Nós primórdios da criação, a partir do nada surgiu seres com consciência e que se mostravam ser perfeitos em todos os aspectos, criaturas do caos, a qual não tinham propósito definido ainda, ou melhor dizendo “deuses”.
Esses seres, devido ao eterno tédio que os afligia, começaram a desenvolver dúvidas e curiosidades. Utilizando seus poderes divinos, passaram a criar planetas, seres vivos e tudo o que envolve este mundo. No entanto, essa é apenas a história conhecida pelas pessoas, mas a verdade é um pouco diferente…
Vivemos em uma época em que a força é valorizada, embora não exista mais o conceito de ser o ‘mais forte’. Nossa sociedade é marcada pela desigualdade, em que aqueles que governam consideram as pessoas das classes mais baixas como lixo, destinadas a sofrer e servir a eles nesse mundo miserável.
Eu sou um garoto pobre comum, não há muito o que falar, nasci de uma mãe que trabalhava em um bordel, uma prostituta, e um pai traficante que sumiu no mundo após saber que eu iria nascer.
Vivi uma vida cheia de problemas a qual parecia que o azar me acompanhava, mesmo assim nunca me deixei levar por isso. Minha mãe tinha uma colega que assumiu a responsabilidade para cuidar de mim sem nem mesmo dever a isso.
Diferente de minha mãe que mal ligava para mim, a amiga dela que eu a chamo de tia sempre cuidou de mim e me ajudou, comprava até mesmo livros para mim, mesmo sem ter muitas condições. Sempre se mostrou ser alguém inteligente e me ensinou muitas coisas que me fazem questionar como a mesma chegou nessa vida, nunca falou sobre e eu nunca perguntei de fato.
Minha infância foi bem difícil, inúmeros machucados feitos com o tempo e algumas cicatrizes, sofri um pouco de bullying, mas como eu sou pobre não tinha muita escolha a não ser conviver com isso.
Com o tempo acostumei com esse cenário da minha vida, não procurei melhorar as coisas, me fechei e amadureci mais rápido também…
Ah? Você quer saber sobre meu pai? Bom, eu não sei muita coisa além das poucas coisas que minha mãe disse. Era um homem alto, de cabelos curtos e castanhos, olhos da mesma cor. Ele tinha um bom porte físico por conta de ser algum tipo saqueador ou bandido.
Minha mãe era uma mulher bonita, de olhos azuis que brilhavam como o céu, e cabelos que lembravam fios de ouro. Minha tia me dizia que antes do meu pai aparecer ela era elegante e gentil, sempre se vestia com cores claras e usava um colar de pérolas que era sua marca registrada o que não condizia com esse local de morada.
Já minha tia, tem lindos cabelos cor de prata, que contrastam com sua pele morena e seus olhos castanhos. Ela é muito bonita assim como minha mãe, tendo uma aura esbanjadora de conhecimento. Tudo que ela já me contou sobre seu passado é sobre ter sido uma maga ou exploradora, não lembro ao certo.
Hoje, aos meus 13 anos, minha mãe faleceu devido a uma overdose. Surpreendentemente, não senti nada além de uma leve lágrima escapando de um dos meus olhos. Talvez as experiências que vivi ao longo da minha vida tenha me fortalecido mentalmente, tornando-me mais maduro do que as outras crianças ou apenas pelo fato dela não ter cuidado apropriadamente de mim, tenha feito não desenvolver meus sentimentos corretamente.
Após esse acontecimento, minha tia decidiu ser hora de recomeçarmos em outro lugar é me revelou haver guardado economias ao longo dos anos para essa mudança de vida. Assim fomos para um lugar mais tranquilo, uma casa simples de madeira próximo a um pequeno conjunto de montes não tão perto nem tão longe da cidade. É aqui que minha nova jornada começa, acreditando que aventuras estão por vir e felizmente dizendo: ‘Dias melhores virão!’