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Emmeline estava parada na frente de uma casa gigante.

Era uma mansão em um bairro nobre; e através do portão de grades de prata, enxergava-se um enorme e bonito jardim, com acessórios espalhados ao longo daquelas terras cheias de grama.

— Faz tempo que não visitamos sua mãe, não é? — indagou a garota, a Rainn, que estava ao seu lado, de mãos dadas.

Após alguns segundos, os portões se abriram; e Rainn se disparou rapidamente em direção à porta daquela casa.

— Ei! Vá com calma, apressadinho!

Após chegarem à porta da mansão, uma mulher a abriu. Ela era idosa, porém, sua aparência era bem conservada em meio aos cabelos encaracolados e de fios brancos. Além de um vestido azul, ela portava também alguns colares prateados.

— Seja bem-vindo, meu querido filho! — disse a senhora, após se agachar e dar um abraço bem apertado naquele garoto, que logo correu para o segundo andar da mansão. Logo, a senhora moveu toda a sua atenção para a jovem à sua frente.

— Ah! Emmy! Que saudade! Como você está, querida!? Vamos, entre! — disse enquanto cumprimentava-a com um beijo em seu rosto. Sua voz era desgastada.

— Estou ótima, Diana! — respondeu com um grande sorriso em seu rosto.

Emmeline e Diana entraram para a sala, se sentaram em um sofá e começaram a conversar. A jovem pronunciou:

— Diana, eu ainda não sei como te agradecer! Sabe… desde tudo o que você fez para Slezzy… para Rainn… para mim!

— Eu já disse, garota… vocês não precisam me agradecer por absolutamente nada! Ao contrário de Adam… que infelizmente não está vivo para ver os seus próprios frutos. Então, a partir de agora, só me resta concluir o seu trabalho!

Emmeline se encheu de vergonha após aquele comentário.

— E quanto a Slezzy? Como ele está!? Eu não o vejo há mais de meses!

— Ele anda bastante ocupado com o novo trabalho contínuo no NCC…, porém, ele acabou de receber uma grande oportunidade na última sexta-feira! Parecia ser um tipo de treinamento interno da FMA, que se iniciará na próxima segunda-feira! Ele está se preparando de forma intensa!

— Que bom! Fico muito feliz por isso! Mesmo que eu não seja a mãe biológica daquele garoto, estou realmente muito orgulhosa!

— Do que você está falando, Diana? Você cuidou de Slezzy… desde quando ele apareceu sem qualquer rumo na cidade. No final das contas, o que importa é a sua intenção!

— Pensando por esse lado, você tem razão, Emmy! Falando nisso, até hoje me restam dúvidas sobre a vida passada de Slezzy. Isso me preocupa, sabe? — disse Diana, assustada desta vez. — Imagine… como seria esquecer de doze anos da sua vida! E principalmente… da sua infância! Nós não sabemos ao menos se os seus verdadeiros pais… ainda estão vivos! Não sabemos nem se ele realmente nasceu nessa cidade!

Emmeline encarou a senhora com certa pena.

— Eu sei como é esse sentimento, Diana. Mas, olhando por um lado positivo, o importante é que você e o senhor Adam, o acolheram e amorteceram toda a sua infância!

As duas se abraçaram.

Diana derramava lágrimas no ombro de Emmeline, enquanto sussurrava em seu ouvido:

— Emmeline… me escute…

— O que foi, Diana? — A garota também sussurrava.

— Eu quero que cuide de Harvim… caso a minha hora chegue…

— O que…?

— Apenas… prometa para mim, Emmy! Prometa que você vai assegurar o bem de todos esses garotos!

— Eu… eu prometo, Diana.

No segundo andar, por dentro do quarto de Harvim, os meninos conversavam enquanto mexiam em um computador, que ficava por cima de uma grande mesa.

O quarto era espaçoso e bem iluminado, devido às fortes luzes do lado de fora, que entravam nas grandes janelas, cercadas por cortinas. Além disso, havia uma grande cama no centro; e alguns cadernos esparramados pelo chão afora.

Harvim tinha cabelos avermelhados e lisos, que caíam sobre seu rosto. Seu tom de pele era branco, mas não tão claro. Ele utilizava um manto azul. Era notável que por baixo daquele manto, ele vestia uma camisa social, acompanhada de um colete e uma gravata vermelha. Seu estilo era de fato, bem diferenciado.

— Ei, Rainn. Você sabe que… está muito perigoso sair por essas ruas, não é?

— Eu sei disso, Harvim. Ainda bem que essa rua onde você mora, ainda é uma das poucas que a violência extrema não dominou.

— Não sei não, Rainn; ouvi falar que ocorreu um assalto bem aqui na esquina. E por mais que seja um bairro nobre, nós não somos imortais. Além disso, você está gostando de morar com Slezzy?

— Mas é claro! É tão bom morar no centro da cidade!

— Como você aguenta toda a fumaça, barulho de carros e o risco de morrer!?

— Você se acostuma! — debochou o garoto.

O garoto de cabelo avermelhado tinha algo incomum; andava com três canetas, sempre na sua bolsa peitoral. Elas eram de cores distintas: azul, preta e vermelha.

— Você continua carregando essas canetas? Você nem mesmo as usa!

— Isso se chama estilo, Rainn — respondeu Harvim, piscando seu olho direito.

Após navegar pela internet, naquele computador, Harvim decidiu assistir a uma reportagem:

“— A polícia está em alerta total para o que aparenta ser uma das piores drogas ilegais já comercializadas nas ruas de Maple! Os hospitais estão recebendo cada vez mais pessoas, diariamente! Todas elas, incrivelmente, sempre relatam a mesma coisa: que avistaram espíritos ou espécies de demônios.”

— Você acredita nesse tipo de coisa, Rainn?

— Você fala dessa droga?

— E… se não for uma droga!?

Harvim diminuiu o volume daquela reportagem; em seguida, olhou fixamente para Rainn:

— Essa droga poderia ser apenas uma desculpa dos jornalistas para acobertarem uma coisa sobrenatural… ou algo do tipo.

— É uma boa teoria, Harvim. Mas é uma pena que seja apenas uma bobeira.

— Você nunca se questionou sobre isso? Sobre a possibilidade da existência de seres sobrenaturais?

— É óbvio que sim! Mas, por que relacionar isso com o uso de uma droga? Qual é o sentido?

Harvim deu uma forte risada após a fala de Rainn.

— Do que está rindo? Você tem uma teoria baseada em puro achismo e quer discutir com a lógica?

O garoto de cabelos avermelhados assumiu uma postura séria:

— Muita das vezes… não é a lógica que está por trás de tudo, Rainn.

— Então, me explique sua teoria, Harvim! Encha os meus ouvidos de fantasias!

Harvim ignorou aquela provocação e elucidou:

— Eles estão utilizando, do que chamam de “droga”, para esconder algo muito maior. Algo sombrio. Tanto é que… nunca mostraram sequer um resquício, em qualquer reportagem, sobre a mesma. Então, talvez essa coisa sobrenatural faça algum sentido. Como uma droga causaria um efeito tão específico, como a visão de demônios ou seres espirituais?

Harvim deu uma pausa, mas logo retomou sua explicação:

— Pense em outros alucinógenos… cada pessoa tem uma visão ou alucinação diferente quando o consomem. Você mesmo pôde ver isso naqueles jogos pesados que jogávamos escondidos da nossa mãe, a uns anos atrás.

Rainn deu um pequeno sorriso, mas logo o disfarçou; e respondeu o garoto:

— Quem sabe você tenha razão, Harvim; no natal, vamos pedir para que o Papai Noel acabe com toda a criminalidade da cidade, nesse lindo mundo de fantasia! — zombou.

— Ah, é? Eu espero que você peça a ele um pouco de ceticismo! — replicou o garoto de gravata.

— Calma aí! Harvim! Eu estava apenas brincando! Não precisa levar todo esse papo a sério!

— Eu sei disso, seu tolo.

Os dois permaneceram-se em silêncio, enquanto Harvim navegava por uma aba de vídeos na internet.

Ao abrir sua rede social, Harvim se deparou com um vídeo curioso, do qual parecia ter sido gravado em uma parte distante da cidade, mas especificamente na Região Leste. Aparentemente, o vídeo havia sido filmado através de um celular de alguma pessoa. O vídeo era curto, e em sua capa havia carros policiais, além da presença de militares da FMA.

— Foi postado a apenas alguns minutos atrás! — exclamou Rainn, após observar a descrição que acompanhava aquele vídeo. — Vamos ver! Está com mais de cem mil visualizações… e foi lançado apenas a dez minutos atrás!

— Você tem razão? Segundo a descrição, há um tipo de conteúdo sensitivo…

— Clica logo nisso! Ou você ainda é uma criancinha? — Rainn interrompeu a fala daquele menino.

— Tecnicamente, nós dois ainda somos. No entanto, eu já devo ter o cérebro de um adulto! — Harvim finalizou sua fala; iniciando o vídeo.

Um bandido que parecia ser muito importante, estava no topo da varanda de uma casa simples, com roupas sociais. Ao seu lado, estavam outros mafiosos com armas apontadas na direção de um exército de policiais, posicionados em uma rua.

“— Ouçam, policiais, eu não quero me meter em problemas, mas infelizmente, essa área sempre foi, e sempre será minha! E caso não respeitem a minha ordem, serei obrigado a convocar o meu velho amigo… Corvo!”

As pessoas ao redor, cheias de desespero, gritavam

De repente, um daqueles policiais berrou para o bandido:

“— VOCÊ ESTÁ CERCADO, BARÃO! A SUA MELHOR ESCOLHA AGORA É SE RENDER! OU ENTÃO… SOFRERÁ AS CONSEQUÊNCIAS!”

“— Vocês acham mesmo… que eu realmente tenho medo dessa grande mer…”

Uma sombra surgiu do nada; era semelhante a um homem com capa negra, cujo as vestimentas militares eram bem apertadas ao seu corpo; e o seu rosto não era facilmente visível no vídeo. Em fração de segundos, ele alcançou aquele bandido, no topo da varanda; cortando sua garganta, violentamente, com uma espada de tamanho médio.

Após aquele ato extremamente veloz, uma granada de fumaça foi ativada no mesmo milésimo de segundo em que a morte de Barão fora cravada, pelo mesmo agente.

A fumaça dominou o topo da varanda.

No fim do vídeo, só se ouvia disparos atrás de disparos, em meio a gritaria de todas as pessoas ao redor.

Harvim e Rainn travaram-se, pois nunca haviam visto algo tão próximo do real.

— Quem… era aquele… espadachim!? — disse Rainn. — Eu não sabia que havia espadachins no exército!

Harvim, ainda com os olhos vidrados na tela do computador, respondeu:

— Não faço a mínima ideia…, mas agradeço que ele esteja do nosso lado!

— Você… conhecia esse tal “Barão”, Harvim?

Harvim começou a pesquisar sobre aquele bandido em uma nova aba.

Após alguns minutos, mais tranquilizado, Harvim discursou:

— Segundo minhas pesquisas, Barão era um traficante de grande porte! Era um dos mais procurados pelas tropas militares, devido ao seu título de líder da maior máfia de toda a nossa cidade: A Sociedade Nobre.

Harvim desligou aquele computador e se levantou da cadeira:

— Ao meu ver… essa operação policial flagrada por esse vídeo, foi apenas uma oportunidade do momento. Eu estou realmente muito surpreso a respeito desse suposto militar, que aparentava fazer da FMA, a julgar pelas suas vestimentas especiais. Aquela cena… foi como um filme de ação samurai! Ou até mesmo um jogo de violência! — O garoto voltou a encarar Rainn. — E ainda por cima! Ele utilizou algo semelhante a uma arma de gancho, para que pudesse alcançar aquele homem em rápida velocidade, e com uma precisão absurda!

— Parece que aquele cara conquistou um novo fã! — exclamou Rainn.

Emmeline, de repente, chegou à porta do quarto, afirmando para Rainn que ela estava prestes a partir.

Os três desceram para o primeiro andar da casa.

Quando foram se despedir, assim como Harvim e Rainn, Diana e Emmeline se abraçaram.

— Diga a Slezzy, para que ele venha nos visitar o mais rápido possível! — pediu Diana.

— Pode deixar! Até mais! — respondeu Emmeline, caminhando em seguida para os portões de saída da tal mansão.

Emmeline e Rainn, saíram pelo portão e partiram para a estação de ônibus, que haviam utilizado para chegar até ali.

No trajeto, o garoto questionou sobre o motivo da falta de Slezzy naquela visita. E logo, obteve uma resposta sutil da garota:

— Digamos que o seu irmão… está… se concentrando para o treinamento das Forças Armadas Militares.

Olá, eu sou o Chris Henry!

Olá, eu sou o Chris Henry!

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