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   O agente Henegan, responsável pela portaria da FMA, liberava a entrada de um carro forte para aquela área; mas de repente, se assustou com a imensa velocidade que o Mustang preto de Sanches vinha na direção do mesmo portão, atravessando-o logo depois. Alguns pedestres próximos xingaram o motorista.

   Henegan riu disfarçadamente daquela situação.

   Dentro do carro em rápida velocidade, Slezzy indagava seu parceiro:

   — Você não pode fazer isso, Sanches! Vamos fracassar toda a operação caso o local realmente seja a base da Sociedade Nobre!

   — Apenas… confie em mim — respondeu o Agente, enquanto dirigia o carro.

*

   Chegando próximo do local, Sanches estacionou seu carro do outro lado da rua ao qual se encontrava o tal comentado bar.

   — Venha! E confira com os seus próprios olhos! — falou Sanches, abrindo a porta lateral de seu carro.

   — Mas… — As palavras de Slezzy foram interrompidas pelo bater da mesma porta.

   Sanches sacou seu revólver prateado, da cintura; e caminhou em rápidos passos na direção da entrada daquele estabelecimento.

   Slezzy percebeu aquela ação e rapidamente abriu a porta do carro, abandonando o veículo e fechando-o em seguida, para acompanhar seu parceiro.

   Antes que Sanches pudesse ser alcançado por Slezzy, ele entrou raivosamente naquele estabelecimento, com um forte chute sobre a porta principal.

   Diferente do bairro em que o bar se encontrava, que era totalmente calmo e deserto; aquele estabelecimento era rodeado por dezenas de homens bêbados e barulhentos. Alguns brigavam entre si, disputando o último gole de um drink que estava sobre a mesa, já outros apostavam até mesmo os próprios pertences em uma briga de galo clandestina.

   O intenso barulho da música que tocava ali era ensurdecedor.

   — Senhor… policial… — disse um homem barbudo, que estava atrás do balcão principal do bar, com uma voz trêmula. Ele aparentava ser o gerente dali, já que era o único com roupas limpas, além de também estar servindo um copo clássico de chope para um cliente.

   Após a fala daquele homem, todos os outros cessaram suas ações, fixando seus olhares em Sanches, que observava toda aquela situação ainda na entrada.

   O grande barulho daquela música fora cessado.

   Slezzy finalmente chegou na entrada, ficando lado a lado com seu parceiro.

   — Nós…

   — Ei! — Sanches interrompeu a fala do homem barbudo. Todos prestaram bastante atenção na fala do Agente a partir de então. — Eu não estou nem aí para qualquer atividade ilegal… ou se ainda há bêbados que viraram a noite aqui. Na realidade, prender você aqui e agora… não é minha prioridade! Já que logo os agentes da Operação Caos estarão dominando essa área. Aliás, isso se… você não estiver subornando algum deles, não é?

   — Não é nada disso… — O suposto gerente passou a suar bastante.

   — Fique calmo! — Sanches interrompeu novamente a fala daquele homem, se aproximando do balcão principal, enquanto os homens bêbados se distanciavam com grande temor perante ele.

   Após alguns passos, Sanches ficou cara a cara com o suposto gerente do local. O Agente bateu firmemente com sua mão sobre a mesa de madeira que compunha o balcão, ao mesmo tempo, gritando:

   — VOCÊ SÓ PRECISA ME DIZER ONDE É A MERDA DO PORÃO! — sorriu ironicamente em seguida. — Apenas isso!

   O homem barbudo apontou tremulamente para um pequeno corredor lateral, que ficava por atrás de algumas cadeiras, numa região sombreada do bar.

   — Ótimo! — concluiu Sanches, caminhando na direção apontada.

   Slezzy o seguiu, encarando todos os bêbados ao seu redor.

   Antes que a dupla pudesse adentrar o corredor, Sanches alertou todos os outros que estavam presentes ali, com firmeza:

   — Caso alguém saia do bar ou sequer tente algo, eu juro que descontarei cada segundo perdido para os prender, com as minhas próprias mãos.

   Todos ficaram completamente estáticos.

   Slezzy e Sanches entraram no corredor escuro e logo se depararam com algumas escadas, que levavam à um nível inferior do local.

   A dupla desceu as escadas lentamente, tomando todos os cuidados possíveis.

   Ao terminar da descida, Sanches, com auxílio de sua lanterna, encontrou um pequeno interruptor, ativando-o em seguida.

   Uma grande lâmpada central iluminou todo o lugar.

   Era um grande porão. Ali, havia garrafas quebradas, barris de cerveja, materiais de construção entre muitas outras bugigangas.

   — Me responda… Slezzy… — falava Sanches. — Você realmente acha que esse lugar… tem alguma estrutura para servir como uma base para a Sociedade Nobre!?

   Slezzy caminhou sobre o local, analisando todos aqueles itens, ainda pensativo; retrucando-o a seguir:

   — Por que eles te dariam um endereço errado… sabendo que você conhece toda a cidade?

   — Talvez isso seja algum tipo de teste. Vai saber o que se passa na cabeça do “pequeno gênio”.

   — Essa é a questão… O que será que Yuki e Roy estão planejando?

   A dupla permaneceu em silêncio enquanto analisavam os utensílios do porão. Nenhum barulho foi emitido no andar de cima.

   — Sanches, o que acontecerá se toda essa operação for um sucesso?

   — Por que pergunta isso? Não sabemos nem se eles realmente têm o verdadeiro endereço da base do Barão II e seus capangas!

   — Deixe-me pensar… curiosidade? — Slezzy sorriu. O jovem retornou a entrada do porão, desistindo de procurar ou verificar mais alguma coisa.

   — Conseguiríamos realizar um grande impacto, a ponto de acabar com toda a Sociedade Nobre. Teríamos controle de mais da metade da cidade de Maple. Seria simplesmente… um grande avanço em todos esses anos da alta criminalidade.

   — Uau! — Slezzy esbugalhou seus olhos.

   — Você está… tão animado assim?

   — É bom pensar que estamos prestes a dar um grande passo… para melhorar a vida de todas as pessoas da cidade, não?

   — É claro, garoto.

   A dupla se reuniu na entrada do porão; desativaram o interruptor e subiram as escadas.

   Enquanto atravessavam o corredor sombrio, de volta para a região principal do bar, Sanches surpreendeu Slezzy com um comentário, interrompendo seus passos.

   — Caso a invasão realmente aconteça… você precisará utilizar alguma máscara ou um tipo de camuflagem facial.

   — Han? Como assim?

   — Não tenho dúvida de que uma pequena parte da Sociedade Nobre e da Asa Negra… são mentoreados; e provavelmente… uma grande batalha que envolva os poderes do Arché Superior… estouraria durante a invasão.

   — Espera… Quantos mentoreados temos ao nosso favor?

   — Acho que se você estiver ciente apenas dos que já conhece, já é o suficiente.

   — Eu odeio esse seu lado misterioso! — resmungou, fazendo uma careta.

   A dupla caminhou até o fim do corredor, retornando ao centro do bar.

   Os homens bêbados, incrivelmente, ainda estavam estáticos.

   Antes que Sanches saísse do bar, ele caminhou até o balcão e bebeu dois drinks que estavam servidos em cima daquela mesa de madeira:

   — Obrigado pela sua compreensão! Além do mais, eu não julgo sua maneira de lucrar em cima dessas pobres almas viciadas, já que… não há muito o que fazer quando se trata de sobreviver nessa cidade, não é mesmo?

   Adiante, Sanches abandonou o bar, acompanhado de seu parceiro.

   A dupla caminhou até o carro, que estava do outro lado da rua.

   — O que farei agora? — perguntou Slezzy, no caminho.

   — Você diz… até quando chegar a hora da invasão… amanhã?

   — É.

   Sanches puxou de seu bolso o controle do carro.

   — Aproveite essas últimas horas e fique com a sua família. Apenas descanse!

   — Você está falando sério?

   — Nunca falei tão sério em toda minha vida! Não se preocupe, farei questão de repassar minha ordem de sua folga para o Tenente. Então, parabéns! Você está oficialmente dispensado… por hora. — concluiu Sanches, tocando sobre as costas do garoto.

   Durante aquele pequenino intervalo de tempo, Slezzy enxergou o demônio de Sanches.

   — Bom, eu preciso ir agora! E pelo que me lembro, a sua casa fica a apenas dois quarteirões daqui. Então… te desejo uma ótima caminhada!

   — O que!?

   Sanches entrou rapidamente em seu carro e rugiu seu motor, dando partida e abandonando o local em questão de segundos, com um veloz arranque.

   — Ele só pode estar de sacanagem… — resmungou Slezzy.

   Os Irmãos Sam, que estavam completamente quietos até aquele momento; riram incessantemente da expressão facial do jovem.    O garoto começou a caminhar até a entrada daquela rua deserta, observando o Mustang de Sanches, que atravessava a esquina em rápida velocidade.

Olá, eu sou o Chris Henry!

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