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Todos do esquadrão se agacharam.

Eles ouviam disparos incessantes em direção àqueles cinco escudos.

Slezzy se desesperou inicialmente, mas Clay o controlou a tempo:

— Se acalme, Slezzy! — disse; encarando seus olhos, fixamente.

— Precisamos aproveitar alguma brecha para derrotar os supostos soldados! — afirmou Jean. — Eu… acho que eles são holográficos!

— Han?

— A tecnologia da FMA é muito avançada. Então, não duvido nada que tenham nos colocado para enfrentar esse tipo de coisa, logo no primeiro teste. Mas mesmo assim, nossas armas funcionarão em um combate à distância, caso contrário, não faria sentido… escolhermos todas elas antes daquelas telas se abaixarem.

— Faz sentido, loirinho, mas como nossas armas reais vão acertar um corpo de matéria holográfica? — refutou Clay.

— Não é uma boa hora para discutir isso.

Por um determinado momento, o tiroteio foi cessado. E naquele intervalo; o som do recarregar de cada uma daquelas armas, ficou nítido. Rapidamente, os soldados tornaram a atirar.

Os meninos do grupo se debatiam, em meio aos barulhos dos tiros que colidiam com os cinco escudos que lhe protegiam.

— Vinte e um segundos! — falou Kine, em um momento de pausa do debate.

— Certo, Kine! — confirmou Jean, encarando a garota.

— Do que vocês estão falando? — perguntou Clay, confuso. — Por acaso, se conhecem tão bem a ponto de comunicar apenas com metade da informação!?

— Enquanto vocês discutiam; fiz questão de contar o tempo exato que todos esses supostos soldados holográficos gastariam, para que todos os pentes de suas armas ficassem zerados. E mesmo que sejam realmente holográficos, eles foram feitos para simularem uma situação real, obviamente. Apesar de serem muito burrinhos… — explicou a garota.

— Talvez não, Kine. Eu mesmo, não colocaria uma prova tão difícil de primeiro instante, caso fosse o Capitão. Porém, apenas com esses dados, já podemos criar alguma solução! — afirmou Jean, sorridente.

Após mais uma sequência de vinte e um segundos, os soldados cessaram os tiros para que recarregassem suas armas.

— Exato! É uma sequência perfeita! — disse Kine, suavemente empolgada.

— Certo. Agora que já temos a sequência, só precisamos saber a localização exata dos soldados. E quando levantarmos para disparar, teremos que ser certeiros. — afirmou Clay.

— Me escutem! Vocês se lembram… onde estava exatamente cada uma daquelas telas!? — perguntou Slezzy.

Todos confirmaram, com o aceno de suas cabeças.

— Só havia quatro sequências de três colunas, em frente a cada tela. Sendo duas delas em cada lado da sala. Basta memorizar! Eu apostaria que existem um total de seis soldados em cada lado, sendo que três já estão próximos daqui; dados pelo som exponencial daqueles tiros. Então, vamos nos concentrar apenas nesses três que estão perto, enquanto Jean, com o lança-chamas, cuida daqueles que ainda estão nas colunas! Isso vai obrigá-los a saírem da posição defensiva!

O grupo ficou surpreso com a tomada de decisão do jovem, que a pouco tempo atrás se deixava levar pela agonia.

No exato momento em que os tiros cessaram mais uma vez, o grupo se levantou para realizar tudo aquilo que fora combinado.

O som de disparos do grupo; dentre os tiros das submetralhadoras de Slezzy e Clay, o lança-chamas de Jean e a Desert Eagle de Kine, soou por todo o cômodo.

Mas, eles perceberam que não havia nada detrás de nenhuma daquelas colunas; nem mesmo, um único soldado.

Aquelas telas estavam quebradas devido aos disparos dos garotos; e o fogo que Jean havia ateado, fora apagado em seguida, como se também fosse holográfico.

A porta daquela sala se abriu.

Roy entrou em lentos passos enquanto batia palmas. Logo mais, discursou, com um grande sorriso:

— Meus parabéns!

— Espera… Isso é sério!? — indagou Slezzy.

— Sim! É bem sério! Na verdade, tudo isso foi apenas uma simulação! Derrotar aqueles soldados holográficos nunca foi o maior objetivo desse teste — respondeu o Capitão, cruzando seus braços. — O verdadeiro propósito deste primeiro teste sempre foi a decisão de todos vocês, em grupo.

— Você está de brincadeira! Arriscou as nossas vidas para apenas uma provinha como essa? — O garoto tornou a reclamar.

— As balas daquelas armas não eram de verdade. Nunca foram. — respondeu com uma risada em seguida.

Slezzy se indignou.

— Ainda acho que eu merecia o dobro de reconhecimento! Apenas por salvar o nosso “velhote” da morte, se fosse o caso de tudo isso ser uma situação real! — afirmou Clay, dando um leve tapa nas costas do jovem ao seu lado, copiando a atitude de Jean.

Ambos os outros garotos riram daquilo.

— Talvez você tenha razão, rapaz. Porém, toda a performance do grupo em si foi completamente satisfatória! Desde o momento em que você acalmou o garoto que montaria o plano final, até a hora em que Jean propôs o que deveria ser feito, aproveitando de alguma brecha do sistema. E claro, não podemos esquecer os maiores destaques! Tanto Kine por detectar a falha do esquadrão de soldados, quanto Slezzy… que armou toda a estratégia de contra-ataque!

A partir de então, todos de dentro do pentágono se encararam.

— Percebem como cada fator se conecta a outro? Se chama trabalho em equipe! E é tão simples… que chega a ser clichê! Mas, isso é algo fundamental em qualquer esquadrão. Algo que se aplicaria em qualquer situação real, onde todas as suas vidas poderiam correr algum risco.

Roy se virou para a porta da sala, ainda discursando:

— Foram poucos grupos que passaram com tamanha perfeição nesse primeiro teste, inclusive! Agora vamos para o campo. É hora de praticar o físico de vocês.

O grupo saltou os escudos; retiraram seus coletes e seguiram Roy, para fora da Sala Branca.

Eles caminharam até a porta da área das escadas.

Lá, o Capitão encerrou seus passos e lhes ordenou, esticando o braço a frente:

— Por aqui!

Após a passada dos quatro integrantes, a porta foi fechada bruscamente.

— O que? — contestou Clay, confuso.

Abafadamente, do outro lado da porta, Roy mandou:

— Desçam até o térreo, pelas escadas! Caso alguém tente trapacear, todos serão desclassificados!

— Que droga, cara! — Clay resmungou.

— Ah! Mais um aviso! Se vocês chegarem depois de mim… terão que realizar o dobro dos exercícios físicos! — alertou Roy, correndo logo em seguida, rumo ao elevador.

O grupo percebeu aquilo e começou a descer as escadas, em rápida velocidade, se debruçando uns nos outros.

*

   Ao chegar no térreo, os quatro integrantes daquele esquadrão, após vinte andares de escadas percorridos, estavam extremamente cansados.

Ofegantes, eles caminharam até a recepção do primeiro andar, próxima a saída do prédio.

Roy estava ali, tomando tranquilamente uma xícara de café. Ele segurava um tipo de maleta com a outra mão, enquanto conversava com Laura.

Os garotos o abordaram com olhares raivosos, respirando profundamente.

— Ei! Se acalmem! — alertou o Capitão! — Tudo isso foi apenas um pequeno exercício, comparado ao que estão prestes a enfrentar!

— Sigam-me! — propôs Roy, mais uma vez, após finalizar a xícara de café, caminhando para a saída do prédio.

Ao abandonarem o lugar, Roy os guiou para o dito campo de treinamento.

O campo era verde e retangular, com medidas próximas à oitenta por cem metros de comprimento. Ao redor, havia várias cabanas ocupadas e cercadas por outros soldados.

Também havia uma área de tiro ao alvo, que estava sendo utilizada por alguns militares.

Além do mais, vários soldados corriam ao redor dali.

Roy e o esquadrão, caminharam até uma cabana vazia.

Dentro da cabana, o Capitão apoiou a maleta em uma pequena mesa, a abriu, e dali retirou quatro relógios de pulso.

— Vocês darão vinte voltas em torno de todo o campo — disse Roy, entregando-lhes os relógios.

— Vinte? Olha o tamanho de todo esse campo! — reclamou Slezzy.

— Como eu havia dito, caso chegassem depois de mim no térreo do prédio, os exercícios físicos seriam dobrados. Mas, não fiquem desanimados! A parte boa é que vocês ficarão sarados rapidinho! — concluiu, sorrindo.

Após a fala do Capitão, Jean se equipou com o relógio e partiu em rápidos passos para o campo, iniciando a sua primeira volta. Logo, Kine o seguiu.

— Não nos resta outra opção, não é mesmo? — comentou Clay, partindo para o campo, seguindo aqueles garotos.

Slezzy encarou Roy por alguns segundos, suspirou, e correu na direção do resto do grupo, em rápidos passos, para que os alcançasse.

Eles corriam sem parar, por baixo dos raios solares incessantes das dez horas da manhã.

Depois de minutos, um homem forte, um pouco velho e fardado com uma roupa pesada, que portava medalhas no peitoral, se aproximou do campo.

Ele caminhava na direção de Roy. Seu corte de cabelo era social, do tipo mais clássico possível; brilhante e totalmente escovado para trás, de tal maneira que nenhum dos fios ficassem fora do lugar.

Um Sargento próximo dali, notou a presença daquele homem e imediatamente posicionou a mão em sua testa, juntou suas pernas e logo gritou:

— SENTIDO!

Todos que estavam presentes naquele campo fizeram o mesmo, inclusive Roy e o grupo que corria em volta do campo, que cessou os rápidos passos para seguirem a tal ordem.

— Por que estamos… fazendo isso? — indagou Slezzy com um tom ofegante.

— Você realmente… não o conhece? — comentou Jean, um pouco exausto.

— DISPENSADOS! — gritou aquele homem, que todos haviam saudado, com uma voz grave.

Depois daquele comando, todos retornaram as suas atividades; e o grupo tornou a correr.

Jean respondeu Slezzy enquanto retomava o ritmo da corrida:

— Esse é o General da FMA. Todos o conhecem como General Santos!

Clay riu; mas logo se concentrou naquela corrida, juntamente aos outros.

O homem fardado continuou caminhando na direção de Roy, que organizava algumas coisas na cabana ao qual ocupava.

— Bom dia, Capitão Roy! — cumprimentou-o com um sinal militar, colocando a mão sobre a testa, ainda se aproximando da cabana.

— Bom dia, General Santos! — Roy encarou aquele homem, cumprimentando-o com o mesmo sinal.

— Pelo visto… os integrantes do último grupo de treinamento, obtiveram êxito na prova da Sala Branca!

— Exato, eles foram excepcionais! Mas, é realmente uma pena que incluiremos apenas dois na corporação.

— Não! Não sinta pena! Com toda a certeza, os reprovados levarão todo o nosso ensinamento para o resto de suas vidas!

— General Santos, eu tenho uma dúvida: já que esse é nosso último treinamento inclusivo, o que vai acontecer caso a criminalidade suba… a ponto de que o nosso número atual de agentes disponíveis… não seja suficiente?

— Capitão… É uma situação muito complicada. Por causa disso, o governo está tentando contatar o exército nacional. E infelizmente, a mídia nos pressiona cada vez mais, a cada dia, na questão do treinamento militar infantil, exclusivamente na Ordem Azul; mesmo que ela recrute apenas órfãos, que não possuem qualquer propósito em suas vidas, e que no fim… caso não tomem nenhum rumo, acabam se alicerçando ao crime.

Os dois passaram a observar o grupo que corria ao redor do campo.

— Quantas voltas o grupo já percorreu?

— Eles vão completar a terceira nesse exato momento.

— Então, vamos apimentar um pouco as coisas…

De repente, o homem se aproximou da beirada do campo, berrando:

— EI, ESQUADRÃO! CASO QUALQUER UM DESISTA DA PROVA, TODOS SERÃO ELIMINADOS! SEM EXCEÇÃO!

A fala desafiadora do General Santos fez com que todos os militares ao redor do campo prestassem atenção naquela corrida; causando também uma pequena aflição nos membros do esquadrão que percorria aquela área.

Olá, eu sou o Chris Henry!

Olá, eu sou o Chris Henry!

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