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Diante dos estrondos e feitiços, uma pessoa abre o portal metálico ao lado da loja. O calor é intenso, alimentado pela energia que os dois antagonistas expelem. Quando essa pessoa coloca finalmente os pés para fora, suas roupas longas e seu semblante aborrecido deixam claro que foram despertados abruptamente.

— O que diabos está acontecendo? — seus olhos percorrem dos pés à cabeça do jovem, que o fita assustado, ciente de que ele não deveria estar ali. O pavor está estampado em sua face.

— Sr. Klaus… — murmura Hazan.

O asfalto está mais escuro do que o normal, queimado pelas explosões, e a calçada está coberta de vestígios dos golpes, pedaços de terra e concreto espalhados por toda parte. No entanto, é um breve instante de hesitação. Rasen se lança em direção ao homem com uma velocidade surpreendente, cercando-o por trás antes que ele possa reagir, sua mão direita posicionada nas costas, em direção ao coração.

Como sempre, Hazan, por mais poderoso que seja, vê aquela cena como um flashback. Seus olhos se fixam no homem que, diante de seus olhos, metamorfoseia-se em uma bela criança de cabelos loiros, tão pequena e adorável. E o Messias está com uma máscara, sua mão estendida armada com uma espécie de pistola automática, apontada diretamente para a cabeça da garota.

A visão é perturbadora, preenchendo o rapaz de um sentimento de impotência e desespero. Ele pode sentir a tensão em cada fibra de seu ser, revivendo aquele momento crítico em que tudo parece pender por um fio. O som ao seu redor torna-se abafado e a realidade se funde com suas memórias, dificultando distinguir o presente do passado.

Hazan pisca, forçando-se a focar novamente na situação atual. Rasen continua atrás de Klaus, a mão pronta para atacar, enquanto o homem o encara com medo, suando frio, sentindo cada centímetro de seu corpo clamar por ajuda.

O tempo parece congelar. Ele pode sentir a tensão no ar, a aura fervente ainda dançando como uma chama ao redor dele. Cada detalhe é vívido: o suor escorrendo pelo rosto da vítima, o brilho insano nos olhos de Rasen, a respiração pesada e irregular de todos os envolvidos.

— H-Hazan…

O último sussurro do homem ecoa no abismo, trazendo de volta lembranças dolorosas ao exorcista. O passado não abandonará seus fiéis apóstolos, e Hazan tem certeza disso ao perceber o instinto no olhar do Messias.

— O que pensa que está fazendo? Porra! Rasen! Não seja um covarde! Vai usar esse pobre homem como escudo!? — grita, firmando seus pés no chão e fitando-o com um ódio crescente. Sua aura fervente, como uma chama indomável, dança ao seu redor, intensificando a tensão do momento.

“Sou o Messias! Sei o que faço! Eu sei! Só eu sei!”

Mas Rasen não responde. Pelo contrário, ele contrai os lábios, sentindo o próprio sangue, e solta um sorriso insano, refletindo a loucura de seus atos. Um pulsar de energia percorre seu corpo, concentrando-se na ponta de sua mão. Em um instante, essa energia explode o corpo do homem. Ossos, sangue e carne voam em direção ao exorcista, que só pode sentir a morte seca e brutal. O sangue cai sobre ele, cobrindo as vestes do Messias.

— Qual foi, Hazan!? — Rasen grita, lambendo os lábios e abrindo as mãos, extasiado. A morte lhe traz um alívio incomparável.

— Hahahahahahahahah!

Sua voz parece rasgar o ar, imersa na luxúria da violência. As tripas e miolos do homem caem sobre ele, um espetáculo grotesco e visceral.

— Perdeu a postura, foi? — provoca, seus olhos brilhando com uma loucura desenfreada. Ele se lança como uma besta em direção a Hazan. O exorcista mal pode desviar, recebendo um soco no rosto que o derruba de bunda no asfalto. Sua mão direita se banha no sangue fresco, a dor e a humilhação queimando em sua mente.

— Você tinha razão… eu menti… e não estamos no mesmo nível! Você ainda é um idiota! — exclama, quase se desequilibrando. E então ele recebe um chute na perna, empurrado levemente para trás. — Grr… merda! — resmunga, segurando-se em um poste.

Mas, Hazan se ergue, repleto de ódio. Com um grito de fúria, ele golpeia a costela do Messias com toda a força. Rasen sente seus ossos quebrarem, o impacto o arremessando contra um carro próximo. O metal amassa com o impacto, um som ensurdecedor ecoando pela rua deserta.

Ele cai no chão, batendo com tanta intensidade que o carro devolve a força do golpe, gemendo de dor, mas ainda com aquele sorriso insano no rosto. Hazan se aproxima, seus punhos cerrados e a respiração pesada. Cada passo que dá parece carregar o peso de seu ódio, ponderando se voltará a ceder à fúria que destruiu sua vida.

— Rasen, acabou! — grita Hazan, sua voz firme e carregada de uma intensidade feroz.

Mas ele apenas ri, sua risada um som horripilante que reverbera pelo local. A morte está diante de seus olhos, nos punhos do rapaz. Ele se levanta lentamente, seus movimentos dolorosos e trêmulos, mas seu olhar ainda é desafiador. Sua aura tenta amenizar os danos, e suas mãos se fecham enquanto o sangue escorre de seus lábios.

— Acabou? — ele cospe, seu sorriso se alargando. — Isso é só o começo, Hazan.

No mesmo instante, a energia flui pelo corpo do exorcista como a chama de um fósforo. Num brilho súbito, Hazan golpeia o maldito com o punho restante. O impacto é tão poderoso que Rasen é lançado contra uma fileira de carros, seu corpo atravessando um por um até parar no quinto, quase desmaiando. A energia é liberada em seu ápice, criando uma espécie de vácuo ao redor de Hazan, espalhando uma ventania caótica.

— Romero nunca deveria ter te salvo! Você enlouqueceu! Pessoas como você, não, demônios, deveriam deixar de existir! — A voz de Hazan sai em um sussurro logo após o ataque, quase inaudível, antes de ele começar a tossir. Ele está fraco; a liberação de energia foi tanta que o afetou profundamente.

Ele então caminha lentamente, suas mãos deslizando pelos carros gelados enquanto o observa agonizar. A aura de Hazan luta para voltar a fluir, uma fagulha quase invisível contornando seu ser, enquanto os dedos de seu inimigo se cruzam lentamente.

Rasen está prestes a ser eliminado. Seu rosto está metade desfigurado, o olho esquerdo fechado, o maxilar esmagado, metais penetrando sua pele. Suas vestes estão em trapos, cobertas de mais sangue do que pano. No entanto, sua aura ainda o circunda, tenaz.

A cada passo de Hazan, sua energia parece se recuperar um pouco mais, mas ele sabe que é tarde demais.

— C-cosmicae… E-expan… sionis Punctum… Origo M-mundi in Spirali… — A voz de Rasen ecoa como o sussurro de um morto.

Ele tenta recuar, mas é tarde demais. Sua energia se expande, engolfando não somente o exorcista, mas todo o ambiente ao redor deles. Hazan sente a pressão imensa, como se o ar fosse arrancado de seus pulmões. O caos que se segue é indescritível. Aos seus pés, o concreto cinza e frio dos degraus leva ao abismo, metros abaixo, naquela escadaria em espiral sem fim. Do outro lado, o Messias o encara, encostado à parede, suas feridas regenerando-se lentamente de maneira superficial, seus dedos entrelaçados. Ele conseguiu dar o xeque-mate?

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