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Os soldados gritaram quando as lanças foram estocadas no ar, matando inimigos invisíveis. Um clamor de bravura e ferocidade. Ao menos Eduardo sentiu tais coisas no começo. Mas depois de metade de um dia repetindo os mesmos movimentos, só conseguia sentir enfado.

A rotina no forte ficara animada nas duas semanas que se seguiram após a chegada de Sir Alois. Treinamentos de movimentos em grupo, técnicas de espada, tiros de bestas e arcos, o homem parecia querer que toda a guarnição estivesse ocupada com algo.

Eduardo não achava ruim ter algo para fazer além de carregar fardos de grãos, mas não se deixava esquecer do propósito de tal engajamento nas atividades militares.

A toca dos ursos carmins fora descoberta havia cinco dias, e o bom cavaleiro desejava seguir com a guarnição em direção a ela. “Um treino”, disse-lhe Lohan certa vez. O garoto loiro sempre aparecia na casa de Thierry para pedir que o homem o treinasse. Thierry respondia dizendo que Lohan já tinha um professor. O que não diminuía a persistência do rapaz. Ele devia estar lá naquele momento, uma vez que não aparecera para perturbar a Eduardo.

Mais um passo para trás, puxando o cabo com o braço direito para perto de si. Então um avanço abrupto, estendendo os braços com firmeza para projetar a arma na direção desejada. Então novamente o recuo para trás, e a mudança de direção, ao som dos comandos do capitão.

Eduardo sentia a naturalidade com que seu corpo realizava os movimentos, se perguntando até onde as bênçãos daquele deus influenciavam nisso.

A resposta de que “em tudo” o incomodava de forma íntima. Não gostava da ideia daquela habilidade não ser apenas sua. Sempre se esforçara em tudo que queria melhorar. Na escola, no esporte, no amor. E se regozijava ao ver os frutos de seu esforço. Mas aquilo parecia trapaça. Não havia mérito, apenas sorte. E ele detestava sorte, pois ela a qualquer momento podia se transformar em azar.

Ele podia ouvir os gritos de aclamação vindos do outro lado do forte, onde o treinamento dos besteiros ocorria. E sabia o motivo de tanta animação.

Caio acertara outro alvo. Desde que concordou em entrar para os besteiros, ele conseguira se destacar rapidamente. Sempre acertando alvos no primeiro tiro, a uma distância cada vez maior. Aquela altura, uma pequena multidão formada por outros besteiros, oficiais e soldados fugindo do treinamento, o observava e apostava para ver quando ele erraria.

Além desse, outro som podia ser ouvido dentro da fortaleza, e dessa vez, vindo do estábulo. Lá, cavalariços escovavam, alimentavam e acalmavam os novos cavalos que haviam chegado dias antes.

Desde que a rotina intensa de treinamento começou, os grupos da guarnição foram divididos por sir Alóis. Lanceiros, besteiros e cavalaria.

A cavalaria, em si, parecia ser novidade para os homens. Havia o uso de cavalos por parte da guarnição antes, mas sua função principal era o envio de mensagens, não o combate direto.

O cavaleiro queria mudar isso, anunciando que um novo grupo seria formado apenas por homens montados, e prontificando que eles fossem treinados desde aquele momento. A falta de animais, no entanto, dificultava a formação dessa força.

Existiam apenas vinte cavalos na guarnição aptos para serem usados como potros de guerra. O resto dos cavalos consistia de animais de carga. Então sir Alóis pediu que mais animais fossem adquiridos em outros lugares. O que aumentou o trabalho dos tratadores. De acordo com a expectativa dos oficiais da guarnição, a nova unidade seria usada para rondas no perímetro da floresta de Gaus, e do vilarejo, além do apoio à infantaria quando reforços fossem necessários. Pelo menos fora o que Eduardo ouvira dos homens com que treinava.

Após dias e dias repetindo o mesmo treino, comendo a mesma comida, contando as mesmas histórias e rindo das mesmas piadas, Eduardo se aproximara deles, já sendo considerado um companheiro.

O treinamento continuou. Todos se dividiram em duplas e praticaram estocadas usando lanças com pontas falsas. O par de Eduardo era um homem de meia idade, coxo de uma perna, e com papas abaixo do queixo. Seus movimentos eram lentos, desajeitados. A perna machucada o fazia pender para o lado e perder equilíbrio, atrapalhando cada estocada. Eduardo se esquivava com facilidade enquanto desferia seus contra-ataques, arrancando alguns gemidos de dor do homem, que após mais de uma dezena de golpes, pediu para trocar de dupla.

O parceiro seguinte durou pouco mais da metade dos golpes do anterior e logo desistiu também. Mais três homens se dispuseram a praticar com Eduardo até que o treinamento terminasse.

O sol alaranjado pintava o céu a partir do horizonte, encoberto pelos muros da fortaleza.

Parte da guarnição foi liberada para voltarem a suas casas, Eduardo inclusive. Caio ficou no forte, fazendo turno de vigília. Eduardo se despediu do amigo, dizendo um certo lugar da construção em que se poderia dormir sem ser notado. Na noite seguinte seria a sua vez, mas naquela, poderia dormir confortavelmente.

Alguns homens o acompanhavam no caminho de volta. Suas vozes graves enérgicas faziam o cansaço de Eduardo se aliviar.

— Foste muito bem hoje, matador — disse Debret, um homem baixo e atarracado, de cabelos curtos encaracolados e uma barriga protuberante. Ele possuía cansados olhos  cor de mel, dignos de um trabalhador em final de expediente.

— Bem? Parecia a própria encarnação de Dompieri lança vermelha. Apostei dez pombas que não perderia — comentou Chamlet, um homem vesgo com a barba por fazer. — E veja só isso aqui — Ele levantou um saco e Eduardo conheceu seu conteúdo pelo retinir das moedas.

— Obrigado, mas não exagerem, não fiz nada demais. Tive sorte, eu acho — respondeu Eduardo. Ele não aceitaria aqueles elogios, nem se orgulharia de uma habilidade que não sentia ser sua. Não traria essa vergonha para si.

— Sorte em não ser acertado por ninguém em mais um dia de treino — Debret comentou em tom cômico — Tens a humildade do senhor Thierry, meu bom rapaz.

— Quem lhe deu sorte fora, então, fora eu – Chamlet riu.

As ruas estavam movimentadas com o retorno dos trabalhadores que haviam saído da vila pela manhã, tendo retornado a tarde, realizando o movimento oposto ao que faziam pela manhã. Agricultores, lavadeiras, lenhadores e costureiras.

— Edu — Alguém gritou.

Eduardo olhou na direção da voz, parando de andar. Carmen correu em sua direção, levantando as baias do vestido com as mãos. Algumas pessoas a olharam passar. Eduardo imaginou o que pensavam da cena.

— Que inveja, rapaz. Bem queria eu ter uma garota como essa correndo atrás de mim — Debret disse com um sorriso no rosto.

— Não é nada assim — Eduardo falou, tentando esconder o constrangimento com a situação.

Carmen se aproximou dos três.

— Valeu por me esperar — disse ela, ofegante. — É muito difícil correr nesse vestido.

— Imagino — Eduardo se virou e começou a andar, sem esperar uma resposta de Carmen. Não queria dar a entender outras coisas.

Carmen o seguiu, assim como os outros dois. Chamlet comentou, falando em voz melódica sobre o que faria com o dinheiro ganho. Suas opções se resumiam a bebida e mulheres. Eduardo se admirava que em mundos diferentes houvesse coisas tão parecidas.

Debret falava sobre histórias do passado. Ele já morava no vilarejo muito antes do cavaleiro assumir a liderança, conhecendo o lugar como poucos. Como ambos moravam dentro dos muros do vilarejo, acabaram se separando de Eduardo Carmen antes de chegarem ao portão, deixando-os seguirem viagem sozinhos.

Carmen falara sobre seu dia no ateliê de costura. Eduardo não achou o assunto muito atraente. Afinal, o que havia de interessante em linhas e agulhas? Carmen, no entanto, parecia querer apenas ter algo para falar.

— Sabe, madame Jackelin é bem lerda. Passa a maior parte do tempo em seu próprio mundinho e deixa a maior parte do trabalho para as outras duas. A senhora Marj vive reclamando disso. Elas ficam supervisionando toda a linha de produção enquanto a dona Jackelin fica decorando vestidos com algumas pedrinhas brilhantes.

— Pedrinhas brilhantes? — Eduardo falou. Ele dizia algumas palavras de vez em quando para fingir interesse.

Ele prestava mais atenção no sol em declínio pelo horizonte, pensando na expedição até a toca do urso. Lohan havia dito que iria ocorrer antes do inverno, e que tanto Eduardo quanto Caio participariam. Eduardo não estava disposto, mas não queria problemas com a guarda enquanto estivesse naquela aldeia. Carmen continuava a falar.

— Sim, parecem joias, mas dona Arianne disse que são apenas gemas brilhantes, sem muito valor, mas não acredito muito nisso. Elas nem me deixam tocá-las — Carmen abriu os braços enquanto falava.

— Então é melhor não fazer isso, pra evitar problemas.

Carmen bufou.

— Eu não ia pegá-las — disse em um tom de revolta.

Não demorou muito até chegarem a casa de Thierry. O sol já se encontrava fora da vista de todos, e o mundo acabava de mergulhar na escuridão e mais uma noite. As luzes das casas começaram a se acender aos poucos. Pequenos focos de luz, que pareciam frágeis frente ao breu silencioso. Eduardo sentia falta do mundo de luz que sempre fora acostumado a ver. Carmen não parecia se importar. Sequer demonstrava medo por caminhar numa estrada deserta e escura. 

Eles passaram pela amurada que cercava a casa e entraram pela porta da frente.

Ouviram vozes vindas da cozinha. Eduardo imaginou que Roque devia estar preparando o jantar, mas ficou surpreso ao reconhecer a voz de Júlia e de Letícia. Curioso, ele se dirigiu até lá e viu que na verdade as duas se ocupavam em preparar a refeição, enquanto Roque observava a tudo, dando-lhes instruções.

Júlia usava um avental sujo de molhos e o que pareciam ser temperos, seus movimentos pareciam atrapalhados, o que lhe dava uma certa graça desengonçada. Letícia parecia mais confiante, movendo seus braços de forma precisa em cada movimento.

Eduardo apenas admirou a cena à sua frente, sem dizer nada. Percebeu que gostava de ver Júlia atrapalhada daquela forma. Mas isso durou pouco tempo.

— Tomara que tenha um gosto bom, viu? — Carmen falou, atraindo a atenção das duas.

Ao vê-los, Júlia parou no mesmo lugar, e Eduardo viu uma mistura de surpresa e vergonha em seu rosto. Percebeu que também gostava daquilo.

— Mesmo se tiver ruim, vou te fazer engolir tudo — Leticia respondeu. Seu rosto estava sujo de farinha.

— Não vai estar — Roque falou. Ele observava tudo com uma expressão despreocupada.

Eduardo olhou para aqueles olhos castanhos. Embora Thierry o chamasse de neto, Roque parecia mais com um empregado, realizando as tarefas domésticas. Não que isso fosse incomum para Eduardo. Mesmo assim, o comportamento daquele jovem parecia formal demais.

Leticia ergueu o queixo e sorriu com a afirmação. Julia não parecia tão confiante. Carmen dobrou os lábios, e desapareceu em direção ao banheiro.

— Onde está o senhor Thierry? — Ele perguntou, sentindo falta do homem.

— O senhor está em seus aposentos privados. Disse para comermos sem sua presença caso o jantar fosse posto à mesa. — Roque respondeu.

Eduardo sentiu sua cabeça formigar. O velho homem passara boa parte dos últimos dias enclausurado em seu próprio quarto. Desde a conversa com sir Alóis.

— E o Theo?

— Esse aí é outro que entrou no quarto e não sai mais.

Eduardo olhou para Júlia mais uma vez, que tentava limpar a sujeira em seu rosto  avental.

— Gostei da maquiagem, aliás — disse, antes de seguir pelo corredor, deixando para trás sua namorada em completo embaraço. Apesar de tudo, havia momentos em que podia se deixar sorrir.

Ele vagou pelos corredores até o quarto dos meninos e bateu na porta.

— Está aberta — respondeu a voz abafada de Theo do outro lado.

Eduardo entrou e se deparou com uma cena curiosa. Theo sentado em posição de meditação.

— Tá tentando virar Buda?

— Muito engraçado. Estou tentando me concentrar aqui.

Eduardo se lembrou daquele dia no rio. Eles sendo atacados por monstros. Júlia sendo levada, desaparecendo floresta adentro. Ele impotente enquanto aquilo acontecia. E Theo salvando a todos, lançando uma bola de fogo com as mãos, como um mago saído de filmes de fantasia.

— Como fazer isso te ajuda a fazer… aquilo?

— Não sei, mas sinto que ajuda. Acho que isso cresce em mim quando medito.

Eduardo achava engraçado, considerando o fato de Theo não parecia ser muito interessado em yoga ou meditação.

— E o Caio? — Theo perguntou, abrindo um dos olhos.

— De guarda.

— Vamos ter de repassar a reunião de hoje pra ele amanhã.

Eduardo suspirou, caminhando pelo quarto e se encostando na parede.

— Vai ter reunião hoje?

— Sim, acho que está chegando o momento — Theo falou e Eduardo entendeu antes de ele terminar de falar.

— Tem certeza? — disse, deixando a preocupação escapar por sua voz.

— Sim, acho que é o momento certo.

Sim, Eduardo entendia o porquê Theo dissera aquilo, afinal já haviam juntado bastante dinheiro nos últimos meses e ouviram muito sobre aquele mundo também.

Era hora de deixar a aldeia para trás, e Eduardo temia isso.

O jantar ocorreu sem a presença de Thierry. Roque fez a prece antes da refeição, e todos comeram da comida preparada por Júlia e Leticia. Não estava tão bom quanto a comida de Roque, mas ainda era uma mesa farta.

Roque se encarregou da limpeza junto de Júlia, que se oferecera. Eduardo notara uma mudança em seu comportamento. Ela parecia mais solícita, como se estivesse sempre disposta a ajudar.

Theo voltou para o quarto, assim como Carmen, que reclamava de dor no estômago. Leticia cumprira com sua palavra, e, mesmo que a comida não estivesse ruim, forçou a garota a comer tudo o que foi posto na mesa. Foi a tortura mais saborosa que Eduardo já vira.

Ele próprio não tinha mais nada a fazer além de esperar pela reunião onde seria feito o anúncio. Caio estava de guarda, então não treinariam naquela noite.

Ele sentou em frente a lareira. O fogo já havia apagado e apenas pedaços de madeira incandescentes restavam para aquecer o lugar. Eduardo se lembrava de estar ali no dia em que Julia após o ataque no rio. Podia até sentir o cheiro de Melgráz que Roque lhe dera para beber.

— Pensando em algo? — Uma voz falou às suas costas.

Era Leticia. Ela segurava dois copos.

— É, de vez em quando é bom fazer isso — falou com um sorriso cordial, pegando o copo e bebericando. O gosto forte se espalhou por sua boca.

— Júlia também pensa bastante. O que é problemático.

Eduardo franziu as sobrancelhas e olhou de novo para a garota, reparando que ela usava calças e uma camisa masculina.

— Não se irrite, querido. Eu posso ofendê-la, afinal sou sua melhor amiga — Ela bebeu.

— Acho que sim — Eduardo deu de ombros.

Voltou a fitar a lareira, desejando que chamas surgissem e dançassem para que ele tivesse algo para se centrar.

— Bom, Melgráz ajuda na digestão pelo que eu ouvi, então termine isso logo e se prepare — Letícia anunciou.

— Para quê?

— Para treinar, quero me movimentar um pouco — Ela falou, antes de caminhar até o corredor, com seus passos ressoando pelo cômodo.

Eduardo suspirou, virou o copo e se levantou. Ao menos teria o que fazer.

Letícia o esperava lá fora com dois pedaços de madeira na mão. Quando Eduardo se aproximou, ela jogou um em sua direção. Ele o pegou no ar.

— A Jú não vai gostar de saber que o cara dela aceitou o convite de outra garota.

Eduardo bufou.

— Mas essa garota é a “melhor amiga” dela — Eduardo continuou andando até que a distância entre os dois fosse menor que dois metros.

— Querido, isso só torna as coisas piores — ela avançou com passos firmes, e o bastão para trás, deferindo um arco horizontal contra Eduardo.

Ele não gostava de lutar com espadas. Achava seu alcance curto, o que diminuía o poder das estocadas. Mas conseguiu rebater o ataque, notando a força da garota. Ele lembrava de ouvir Júlia comentar que Leticia fazia alguma arte marcial.

A garota continuou atacando a cada passo dado, com um sorriso no rosto. Eduardo achava seus ataques desengonçados, embora potentes, e notou que, embora ela se movesse tão energicamente, não parecia se cansar.

— Qual é o problema “boy”, não vai atacar?

Eduardo ignorou a provocação. Bater em Caio era uma coisa, mas não arriscaria machucar uma amiga de Júlia.

Ele continuou se defendendo até que a garota parasse. Não por cansaço, embora seu peito tivesse começado a subir e descer.

— Você é mesmo muito bonzinho, né? Eu não te conheço muito bem, sabe? E nem a Julia conhece tão bem também, então é bom saber disso — Ela falou.

— O que isso significa, é algum teste?

Estava escuro demais para que Eduardo visse seus olhos, então ele não sabia a expressão que ela estava fazendo.

— Jú é uma garota lerda e mimada. Ficar do lado dela é como cuidar de uma criança crescida. Às vezes é um saco, mas às vezes é divertido. Eu gosto da ingenuidade dela, e da forma como está sempre disposta a ajudar, apesar de ser tapada e não saber o que dizer às vezes. Ela é minha melhor amiga, afinal.

Leticia parou de falar, e quando Eduardo abriu a boca para falar algo, a voz dela ressoou através da escuridão.

— Ela te escolheu, sabe?

Eduardo piscou, sem entender.

— Então, eu preciso saber. Apesar de tudo… isso, você promete que vai proteger e cuidar dela?

— Claro — Ele disse, sem pensar muito. Pelo que sabia, ele tinha escolhido ela.

— Bom — Leticia falou. — Ela me disse que quer fazer mais pra nos ajudar, mesmo que não saiba exatamente o que.

Eduardo sorriu, e percebeu Leticia se aproximando. Se preparou para ouvir o que mais ela tinha a dizer, quando o braço dela se moveu na escuridão, acertando o seu.

Ele berrou de dor, soltando o bastão e pondo a mão no lado machucado.

— Finalmente te peguei com a guarda baixa — disse ela, se afastando e entrando na casa.

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Olá, eu sou Dellos, o panda!

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