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A pergunta sobre a essência da gula reverbera na mente do próprio demônio como uma chama voraz, consumindo-o por dentro. Enquanto os anjos, unidos em um esforço sublime, intensificam o conflito cósmico, elevando a batalha a novos patamares.

E mesmo diante da iminência de um desabafo, Bezeel exibe um sorriso de satisfação; seus lábios se curvam com um prazer perverso. Seus olhos brilham com uma fome insaciável que ameaça não apenas devorar tudo à sua volta, mas também engolir o próprio mundo, consumindo-o na voragem de sua ânsia infinita.

Seu ser mergulha em colapso, tornando-se o assassino, o destruidor, a própria encarnação do caos… e, paradoxalmente, também um ser de insatisfação, que flerta com o desespero.

A razão para tal confronto se torna cada vez mais incompreensível para seus inimigos.

Sentindo as garras das trevas o envolverem, Uriel manobra seu bastão, traçando círculos de energia celestial pura no ar. Seus movimentos são tão ágeis que ele se transforma em um borrão luminoso, criando um vórtice cósmico que devora as rajadas negras lançadas pelo verme abissal. As sombras são engolidas pelo redemoinho luminescente, dissolvendo-se em gritos espectrais enquanto são obliteradas pela energia purificadora de um dos governantes da virtude.

Sua parceira se move com uma graça feroz, suas asas reluzem como lâminas de aço sob a luz dos corpos celestes. Ela ataca Bezeel com uma fúria indomável; cada golpe de sua lâmina celestial força o demônio a recuar. A lâmina rasga a carne escamosa e negra do demônio, imbuída com um calor que parece consumir o próprio abismo ao qual ele pertence.

Encurralado, o demônio exibe um sorriso perverso, mostrando dentes afiados e lambendo os lábios.

Aquele banquete… Que insanidade reside em um ser que não possui objetivos definidos?

Ele resiste, com cada ferimento em seu corpo se fechando rapidamente. A luz, por mais intensa que seja, não consegue penetrar o breu de seu ser; a dor, em vez de enfraquecê-lo, alimenta sua fome interminável.

Para superar a defesa formidável dele, o anjo tenta um corte diagonal amplo, buscando desestabilizar e criar uma abertura. No entanto, com apenas uma mão, o ser manipula as trevas ao seu redor com maestria, gerando vibrações no vácuo que fazem a lâmina do anjo oscilar e errar o fio de seu corte.

Cada movimento da espada dela é acompanhado por uma distorção ofensiva, uma ondulação de escuridão que distorce o espaço ao redor como um efeito de sonar, tornando quase impossível atingi-lo.

Os dois combatentes se movem em uma dança mortal, como gato e rato, seus movimentos rápidos e precisos. E o verme colossal aos seus pés ataca ferozmente o outro anjo.

Seu rugido gutural ecoa como um trovão em meio à batalha, carregado de um breu que parece maior do que o de seu próprio mestre.

O anjo redobra seu esforço. Com uma estocada rápida e direta, sua lâmina corta o espaço com precisão. O golpe é direcionado a um ponto onde a defesa do demônio parece mais fraca, uma área onde a vibração das trevas é menos intensa, oferecendo uma chance de penetrar a barreira.

E surte efeito…

O ataque encontra sua marca; a lâmina desliza pela defesa no ponto crítico e atinge o abdômen do demônio, penetrando de raspão.

Ele sente a dor da queimadura. Seus dentes se cerram em um grito abafado, enquanto tenta usar a escuridão ao seu redor para curar o ferimento. No entanto, ao contrário das feridas superficiais, a essência do calor da lâmina é intransigente.

O breu, que normalmente sela e cura suas lesões, não consegue lidar com a natureza corrosiva da queimadura celestial.

— Qual é a essência da gula? — ele rosna, sua voz ressoando com um tom selvagem. Ignorando seus devaneios, a anjo ataca com rapidez renovada. Seus movimentos se tornam uma série de cortes rápidos e precisos, traçando um padrão de zigue-zague implacável.

Cada golpe é um teste de resistência para a defesa dele, conjurada instantaneamente, enquanto seus braços se erguem para bloquear os ataques. A lâmina do anjo corta através da vibração que ele cria para se proteger. Seus movimentos são rápidos e formam um padrão de ataque multifacetado, atingindo vários pontos para desestabilizar e revelar o campo vibracional ao redor de seu inimigo.

O padrão impossibilita para ele bloquear todos os pontos de ataque simultaneamente, intensificando as fraquezas já existentes.

— Qu… — ele não consegue completar a pergunta.

Aproveitando a abertura, ela age com rapidez. Com um movimento, executa um corte ascendente de baixo para cima, com precisão magistral. 

A lâmina encontra seu alvo, rasgando a garganta do demônio. O olhar voraz do anjo, repleto de determinação e desprezo, apenas intensifica o combate, refletindo o sangue púrpura que se espalha ao redor dele.

Mas Bezeel, em vez de recuar, parece mais animado, como se a resistência e a força dela acendessem uma chama de desafio em seu ser.

Cada gota de dor alimenta sua fome de combate, um convite sombrio para a batalha continuar. A expressão dele se transforma em um sorriso insano, um reflexo distorcido de prazer na agonia, como se a própria violência fosse a verdadeira essência da sua existência.

No êxtase do embate, ele percebe tarde demais o erro. Ao se afogar na euforia da batalha, é atingido por um golpe vertical que separa seu braço do corpo… de repente, o som da carne rasgando ecoa no campo de batalha.

Nenhum dos dois está disposto a ceder, e a luta se torna cada vez mais brutal.

Aproveitando a brecha criada pelo ataque do anjo, Bezeel ativa seu truque sombrio, impulsionando-se para trás com um movimento rápido, perseguido por ela de forma implacável. 

Usando o braço recém-separado que flutua ao seu lado, ele manipula o éter ao redor, e uma esfera de trevas emerge, se expandindo com uma velocidade sobrenatural. A sombra se materializa em uma saraivada de escuridão pura, que avança como uma tempestade de morte em direção às costas dela.

O ataque é tão repentino que ela mal tem tempo de se virar. As flechas de trevas atingem suas costas, um impacto frio e corrosivo que se espalha por sua pele, penetrando nas fibras de sua armadura celestial. A dor é instantânea, quase a fazendo perder a firmeza no cabo da lâmina. 

Seus movimentos vacilam por um instante, mas ela permanece firme, encarando-o com determinação feroz. Seus cabelos caem desordenados sobre o rosto, o sangue azul escorrendo pelo seu corpo sem nenhum ferimento letal aparente, refletindo sua tenacidade angelical.

— A essência é a insatisfação! — brada Bezeel, sua voz ecoando como um triunfo sombrio.

No mesmo instante, ele desfere um golpe — um soco direto no rosto dela. O impacto é brutal, projetando-a para longe com uma força descomunal, fazendo-a atravessar um corpo celeste de luz, que se desfaz em um clarão explosivo ao ser destruído.

O golpe carrega um peso tão grande que nenhum ser vivo físico pudesse resistir.

Ele abraça imediatamente a escuridão que se dissipa ao seu redor, moldando-a em um escudo de trevas que se ergue como uma barreira protetora. 

No entanto, o escudo de trevas é rapidamente desafiado. Uriel, com olhos brilhando de sua aura divina, dispara um golpe poderoso — um raio de luz pura que corta o vácuo como uma lâmina celestial. O ataque é tão forte que o escudo sombrio é forçado a ceder, rachando sob a força devastadora da luz.

O demônio está enfrentando dois seres de poderes imensuráveis, mesmo com a ajuda de seu servo maldito.

O raio de Uriel avança, cortando as trevas com uma precisão implacável, buscando o coração dele. A luz celestial brilha intensamente, quase tocando a carne demoníaca, pronta para exorcizá-lo e banir sua existência sombria para sempre. 

No entanto, Bezeel, com um movimento ágil, escapa no último instante, desviando-se da morte certa.

— Maldição… Tu não morres, ó miserável!

E essa evasiva tem seu preço. A distração cria uma abertura para o verme abissal, o servo monstruoso do rei, que aproveita a oportunidade. Uma poderosa rajada de energia sombria emerge de sua boca, um raio de destruição pura que rasga o campo de batalha num piscar de olhos, deixando um rastro de escuridão em seu caminho.

O raio atinge Uriel, um golpe brutal que perfura sua luz divina com uma força latente e devastadora. A explosão do impacto é tão poderosa que o lança para trás, obrigando-o a frear com o bater frenético de suas asas.

Mas o impacto é avassalador; o golpe não só interrompe seu embate, mas também arranca metade de seu abdômen esquerdo.

O rei demoníaco observa o estrago com um sorriso satisfeito. Seus olhos brilham com um deleite sádico enquanto ele contempla a queda de um dos poderosos seres celestiais, arrancando mais de seus sangues azuis.  

Em sua mente, a vitória parece cada vez mais próxima, o sabor do triunfo quase palpável em seus pensamentos sombrios. No entanto, Uriel murmura, com uma voz carregada de determinação e dor:

— Generositas!

Enquanto a fumaça negra se dissipa ao seu redor, seu abdômen, agora cauterizado, se torna um símbolo de sua bravura. Seu olhar está intensamente focado, como uma chama indomável, enquanto ele se ergue, decidido a não sucumbir.

Portando sua bênção e com a arma divina firmemente em suas mãos, ele libera todo o seu potencial. A luz ao seu redor brilha com uma intensidade renovada, suas asas se estendendo majestosas e sua aura celestial resplandecendo com uma força que rivaliza com o próprio cosmos. 

E, um raio de luz corta o vácuo, atingindo o corpo celeste que flutua em inúmeros pedaços. Entre os destroços, a anjo, com sua armadura em trapos e a lâmina em mãos, se ergue com fúria, viva.

— Maldito sejas! Pois da próxima vez que me lançares de tal forma, esta lâmina fincarei em ti, onde a luz não alcança! — ela ameaça, seus olhos brilhando com ódio. — A justiça não falhará!

Bezeel, no entanto, responde com um olhar orgulhoso. Pousando sobre o verme, que agora se ergue maior que antes, como um arranha-céu, devorando cada pedaço de energia ao seu redor, seja negativa ou positiva. Assim ele acelera seu metabolismo a uma taxa alarmante, e nenhum ataque parece mais do que arranhar a criatura, que continua a absorver e se fortalecer.

Quer dizer, até agora…

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