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Um grupo estranho de duas meninas e dois meninos nos param. Um menino careca fala que o chefe Dilliam mandou a gente fazer algumas ordens e que ficar cuidando de alguns lugares. Esse grupo já nos parou uma vez para falar algumas ordens.

Não entendo o porquê disso, é só lutar. Tanta complicação… infelizmente, tenho que fazer isso já que quero fazer parte do clã do pai dele. Não há muito o que fazer quanto a isso.

Olho para os outros grupo que estão conosco e eles dão de ombros e suspiram. Só precisamos cuidar de uma área e derrotar aqueles que passarem por ela. Vai ser fácil, já que o chefe mandou juntar três grupos e fazer uma unidade para nos movermos. Isso eu entendo que é para ter vantagem numérica e vencer facilmente grupos pequenos e separados.

Fomos para a área designada e ficamos conversando enquanto patrulhamos para achar alguém. Nada de interessante acontece e ninguém aparece.

— Hey, tem alguém vindo! — alguém grita.

Seguro minha lança de madeira que eu mesmo fiz e olho para quem está vindo.

— É só um? — pergunto para mim mesmo baixo.

Relaxo o aperto da lança, mas não tiro o olho dessa pessoa. Ou é uma armadilha, ou um aliado. Um dos meus companheiros pergunta quem é, mas a pessoa não responde. Vendo essa reação, percebo que é um inimigo e olho ao redor procurando mais pessoas escondidas, porém não acho nada.

Essa pessoa para na frente de todos, então consigo ver eles. É uma menina de cabelos pretos, com a lateral da cabeça raspada como a Deusa. Ela mantém sua mão dentro dos bolsos do casaco preto dela. 

Algo dentro da minha mente me faz hesitar em atacar ela, não sei o quê. Talvez a confiança dela em manter as mãos escondidas em frente a vários inimigos.

— Quem é você? Fale ou iremos atacar — meu companheiro grita.

Ela olha para ele e fica em silêncio.

Depois de um tempo encarando ela, meu companheiro começa a atacar-lá, porém, só ele vai. O resto fica olhando de fora o desenrolar. Quando ele estoca a sua lança nela, a menina tira uma mão do bolso agarra a lança dele e, com só uma mão, quebra a lança. Depois ela vira seu corpo e usa o pequeno pedaço para acertar ele.

Meu companheiro simplesmente desliga e cai no chão. Depois de ver isso, todos seguram suas armas ou fazem suas posturas de luta. A menina faz um sorriso e corre até um da gente. 

Ela esquiva do ataque dele e dá um soco no seu abdômen, fazendo ele cair logo em seguida. Mas ela não para e vai para o próximo e dá um chute na cabeça do próximo, que também cai em seguida.

Um por um vão caindo, só consigo ficar paralisado ao ver isso. É como um desastre da natureza… se esse CT é para melhorarmos, por que tem monstros iguais a essa menina aqui? 

Não conseguimos nos organizar e ela acaba com todos e só sobra eu, o mais distante e aquele que vou tudo até o final. Quando ela corre até mim, jogo a lança no chão e a entrego meu totem.

Felizmente, ela vai embora após entregar o totem sem me bater. Coloco minha mão na testa e sinto o suor frio pingar dela.

Por que só tem monstros aqui?


Derroto mais um aluno com meu bastão e pego seu totem. Como estou ofegante, paro para respirar um pouco e sento apoiado em uma raízes de árvore.

Olho para minhas mãos com calos e suadas. Eu poderia pegar água, mas o Morrigan proibiu fazer isso de dia. Não acho que alguém vá me derrotar, só que não quero desobedecer as ordens dele. 

Depois de descansado, me levanto e ando pela floresta a procura de mais grupos para lutar enquanto giro o bastão ao redor do meu corpo. Depois de andar por um tempo, paro em uma clareira e fico no centro dela. Olho para cima e vejo os raios de sol entrando entre as folhas.

Ouço um barulho de passos e olho de onde vem. Do som, sai um garoto alto de cabelo curtos, que veste um casaco preto. Ao me ver, ele sorri.

— Você que é o amigo daquele demônio, não é? — esse garoto me pergunta.

Não respondo e fico em silêncio. Seus passos são de alguém treinado, então ele não deve ser fraco. E sua confiança também comprova isso.

— Não responder os outros é falta de educação, sabia?

Giro meu bastão pelo corpo e me viro para ele. Analiso seus movimentos e cálculo sua força. Vejo a distância entre nós e quanto tempo levaria para ele me alcançar, ou vice versa.

— Hey, hey. Você deve ser daqueles que só quer saber de lutar. Bora conversar um pouco. É chato só lutar. Ninguém dura mais que alguns segundos comigo.1 

Levanto meu tronco e coloco o bastão paralelo ao meu braço. 

— Oh, quer conversar agora? — ele fala.

— Dá para calar a boca só por alguns minutos? Sua voz é irritante.

Observo uma veia na sua testa pulsando. Ele coloca o braço a frente do corpo e se prepara para lutar enquanto range os dentes. — Você que pediu por isso.

Giro de novo o bastão ao redor do corpo e faço a postura de luta, então o chamo com os dedos e ele vem andando até mim. 

Conversar antes de uma luta é inútil, ou é só puxação de saco, ou enrolação. Ele deve estar confiante em me vencer se está gastando sua energia em tentar falar comigo. Em vez de conversar, luta logo de vez, economiza meu tempo. Se eu quisesse conversar, não estaria batalhando, é o óbvio. Pelo que me lembro, tem uma expressão para isso que o Morrigan falou uma vez… Ah, lembrei.

Cachorro que ladra não morde.


Corremos, mas não tão rápido para não nos cansarmos. O Morrigan nos deu essa função cansativa de ir e voltar para entregar informações, então temos que fazer isso.

— Sai da frente seu careca! — Gailas grita comigo, que passa na minha frente.

— Não corre nessa velocidade para não se cansar — falo para ela.

— Cala a boca e pega no meu pau.

Você tem um…? Ué… Espera aí… 

Ué…

Encontramos um grupo nosso e passamos as informações que o Morrigan mandou passarmos, então voltamos a correr pela trilha que ele falou para seguirmos. Continuamos a correr, coletando e entregando informações.

No caminho de volta, enquanto corremos em uma velocidade baixa para recuperar o fôlego, encontramos uma garota de casaco preto andando na exata trilha. Paramos e vimos que ela é uma inimiga, então nos preparamos para o combate e a cercamos. Mas a menina continua tranquila e mantém sua mão no bolso do casaco. 

Tem algo estranho nela. Ela me olha e sorri.  Faço um sinal com a mão, e nos afastamos dela. Tenho quase certeza que essa garota não participa dos treinos, já que não consigo reconhecer seu rosto. Mesmo minha memória sendo boa não lembro dela. Espera… ela é uma menina que está sempre ao lado do Maksi.

— Gailas — falo baixo só para a menina ao meu lado ouvir.

— Diga — impressionantemente, ela fala em um tom sério.

— Não vai dar para lutar com ela, vamos recuar.

— Certo.

Faço outro sinal com a mão e damos vários pulos para trás, então, quando estávamos prestes a correr, a garota fala algo: — Vão para onde? 

Sua voz entrou no meu ouvido como um sussurro, mesmo eu estando longe dela. Meu corpo para pelo medo inconsciente.

Olho para o lado e vejo a Gailas também tremendo de medo. A sensação estranha que senti nela provavelmente é sua força. É diferente da do Morrigan e do Temmos, que não se preocupam em mostrar seu poder. É como se ela quisesse mostrar que ninguém é párea para ela e fizesse sua força materializar. 

Ouço os passos dela atrás de mim, pisando calmante nas folhas do chão e galhos. Meu coração começa a acelerar e meu corpo sente o perigo dela, felizmente, devido a isso, meu corpo volta ao normal e eu me viro com a postura de luta para ela. Os outros três também conseguem superar o medo.

No momento que vejo ela andar, percebo que não seria possível correr. É como uma presa tentar fugir de um predador. Pode tentar o quanto quiser, mas alguma hora será pego não importa o porquê. 

— Não vai dar para fugir — falo para a Gailas.

— Percebi — ela responde.

Ela para de andar. — Acho que já vi vocês conversando com aquele demônio. São amigos dele?

A Gailas fala: — Se sim, o que você vai fazer, hein‽

— Você é muito ousada para uma garota tão pequena — fala a inimiga. — Mas bem, me mandaram massacrar todos os amigos daquele demônio. 

Olho para ela e pergunto: — O que esse tal demônio fez para você?

— Huh? Para mim? Nada, por que eu me importaria com essa raça ralé. Só estou fazendo isso, porque meu Maksi falou para fazer isso. Então, tenho que cumprir as ordens dele. 

— “Meu Maksi”, que amor — Gailas caçoa da inimiga, então ela vira a cabeça para nós olhar. Seus olhos estão preenchidos de ódio.

Boa, Gailas. Antes já íamos ser espancados, agora iremos ficar à beira da morte. 

A menina se vira para nós com ódio. Ela bota a perna para trás e dá um impulso para frente que levanta a terra do chão. A sua velocidade absurda faz chegar até nós em um instante. Eu e a Gailas quase não esquivamos a tempo dela. 

A inimiga passa à nossa frente e vira sua cabeça lentamente para olhar a Gailas. Ela se arrasta no chão para desacelerar e fixa seu olhar na Gailas. Olha para a pequena menina, que agora está com o rosto branco.

A inimiga termina de desacelerar e coloca suas mãos no chão com o olhar ainda fixo na minha parceira, como uma besta. Isso que dá ter a língua solta.

Nós dois recuamos, enquanto a inimiga se levanta devagar do chão. Ela sorri e fala: — Me perdoem por fazer tal cena… é que quando ela falou riu do Maksi, meus ânimos se exaltaram.

Maníaca.

A inimiga limpa a terra da sua roupa. — Bem, só me falarem onde aquele demônio está que deixarei vocês irem, mesmo essa garotinha tendo ofendido o Maksi.

Hum… entregar o Morrigan? Nós não temos muita intimidade com ele e só nos conhecemos a poucos dias, então entregar ele para nos salvar é uma boa troca. O Dilliam pode nos perseguir depois, mas é só entrar para o grupo do Maksi pedindo proteção e ficaríamos protegidos. Além de que, sabemos todos os segredos do plano dele e posso usar isso para ganhar favoridade com o Maksi, e já subir alguns postos logo no início. Esse é um cenário bom. Infelizmente, eu nunca faria isso com o Morrigan nem ninguém.

— Eu posso dizer onde aquele demônio está — fala a Gailas. — Nunca gostei dele mesmo.

A encaro, porém, ela me ignora.

— Você é bem esperta. Fala. 

A inimiga abre um sorriso.

— Ele está enfiado no meio do cu fedido do Maksi.

..

.

Ah…

  1. Foi o que ela disse. Kkkkkkkkkkk, desculpa… []
Olá, eu sou o Ender!

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