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Quando acordei no dia seguinte, me estiquei preguiçosamente e desci da minha cama seguindo para a cozinha, onde esperava tomar meu café da manhã.

Ao contrário do que eu queria, o precioso tempo de preguiça desapareceu completamente após algumas palavras da minha mãe.

— Silv, tá esperando o que para se arrumar? Hoje é seu primeiro dia de aula, esqueceu? — Ela disse, dando um olhar que me dizia claramente ‘se apresse’.

Minha reação inicial foi mostrar um olhar de cachorro molhado, tentando convencê-la a me deixar ficar em casa. Infelizmente não deu certo, sua expressão nem mesmo tremeu levemente.

Relutantemente, coloquei meu blazer… Afinal, que tipo merda de jardim de infância faz uma criança vestir um blazer? Essa droga dessa gravata é praticamente impossível de colocar usando essas mãozinhas minhas.

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Desconhecido para ele, seus pais estavam atualmente tirando fotos da sua batalha contra a gravata.

Tecnicamente eles são aqueles que deveriam colocá-la nele, mas como o garoto se adiantou, não fazia mal deixá-lo ser independente certo?

— Como esperado, Silv está tendo problemas com a gravata. Mas ele não fica tão fofo irritado? — Disse a mulher, apontando para as bochechas inchadas de Silver.

Mesmo enquanto aproveitava a cena adorável, ela não se esqueceu de mudar os ângulos das fotos, tirando-as por todos os lados possíveis.

— Sim é verdade. Olha só pra essas mãozinhas desajeitadas dele enquanto tenta amarrar — O pai também contribuiu comentando.

— É mesmo, Yuki vai adorar ver isso! — A mulher disse com grande animação, mas o clima congelou.

— Aquela mulher, huh — Resmungou o homem, tendo uma expressão estranha no rosto.

— Nós já conversamos sobre isso. É Yuki e não ‘aquela mulher’ — Ela replicou e encarou ele com raiva. 

Não houve mais respostas vindas dele, embora as reclamações em sua mente nunca tenham cessado.

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Finalizando minha luta com a gravata, desci e fui até a porta na qual meus pais estavam esperando. Logo entramos no carro, seguindo em direção à escola onde eu ficaria pelos próximos anos.

Chegando lá fomos recebidos por uma mulher, ela tinha cabelos curtos castanhos usando um óculos fundo de garrafa. Ignorando completamente a conversa entre elas, observei os arredores da escola.

Havia um letreiro grande, escrito [Academia Kousai] diretamente na entrada. O caminho até a porta da frente estava coberto de ladrilhos brancos, que eu imaginei serem bastante difíceis de limpar.

Já o prédio era branco com linhas verdes cortando entre eles e causando uma bela mistura com o cenário, sendo cercado por grama e arbustos da mesma cor das linhas.

‘Não parece tão ruim assim’, esse pensamento me ocorreu ao ver essa paisagem. Antes que eu pudesse pensar mais, a mulher virou-se para mim.

— Olá pequeno Silver, eu sou Luísa Maria e serei sua professora pelos próximos anos. Pode me chamar de professora a partir de agora  — Luísa falou gentilmente.

Em seguida ela estendeu a mão, pretendendo me levar como quando se caminha com uma criança. Isso foi uma grande ofensa para mim, afinal, embora estivesse no corpo de uma, mentalmente eu não era.

— Claro, Luísa. — Ignorando sua mão esticada, respondi enfatizando seu nome causando um cômico congelamento facial.

Caminhando em puro silêncio, atravessamos os ladrilhos, chegando numa sala simples e limpa. Havia cadeiras o suficiente para vinte crianças e tinha um layout comum de uma sala de aula. 

Quadro negro único na frente mesas seguindo logo depois. Ignorando todas as outras crianças já presentes, me sentei no último lugar do fundo, ficando próximo a janela que dava visão de toda sala e da paisagem de fora. 

Realmente o lugar perfeito.

Luísa começou sua aula falando para cada criança se apresentar com seus nomes, coisas de que gosta, não gosta e planos futuros. Em seguida, uma após a outra elas começaram a se apresentar, mas não me incomodei em ouvir. 

Pelo menos até escutar um nome familiar.

— Eu sou Fumiko Mari, mas meus amigos me chamam de Mari. Gosto de doces, de esgrima e odeio pessoas que falam que não tenho talento. No futuro, com certeza vou ser uma grande espadachim assim como meu pai! — Uma criança de cabelos curtos e negros se apresentou como a única quem afundou o Silver Crawford original. 

A garota disse sua última frase com tanta convicção, que deixava difícil de imaginar a enorme falta de talento dela. Isso me forçou a conferir uma segunda vez e sim, não havia nada muito especial. Então como exatamente ele veio a se apaixonar por ela?

Mais algumas apresentações seguiram, até minha vez finalmente chegar.

— Eu sou Silver Crawford, e espero que me chamem assim. Meus gostos incluem esgrima, lutar e ganhar. Odeio pessoas estúpidas e fracas, além de pessoas que são arrogantes sem motivo. No futuro, me tornarei o pior pesadelo dos meus inimigos. — Luísa olhou para mim meio assustada. 

Talvez a frase tenha soado um pouco assustadora demais vinda de uma criança?

Bem ao menos fui sincero. Lutar é divertido, não? Além disso, todos gostam da vitória, certo? Sobre os fracos… Já fui uma delas, então acho que tenho o direito de desprezá-las. 

Depois que minha própria fraqueza causou a morte das pessoas importantes para mim, posso possivelmente ter ficado amargo.

Quanto às pessoas arrogantes… Eu simplesmente bato nelas até elas alcançarem certa ‘iluminação’. A última parte foi por causa desse mundo, existem muitas pessoas poderosas, malucas e outros psicopatas mundo afora.

Fora isso, não sou nenhum protagonista que vence tudo com o poder do amor. Portanto, minha fama deve ser tão notória ao ponto de impedir qualquer idiota de me incomodar.

Depois dessa aula completamente entediante o sinal do intervalo tocou, os pirralhos tiraram seus lanches da mochila e então, se reuniram em grupinhos entre si. Sem surpresa alguma eu fiquei sozinho, posso tê-los assustado com minha apresentação ou algo assim. 

Não que eu queira me juntar a esses pivetes, no entanto. Inesperadamente havia outra pessoa sozinha, a futura ‘melhor espadachim’ também estava. 

Ela parecia desesperada quanto ao que fazer, olhando constantemente para os lados onde todos se encontravam rindo e brincando com seus amigos enquanto a mesma estava sozinha.

Em algum momento durante seu desespero, seus olhos se voltaram para mim. Vendo que eu também estava sozinho, um brilho estranho surgiu em suas pupilas, me dando um mal pressentimento sobre meu futuro aqui.

Olá, eu sou o Kail!

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