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Slezzy estava dentro do elevador daquele hospital.

Ele acabara de apertar o número quatro, em um painel de controle. As portas se fecharam.

As últimas palavras trocadas entre ele e Sanches passavam por sua cabeça.

“— …Boa sorte com o seu trabalho tedioso, garoto; espero que aproveite o seu treinamento na FMA… Nos vemos em breve!”

   “— Com certeza, Sanches…”

Quando as portas do elevador se abriram, Slezzy pôs-se a caminhar a procura do quarto de número oitenta e dois.

Ao chegar na porta do respectivo quarto, ele pôde observar o Agente Sanches, deitado naquela mesma cama, sob os devidos cuidados médicos. Seu corpo estava limpo de todas aquelas marcas de sangue. Os locais em que fora perfurado por aqueles tiros, já estavam cicatrizados.

O Tenente Jan observava, de pé, a situação daquele agente, diante de tal.

— Provavelmente, ele ainda passará por mais uma cirurgia — comentou um médico que carregava um formulário em um de seus braços. — Dá pra sentir que esse cara é um homem forte! É incomum alguém resistir a esse tipo de perfuração por tanto tempo, mesmo perdendo quase todo o sangue de seu corpo!

O médico se despediu; em seguida começou a caminhar em linha reta à saída do quarto, comentando ao observar Slezzy:

— Parece que vocês têm visita!

Slezzy adentrou o quarto no mesmo instante em que o doutor a abandonou. Ele se aproximou da cama, pelo lado direito.

— O médico disse que ele está se recuperando rapidamente… — falou o Tenente com um tom otimista. — E em questão de dois ou três meses vai estar apto para trabalhar nas ruas novamente! Pelo mínimo que conheço dele, tenho certeza de que ele surtaria se não pudesse mais trabalhar por conta desses ferimentos. Ah… Sanches…

Slezzy riu levemente junto com o Tenente, que prosseguiu:

— Nos primeiros dias de trabalho no NCC, eu ainda era um recruta e tinha um cargo totalmente menosprezado. Sanches foi o único daquela instituição com um cargo totalmente superior, que se assegurou de que eu estivesse confortável e pronto para o serviço. Posso me lembrar de rostos naquele tempo… que hoje estão na FMA.

— O que? Então como você se tornou superior ao agente? Isso não seria… logicamente impossível? — indagou Slezzy.

— Lógica? Impossível? Esses termos não existem perante o carisma do Agente Sanches. Assim como você, ele sempre questionava e batia de frente com ordens impostas pelo NCC. Até que um dia, ele recebeu uma nota de afastamento de seu cargo. E ainda assim, recusou entregar a sua arma para a polícia.

— O que aconteceu depois?

— Sanches ficou um pouco mais de um ano afastado, retornando apenas no final do ano passado… e mesmo assim, ele nunca devolveu a sua arma de volta à polícia — O Tenente ria. — Mas… parando para pensar, foi uma boa época de descanso. Ele já estava trabalhando a mais de oito anos! Sem tirar nenhuma de suas férias. Tenho certeza de que foi o agente que mais deu seu sangue até hoje pelas vidas dessa cidade. E eu nunca esquecerei desse feito.

— Então, é por isso que ele tem o respeito de todos os superiores do NCC — concluiu o garoto.

— Exatamente!

Os dois voltaram a observar o agente que estava em estado de coma.

— Enfim. Pra falar a verdade, eu lhe convoquei para tratar de outros assuntos.  Falou, fixando seu olhar no jovem.

— Quais tipos de assuntos!?

Jan caminhou para uma porta de vidro que fazia parte daquele quarto, e que também ligava o cômodo a uma varanda, com visão para os prédios da cidade. Ele a abriu em seguida.

Slezzy andou até a varanda, cercada por uma proteção de vidro; fechando a porta logo depois de sua passagem.

Slezzy e o Tenente Jan observavam os grandes prédios, direto daquela varanda. Os Irmãos Sam acompanhavam Slezzy a todo instante.

— Fiquei sabendo que conheceu Yuki, há três dias… no dia do assalto ao Banco Central.

— Sim. Tive a chance de conhecê-lo.

— Ele é o responsável pelo setor de inteligência da FMA. Desde os últimos dois anos após sua entrada, sempre levamos em consideração todas as suas suposições e ideias. Ontem, com o auxílio das fitas de vídeo de algumas câmeras secretas do banco, cujo os assaltantes tiveram a cortesia de não as quebrarem, conseguimos detectar uma espécie de objeto cinzento sendo introduzido na bolsa do Corvo.

— Hum?

— Quero deixar claro… que tudo isso é confidencial! — Jan se virou para Slezzy desta vez, encarando-o seriamente — Segundo algumas amostras de estudos do setor de inteligência, o objeto era circular… com detalhes não identificados; e ele formava uma figura de lua em seu centro.

Os olhos dos Irmãos Sam se arregalaram após tal fala. Slezzy percebeu aquilo com um rápido relance.

O Tenente prosseguiu:

— A questão é… ainda não sabemos o que é de fato isso e nem a quem pertencia, apesar de que apenas os mais ricos da cidade tinham condições de armazenar seus pertences e bens valiosos nos cofres daquele banco. Outro fator que Yuki apontou, parece ser determinante no caso: os reféns e os outros bandidos que fugiam pela saída principal, portavam armas de fogo e bolsas de dinheiro. Isso significa que, por mais que o Corvo e seus capangas que fugiram através dos prédios naquele dia… tenham roubado cerca de um milhão de dólares, essa não era a prioridade do roubo.

— Está dizendo… que o verdadeiro propósito de todo o esquema… era pegar um objeto circular e cinzento? — perguntou Slezzy, sarcasticamente.

— É um verdadeiro mistério.

Jan apoiou seus braços nas barras que delimitavam a varanda.

— Tenente, essa é a principal razão para que tenha me convocado?

O Tenente ignorou aquela pergunta por longos segundos. O som dos ventos e o aparelho médico dentro do quarto dominaram aquele ambiente.

— Você tem razão, recruta. Mas antes de chegar ao ponto, eu realmente preciso que você tenha ciência de que a partir de agora, você é uma das grandes esperanças entre todos os soldados das instituições militares.

— Han?

— Slezzy, você não enxerga? Depois desse assalto bem-sucedido… em tese… os criminosos dessa cidade devem estar pensando que agora nos têm sobre as palmas de suas mãos! O número de jovens que entram diariamente para essa miserável vida… só está subindo! Por causa de tudo isso… precisamos reunir o maior número possível de forças para combater todos os cabeças das máfias, na hora certa.

— Na hora certa?

— O Corvo, mesmo não sendo o maior líder dentre as máfias no momento, declarou guerra à nossa cidade em nome de todos eles com esse maldito assalto. O dia em que a cidade irá parar para assistir o confronto entre os militares e todas as máfias… está próximo. Até lá, vamos enfrentar pequenos episódios contra esses mesmos bandidos. E quando esse dia chegar, precisaremos de todas as forças.

Slezzy estava paralisado diante daquelas palavras. O Tenente as concluiu, logo depois:

— O Agente Sanches não te escolheu atoa! Eu tenho certeza de que ele tinha um grande motivo… naquele dia… para te tirar do seu cargo infeliz de secretário! Como ele está desabilitado, assim como o jovem Clay… que não está nas melhores condições de atuar, devido ao acidente no treinamento da FMA, não temos policial ou recruta com uma boa experiência para sair as ruas no momento! Ainda mais com um espírito de líder! Muitos estão afastados por trauma ou simplesmente se demitiram por medo depois do grande assalto. Por isso, preciso que você retorne para o NCC… na próxima segunda-feira, para trabalhar nas ruas ao meu lado!

— O QUE? — retrucou Slezzy, surpreso e assustado com a novidade.

Olá, eu sou o Chris Henry!

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