, seu corpo se recuperava gradualmente, revitalizando-se a cada instante.

O Mago Morton sempre acreditou ter uma boa percepção do tempo, mas, naquele momento, essa noção parecia se esvair. 

Após uma hora, ou talvez mais, ele teve a impressão de estar completamente recuperado. 

“Recuperado” talvez não fosse a palavra mais precisa; era como se seu corpo tivesse retornado ao estado que apresentava há cinquenta anos. Todas as cicatrizes antigas e lesões ocultas haviam desaparecido por completo.

O Mago Morton entendeu por que Abel havia enviado um esquadrão de aventureiros para entregar uma caixa com uma única poção. Se ele tivesse que entregar uma poção dessa, talvez até adicionasse mais defesas.

Na verdade, Morton havia interpretado mal as intenções de Abel. O alquimista elfo queria manter a entrega em segredo, mas como uma missão desse porte poderia passar despercebida, dado o seu status? 

Assim que concluiu o pedido, fez tudo para garantir que a poção chegasse ao Mago Morton o mais rápido possível.

Com a fortuna de Abel, não era de se admirar que o melhor esquadrão de aventureiros da Cidade Guardiã da Lua tivesse sido encarregado de fazer a entrega.

De repente, uma expressão de surpresa tomou conta de Morton. Ele sentiu uma mensagem clara do seu corpo: 

“Concluído!” Tinha alcançado o nível 11 como mago.

Logo em seguida, sua voz ecoou pela torre, cheia de empolgação: 

“Vou ativar o círculo de defesa até subir de nível com sucesso!”

Ao ouvir a voz do Mago, Camille, do terceiro andar, e Carlos, do quarto andar, correram rapidamente para fora, pegando seus cartões de identidade. Além dos dois discípulos que estavam trancados, apenas o Mago Morton permaneceu na torre mágica.

A mana fluiu em direção ao 11º andar. Depois disso, nenhuma partícula de mana escapou da torre mágica. Naquele momento, os magos de baixo escalão do lado de fora sentiram que algo estava errado ao perceberem que toda a mana havia desaparecido.

Camille e Carlos trocaram olhares de alegria e emoção do lado de fora da torre mágica. Eles também se importavam muito com seu professor, mas, como não podiam fazer nada a respeito, só lhes restava continuar treinando com dedicação.

Embora estivessem surpresos com a notícia repentina de que seu professor havia subido de nível, isso não era impossível, já que ele estava preso no nível 11 por um bom tempo. No entanto, eles sabiam que essa oportunidade era rara.

Quando o sol escaldante do meio-dia brilhou sobre a Torre Mágica de Morton, uma aura incomum tomou conta da torre e se espalhou para o lado de fora, fazendo Carlos e Camille saltarem de alegria.

Não apenas eles, mas a feiticeira Yveline também sentiu a ascensão de nível de sua torre mágica. 

Quando chegou em frente a Torre Mágica de Morton, pôde ver o enorme corpo do Mago Morton em pé.

A feiticeira Yveline perguntou gentilmente.

“Murphy, é o Morton?” ela já sabia a resposta em seu coração. Apenas uma pessoa poderia emitir uma aura de poder tão intensa: o Mago de Nível 11, Morton.

Ela ficou surpresa ao presenciar algo tão extraordinário. Morton, que parecia estar condenado a nunca mais progredir, só esperava pela morte, assim como Yveline. Contudo, de alguma forma, ele conseguiu subir de nível antes que seu fim chegasse. 

Agora, Morton ganhou mais dez anos de vida. Com esse tempo extra, ele poderia aprimorar ainda mais seu treinamento, talvez até alcançar um feito milagroso.

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