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— Que vergonha! — exclamou Taiju, franzindo profundamente as sobrancelhas.

‘Tch! Esse moleque não dizia sempre que era melhor do que a inútil?’

Sua irritação vinha crescendo desde a vergonha que Komori-Uta passou durante a primeira fase, agora Arai seguiu a mesma linha, tornando Ame e Kaen seus ‘melhores’ estudantes por agora.

‘E tudo que ela fez foi lutar em grupo contra o discípulo daquela sanguinária’

As vitórias consecutivas de Kaen foram esquecidas após a derrota de Arai.

‘Não deveria ser tão difícil ganhar daqueles dois. Aquele projeto de dragão conseguiu’

— Não precisa se preocupar, diretor. O jovem Arai apenas foi pego de surpresa, em uma próxima luta ele com certeza irá vencer esses pirralhos sujos.

Roupas formais limpas beirando a perfeição, penteado bem feito e uma face que expressava o sentimento de injustiça com a situação de seu aluno. Estas foram as características mais proeminentes que Taiju encontrou no falante.

‘Se eles apenas não fossem grandes beneficiários da escola…’

Sua predisposição a priorizar alunos da nobreza não foi por nada. O homem aprendeu com o diretor anterior que, embora irritantes, era esse tipo de pateta que mantinha a escola de pé.

O dinheiro e prestígio entregues por eles incentivaram muitos outros a se inscreverem na escola. Tudo que Taiju deveria fazer era apenas filtrar aqueles realmente dignos de representá-los.

‘E aparentemente eu escolhi o filho errado da família Kaze’

— Uma vergonha é uma vergonha. Em desvantagem ou não, sua fuga manchou nossa reputação.

— Ele ainda está no torneio, então isso poderia ser resolvido facilmente com uma virada de jogo. Os plebeus gostam de cavalos negros certo? — Olhando ao redor, o nobre insinuou algo que fez seus iguais concordarem um a um.

— Que você esteja certo.

‘De onde Shirou tirou esses monstros? O pirralho insolente e a garota de cabelos roxos já seriam irritantes o suficiente, e agora ele me vem com isso?’  

O silêncio do diretor trouxe alívio aos demais presentes. Todos ouviram rumores sobre seus tempos de juventude e alguns mesmo estavam presentes durante a luta acontecida no banquete.

Eles compartilhavam o sentimento de Taiju sobre a batalha de Arai, porém preferiram confiar em uma virada do jovem antes de começarem a apontar dedos aqui. 

‘A vida deste rapaz não vai ser fácil depois disso…’

Olhando para o loiro sendo mostrado na tela central, o homem suspirou. Como nobre, ele achava desprezível alvejar qualquer plebeu por este tipo de derrota mas, dada a liderança um tanto… Parcial quando Arai estava envolvido, eles com certeza fariam algo contra Seiji se a oportunidade surgisse.

‘Bem, não é como se fosse da minha conta’

༺═──────────────═༻

O som de passos e respiração pesada dominaram o corredor do labirinto, enquanto a figura encapuzada corria desesperadamente pelo corredor.

Mari embainhou sua espada, correndo o mais rápido possível atrás do fugitivo. Porém, no meio do caminho, ela torceu seu corpo estranhamente para desviar de algo invisível.

— Pare de correr e me enfrente covarde! — A espadachim perdeu boa parte de sua velocidade com isso, levando ela a gritar para tentar provocar a figura.

‘Uma hora ele vai cansar’

Foi o pensamento imediato da jovem, no entanto, se a espadachim confiasse apenas nisso sabe-se lá quando ambas, [Energia espiritual] e fôlego dele acabariam.

A garota começou a se mover em ziguezague, mas isso não impediu os projéteis invisíveis de atrapalharem seu caminho, mantendo ela longe de sua presa.

Logo atrás dela, Kaen se aproximou rapidamente, mudando levemente a direção de sua corrida mesmo que não estivesse sendo alvejado pela figura.

‘Tch! Quão persistentes!

A figura franziu por baixo do capuz. Seus poderes eram simples, e ele tinha certeza de que qualquer um com um neurônio funcionando já teria percebido como funciona.

Por este motivo, o jovem não hesitou em abandonar o gigante assim que o mesmo caiu, sabendo que seria o próximo alvo deles.

Covarde ou não, ele ainda garantiria a passagem da sua academia para a próxima fase.

Se aproximando de uma encruzilhada, ele apontou os braços para o chão e, logo o mesmo explodiu, levantando uma cortina de poeira atrás de si.

Com uma breve olhada para trás ele descobriu que Mari ainda estava lhe seguindo e, agora, um novo perseguidor se juntou.

‘Aquele gigante de merda não serviu nem para ganhar tempo’

Eles não iriam desistir dele tão cedo e ele sabia disso, então o jovem escaneou os arredores, buscando uma forma de escapar.

‘Vai ser difícil, a não ser… Que eu não precise escapar’

Com um novo plano em mente, novos disparos foram feitos. Desta vez, atingindo uma área maior, cobrindo completamente seu corpo.

A nova cortina de poeira não abalou Mari nem um pouco, a espadachim permaneceu correndo o mais rápido possível para alcançar sua presa.

Assim que ela se aproximou, uma mão surgiu da poeira, apontando exatamente onde seu queixo estava.

‘Mas que…’

Bang!

Sua cabeça foi empurrada bruscamente para trás pelo impacto e, além da forte dor em seu crânio, o choque deixou ela bastante indefesa por alguns longos segundos.

— Urgh! 

O segundo catapultou o corpo dela para a direção oposta da qual queria. Somando isso ao abalo anterior, Mari perdeu completamente o apoio, rolando pelo chão até ultrapassar Kaen.

Ignorando a queda de sua parceira, o lutador apenas calculou o momento certo para desembainhar a espada da garota. 

Mesmo com a arma da jovem em mãos, o ritmo de sua corrida não diminuiu e, graças ao sacrifício da espadachim, sua aproximação foi mais tranquila.

‘Merda, o segundo!’

Seus olhos se arregalaram enquanto ele disparava diretamente contra Kaen. No desespero, a figura havia esquecido de que a cortina de poeira era sua maior vantagem.

Um passo. Com metade da distância entre o lutador e seu inimigo, o lutador dobrou seu corpo, evitando outra vez um ataque invisível.

Desde o início da batalha os ataques da figura foram todos lineares, então houve menos previsão e mais atenção nos movimentos do oponente.

No segundo e terceiro passos, ele posicionou a espada em sua frente enquanto fazia um X com os braços, tensionando o corpo para aceitar o impacto.

A velocidade da corrida de Kaen diminuiu levemente, mas não o suficiente para impedi-lo completamente.

Ao chegar no nono passo, o lutador atirou a espada em suas mãos na direção do inimigo, dando um último impulso para alcançá-lo.

Houve um som estridente logo após, porém o jovem ignorou, acreditando ser o encontro entre a arma e os projéteis da figura.

Sentindo o nariz da figura se quebrar sob seu punho não foi o suficiente e, enquanto sua presa deu vários passos atrás desnorteada, ele se preparou para avançar.

Kaen recuou de repente, vendo uma lâmina atravessar o caminho entre si e a figura, cravando na parede à direita.

Voltando seus olhos novamente para sua presa, ele a viu segurando o próprio pescoço com força, com sangue escorrendo pelos seus dedos.

O corpo do oponente logo despencou, sendo enviado diretamente para a sala de espera.

— Bem, se não é meu colega silencioso — A voz de Arai soou do lado esquerdo, e o nobre caminhou frente a parede que ainda estava se movendo.

— Você não sabe o quão feliz estou por encontrá-lo.Tem algo que eu preciso de sua ajuda com… — Nunca foi um pedido, ele estava dando uma ordem a Kaen — Vamos caçar aquele loiro de merda da Shoutai.

O lutador não respondeu, mas seu corpo abandonou a posição de luta, parecendo mais relaxado.

— Seiji! — gritou Mari, enquanto limpava o sangue em sua testa. 

O grito não foi pelas palavras de Arai, e sim porque o vaga-lume acabara de surgir no corredor, acompanhado de duas garotas.

Os olhos do nobre brilharam ao ver a dupla, começando a caminhar imediatamente até eles.

No entanto, ele recebeu um golpe súbito no rosto, o fazendo tropeçar alguns passos ao lado.

— Mais, o que você tá fazendo!? — O garoto percebeu seu erro logo após perguntar, seria difícil conseguir uma resposta de Kaen.

— Isso foi por tomar a minha presa — Mantendo um tom tão indiferente quanto a sua expressão, o lutador continuou — Mas você está com sorte hoje. Tem algo que quero testar.

Caminhando tranquilamente, Kaen retirou a espada de Mari do chão e, chegando a uma distância boa o suficiente, ele atirou a arma de volta para a garota. 

Pegando a espada por instinto, a espadachim olhou surpresa para sua dupla, quem já estava em posição de luta. 

— Ainda consegue lutar? — A jovem perguntou rapidamente.

— Parece que eu consigo lutar? — Havia uma marca bem óbvia de punho no peito do vaga-lume, além de sua espada estar repleta de rachaduras.

— Definitivamente não. Mas não temos escolha.

Mari olhou para Kaen, que estava esperando pacientemente eles tomarem a iniciativa e então para Arai, quem acabara de recuperar sua foice da parede.

‘Parece o completo oposto de como ele agiu desde quando nos encontramos… Estranho’

— Podemos contar com algum apoio delas? — Ela estava se referindo às duas garotas que vieram com Seiji, as quais não pareciam estar com pressa para lutar.

— Não. Mas também não acredito que elas vão nos apunhalar pelas costas.

‘Elas tiveram chances o suficiente para fazer isso comigo estando ferido assim’

— Estamos meio ferrados, né?

— Talvez…

O braço direito de Mari ainda não estava recuperado o suficiente para usar aquele movimento, e Seiji tinha suas reservas de [Energia espiritual] extremamente baixas. 

‘Cara… O que eu não daria para ter a regeneração de Silver’

A dupla pensou simultaneamente. Mas não tiveram muito tempo para fantasiar com isso.

— Direita — O vaga-lume disse.

— Esquerda — A espadachim replicou.

Simples assim, eles dividiram seus alvos.

— O loiro é meu — Arai ultrapassou Kaen sem esperar uma resposta — E não pense que esqueci daquele soco.

Logo, ele iniciou uma corrida acelerada na direção de Seiji, quem espelhou o movimento.

— Sentiu saudades de mim?! — Um sorriso se espalhou em seu rosto, já sentindo o gosto de sua vingança.

— Nem um pouco! 

Kaen e Mari também seguiram a deixa, avançando um contra o outro no mais puro silêncio que a espadachim já fez.

— Hmm… Qual deles nós deveríamos atacar? — Sarah se questionou em voz alta.

‘Tecnicamente estaríamos do lado da Shoutai’

Ela já havia perdido sua dupla então, a escolha óbvia seria apoiar o parceiro de Qin Wuyou. No entanto, elas também poderiam apenas esperar a batalha terminar e eliminar os vencedores.

— Que escolha difícil…

Enquanto sua colega murmurava, Qin Wuyou permaneceu quieta. 

‘Nossas contas já foram pagas, eu não devo nada a ele’

Os dedos da jovem traçaram as agulhas que tinha em mãos, sem realmente se lembrar de quando as retirou.

‘Mas por quê estou sentindo tanta vontade de ajudar?’

Completamente ignorantes sobre o conflito interno da garota, a batalha se iniciou.

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