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Encaro o Temmos à minha frente enquanto seguro a espada. Minha caixa torácica sobe e desce descontroladamente. Coloquei meu casaco pendurado na árvore, mesmo com o frio, pois o meu suor encharcou a camisa.

Avanço, mas ele consegue desviar meu golpe e contra-atacar de uma maneira fácil e limpa. Não consigo nem chegar aos pés dele usando armas. Tento chutar e socar, porém, ele sempre consegue se defender. Algo que não acontece com frequência quando lutamos de mãos nuas.

Temmos me dá um golpe no braço que não consegui ver chegando. Suas pernas deram um passo tão suave, que quase não fez barulho no chão. — Você pisa com muita força. Seja mais leve.

Ser mais leve… fecho os olhos e solto o ar. Pratico o movimento que preciso várias vezes na minha mente e tento fazer contra o Temmos.

Meu corpo se move mais rápido do que o esperado e logo ficou à frente dele.

— Exatamente assim. Vamos descansar alguns minutos para depois voltar a praticar.

— Certo.

Sentamos no chão e pegamos um cantil que a Demcis fez para todos do grupo usando algum tipo de tronco, que parece bambu, e cipós. Bebo a água dentro dele, com ela vazando por meus dedos e escorrendo pela lateral dos meus lábios.

Uma dúvida passa pela minha cabeça e chamo a atenção do Temmos. A Demcis me disse para não lutar como maluco que não se importa em se machucar. Mas, fazendo isso, não consigo lutar 100%.

— Eu não acho que seja um defeito — ele responde a pergunta que fiz sobre esse problema. — Claro, se você lutar assim sempre, suas chances de morrer em uma batalha são altas. Mas, se usar da maneira certa essa tua maneira louca de lutar, você consegue vencer várias pessoas por surpresa. E iria conseguir criar um estilo único de luta.

Ele se levanta com sua espada de madeira em mãos e fica em uma posição como se fosse lutar.

— Um dos maiores problemas dos iniciantes, é a hesitação ao atacar. Você é o contrário, tenho que te ensinar a hesitar.

Um sorriso aparece no rosto do Temmos.

— Venha, vamos treinar mais um pouco.

Praticamos mais alguns golpes por algumas horas e fomos para o campo. Agora, observo a comida que a Demcis e o pessoal da caça conseguiram no meio da floresta. Divido com cada um sua parte. Fico com dois daqueles coelhos estranhos.

Com esses dois coelhos, mais os que a garota pegou hoje de manhã, temos cinco. Um já é o suficiente para passar a nossa fome. Já posso implementar o plano com isso.

Vou até o rio com a Demcis, limpo esses coelhos novos e tiro suas peles com uma pedra afiada. Sangue se espalha pela água. Depois de terminado, volto para o campo enquanto pego os coelhos que deixei no sol. Monto uma barraquinha simples de troncos e gravetos e coloco as carnes em cima deles à mostra. Pego algumas folhas e coloco em cima para evitar insetos.

Parado na barraquinha que montei, os alunos me olham de maneira estranha e com inveja. — Estou vendendo elas — falo com um sorriso típico do Dilliam. Os olhares deles brilham e vêm até mim. A Demcis observa aqueles que se juntaram à nossa frente com um sorriso no rosto igual ao meu.

Olho para a dezena que se juntou nesse curto período e grito para todos ouvirem: — Vou vender um pedaço de carne por apenas 1 moeda!

O ânimo deles abaixam. Quase ninguém tem 1 moeda aqui e, mesmo se tivessem, eles não gastariam em apenas um pedaço de carne. Bem, é algo que previ.

Mantenho o sorriso falso. — Eu sei que vocês não podem gastar seus dinheiros agora, então farei uma oferta! Não preciso de tudo isso, por isso venderei a vocês de graça!

Os olhos deles brilham, mas ainda estão hesitantes. É claro que estariam, por que alguém daria comida para eles sem nada em troca?

— Claro. Não vai ser completamente de graça. Quem pegar essas carnes, vão ficar me devendo. Não é como se eu fizesse caridade. Vocês podem pegar a vontade.

Eles parecem ter algum tipo de realização própria e um pequeno sorriso de escárnio aparece nos rostos deles. Dá para tocar a intenção deles de me enganarem de tão óbvio que é. Solto um suspiro interno.

— Eu tenho uma boa memória e irei me lembrar de quem pegou emprestado. Eles também. — Aponto para um lugar.

Um grupo forte e alto está reunido enquanto nos observam e emitem uma pressão gigantesca. São pessoas que pedi emprestado para o Dilliam por hoje. Ouço o som de salivas sendo engolidas.

— Quem não quiser arcar com as consequências, por favor saia.

Eles olham para a banquinha e depois para o grupo. Inevitavelmente, todos acabam saindo.

Parecem que ainda não estão com fome o suficiente. Chamo o Temmos, a Demcis e a Hecatis para montar uma fogueira. Com ela montada, assamos o coelho estranho. O cheiro delicioso dela se espalha pelo ar com a fumaça. Mordo a carne suculenta da maneira mais satisfatória e lenta possível, aproveitando cada pedaço e gosto. Falta um pouco de tempero aqui e alí, mas é o que tem por hoje.

Eles encaram. Tenho até a impressão que estão babando, ou algo do tipo. Termino de comer e volto para a barraquinha improvisada. Coloco o sorriso típico do Dilliam e espero eles virem.

Não demora muito e o primeiro vem. Ele hesita, vai e volta, conversa com seus colegas, encara o grupo forte e alto, mas me pede um pedaço de carne depois de tudo isso. Fixo meus olhos nele, percebo que o menino treme por um momento.

— Vou lembrar do seu rosto, então é melhor não fugir. Tá bom?

Ele balança a cabeça e sai com os passos apressados. Em alguns minutos, mais aparecem e o meu produto de negociação acaba. Claro, fiz questão de lembrar a todos que a minha memória é boa.

— Isso vai dar certo? — A Demcis olha para a tábua da branquinha vazia suja de sangue.

— Se não der, teremos que dar exemplo. Só esperar o primeiro que tentar me enganar.

Solto um suspiro e encaro as minhas mãos de sangue. Logo tiro o olhar disso e ando até o rio com a menina para nos limparmos

Enquanto a quantidade de moedas no CT não aumentar, vou ter que fazer esses empréstimos. Bem, isso vai aumentar o meu poder aqui. Pelo que percebi, os alunos que pegaram as carnes eram neutros. Isso é bom. Assim, expando minha influência para fora do grupo do Dilliam e não preciso depender dele.

Volto para o campo e encontro o Temmos descansando. Chamo ele para meditar no quarto e ele vai na frente. Guardo a barraquinha e entro na cabana logo depois.

Assim que caminho para o quarto, vejo o Maksi no corredor. De longe, nossos olhos se encontram, mas eu continuo andando. Quando ficamos lado a lado, observo seu rosto. Seus olhos sérios e indiferentes, apenas fitam o horizonte. Mesmo estando dentro de uma cabana

Ele continua a andar como se eu não existisse.Um sentimento estranho passa pelo meu peito ao ver o olhar dele. Algo reconfortante. Felicidade, talvez? Não, não é. É algo como ver uma realização sendo cumprida, mas não é felicidade. Faz tempo que não sinto algo assim.

Abro a porta do quarto com leveza e dou de cara com o Temmos sentado na sua cama. Não vejo a maga, ela deve estar na biblioteca. Subo na minha cama e chamo o Temmos. Fico em um canto dela e ele em outro.

— Primeiramente, ache uma posição confortável para você. Pode ser sentado, deitado, de cabeça para baixo, como você quiser. O importante é manter uma boa postura e relaxar.

— Entendido. — Ele cruza as pernas como eu faço.

Ele me escutou…? Bem, talvez também seja confortável para ele assim.

— Fecha os olhos e foque na sua respiração. — Ele faz como eu digo. — Vou contar até dez e quando eu terminar, vou contar de novo. Você irá ouvir minha voz e respirar. Um, dois, três…

Conto até dez e repito o processo. De novo, de novo e de novo. Até dar algo em torno de cinco a sete minutos. — Pode abrir os olhos.

— Já? — Seus olhos mostram confusão.

— Descanse por enquanto. Se alongue, faça o que quiser. Daqui a três minutos te chamo.

— Entendido. — Parecendo desapontado, ele desce da minha cama e se alonga no chão. Quando o tempo que falei, chamo o Temmos e recomeçamos. Repito esse processo de descansar e meditar por trinta minutos.

Como já falei, meditar por várias horas direto é chato e cansativo, em especial para um iniciante. Consigo ficar assim a noite toda, porque tenho mais de vinte anos de meditação, se contar com a Terra.

Depois que terminamos, o Temmos vai treinar. Fico um momento a olhar para o teto para depois sair do quarto e ir para a clareira.

Na clareira, vejo duas espadas de madeira no chão. Ando até elas e as pego uma em cada mão.

Hmm… Isso é até confortável.

Faço uma postura de luta estranha com as duas armas. Uma mão quase esticada e outra mais próxima ao meu corpo. Dou um grande passo e corto o ar.

ZLING!

As folhas do chão voam pelo vento que crio.

Interessante.

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Nota do Autor.

Opa, leitores lindos. Turu baum? Só estou aqui para avisar algo. Estarei abrindo uma maneira de vocês ganharem capítulos extras de CE 🙂 . Foi uma ideia de um amigo e é interessante.
Bem, a ideia vai funcionar mais ou menos assim: A cada 15 reais doados, eu publico um cap, além dos de seg, qua e sex. Tipo, são doações acumulativas, se alguém doar 1 real, então só faltará 14 reais para o cap extra, se outra pessoa doar 1 real, então faltará 13. Até atingir 15. Tô de férias e com tempo livre e isso é um meio de eu ganhar um pouco de renda extra e vocês mais capítulos (. ❛ ᴗ ❛.)
Caso alguém queira, só me chamar no server do Discord. Meu nick é @Ender#0517
Bjs, seus lindões maravilhosos.

Olá, eu sou o Ender!

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