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PLACK!

Nossas espadas se batem. Olho para o rosto sério dele e depois pulo para o lado e o ataco, mas ele defende. Ataco de novo de outra maneira, mas, mesmo assim, ele consegue defender. 

Recuo com um pulo, porém, em vez de reogarnizar sua postura, o Temmos avança contra mim. Sua espada vem em direção às minhas costelas, felizmente consigo defender seu ataque com minha espada, mas o impacto me faz ir para o lado e isso abre mais aberturas, então ele aproveita isso.

A espada dele aparece na frente do meu rosto, então me esquivo e a ponta dela raspa no meu casaco. Enquanto ele puxa a espada para si, pulo para ele com um golpe. 

Infelizmente, ele vê o ataque vindo e se esquiva. Emendo outro logo em seguida, só que ele esquiva novamente. Ataco de novo, só que dessa vez, em vez de esquivar ou bloquear, ele contra ataca.

Seu golpe atinge em cheio minhas costelas. O choque de dor passa por todo meu corpo. Tento agarrar a espada dele com a mão, mas ele consegue puxar-lá antes e me atinge, já que fiquei desprotegido nesse movimento que fiz. Sinto uma dor no meu outro braço.

Dou vários pulos para trás e formo a postura certa. Contraio meu abdômen e relaxo os ombros com a espada ao lado do meu corpo. Dessa vez não corro até ele, e sim, ando, calculando a distância entre nós.

Andamos em círculos nos encarando. Ataco, mas ele defende, então volto para a postura, e ele também. Faço outro ataque, porém, ele defende e me contra ataca, atingido no mesmo lugar que antes.

Ele não para só nesse golpe. Já que, instintivamente, me encolhi quando ele atingiu no ferimento, ele emenda outro golpe, que acerta no ombro. Um choque ainda maior passa pelo meu pescoço até a cabeça.

Sem nem tempo de recuar, sinto outro golpe no outro lado da costela, só que dessa vez consigo pegar na espada e puxar ele para próximo de mim. Então, com ele perdendo o equilíbrio por causa disso, e eu com os olhos fechados devido a dor, dou uma cabeçada nele.

Ele consegue se soltar logo depois, porém, vejo que essa cabeça fez ele ficar tonto por um momento. Aproveito isso e faço um golpe aberto, mas forte.

No meio do golpe, o Temmos faz um pequeno movimento com a espada e consegue contra atacar, me acertando no mesmo lugar na costela. Isso não foi ensinado pelo professor.

O movimento dos pés dele muda e sua postura também. Seus golpes vêm cada vez mais rápido contra mim, felizmente consigo esquivar deles. Não tento bloquear nenhum, já que sinto que não irei conseguir fazer isso, e mesmo se conseguisse, sofreria alguns danos em troca.

Me esquivo com os ataques dele passando a poucos centímetros de mim e cada vez ele chega mais perto até conseguir me atingir com uma estocada no peito.

Sinto como se tivesse perdido todo o ar dos pulmões quando esse golpe me acerta, então minha concentração falha por um momento.

O Temmos aproveita isso e me desfere vários ataques. Consigo defender alguns com os braços, só que sofro danos ao fazer isso. 

Mais ataques me acertam. Mais e mais. Tento recuar, porém, o Temmos me segue e desfere vários golpes. Até que abaixo meu corpo e lhe dou uma rasteira

Ele pula para trás. Vendo isso, me levanto, enquanto pego o impulso da rasteira, e emendo um chute alto nele. Ele consegue se esquivar. Coloco o pé do chute com apoio novamente e avanço contra ele com a espada.

No mesmo tempo em que o Temmos ainda está se estabilizando após se esquivar, dou um passo para frente e consigo acertar ele. Pela primeira vez. 

Depois de acertá-lo, ele para por uns segundos para me encarar com a postura relaxada. Depois ele fecha os olhos e volta para sua base de luta. Solto o ar pela boca e também fico em posição.

Andamos em círculos até que nossas espadas se batem, soltando um barulho estridente de madeira.

Continuamos nesse sparring por vários minutos até nossos corpos estarem encharcados de suor e ofegantes, só que nossas espadas só ficaram mais eficientes e fortes. Aprendemos mais a cada minuto que passa. O barulho de nós acertando um ao outro reverberou por todo o treino, percebi alguns alunos, que já terminaram, nos olhando como uma plateia.  Infelizmente, só consegui, em todo o sparring, o atingir uma vez. 

Nós dois damos um passo em sincronia, usando todas as nossas forças, então, no momento em que as espadas batem uma na outra. Ouço um som alto de algo se partindo e um pedaço da minha espada voa para o céu.

Olho o pedaço de madeira rodopiando no ar e no fim caindo no chão. Depois me viro para o restante da espada partida na minha mão. Olho para o rosto do Temmos, que também me encara. — Acho que pedi — eu falo. Solto a espada partida na minha mão e ando com o Temmos onde todos estão nos olhando em silêncio

— Eles conseguiram quebrar uma espada em um sparring… — alguém sussurra. Quando chegamos lá, já que fomos os últimos, o professor nos dispersa. 

Olho para o céu e vejo que vai anoitecer daqui a umas horas. 

— Quer ir para o rio? — Temmos pergunta.

— Bora — eu falo.

Quando estamos a um passo de entrar na floresta, a Demcis aparece entre nós, coloca seus braços em volta dos nossos pescoços e fala: — Vão para onde? 

— Tomar banho — Temmos responde. 

Ela tira o braço e nos olha com desgosto. — Malucos… — ela resmunga. 

— Quer vir? — pergunto para ela.

— Normalmente não, mas depois daquela batalha até a morte de vocês. Deu vontade.

Seguimos para o rio e mergulhamos nele. Dentro dele, a Demcis fica nos xingando e resmungando por que ela teve a brilhante ideia de vir com nós. O Temmos, para a provocar, fala que ela já está se tornando malucos com nós dois.

Depois de secarmos e ir para a cabana. O Temmos e ela vão descansar, já que não tem mais nenhum treino para eles e eu vou para a aula de liderança e estratégia. Fico lá por um tempo ouvindo os ensinamentos da professora, então fico no quarto até amanhecer.

Como todos os preparativos para a competição já estão prontos, apenas passo o dia treinando e conversando com o grupo do Rahiq, assim, mais um dia passa.

Amanhã é o dia da competição. Estou agora reunido com o grupo do Rahiq, o meu e o Dilliam explicando o plano para ganharmos essa competição. Desenho no chão como agiremos, então, após explicar tudo e repetir, eles saem para se preparare

Não é um plano complexo, já que não temos tempo, nem coordenação para fazer algo assim. A única coisa que preciso é que eles façam suas partes. E se der certo, o Dilliam não vai fazer nada conosco por várias semanas. Na melhor das hipóteses, até o fim do CT, mas isso é bem improvável. 

O Temmos vem comigo para um canto do campo para treinar. Pego um galho de uma árvore, pulo e começo a fazer barra fixa com ele. Fazemos flexões, elevação lateral de ombros, e vários exercícios para podermos construir mais força. Decidimos fazer isso todo dia, além do treino da clareira, para melhorarmos mais ainda. Essa ideia foi da Demcis enquanto falava como brincadeira, já que percebi que minha condição física, tirando minha velocidade, não é uma das melhores daqui. Ela é melhor que os alunos comuns, mas não vai muito além disso.

Com os estímulos dos restantes dos treinos, minha musculatura deve melhorar. Tecnicamente, já estou quase no limite em que ela pode aguentar antes de ser prejudicial, se já não está sendo. Bem, depois que meu corpo se acostumar com todo esse estímulo, talvez eu possa aumentar ainda mais a intensidade dos treinos. 

Assim que terminamos, faço alguns exercícios para esfriar o corpo e vou para o quarto meditar um pouco, me imaginando fazendo todos os movimentos que aprendi na minha consciência. Também reviso os ensinamentos da aula de liderança e estratégia, como se eu fosse um personagem da situação que criei.

Termino de fazer isso quando percebo que a hora do treino está prestes a começar, assim, saio do quarto e vou para o campo.

No almoço, quando fomos sentar no mesmo lugar de sempre no fim do refeitório, o grupo do Rahiq aparece e se senta ao nosso lado.

— Opa — a Demcis fala ao abrir um sorriso. — Bem vindo a mesa do anti sociais com sérios problemas mentais.

— Obrigado… — fala a Camidtra, a menina de cabelo curto. — Eu acho…

Quando eles se sentam, a Demcis e eles conversam. O restante do meu grupo só comeram a comida em silêncio. 

— Hey, Morrigan — o careca Rahiq me chama. — Por que você nos escolheu? Tinha tantas pessoas para isso.

Por que escolhi eles? Escolhi aleatoriamente…

— Escolhi por causa dessa menina. — Aponto para a Gailas, a menina pequena com olhar de raiva. — E por você. Ambos pareciam que queriam matar alguém, dando um contraste bem grande com o restante dos alunos.

— Eu pareço que quero matar alguém…? — o Rahiq sussurra. 

Gailas, a pequena, me encara em silêncio. Como a minha refeição e levo meus pratos até a mesa. Depois de um tempo conversando, o treinador Kynigos aparece e faz um pequeno discurso. Mas o mais importante é quando ele diz: — A partir de agora não serviremos mais comida. Se quiserem ter o privilégio da comida, paguem com cinco moedas do CT. Quem não tiver, é só ir na floresta e caçar.

Todos os alunos ficam em silêncio após ele terminar o discurso e ir embora.

— Sem…. comida…? — Observo a Demcis com um olhar abatido.

Faz sentido fazer isso. Vai fazer os alunos buscarem por mais moedas, o que vai fazer eles se esforçarem mais ainda nas competições e se importarem com os treinos. Além de que, isso pode abrir espaço para negociações envolvendo vender comida entre os alunos.

Sigh…

Solto um suspiro. Eu teria que ficar em primeiro em duas competições para poder comprar esse privilégio. Só que o primeiro e segundo colocado vão ser sempre para o grupo de Demcis e Maksi. A não ser que tenha alguma competição individual e, mesmo assim, não acho que teria chance. Vou ter que economizar por várias competições para ter isso. Me viro para a Demcis e vejo seus olhos lacrimejando e a Camidtra a consolando. Melhor não contar isso para ela.

Ter que caçar… Ah, é mesmo, a Demcis é filha de caçadores. Ela pode nos arranjar comida por um tempo. Na verdade, isso pode ser muito lucrativo. Se eu vender as carnes que a Demcis vai pegar, conseguirei várias moedas do CT. Se eu pedir ajuda do Dilliam, poderíamos monopolizar esse tipo de negócio, então o nosso lucro seria imenso.

— Você está me olhando estranho… — a Demcis fala com a cabeça descansando no ombro da Camidtra.

— Impressão sua.

Passo o tempo de descanso do refeitório pensando no plano de gerar lucro usando a Demcis, até que o Temmos me chama para ir treinar na clareira. Depois passo o dia treinando e pensando no plano.

Assim, o dia da competição finalmente chega. Todos os alunos estão reunidos em fila no meio do campo. O meu grupo e o do Rahiq estão reunidos ao meu redor.

Sinto um olhar penetrante, então olho para trás e vejo o Maksi me observando com ódio. Nossos olhares se encontram e ficamos nos encarando por um tempo, até que o treinador chega e olho para ele. 

Olá, eu sou o Ender!

Olá, eu sou o Ender!

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