Sentado em um trono dourado, numa sala grande e luxuosa, um homem alto e de aparência poderosa podia ser visto.
Aquele homem era o Rei de Melintor, e aquela sala era o salão do trono Real, o centro de todo o poder do reino.
Embora fosse comum que tais salões estivessem cheios de guardas e nobres lambendo a bunda do rei, implorando por uma audiência, este salão estava quase completamente vazio, com exceção do próprio rei e de um homem ajoelhado no chão.
“Liel, lembro-me claramente de que você me prometeu que Chronos seria nada além de um cadáver frio aos meus pés em poucas semanas”, o rei falou, antes de se levantar e caminhar em direção a Liel.
“Mas ainda assim, você está aqui”, ele falou, antes de pisar sobre a cabeça de Liel, forçando-a contra o chão como se estivesse tentando esmagar um inseto.
“Me dizendo que mesmo depois de 4 anos, tudo o que conseguiu foi um maldito coma, e que aquele filho da puta ainda vive e respira…” O rei rosnou, fortalecendo ainda mais o aperto sobre a cabeça do homem e fazendo o chão logo abaixo rachar com o peso.
“Mil perdões, vossa majestade… Eu…” Liel tentou se defender, mas foi cortado imediatamente.
“Você o quê? Hm? Achou que conseguiria matar a porra do mestre mais poderoso desse país com um maldito veneno bárbaro de segunda categoria? É isso? Eu te disse, não. Eu ordenei que não o subestimasse, e ainda assim, você o subestimou.” O rei rosnou novamente, e o Aether ao seu redor enlouqueceu, reagindo à raiva dele como se fosse uma extensão de seu ser. Tal afinidade com o Aether era algo que só poderia ser conquistada por indivíduos de talento inigualável.
“Meu rei… mais uma chance… por favor…” Liel implorou, sua mente estava lentamente ficando borrada, e seu crânio emitia estalos, demonstrando claramente que estava prestes a rachar.
Ouvindo essas palavras, o rei bufou antes de voltar ao seu trono, finalmente libertando Liel.
“Você tem 2 anos e meio. Se depois desse prazo, Chronos ainda estiver vivo, eu farei o serviço pessoalmente, e você será meu primeiro alvo, entendeu?” O rei falou, enquanto emitia uma intenção assassina sufocante.
“Sou eternamente grato a sua generosidade, meu rei.” Liel respondeu com um suspiro de alívio, sua vida estava a salvo, pelo menos por enquanto.
“Deixe suas bajulações para os tolos, não tenho interesse nelas. Agora me diga, o que conseguiu de informações sobre Argus?” O rei perguntou, ainda com descontentamento em sua voz.
Liel se levantou e falou: “Não muito, meu senhor. Ele raramente sai de seu escritório e é extremamente cauteloso sobre o que fala em público, mas tenho alguns homens infiltrados no castelo e eles me trouxeram informações interessantes sobre seu filho, Asterios.” Liel falou, esboçando um sorriso suave.
“Diga.” O rei exigiu com descontentamento em sua voz.
“Ele parece ter passado por um Ritual de Despertar, meu rei, aos 8 anos de idade. Existem rumores de que o Mestre Caesar se sacrificou por isso. Não consegui confirmar isso por mim mesmo, mas minhas fontes são extremamente confiáveis.” Liel falou com confiança em sua voz, como se o trauma pelo que tivesse acabado de acontecer já tivesse sido apagado de sua mente.
Ouvindo essas palavras, o rei não respondeu imediatamente, parecendo pensativo.
“Asterios, não é mesmo? Me pergunto se ele seria capaz de causar uma sensação tão grande nesse reino quanto sua mão causou no Império.” O rei finalmente falou, antes de exigir: “Quero vê-lo pessoalmente”.
“Ah… isso é difícil, meu rei. Duvido muito que Argus se atreveria a mostrar a cara na capital ou até mesmo sair do condado de Solfosta sem uma razão extrema…” Liel falou, com uma expressão estranha em seu rosto.
“Ele virá à capital, e eu sei exatamente como trazê-lo aqui, hehehe.” O rei exclamou com uma risada.
Logo após isso, ele levantou sua mão no ar e, com um brilho suave, um objeto apareceu em sua mão, surgindo do absoluto nada.
Era uma espada longa de aparência única e bela, a lâmina era completamente negra, ornamentada em padrões que remetiam aos 8 ciclos lunares. Sua guarda era em formato de cruz, e seu cabo era feito de uma matéria extremamente resistente, com uma única joia azul na ponta dele, o que realçava ainda mais a sua beleza.
“Isso é…” Liel murmurou, com um rosto chocado. Ele não reconhecia aquela espada, mas reconhecia bem aqueles padrões.
“Essa é a espada usada pelo fundador da dinastia Darkmoon. Eu a retirei pessoalmente do cadáver de seu antigo Patriarca, o pai de Argus.
Essa é uma história conhecida por poucos, então ouça bem.
A dinastia Darkmoon é antiga, mais antiga até mesmo que o próprio Império. Há milhares de anos, eles já foram uma potência a ser respeitada em todo o continente. Seu fundador foi um dos transcendentes mais poderosos que esse mundo já viu.
Mas o tempo cobrou seu preço, seu fundador caiu pelas mãos de seus incontáveis inimigos, e o ramo principal da família foi completamente dizimado, restando apenas alguns ramos cadetes para tentar recuperar sua antiga glória, mas todos falharam miseravelmente e caíram com o tempo.
Claro, com exceção de um.” O rei concluiu a sua história e fixou seus olhos no rosto de Liel, observando a expressão chocada no rosto dele com um sorriso.
“Hahaha, incrível, não é mesmo? Quem diria que uma família pequena em um canto esquecido desse mundo tem uma história tão longa… Eu também fiquei chocado quando meu pai me falou sobre essa história.” O rei riu, apreciando cada pedaço da expressão de Liel.
“Ainda não entendo como desejar atrair Argus para cá, meu Rei.” Liel falou, logo após recuperar sua compostura.
“Eu irei anunciar um torneio em breve, um campeonato que ocorrerá daqui a 2 anos. Este campeonato deverá reunir todos os jovens nobres das casas mais proeminentes e terá como prêmio essa espada, independentemente do quão inteligente e cauteloso Argus for. Ele virá correndo para a capital e inscreverá seu filho nesse torneio. Talvez até possamos resolver nossos problemas no caminho, hahahaha.” O rei exclamou, soltando uma risada cruel logo após as suas últimas palavras.
“Sua sabedoria é de fato digna dos deuses, meu rei… Suas ordens serão cumpridas, garanto que Chronos não viverá muito mais do que a data marcada para este torneio.” Liel exclamou, não deixando de se esforçar para lamber a bunda de seu rei, como ele sempre faz.
“É assim que deve ser. Me decepcione novamente, eu garanto que não terá uma terceira vez.” O rei falou, antes de dispensar Liel, finalmente ficando sozinho. Ele se levantou e caminhou até uma mesa no canto da sala, onde serviu-se um copo de vinho. Memórias antigas e desagradáveis permeavam sua mente, enquanto um rosto que ele já havia esquecido, ou pelo menos fingia que tinha esquecido, surgia em sua mente.
“Sua puta imunda!” Ele gritou, antes de arremessar o copo contra a parede.
“Como ela ousa? Escolher a porra de um aleijado ao invés de mim? Um rei?” O rei gritou, seu Aether fluindo descontroladamente e fazendo com que todo o seu palácio real tremesse.
“Sua queda foi bem merecida… mas não vai parar por aí, vou matar seu aleijadinho de merda e dar ao seu filho um destino pior que a morte!” Ele gritou mais uma vez, perdendo quase que totalmente o controle sobre seu Aether.
Sua risada louca ressoou por todo o castelo, enquanto ele se embebedava, imaginando sua vingança e o dia em que finalmente poderia varrer a escória imperial de todo o reino.
[NT: mais um capítulo muito curto, foi mal! Tive uma queda de energia e não consegui escrever um capítulo maior a tempo, então decidi lançar esse assim mesmo no lugar de atrasar mais ainda.]