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Faz dois dias que falei meu nome para eles, agora o Kynigos e a filha dele estão me ensinando a sua língua no bar. Eles pegam um objeto e ficam repetindo o nome dele, consegui aprender várias palavras assim. Normalmente, apenas a Metys me ensina, porque o pai dela sai periodicamente e a mãe fica ocupada cuidando do bar. Ser poliglota me ajuda a aprender, bem essa é uma língua completamente diferente das da Terra, é tipo aprender Chinês sendo um ocidental, tudo é novo e demora, porém o que eu mais tenho é tempo para aprender, além que morar aqui só me ajuda.

— ▅▇▅▇▇▅▇▅▅▇▅▇ — Matys pega uma caneca e aponta em sua direção.

Repito o que ela disse várias vezes com a minha voz fina. Outra coisa que irei demorar para me acostumar é essa voz, o corpo até foi rápido, já que me obrigavam a treinar muito quando criança e adolescente, por isso tenho uma boa consciência corporal.

Me pergunto o que houve com o guarda, será que ele morreu? Depois de ser resgatado, nunca mais o vi, espero que continue assim. Aquele cara era maluco, eu só me defendi e ele me torturou, as pessoas desse mundo não devem bater bem da cabeça. Tem vários animais na floresta que são um risco para as pessoas e ninguém faz nada, fico pensando no que as pessoas que gerenciam a cidade tem na mente.

A menina se levanta da mesa e começa a correr pelo bar, acho que enjoou de me ensinar. Ando até o balcão, sento em uma das cadeiras, como o balcão é alto para uma criança tenho que me esticar para ver a cozinha. Fico observando a Friggia cortando a comida, sinceramente, acho que ela não gosta de mim, desde que cheguei ela não fala muito comigo, fiz alguma coisa contra ela? Desço da cadeira e entro na cozinha, indo para a mesa. A Friggia me olha, enquanto faz a comida. Na mesa há vários vegetais e carnes, com alguns talheres e peças espalhados. Fico a observando, então ela me entrega um vegetal e uma faca de serra, além de sorrir. Parece que só não fala muito mesmo. Começo a cortar a comida em silêncio.

Enquanto ajudava ela, o tempo passou rapidamente. A Metys ajudava a mãe levando comida para os clientes, e eu ajudava na cozinha cortando, bem a Friggia não me deixou fazer nada além disso. Mas até que é interessante, é estranho cozinhar com outra pessoa, antes era apenas eu fazendo a comida.. Quando eu e a Maninha fugimos de casa, tivemos que achar um jeito de ter comida, então quando ela conseguiu arranjar dinheiro para nós, comecei a cozinhar para poder aproveitar mais a comida. Em seguida do nosso primeiro dinheiro, a Iris conseguiu nos fazer ricos em pouco tempo, mas eu já tinha pegado o gosto em cozinhar e continuei fazendo nossas refeições. Às vezes fazia doces com a Marina, nos quais ela é ótima em fazer.

A Friggia para o que está fazendo e olha para mim. Está na hora de comer. Ela chama a Metys que vêm correndo até a gente, depois pega três cadeiras no bar e as coloca na mesa da cozinha. Coloco pratos de madeira na mesa e ela pega eles indo até o quintal, após isso, os traz de volta. É uma sopa de legumes com alguns pedaços de carnes, também tem um pão para comer junto. A comida está soltando vapor e levando um cheiro delicioso consigo. Ouço um barulho de estômago roncando, então olho para o meu lado vendo a menina envergonhada com as bochechas coradas e as mãos na barriga. Sem querer solto uma risada vendo essa situação. As duas me olham surpresas, acho que elas nunca me viram dar uma risada até agora. Ouço uma voz familiar vindo da porta, o Kynigos voltou. Ele vem até a cozinha e a sua esposa o fala alguma coisa, logo depois, abre um grande sorriso no rosto para mim. É tão estranho eu rir?

Após terminar de ficar me encarando com um sorriso estranho, ele pega outra cadeira no bar para sentar na mesa. Nós comemos a sopa deliciosa, a quentura e o frescor dela é uma maravilha, precisa colocar um pouco de sal, mas está muito bom, os legumes no cozimento certo, as carnes bem macias com a quantidade certa de gordura, além do caldo estar perfeito. Mergulho o pão duro na sopa e o como, já que ficou amolecido por causa do líquido, comer ele ficou mais fácil. A comida é tão boa que todos terminaram rápido.

Em vez de descansar, a Metys puxa meu braço me levando para a rua brincar. Saindo da casa, vi a rua a um pouco larga, além de ser bastante extensa, com o chão de pedra e as casas tão próximas uma das outras que parece que é só uma grande parede. Há várias crianças brincando e me arrastam até elas, só que dessa vez não consigo ficar de lado vendo elas, porque a Metys não quer soltar o meu braço, infelizmente. Estou cansado depois de comer, apenas quero dormir ou ficar observando as nuvens.

Sigh…

As crianças nos vêem chegando e chamam a gente levantando os braços. Chego lá ainda com ela me arrastando pelo braço, o aperto dela é forte, não consigo me soltar, deve ter ganhado essa força do seu pai. Um dos meninos fica encarando ela segurando meu braço, esse garoto faz uma carranca no rosto e cospe no chão, depois vem em minha direção me empurrando, só que acabo nem saindo do lugar e é ele que acaba caindo para trás com a bunda no chão. Está com ciúmes? Os amigos dele vão o ajudar a se levantar. Logo após de sair do chão, o garoto faz brincadeiras com a gente, fazendo movimentos com as mãos apontando para seus olhos, ou um chifre na testa. Uma das coisas que aprendi nesses dias foram as palavras: Vermelho e demônio. E esse menino está repetindo isso várias vezes. Outras crianças também entram na “brincadeira”. Mais de dez deles fazem isso.

A Matys recua com medo. Se eu bater neles será que tem um problema? Provavelmente, sim, porém depois resolvo isso. Ando para o menino que começou tudo e paro na frente dele, o garoto recua de medo, então dou mais um passo para ficar bem na frente dele, sinto seu corpo começando a tremer, o resto das crianças ficaram em silêncio. Levanto minha mão e dou um peteleco na testa dele, que acaba fazendo um barulho alto, mas eu começo a sentir um fedor no meu nariz, olho para baixo e vejo uma poça de mijo no chão vindo da perna desse menino. Ele começa a correr, mas existe um peso extra nas suas calças que faz ele ter que andar com as mãos atrás do corpo e de um jeito estranho. As crianças que estavam em silêncio começam a rir. Impressionante que não precisei fazer nada demais. Por que será que ele ficou com tanto medo assim? Bem, acho que ele não irá fazer mais a Matys ficar com medo.

Todos os meninos que estavam ao redor do garoto fugitivo, começam a se rodear ao meu redor me dizendo coisas. Crianças são tão mais fáceis de cuidar. Como se nada tivesse acontecido, todos voltaram a brincar e Matys está animada de volta. Agora posso voltar a ficar sentado observando as nuvens. Antes que consigo fugir dela, a menina pega no meu braço me obrigando a brincar. É uma brincadeira parecida com pega-pega, mas são duas pessoas, em vez de uma, os escolhidos para pegar foi eu, que me voluntariei, e outro menino. Em menos de um minuto peguei todos. Na outra partida, eles não me deixaram caçar eles por razões óbvias, mas dessa vez ninguém conseguiu me pegar, mesmo todos eles terem se juntado contra mim. Depois de tudo, voltei a sentar no chão observando as nuvens, como sempre quis.

Olá, eu sou o Ender!

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