Um homem com roupas trajadas de vermelho e detalhes sombrios, em uma noite vazia e com quase nenhuma estrela no céu, observava incansavelmente uma casa, que fazia parte do que parecia ser uma vila. Havia outras casas, gado e até poços de água ao redor daquele local. Era uma área pobre. Estava tão escuro que apenas seu traje avermelhado e seu cabelo de tom branco, eram visíveis. Sons de pássaros dentre outros da natureza ecoavam naquele momento.
— A este ponto… ele já deve estar longe! — disse outro homem, que aparentava estar quase invisível naquela noite, devido ao seu traje escurecido, enquanto se aproximava do primeiro.
— Consegue ver aquela casa? — O homem de vermelho apontou para o mesmo lugar a qual observava anteriormente. — Nessa sua missão tosca em que você nos trouxe, você acabou de me lembrar que eu tenho um trabalho para fazer, bem ali.
— Eu por acaso… eu teria alguma culpa… se você esqueceu de fazer um dos seus trabalhos mais básicos? Como…
— Cale a boca! — sussurrou o homem de vermelho.
O homem com trajes negros cessou imediatamente sua caminhada em direção até onde estava o primeiro, após aquele alerta.
A ventania naquela noite era forte; estava muito frio. Era realmente uma noite fora do comum para os moradores daquela região.
Aqueles dois homens, que estavam no alto de um morro, a uma certa distância daquela vila, começaram a encarar aquela casa. Suas paredes eram compostas de um tipo de madeira apodrecida. As janelas estavam escancaradamente abertas.
A casa estava iluminada por dentro; dando a entender que as pessoas dali ainda não haviam adormecido. Não era audível para os homens, mas o barulho de gritos alegres de crianças, ecoava ao redor dali.
De repente, o homem de preto se virou; e começou a andar lentamente para fora do alto do morro, em direção contrária à vila, dizendo:
— Peço desculpas por atrapalhar seus planejamentos. Agora, infelizmente, terei que voltar, já que aqueles tolos não sabem se cuidar sozinhos. Boa sorte no seu… trabalho, Lorde Lyon.
O homem de vermelho não mudou sua expressão. Seus olhares estavam fixados naquela casa. Ele havia ignorado completamente a fala do outro homem.
Porém, antes que o homem de trajes negros abandonasse o local, questionou seu suposto colega.
— Você acredita na profecia do Velho Sábio?
Um clima tenso se construiu após aquela pergunta. A sensação térmica parecia ter ficado negativa; um grande silêncio se instaurou.
O homem de vermelho se levantou lentamente, ainda com o olhar fixado na tal casa, sacudindo as palmas de suas mãos em seguida. Logo depois, respondeu com um tom desafiador:
— Não consigo acreditar que alguém como você… está me perguntando… se eu creio em uma lenda!
Sem mais delongas, o homem que portava um traje escurecido se retirou.
O homem de vermelho ainda passou algum tempo examinando toda a região da vila. Em seguida, começou a descer em direção à casa que tanto havia observado. Um tipo de raio, de tom arroxeado, rodeou todo o seu corpo, entre suas roupas, cabelos e até seus olhos.