Yuki, Saith e Edward foram arremessados ao chão daquele estacionamento, se desequilibrando devido ao tremor de toda a estrutura de concreto.
O menino de cabelos brancos percebeu que Edward utilizaria daquela brecha para fugir:
— SAITH! ATIRE NAQUELE DESGRAÇADO! AGORA!
O franco-atirador estava consideravelmente longe de seu rifle, que havia caído de suas mãos. Porém, não demorou muito para que ele se equilibrasse novamente e corresse em direção à arma.
Após empunhar seu rifle outra vez, Saith realizou três disparos em sequência, mas não obteve sucesso. Edward havia se protegido com um elemento surpresa: uma grande foice prateada com detalhes espinhosos.
Em meio aos gritos e tiroteios, Edward deu uma alta gargalhada, enquanto empunhava aquela foice, provocando-os em seguida:
— Garoto… você pode ser o maior gênio da cidade; mas isso não vale de nada quando… — As palavras do homem de terno foram interrompidas pelo barulho de mais dez disparos do rifle de Saith.
Edward conseguiu se proteger enquanto recuava para as escadas, cortando a maioria daquelas balas ao meio, com sua foice prateada. Porém, ele não impediu apenas um único projétil, que resultou na perfuração de seu braço direito.
Após aquilo, Edward escapou pelas escadas, gemendo de dor.
Saith correu naquela direção, enquanto recarregava seu rifle com projéteis que estavam armazenados em sua roupa, mas logo foi interrompido por Yuki:
— Não…! Se concentre na invasão! Vamos focar em acabar de vez com a base desses desgraçados. Além disso, você sabe que Edward não pode ir muito longe.
Saith interrompeu seus passos imediatamente após aquela ordem, acenando sua cabeça positivamente para Yuki.
O pequeno gênio exalou uma grande energia esbranquiçada em torno de si, logo em seguida.
*
Os agentes e militares desciam dos carros-fortes, em rápida velocidade. Eles avançavam em meios aos destroços da explosão, na direção da entrada principal do local; sendo recebidos a tiros.
Bryan e Isaim, que também compunham tal exército, auxiliavam os militares que estavam gravemente feridos, protegendo-os.
Shane e Helena, perceberam que aquele acidente, na verdade fora a explosão do primeiro carro-forte, que havia caído em algum tipo de armadilha dos capangas daquela máfia.
A troca de tiros entre os militares e os criminosos ficava intensa a cada instante.
Shane avançava em meio à corpos jogados nas redondezas da entrada principal, buscando algum ponto estratégico para utilizar de sua arma de gancho.
Helena o acompanhava, dando toda a cobertura necessária.
As luzes do local, onde estavam posicionados os criminosos, se acenderam, revelando o posicionamento dos mesmos, entregando grande vantagem para as equipes militares.
Naquele ponto, restavam em torno de cinquenta agentes vivos, lutando por sua própria vida, com sede de justiça por todos os outros companheiros do primeiro carro-forte, que já estavam mortos.
— Enviem reforços, já! — gritou um agente desconhecido em meio ao cenário de guerra, pressionando uma escuta em seu ouvido.
— Estou resolvendo isso! — respondeu Laura, na escuta do soldado.
Havia franco-atiradores no topo da construção, que dificultavam a entrada dos militares.
— NÃO CONSEGUIREMOS PASSAR! — gritou Helena, que se protegia por trás de uma forte estrutura de ferro. — Alguém precisa abrir o caminho… para que possamos adentrar o local!
O menino espadachim estava lado a lado com a garota. Os tiros dos capangas chegavam a quase os atingir pelas laterais.
De repente, os tiros dos franco-atiradores cessaram misteriosamente. O barulho do poder de fogo dos capangas estava diminuindo gradativamente.
Helena se posicionou estrategicamente, de maneira que pudesse visualizar o que estava acontecendo, sem ser alvejada por algum capanga.
— EI! RECEBEMOS AJUDA! — gritou ela.
Saith, estava sobre um alto ponto estratégico da construção, ao lado de Yuki.
O franco-atirador favorito da FMA, dizimava os snipers inimigos. Mas mesmo assim, com dificuldade, devido as brechas da sua posição.
Um elemento inesperado surgiu na batalha, com alta velocidade, atravessando a entrada principal, confrontando todo aquele exército de capangas. O rosto daquela figura estava pintado de branco e alguns detalhes foscos. Ele estava cercado por um tipo de energia alaranjada.
Era Slezzy.
Ninguém reconheceu sua face disfarçada, mas logo os militares compreenderam que aquele homem estava ao lado deles.
O jovem de rosto pintado, portava consigo apenas uma submetralhadora em suas mãos; além de uma arma de gancho e sua nova espada, que estavam na sua cintura.
Com suporte de Saith e da entrada violenta de Slezzy, Shane conseguiu avançar facilmente, com sua arma de gancho, sobre as extensas paredes do local.
Slezzy, a partir de sua rápida movimentação e mira aprimorada, deteve a maioria dos adversários, desviando de todos aqueles projéteis disparados em sua direção. Foi questão de segundos até que quase todos os inimigos fossem nocauteados.
Os agentes vieram logo atrás, adentrando a entrada principal; e logo depois, eliminando todo o restante dos capangas dali, à tiros.
Com uma breve calma, os agentes conferiram os caminhões estacionados ali, já vazios. Todas as caixas já haviam sido retiradas.
Slezzy avançou, sem qualquer preocupação, para outro andar do prédio.
— Ouçam! Esses capangas faziam parte da segurança de apenas uma das entradas desse lugar! E agora, os outros já devem estar se equipando com as novas armas, no interior do prédio! Então, tomem extremo cuidado ao adentrar qualquer cômodo desse grande monte de concreto abandonado! — alertou Yuki, no rádio.
Sanches, que estava coordenando o ataque terrestre, tomou a frente para que os agentes começassem a adentrar de vez a indústria abandonada:
— Vamos! Não temos tempo a perder! O Capitão Roy e sua equipe, já estão adentrando outra parte da construção! Vamos cercar os mafiosos!
— O que você falou? — perguntou Yuki, na escuta. — Droga… como eu disse… os mafiosos já devem estar armados potentemente naquela parte da construção! Merda! Se apressem! Eles estão correndo um grande perigo!
Sanches resmungou logo depois, empunhando sua arma.
Saith e o pequeno gênio ao seu lado, abandonaram aquele flanco e partiram até outro ponto estratégico.
Shane começou a rodear o local, procurando por um bom posicionamento para o seu ataque surpresa, utilizando de sua habilidade espadachim. Dali, o garoto não foi mais avistado por seus companheiros.
Helicópteros da FMA começaram a se aproximar do local.
Após alguns minutos, a equipe de operação estava no primeiro andar daquela construção. Eles foram recebidos à tiros pelos capangas de Barão II, que estavam estrategicamente posicionados, atrás de balaústres de um andar superior.
A parte interna daquele andar era composto por extensos corredores de concreto, entre grandes colunas que caíam aos pedaços.
Havia capangas por toda parte.
Slezzy, já muito avançado, conseguiu acessar o centro da base dos mafiosos, localizado no segundo andar da construção. Ali, a equipe especial de Roy e outros militares, confrontava os maiores vilões da cidade, à tiros.
Corvo e Salvador, disparavam rajadas mágicas e negras com as próprias mãos, contra os agentes, que estavam totalmente confusos e perplexos por presenciarem tal poder.
Roy utilizava do próprio material de concreto, presente em quase toda a estrutura dali, manipulando-o em grandes rochas; arremessando-as violentamente aonde estavam os mafiosos.
Slezzy, posicionado secretamente atrás de uma das colunas do centro, visualizou Barão II e outros bandidos fugindo até algumas escadas que levavam ao nível mais elevado de toda a construção abandonada. A partir daquele momento, o jovem avançou discretamente entre os destroços do andar, perseguindo os criminosos. O lugar foi inteiramente dominado pelo tiroteio entre os mafiosos da Sociedade Nobre e os militares; em meio a forte chuva trovejante.