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— Caramba, a Ordem está ferrada! — comenta Yami, enquanto sai finalmente do banho.

Já vestido com o sobretudo, ele vai até a cozinha com o smartphone na mão. As notícias mais recentes relatam os eventos que estão na boca de todos: a síndrome da escuridão, o assassinato, o terremoto e a destruição em Hiragana.

Yami deixa o smartphone sobre a bancada de mármore, enquanto notificações continuam a aparecer. Ele pega a frigideira, que está lá há dias, e a joga na pia. Em seguida, puxa uma jarra do armário sob a bancada e a enche com água da torneira.

— Calma… — murmura para o smartphone, que continua recebendo mensagens incessantes. Ele então liga o fogão, girando o botão da primeira boca, que acende imediatamente. Yami coloca a jarra sobre o fogão e mergulha dois ovos na água fervente.

— Faz dois dias que não como nada! — exclama ele, frustrado.

— Faz dois dias que nós não comemos nada, você quis dizer! — resmunga Azaael, arranhando suas garras no mármore enquanto se materializa diante dele. Prestes a alcançar o smartphone, ele se contém, ajustando-se lentamente. Com um sorriso maléfico, solta um suspiro de alívio.

— A matéria não está mais em harmonia com a meta-matéria. O desequilíbrio é como se nossos corpos estivessem em colapso! — afirma.

— Talvez seja efeito colateral da bagunça que você causa — responde Yami, enquanto pega uma bebida energética na geladeira, — Bem, parece que você já está se recuperando bem, não é?

— Ah, pode ser…

Então, ele pega seu smartphone e, ao ver a quantidade de notificações, decide não ler naquele momento, colocando-o de volta na bancada.

“Sem paciência…”

— Querendo mais energia? Essa garota está realmente mexendo com você… — comenta Azaael, caminhando até a janela do apartamento. Ele entreabre a cortina, e o sol brilha intensamente em seu rosto.

— Pode ser… Não tenho certeza… faz tanto tempo que não interajo com outro ser humano… — desabafa Yami.

— Hm… Sobre minha materialização, talvez o tempo que estou aqui tenha afetado o lugar. Os humanos não conseguem criar barreiras sobrenaturais com sua fé nas paredes de suas casas? Pode ser algo relacionado a isso! — conclui a entidade.

— Talvez ela me tire da rotina ou apenas me deixe mais irritado e menos entediado… uma troca equivalente, certo? — ele continua, interrompendo Azaael.

Yami se senta, tomando um gole direto da lata, enquanto a criatura observa, achando graça em como ele está refletindo sobre a situação, em vez de se irritar.

— Quando algum demônio me irritava, eu o matava ou o espancava até ele desistir — provoca o demônio.

— Quer que eu faça isso? — Yami pergunta, hesitante e descrente.

— Não, estou apenas compartilhando uma curiosidade, entre amigos…

— Lá vem! — diz ele, emburrado.

— Vamos lá, Chatosaki, você tem tanto medo de fazer um amigo? — brinca, sorrindo e se virando para ele. Sua face está lentamente se regenerando dos danos causados pela luz, mas ele ainda não está totalmente recuperado.

— Amigo? Você é um demônio encrenqueiro! Qual é, Azaael, deixe essa manhã menos irritante. Já não basta a Shirasaki… — reclama Yami.

— Ah, que ciúmes! Então, ela é a única que pode te incomodar? — continua a provocar com um olhar desafiador.

Yami bate a lata na mesa e se levanta, indo até o fogão para desligar o fogo. Joga os ovos cozidos em um escorredor, e o vapor sobe, envolvendo seu rosto com uma sensação quente.

“Quem é pior? Esse demônio entediado ou aquela garota?”

Yami pensa, olhando para cima e soltando um suspiro cansado.

“Tenho certeza de que já aturei Azaael por tempo demais… talvez Shirasaki não seja tão ruim assim. Pelo menos ela é mais agradável de se ver…”

— Pervertido… — zomba o demônio, segurando os ombros de Yami e sussurrando perto de seus ouvidos. O hálito de dragão do demônio é inconfundível.

— Caramba, escove os dentes primeiro! — reclama Yami, irritado, deixando o escorredor cair no chão enquanto tenta se livrar do demônio, — Você poderia ser menos invasivo! — exclama.

— Ah, droga, lá se foram seus ovos… — diz Azaael, desaparecendo diante de Yami em uma nuvem de fumaça negra.

Ele olha para seu smartphone com um olhar desanimado.

Em menos de vinte minutos, sai de casa, liga seu carro e segue em frente. Enquanto dirige, nota um túmulo no meio da rua, cercado por algumas pessoas que lhe lançam olhares hostis, como se fosse seu inimigo.

“Mal-agradecidos…”

Ele pensa enquanto ajusta as mãos no volante e estaciona o carro antes de sair da rua. Sua memória começa a voltar à medida que ele tira o smartphone do bolso esquerdo para tentar responder Amai. Mas, antes que possa fazer qualquer coisa, nota uma garota parada na frente do carro, sorrindo de forma brilhante.

— Olha o smartphone, poxa! — ela exclama, um pouco irritada, enquanto contorna o carro, abre a porta do passageiro e senta-se ao lado dele.

Ela veste uma blusa preta colada e uma saia vermelha plissada acima dos joelhos, e o único adereço de trabalho é um crucifixo pendurado no pescoço.

— Ah, ia responder agora mesmo… Bebi tanto que fiquei lesado… — ele começa a explicar, um comportamento incomum para ele.

— Ia? Sei! Mas não vamos discutir isso agora, tudo pronto, parceiro? — ela responde, percebendo o olhar fixo dele sobre si.

— Estou falando sério… — Yami resmunga.

— O que foi? — ela pergunta.

— O que? E essa roupa? — ele questiona.

— O que tem? Não gostou? — Amai responde, como se aguardasse o momento certo para devolvê-lo, com uma resposta afiada.

— Não é isso, e seu uniforme? — ele rebate.

Percebendo que sua bolsa, que ela nunca larga, está cheia, ele nota um aroma agradável de cereja.

“Que cheiro bom de cereja…”

Ele pensa, desviando o olhar para o lado no mesmo instante.

— Então, você gostou? — ela provoca, colocando a mão diante dos lábios, brincando com ele.

— Esquece… — ele diz, desconcertado, acelerando o carro e ganhando velocidade.

— Bem, aceitei uma missão de nível quatro para lidar com uma entidade Calamidade na Floresta da Morte. Esse trabalho está pendente há anos, ninguém se atreve a aceitá-lo… — ela comenta.

— Deve ser porque lá deve haver uma legião de demônios… — ele responde.

— E isso não é bom? Um exorcista de verdade deveria querer exorcizar o máximo de demônios possível! — ela retruca, dando um leve cotovelo no braço dele.

— Talvez… Mas parece um trabalho bem complicado para uma única pessoa, não acha? — ele pondera.

— Para mim, é uma tarefa tranquila. E para você? — ela finaliza, desafiadora.

— Convencida… Bem, não sei, nunca estive tão encurralado ou… — ele começa a responder, mas a lembrança o atinge, revisitando a imagem de Azaael quase lhe tirando a vida há mais de um ano. Ele sente um arrepio percorrer seu corpo.

— O que foi?

— Nada, vamos para a Floresta da Morte! — ele responde, determinado, enquanto dirige rumo ao próximo destino.

A primeira missão da dupla está prestes a começar!

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