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Após a leitura do contrato, Slezzy pôs-se a caminhar, saindo finalmente do beco.

No caminho para casa, ele refletia bastante:

 “Vínculos familiares? Lorde Demônio? Ruína de Maple?”

Após alguns minutos, Slezzy estava de volta à sua casa.

Chegando lá, tirou toda sua roupa e partiu em direção ao banheiro, para tomar uma ducha, a fim de tentar esquecer tudo aquilo, o que não fez muito efeito.

Pensamentos dominavam, de maneira intensa, toda a sua mente.

Embaixo d’água, Slezzy não conseguia ficar, pelo menos, por um único minuto inteiro sem pensar em absolutamente nada.

Ao sair do banheiro, enrolado em uma toalha, Slezzy viu que Emmeline estava recolhendo as suas roupas do chão.

— Querido, o que é esse pedaço de papel… preto? — perguntou Emmeline, ao perceber que aquela folha havia caído de um dos bolsos da calça de Slezzy.

As palavras da garota remexeram com a mente do jovem, que em desespero, vestido apenas com uma nova calça, avançou sobre aquele pedaço de papel, antes que Emmeline conseguisse tocá-lo.

— Ah! É… Não é nada, Emmy! São apenas algumas anotações do trabalho! Não é nada demais!

— Desde quando… você consegue escrever em um tipo de papel como esse? — provocou ela, rindo depois.

Slezzy sorriu; prosseguindo com a conversa, mas distanciando-se de tal assunto.

— Aliás, Emmy, tenho grandes notícias! Porém, quero contar sobre a mesa do almoço, quando estivermos reunidos com Rainn!

— Ah, é? Certo! — respondeu a garota, curiosa.

Slezzy guardou o contrato em um de seus bolsos, disfarçadamente.

*

   Após uma hora, com a refeição servida sobre a mesa, Rainn já havia chego da escola.

Emmeline, da cozinha, chamou Slezzy para se juntar a ela e aquele garoto.

Slezzy, no computador de seu quarto, realizava algumas pesquisas sobre relatos recentes, com objetivo de encontrar mais alguém que também havia presenciado qualquer outra daquelas criaturas. Porém, não obteve nenhum êxito em sua busca.

O jovem se levantou da cadeira; e caminhou até a pequena mesa da cozinha.

Logo, os três estavam reunidos. Rainn ainda estava com a blusa de seu colégio; e Emmeline vestia roupas brancas, de tecido leve.

Slezzy, que estava com uma roupa casual, discursou:

— Hoje, recebi uma proposta incrível! Uma vaga para um tipo de treinamento exclusivo, no setor central da FMA!

— O que?  — falou Rainn. — Você vai se vestir como aqueles caras do exército?

— Caso eu tenha sucesso, pode ser que isso aconteça!

Emmeline ficou preocupada; e Slezzy percebeu aquilo.

— O que foi, Emmy? Não está feliz?

— Não é isso… Slezzy… estou contente com essa oportunidade, porém… o que me preocupa é que… você está cada vez mais próximo de encarar os criminosos dessa cidade… frente a frente.

Slezzy compreendeu aquele ponto de vista, mas a refutou:

— Você tem razão, Emmeline. Mas, penso que isso é inevitável! Uma hora ou outra… o NCC me colocaria nas ruas com o avanço de minha idade e experiência do escritório. Então, eu prefiro ir do mesmo jeito…, mas com um treinamento de qualidade, como o das Forças Armadas Militares!

— Talvez… você esteja certo, querido — respondeu a garota com meio sorriso estampado em seu rosto.

Após o almoço, Rainn correu para o seu quarto, enquanto seu irmão ajudava Emmeline a lavar a louça.

— Amanhã… Rainn gostaria de ir até a casa de Diana, visitar Harvim! — disse Emmeline.

— Eu adoro aquela criança! Isso me faz lembrar da época da minha infância… e também do colégio…

— Nossa! Nem me faça lembrar da época do colegial! — respondeu a garota, em meio a risadas. — Apesar de algumas lembranças boas, o final de tudo aquilo, foi como um inferno!

— Realmente… — concordou Slezzy.

Após ajudar naquela tarefa, Slezzy avisou a sua companheira que sairia para resolver alguns assuntos.

Em seguida, o jovem abandonou o apartamento; e desceu as escadas em direção à um quintal, que servia como uma área de lazer, localizado apenas a alguns metros na parte detrás daquele edifício.

Ao chegar lá, Slezzy sacou novamente aquele contrato.

Ele o rasgou em vários pedacinhos; os apanhou e logo depois os jogou em um grande latão de lixo. Após tal ato, partiu dali.

Ao subir as escadas, Slezzy sentiu algo quente em seu bolso. Ele interrompeu seus passos, e logo verificou o que era aquilo.

O mesmo contrato que acabara de rasgar por inteiro, estava ali, completamente intacto. Enfurecido, o jovem subiu rapidamente até o seu apartamento, outra vez.

Ao retornar, Slezzy foi até um dos armários da cozinha, para pegar um isqueiro.

— O que você está fazendo? — indagou Emmeline, com olhares curiosos.

Slezzy ignorou aquela pergunta e tornou a sair do apartamento.

— Ei! Não me deixe aqui, falando sozinha!

Voltando para a área de lazer, ele se aproximou de uma churrasqueira, que ficava próxima de uma pequena piscina. Ali, jogou aquele pedaço de papel e ateou fogo. Perante seus olhos, o papel se desfragmentou por completo, virando cinzas.

O jovem suspirou de alívio, fechando seus olhos. No entanto, ele sentiu mais uma vez aquele mesmo calor em seu bolso.

Raivosamente, Slezzy amassou o contrato ressurgido, até formar uma bolinha de papel. Depois, a jogou para longe, acima do muro que cercava aquela área.

O que o jovem não esperava, é que aquela bolinha fosse voltar naquela mesma direção, colidindo-se com sua testa. E assim se sucedeu.

— Ai! — gemeu de dor. — O que?

— Não adianta. Você não vai se livrar tão fácil assim! — era a voz de Hiram. O demônio surgiu de repente, bem ao seu lado.

Slezzy se assustou inicialmente; em seguida, decidiu encarar o demônio.

— Felizmente, os demônios têm o poder de se auto invocar na presença de seu próprio contrato. A partir do momento que o Preambulare está selado em suas mãos, você não conseguirá se livrar tão fácil dele…! Isso não é tão maneiro? — exclamou Hiram, sorrindo.

A criatura recolheu a bolinha de papel do chão e em seguida a jogou até Slezzy.

— Eu não quero isso! Eu nunca quis! E como você mesmo disse…, caso eu não queira assinar, eu devo seguir normalmente com minha vida! — falou Slezzy, arremessando aquela a bolinha de papel a qual havia pego, na direção do peito de Hiram, com extrema força. Porém, aquele pedaço de papel apenas o atravessou.

— Ao contrário de todas as suas outras vítimas, eu não surtarei; pois tenho certeza de que sou totalmente capaz de carregar comigo, o maior segredo que está por trás da humanidade!

— O maior segredo que está por trás da humanidade? Nunca… ninguém havia descrito o Mundo dos Demônios de tal maneira…

— E então? Como vai ser? Por acaso, vocês nunca mais vão me abandonar? Por que simplesmente… não vão atrás de outra pessoa?

Após uma pequena pausa, Hiram respondeu o garoto:

— Eu vejo um potencial em você… Slezzy. Consigo enxergar facilmente seus próximos feitos nessa cidade com a utilização de nossos poderes! — disse aquilo enquanto abria seus braços. — Em todos esses últimos anos, desde que as pessoas começaram a utilizar nossos contratos para o mal, nenhuma potência militar foi capaz de garantir a paz. Então… você acha que, poderia encarar de igual para igual, sem o auxílio de poderes do nosso mundo, os maiores vilões dessa cidade?

— Você é um demônio, mas quer o bem da cidade? — Slezzy riu ironicamente.

Hiram não respondeu aquela pergunta, e logo caminhou até ficar frente a frente com o jovem:

— O futuro é inevitável. Os portadores dos demônios dominarão essa cidade! O poder subiu à cabeça de todos eles nos últimos anos; eu pude ver com os meus próprios olhos! Mas, vou entender caso queira ficar parado e observar a morte de todos aqueles que são importantes para você, um a um; isso se sua hora não chegar antes da deles, não é mesmo? Já que, baseado na última grande guerra que pude presenciar nessa cidade, os agentes do NCC são a linha de frente para a FMA.

— Do que diabos… você está falando?

— Ofereci contratos para as mais diversas pessoas no passado, Slezzy; por mais que ainda, eu seja um demônio recente em relação aos outros, sei de muitas coisas que fariam você abrir os olhos, fácil e rapidamente; como por exemplo, a presença de mentoreados nas próprias instituições militares!

 “O que? Pessoas… de dentro das corporações… poderiam ter contratos? A este ponto tudo, pensando bem, é possível que isso seja real…”

As faces daqueles agentes, aos quais Slezzy havia presenciado nos últimos dias, vieram à tona de repente, em suas memórias.

“Agente Sanches… Tenente Jan… Edward… Saith… vocês… não! Eu não quero pensar sobre isso!”

As dúvidas rodeavam a cabeça de Slezzy.

— Ouça, Slezzy. Essa foi definitivamente a última vez que nos encontramos. Poderemos nos ver em outra oportunidade, caso você esteja pronto para assinar o nosso contrato, e de preferência, com o próprio sangue já em mãos!

— Ei…!!

O demônio desapareceu, antes que Slezzy realizasse outra pergunta, utilizando daquela mesma magia semelhante a um vapor.

A seguir, Slezzy abandonou o quintal e caminhou até as escadas do prédio, mais uma vez. Posteriormente, se sentou em um dos degraus; e se encolheu.

Em meio as lágrimas, cruzou os braços com o rosto, escondendo todo seu medo.

   “Não pode ser possível…”

Uma nova face do mundo estava bem ali, diante de seus olhos.

“Todo esse tempo, eles estiveram por trás de tudo!”

“Não! Assim como os demônios disseram, eu não posso simplesmente surtar! Eu preciso me conter. Na próxima semana, tenho o treinamento da FMA!”

“Caso eu tente compartilhar isso com alguém, todos vão me acusar de louco… ou pior! Vão me acusar de ter ingerido aquele tipo de droga que tanto falaram na TV!”

“Ah! No final das contas… tudo aquilo era verdade! Todos os pacientes… supostamente loucos… realmente viram outros demônios… e simplesmente foram induzidos ao coma ou sedados!”

“Talvez, mais mentes estejam por trás de tudo isso.”

Slezzy colocou as mãos sobre os olhos, de forma que todo o seu rosto ficasse coberto.

“Por outro lado, aquele demônio talvez tenha razão… Pode chegar ao ponto de que os portadores tentem dominar a cidade! Todos morreriam em uma guerra estúpida e sem fim. Mas, caso eu assine aquilo… além desses supostos poderes que eu conseguiria, ainda poderia conhecer todo esse lado sombrio.”

Após alguns segundos, o jovem finalmente se acalmou; tornando-se a ficar de pé.

Em seguida, começou a subir escadas, ignorando por fim aquele contrato, que acabava de ressurgir em um de seus bolsos, novamente.

Olá, eu sou o Chris Henry!

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