Rainn e Harvim corriam juntos pelo segundo andar do colégio, com objetivo de escapar daquele esquadrão de capangas, em rápida velocidade.
Eles estavam uniformizados com uma roupa escolar, mas o menino de cabelos vermelhos ainda portava o seu clássico colete social.
Porém, a agilidade dos garotos não foi suficiente.
No fim de um corredor, em que havia uma grande janela de vidro, Salvador e seus afiliados cercaram aquelas crianças ofegantes, confusas e repletas de medo.
Os garotos ficaram encurralados.
— Rainn Kaliman… esse é o seu nome, garoto? — disse o homem mascarado.
Salvador estava a cerca de oito metros de distância das crianças.
— Quem… são vocês? — perguntou o irmão de Slezzy, tremulamente.
Os garotos estavam encurralados, além de extremamente assustados, já que todos os capangas estavam armados até os dentes.
— Nós? — retrucou Salvador, com tom irônico e empolgante. — Somos apenas pequenos justiceiros, nessa grande cidade!
— Justiceiros… que fazem atentados terroristas contra crianças indefesas, além de explodirem escolas!?— provocou Harvim.
Kayber e alguns dos outros capangas deram pequenas risadas.
Logo depois, o mascarado começou a caminhar lentamente em direção àqueles meninos:
— Você é bem espertinho para uma “criança indefesa”, não acha?
O entorno dos braços de Salvador, começou a ser dominado por uma energia negra. Os garotos se chocaram, ao presenciar aquele poder mágico.
Antes que Salvador se aproximasse mais um pouco dos meninos, uma figura escura surgiu daquela vidraça, atrás dos garotos, quebrando-a e partindo em rápida velocidade contra o corpo de Salvador.
— O QUE? — gritou Salvador, surpreendido, ao notar que na verdade, aquela figura misteriosa, era Slezzy.
Logo após, o vilão foi atingido por um raio emitido pelo jovem, corpo a corpo, sendo arrastado até o outro lado do grande corredor.
Antes mesmo que os capangas de Salvador tomassem alguma atitude, Sanches surgiu também da vidraça, com auxílio de uma arma de gancho; alertando aos berros:
— SE ABAIXEM, GAROTOS!
Rainn e Harvim obedeceram a ordem do Agente, imediatamente, se jogando ao chão em instantes, permitindo que Sanches realizasse disparos logo em seguida, na direção dos capangas.
No fim do corredor, Slezzy finalizou seu longo golpe, jogando Salvador contra um armário de aço, com extrema violência.
Ao se chocar com a estrutura, o mascarado gritou de dor.
— SEU DESGRAÇADO! — berrou o garoto.
Slezzy notou que estava em uma posição desvantajosa. Cercado.
Por um lado, Kayber e o restante dos capangas estavam prestes a disparar com seus fuzis, enquanto se escondiam dos tiros de Sanches. Já pelo outro, estava Salvador, que naquele momento, ainda que gemendo, se recuperava do golpe sofrido.
Do lado de fora da escola, os pais e as pessoas por perto ficaram extremamente assustadas.
Os arredores do local foram tomados por uma gritaria incessante, repleta de desespero.
No corredor, para se proteger, o jovem Slezzy arremessou em seus próprios pés uma granada de fumaça, que logo foi ativada; impedindo assim, que os capangas disparassem em sua direção, já que poderiam ferir tanto o jovem, quanto o homem mascarado.
Porém, o inesperado aconteceu.
O jovem de rosto pintado recebeu um ataque feroz e surpresa, ainda dentro da fumaça.
Ele foi atingido por um raio negro e energizado com um tom violeta, desferido por Salvador, que o arremessou violentamente até o outro lado do corredor.
Após aquele golpe, o tiroteio cessou de repente.
Slezzy, ainda atordoado devido àquele poder, se reuniu com Sanches, Rainn e Harvim; no lado oposto aos dos homens de vestes negras.
Já do outro lado, os mafiosos se reuniram novamente, mas feridos gravemente.
No meio daqueles grupos, havia corpos mortos e esparramados.
Salvador saiu de trás da fumaça provocada por Slezzy, que acabava de se esvair.
O suposto líder dos capangas caminhou até tomar a frente do grupo. Era notório que pequenas partes de suas roupas estavam rasgadas, devido ao curto combate.
Logo depois, o homem mascarado moveu cuidadosamente sua máscara para cima, e cuspiu uma quantidade considerável de sangue.
Sanches e Slezzy se posicionaram, apontando suas armas em direção ao grupo inimigo, que também realizou o mesmo feito.
Rainn e Harvim observavam aquele confronto; escondidos atrás das portas de um dos armários de aço, que compunham as laterais do corredor.
Os dois grupos passaram a se encarar com grande tensão, em meio às armas apontadas.
Subitamente, Salvador deu mais alguns passos à frente, ficando cerca de trinta metros de distância de seus adversários desta vez.
Em seguida, o mascarado discursou, com um tom explicitamente irônico: — Acho que começamos com o pé esquerdo…, mas com toda certeza… podemos melhorar isso, não é mesmo? — riu maleficamente depois.