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   Pela segunda vez, desde o início de suas ações militares pelas ruas de Maple, Slezzy se encontrava em uma das macas do velho Hospital de Western, mas com ferimentos menos graves agora.

   O jovem, ainda deitado, começou a abrir seus olhos lentamente; mas era uma tarefa difícil, devido à forte iluminação dos raios solares que atravessavam a janela daquele cômodo.

   Todas as outras camas ali, estavam vazias.

   Em uma escrivaninha ao lado, estavam restos de um lanche: guardanapos com farelo e uma caixinha de suco vazia e tombada, que estava sobre uma carta branca que continha alguns rabiscos, além de uma jarra cheia de água pela metade, com um copo de plástico ao lado. Um colar de ouro, brilhante e bastante chamativo, também estava ali, mas separado de toda a bagunça.

   Tomado por curiosidade, Slezzy levantou seu tronco, ainda deitado. Em seguida, retirou a caixinha de cima daquela carta, para compreender aqueles rabiscos:

   “Não se preocupe, garotinho. Eu sou como um anjo da guarda!”

   De repente, o barulho de uma televisão ao lado, que estava em cima do armário de remédios, roubou toda a sua atenção. Ela transmitia uma coletiva de imprensa.

   Naquele programa, dois ícones da cidade, o General Santos e governador Dom Cernuno, eram entrevistados por dezenas de repórteres ansiosos e sedentos por respostas. Aqueles dois estavam rodeados de seguranças equipados com escopetas e coletes à prova de balas.

   Em meio ao ambiente dominado pelo bombardeio de perguntas consecutivas, algumas se destacavam, fazendo com que todos se calassem e registrassem as respostas daqueles ícones, para seus jornais e emissoras de TV ao vivo:

   “— Governador Dom Cernuno, o que o senhor pode concluir após o ataque surpresa dos militares à base da Sociedade Nobre? De que maneira isso impacta a temida cidade de Maple?” — perguntou um dos repórteres perante a multidão curiosa.

   Slezzy conseguiu se erguer finalmente, se sentando sobre a cama logo depois. Ele fixou seu olhar naquela entrevista transmitida pela televisão.

   “— Bom dia a todos os cidadãos de Maple. Primeiramente, eu gostaria de dar todos os créditos da nossa operação bem-sucedida… a todos os agentes que a ela contribuíram, ontem à noite.” — respondeu Dom Cernuno.

   Slezzy resmungou, ainda sentindo leves dores em seu peitoral.

   Algumas pessoas riam da fina voz do governador.

   O Governador prosseguiu:

   “— Com a base de operações da maior máfia que essa cidade já presenciou, agora derrubada, tenho garantia de afirmar a todos vocês, que registramos o maior avanço de todos os tempos em relação ao combate à criminalidade predominante nos últimos quinze anos. Baseado nisso, estipulamos uma meta de instaurar postos policiais em toda a parte da Região Sul até o Leste de Maple. Isso levará algumas semanas e com certeza não será fácil, já que ainda resta criminosos e pequenos afiliados da Sociedade Nobre, por aí… — Foi possível ouvir algumas risadas de fundo. — Enfim, isso contribuirá para que possamos aumentar a segurança dessas grandes regiões ao máximo, e consequentemente… reduzir as taxas de criminalidade das mesmas”

   Um novo bombardeio de perguntas da multidão de repórteres surgiu novamente. Entretanto, uma delas se destacou:

   “— O que vai acontecer com os capangas que se renderam durante a invasão?”

   O General respondeu:

   “— Todos os criminosos rendidos… estão presos e sob guarda das mais fortes equipes de segurança da FMA. E dentro de algumas semanas, todos eles serão enviados às prisões externas de Maple, assim como todos os criminosos que são presos diariamente em nossa cidade. Porém, com uma pena mais grave.”

   Os seguranças começaram a se atentar, já que alguns repórteres ameaçavam se aproximar demais dos dois entrevistados.

   Algumas perguntas e comentários se destacaram no meio de todas as outras, mas não foram respondidas.

   “— Por que vocês não matam todos esses outros bandidos? Pena de morte, já!”

   “— O que vai acontecer com a operação Caos?”

   “— Você só tem interesse em demonstrar importância para a nossa sociedade, agora! Já que as eleições se iniciam no ano que vem, não é? Corrupto!”

   Ainda com os olhos fixados na televisão, Slezzy pensou alto, após aquele último comentário:

   — Você ainda tem dúvida disso? — Ele riu em seguida.

   “— Se acalmem!” — alertou um dos seguranças.

   Uma repórter de terceira idade se revoltou:

   “— Se acalmar? E quando falaremos sobre as escolas? Sobre os hospitais? Sobre as condições de saneamento básico precárias nas áreas mais pobres da “grande capital” deste país!?”

   O governador a respondeu, quase gritando:

   “— Você quer realmente falar sobre isso? Não consegue enxergar que a nossa prioridade no momento… é a segurança dessas malditas ruas?”

   Outros repórteres se revoltaram contra a mulher. Um deles se pronunciou:

   “— Escolas? Para que investir em escolas se as nossas crianças hoje em dia só têm duas escolhas na própria infância!? Ou o caminho militar através da Ordem Azul… ou o caminho do crime através das máfias que atormentam nossas ruas!”

   Após aquela retrucada, os repórteres começaram uma grande discussão entre si. Uma verdadeira desorganização se instaurou ali.

   Porém, uma pergunta se destacou e chamou a atenção de todos em volta, vinda de um homem encapuzado, com um tom de voz elegante:

   “— E os soldados psicologicamente afetados?”

   “— Han? — resmungou um dos repórteres.”

   O homem encapuzado prosseguiu:

   “— Vários dos soldados que presenciaram a operação de perto, especificamente falando… que adentraram a indústria abandonada da Sociedade Nobre… ainda não retornaram às suas atividades rotineiras… afirmando em suas justificativas o fato de terem presenciado algo sobrenatural… além de poderes mágicos…”

   “— ESSA REUNIÃO ESTÁ ENCERRADA!” — berrou o governador.

   Os seguranças começaram a avançar sobre os repórteres:

   “— AFASTEM-SE! A COLETIVA ACABOU!”

   A grande multidão ficou confusa. Eles se assustaram, enquanto se ajeitavam para abandonar o local, em meio aos empurros agressivos daqueles seguranças:

   “— Espera aí, cara! Já estamos saindo!”

   O jovem ficou perplexo com a tamanha ousadia daquele último comentário, em uma ocasião tão pública como aquela.

   “Aquele homem encapuzado… ele realmente ouviu apenas rumores!?… Ou será que na verdade… ele era um mentoreado…?”

   A televisão se desligou de repente. O jovem se assustou.

   Em seguida, uma pequena garota com roupas militares surgiu na porta do quarto hospitalar. Era Helena.

   — Isso! Isso! — comemorou a garota ao perceber que Slezzy estava acordado. O garoto ficou confuso com toda a felicidade da menina.

   — Calma aí! Não é pra tanto! — comentou Slezzy, tímido.

   — O que? Do que você está falando, seu tonto!?

   — Han?

   — Eu ganhei a aposta! Eu! Eu ganhei! — comemorou ela, rindo.

   Um enfermeiro se aproximou da porta do quarto e alertou Helena:

   — Senhorita… por favor, não faça tanto barulho assim! Estamos em uma área hospitalar!

   Helena se encheu de timidez:

   — Ah! Mas é claro… claro! — disse ela em um baixo tom, desta vez.

   O enfermeiro deixou o local.

   A seguir, Helena adentrou o quarto.

   — Aposta? Que aposta você ganhou?

   Helena caminhou até a escrivaninha próxima da cama. Ao se aproximar, ela o respondeu, enquanto procurava alguma coisa em cima dali:

   — Eu apostei que você acordaria durante o meu turno de vigia! Agora… aquele loirinho metido… está me devendo cem dólares!

   — O que? — retrucou Slezzy, enquanto Helena ainda revistava a escrivaninha e os arredores da mesma. — Turno!? Vocês estavam fazendo turnos pra me vigiar? Espera… você está falando do Jean?

   — Não pronuncie o nome dele! — Helena quase gritou. — Ele não passa de um pequeno metido que se gaba por sua “linda aparência”. Além disso, você viu um colar por aí? Eu tenho certeza de que o deixei por aqui!

   — Você está falando disso? — falou Slezzy, levantando sua mão esquerda, com um colar de ouro sobre ela.

   — Ei! Seu ladrãozinho! — reclamou ela. — Me devolva! Agora!

   — Isso é tão importante pra você?

   — Apenas… me devolva, já!

   Slezzy a indagou, cheio de curiosidade desta vez:

   — Você se lembra da primeira vez que nos virmos? Naquela noite fria, em que você estava totalmente alegre, ao lado de Shane.

   O rosto de Helena ficou vermelho de repente.

   Slezzy prosseguiu:

   — Eu lembro que você me ofereceu três perguntas naquela noite. E sei que você me deu bastante tempo para pensar na terceira. Então, acho que chegou a hora de fazê-la: por que esse colar é tão importante para você?

   Após perguntar, Slezzy estendeu a mão que segurava o colar, para a garota.

   — Por que essa curiosidade tão repentina? — retrucou ela, tomando o colar das mãos do jovem.

   Slezzy ficou calado.

   Os dois se encararam por algum tempo, seriamente.

   Logo, todo aquele clima tenso se esvaiu quando eles ouviram o pisar de alguém que se aproximava do quarto.

   Helena retirou uma pistola de sua cintura e rapidamente se posicionou contra a porta, apontando sua arma naquela direção. Mas logo, foi surpreendida.

   — Sanches!? — disse Slezzy com um tom de alívio.

   O parceiro do jovem riu daquela situação.

   — Por que diabos você está apontando uma arma para mim!? — perguntou Sanches, em meio a suas clássicas risadas. Ele usava um longo sobretudo cinza, que ligeiramente chamava a atenção de quem o encarasse.

   — Isso se chama trabalho de vigia, tontinho! — retrucou Helena, abaixando a arma.

   Adiante, Sanches adentrou o quarto e caminhou até Slezzy, falando:

   — Vamos! Se levante! Eu preciso te levar para casa, garoto. Os agentes da FMA não podem ficar por sua conta até o fim da sua vida.

   Slezzy retrucou:

   — Espera… que horas são? Quanto tempo já se passou? O que aconteceu depois de…

   — EI! — berrou Sanches.

   Slezzy se travou completamente após aquela chamada de atenção.

   A garota observava Sanches quietamente, como se tivesse grande respeito pelo Agente.

   Sanches pegou a jarra cheia de água que estava sob a escrivaninha e serviu o copo de plástico, ao lado. Logo em seguida, ofereceu-o à Slezzy:

   — Por que você… não se acalma um pouco? — disse, rindo, cheio de convicção.

   Slezzy, ainda sentado sobre a cama, aceitou o copo d’água.

   Enquanto o jovem bebia lentamente, Sanches dialogava:

   — Respondendo as suas perguntas… — Ele olhou para o seu relógio pessoal de relance. — Agora são exatamente oito horas da manhã. E já se passaram dois dias completos desde a nossa invasão bem-sucedida.

   — Então… deu tudo certo?

   — É claro! Porém, precisamos rever esses seus constantes desmaios após suas conjurações de Arché Superior.

   — Han?

   — Já é a segunda vez que você desmaia logo depois de uma batalha que envolve os “poderes dos demônios”, Slezzy — afirmou Helena.

   — “Poderes dos demônios”? — replicou Sanches. — Que exótico, hein!?

   — Que se dane tudo isso! — respondeu ela, com uma expressão irônica. Logo depois, a garota se afastou.

   Slezzy retomou:

   — Acha que esses desmaios podem ser… sabe… um daqueles… efeitos colaterais da minha “Gankaa”?

   — É Gankkai! — afirmou Sanches.

   — Ah… é claro.

   — Ou talvez, o seu próprio corpo não pode suportar tamanho poder — provocou Helena.

   O parceiro do jovem, respondeu:

   — Talvez… você esteja certo, e isso realmente tenha alguma relação. Além dos sonhos envolvendo seu passado e esses desmaios, você notou mais alguma coisa?

   — Hum… acho que não…

   — Certo… — Sanches se virou, iniciando seus primeiros passos, de volta à porta do quarto. — Agora se levante!

   — Assim? Com esse roupão? — retrucou o jovem, constrangido.

   — Você é um agente militar! Não vai ter problemas em “roubar” umas roupas desse velho hospital — afirmou o agente mais velho, friamente. — Além disso, preciso dizer novamente que você tem o melhor agente dessa cidade, ao seu lado!?

   Slezzy sorriu e se levantou rapidamente daquela cama, com grande empolgação. Em seguida, se deparou com a carta branca ao seu lado, outra vez:

   — Vocês sabem… de onde veio essa carta?

   Sanches e Helena o encararam com expressão de dúvida.

   O jovem decidiu ignorar aquilo; caminhando até a porta do quarto, onde Sanches o esperava com um grande sorriso estampado no rosto.

   Durante o curto trajeto da cama até a porta, Slezzy cessou seus passos por alguns segundos, para apontar com seu dedo indicador, na direção de Helena:

   — Ei, garota! Um dia… você ainda vai me contar sobre a origem e a importância desse colar em seu pescoço…! É uma promessa! — sorriu.

   Helena ficou surpresa com aquele comentário.

   Slezzy retomou seus passos logo depois.

   Helena o encarou com um grande sorriso; repleta de confiança.

   Ao sair do quarto, Slezzy trilhou o grande corredor circular do mesmo andar, logo atrás de Sanches.

   O jovem indagou seu parceiro, antes que alcançassem o elevador dali:

   — É só isso? Não vou precisar de receber nenhum tipo de “alta”!?

   — Slezzy, eu tenho um mandado militar para lhe proteger durante os próximos meses, devido à invasão. E creio que o hospital não seja o melhor lugar para isso.  Por isso, a palavra de nenhum médico ou enfermeiro vai cessar minha ordem. Ao menos, uma daquelas leis malucas do nosso “grande” governador serviu para algo. — concluiu sarcasticamente.

   — Me proteger!?

   — Digamos que… os principais agentes responsáveis pela “queda” do império da Sociedade Nobre, possam ser alvejados pelas outras máfias ou seus afiliados… já que todos eles sofrerão com o fim daqueles que dominaram metade de nossa cidade, durante todos esses anos.

   Slezzy refletiu.

   Sanches concluiu:

   — Os seus pertences pessoais estão na recepção do hospital. Vamos pegá-los e ir para sua casa. Eu gostaria de fazer uma reunião com você e sua família… teria algum problema?

   — Han?… Não! É claro que não!

   — Ótimo. Agora… vê se acelera esses passos, garoto!

   Os dois prosseguiram até o elevador do final do grande corredor.

*

   Após cerca de quinze minutos, a dupla adentrava a casa de Slezzy.

   “Blam”

   Sanches havia fechado a porta principal daquele apartamento.

   Slezzy, ainda vestido com aquelas roupas hospitalares, correu em direção ao seu quarto, para que pudesse se trocar.

   O parceiro do jovem notou que os cômodos estavam extremamente limpos e organizados.

   Sanches sentou-se no grande sofá da sala. Ele ameaçou acender um cigarro, mas logo foi repreendido pelo seu parceiro:

   — Não fume aqui! A Emmy odeia esse cheiro!

   — Você tá falando sério? — retrucou Sanches, indignado. Logo depois, guardou sua cartela de cigarros, em um dos bolsos do sobretudo.

   Após dois minutos de espera, Slezzy voltou de seu quarto. Ele vestia sua roupa social.

   — Você gosta mesmo desse tipo de roupa, não é? — comentou Sanches.

   Slezzy não o respondeu; e apenas se sentou no sofá.

   Não demorou muito para que Sanches puxasse assunto com o seu parceiro:

   — Nós tivemos grande sorte ao interceptarmos aqueles bandidos… justo no dia em que… estavam recebendo aquela carga de fuzis.

   — Hum… na verdade, Yuki já tinha calculado todos os riscos anteriormente. Como um pequeno garoto… pode ter armado tudo aquilo!? É genial!

   — Bom, acho que um “pequeno garoto” já não tem mais treze anos, não acha? — concluiu Sanches.

   Slezzy riu.

   — Sabe… quem diria que tudo isso… se iniciou naquele dia, garoto…

   — Han? Do que você está falando, Sanches?

   — O dia em que você incentivou o Tenente Jan… a sair por essas ruas. Você sabe, não é? Que foi você quem criou a Operação Caos.

   — Não é pra tanto! — retrucou Slezzy.

   — Hum… acho que você precisa começar a reconhecer os seus créditos, garoto.

   O jovem o encarou com positividade.

   Logo, Sanches estendeu a conversa:

   — Mal posso sonhar com o domínio dos militares sobre aquelas ruas… em questão de algumas semanas. É um grande alívio… ver que todo o nosso trabalho não foi em vão. Além das armas apreendidas e a maioria dos capangas fiéis a Sociedade Nobre, agora, finalmente mortos ou presos.

   — Claro. Porém, de qualquer forma… ainda temos bastante trabalho pela frente, não é? Como por exemplo, os Pérgamos, a Asa Negra…; mesmo atordoados pelos danos da invasão.

   — Você tem razão! Mas, precisamos avançar calmamente, garoto. Por isso, a nossa prioridade número um… é conquistar o controle de mais da metade das ruas de Maple, nas próximas semanas.

   — Certo.

   Sanches averiguou o local ao redor, desde móveis até os mínimos detalhes:

   — Aparentemente, a Emmeline sabe preservar o seu cafofo!

   — Han… na verdade ela não está aqui desde o dia da invasão…

   — O que? — retrucou Sanches. — Eu acho que você está enganado!

   — Como assim? — replicou Slezzy, preocupado.

   — Ontem à noite… ela te visitou junto com o seu irmão, no hospital de Western. De alguma maneira, a notícia de seus ferimentos chegou até ela.

   — Droga… — reclamou o jovem, se levantando do sofá e caminhando até uma das janelas dali. — Se ela não está na casa de Diana… onde poderia estar?

   — Talvez… levando o seu irmão até a escola? — sugeriu Sanches. — Digo isso pelo horário.

   — É… até que você pode ter razão…

   As palavras de Slezzy foram interrompidas pelo tocar de seu celular pessoal, que estava sobre a mesa da cozinha.

   O jovem caminhou até ali e pegou o seu aparelho vibrante.

   — “Número desconhecido”!? — comentou ele, ao se aproximar do celular.

   — Atenda logo!

   Slezzy aceitou aquela ligação e posicionou o aparelho em seu ouvido direito. Depois de ouvir alguns chiados durante um curto período de tempo, o jovem pôde ouvir uma sequência de palavras assustadoras:

   “— Olho por olho… dente por dente… seu desgraçado.”

   Slezzy percebeu instantaneamente que aquela voz pertencia à Salvador.

   — Han…? — retrucou, preocupado e confuso.

   Sanches, curioso, rapidamente se levantou do sofá e caminhou até o jovem.

   “— Não banque o santo; não agora… Slezzy.” — afirmou Salvador.

   Slezzy não o respondeu; mesmo assim, seu inimigo continuou:

   “— Você arruinou todos os planos do Corvo… e de todos os outros mafiosos que eram nossos parceiros. É uma pena que aquele coroa esteja cego o suficiente para não concordar com os meus ideais…”

   — Eu não estou entendendo…

   “— Oh… tem certeza que não!? Vamos ver se isso daqui… vai deixar as coisas mais claras!”

   Após aquelas palavras, a misteriosa ligação foi encerrada.

   — Slezzy?

   O jovem estava extremamente confuso.

   De repente, o barulho de uma grande explosão, vindo do centro daquela mesma região, surpreendeu a dupla.

   Em sequência, eles puderam ouvir buzinas de carros e gritos de pessoas.

   Slezzy correu até a varanda de seu apartamento. Sanches o acompanhou.

   Ao alcançar seu parceiro, Sanches percebeu que aquela explosão vinha de uma grande construção esbranquiçada e chamativa, que ficava consideravelmente longe da casa do jovem.

   — Aquilo… — Sanches não conseguiu terminar a sua frase.

   Slezzy, com um tom recheado de raiva, completou a fala de seu parceiro:    — É a escola… de Rainn…

Olá, eu sou o Chris Henry!

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