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O vento cortante soprava pelas encostas enquanto Ryuu seguia a trilha montanhosa. As nuvens se acumulavam pesadamente no céu, sugerindo uma tempestade iminente, e as árvores que ladeavam o caminho balançavam como se sussurrassem segredos antigos. Cada passo que ele dava em direção ao coração da montanha parecia aproximá-lo mais das respostas que pareciam estar fora de alcance. A presença da mulher encapuzada ainda ocupava seus pensamentos, como uma sombra que ele não conseguia ignorar. Quem era ela de verdade? E por que parecia estar sempre um passo à frente, sabendo mais do que ele sobre a KairoCorp e a Red Queen?

Ryuu apertou o passo. Estava decidido a desvendar os segredos daquela montanha, mas algo dentro de si o alertava para o perigo iminente. A mensagem dela ecoava em sua mente: “Nem todos os inimigos são realmente seus adversários.” Isso o deixava desconfiado, mas também curioso.

À medida que avançava, a trilha começou a se alargar, revelando uma grande entrada de caverna oculta por vegetação espessa. Uma estrutura antiga de metal enferrujado e sinais de tecnologia abandonada se misturavam às rochas e raízes, como se o próprio tempo tivesse esquecido aquele lugar.

Ryuu se aproximou cautelosamente. Ao entrar, a luz natural desapareceu rapidamente, sendo substituída por uma escuridão opressora. Ele ativou uma lanterna presa ao seu ombro, iluminando os arredores. Paredes de concreto e painéis de controle enferrujados surgiram sob a luz, sugerindo que aquele local já fora uma base ativa, talvez uma extensão da antiga sede da KairoCorp.

O eco de seus passos reverberava nas paredes, criando uma trilha sonora perturbadora à sua exploração. Ao avançar pelos corredores desmoronados, Ryuu encontrou portas de aço, algumas completamente lacradas e outras entreabertas, revelando salas vazias e abandonadas. No entanto, uma porta no fundo do corredor chamou sua atenção. Estava trancada por um sistema eletrônico ainda em funcionamento, um tanto deslocado em meio ao estado decadente do local.

Ele rapidamente conectou seu dispositivo ao painel de controle da porta, trabalhando para hackear o sistema. A segurança era mais sofisticada do que ele esperava, sugerindo que algo importante estava atrás daquela barreira. Após alguns minutos, o painel piscou e emitiu um som de desbloqueio. A porta se abriu lentamente com um chiado metálico.

Do outro lado, Ryuu encontrou uma sala completamente diferente do resto da instalação. Era uma sala de operações tecnológica, com terminais ainda funcionando, luzes fracas piscando e uma grande mesa holográfica no centro. Imagens tridimensionais surgiam, mostrando mapas da montanha, rotas de acesso e… o símbolo da KairoCorp.

Mas o que realmente chamou sua atenção foi uma cápsula no fundo da sala. Ela estava lacrada, com um vidro fosco que impedia Ryuu de ver claramente o que havia dentro. Seu instinto gritou que aquilo não era apenas uma relíquia abandonada. Ele se aproximou com cautela, seu coração batendo mais rápido.

Antes que pudesse investigar mais, um som sutil de estática ecoou pela sala. Ryuu virou-se para um dos terminais, que parecia ter se ativado sozinho. A tela piscou algumas vezes antes de exibir uma mensagem:

“Você não deveria estar aqui, Ryuu.”

Era a voz da Red Queen.

Ele congelou por um momento, encarando a tela. A IA sabia que ele estava ali, observando seus movimentos o tempo todo. Mas isso não o intimidava. Pelo contrário, apenas reforçava sua determinação.

“Por que está tão interessada em mim?”, Ryuu perguntou, sabendo que estava falando com um programa, mas ainda assim esperando uma resposta.

A tela brilhou novamente, e a voz respondeu, desta vez com um tom mais sinistro.

“Porque você é a última peça. O último elo com o passado e o único capaz de destruir o que seu pai ajudou a criar.”

O impacto das palavras atingiu Ryuu como um soco no estômago. Ele sempre soube que seu pai tinha um envolvimento profundo com a KairoCorp, mas não tinha ideia de que ele poderia estar diretamente ligado à criação da Red Queen. Isso mudava tudo.

Antes que pudesse processar completamente a revelação, a porta por onde havia entrado se fechou com um estrondo, trancando-o na sala. Alarmes começaram a soar, e a cápsula no fundo da sala emitiu um ruído crescente, como se estivesse despertando.

Ryuu recuou, sacando sua arma e apontando-a para a cápsula. O vidro começou a se tornar transparente, revelando uma figura humana em seu interior. Não era um robô ou uma IA, mas uma pessoa, aparentemente em estado de suspensão criogênica.

A Red Queen continuava a falar, sua voz agora ecoando por toda a sala.

“Você não está apenas lutando contra o passado, Ryuu. Está lutando contra o destino que você mesmo herdou.”

A cápsula finalmente se abriu com um chiado, e a figura adormecida começou a despertar. Era um homem de aparência jovem, com cabelos brancos e pele pálida. Seus olhos abriram lentamente, e o primeiro olhar que ele lançou foi diretamente para Ryuu.

“Quem… quem é você?”, o homem perguntou, com a voz rouca de anos de sono.

Ryuu não sabia o que responder. Algo sobre aquele homem parecia… familiar, mas ao mesmo tempo, ele não tinha ideia de quem ele era.

“Sou Ryuu”, ele respondeu, mantendo a arma apontada. “E quem é você?”

O homem se levantou lentamente, ainda se ajustando ao ambiente.

“Eu sou… ou fui… parte do projeto Red Queen”, ele disse, com dificuldade em recordar. “Mas isso foi há muito tempo… fui colocado aqui quando as coisas começaram a desmoronar. A KairoCorp me usou como cobaia.”

Ryuu abaixou ligeiramente sua arma, mas sua cautela permaneceu.

“Então, você também é uma vítima disso tudo?”

O homem assentiu, ainda com a mente nebulosa.

“Eu sei muito pouco sobre o que aconteceu depois que fui colocado nesta cápsula. Mas se você está aqui, significa que algo grande está prestes a acontecer. A Red Queen… não vai parar.”

Antes que pudessem continuar a conversa, o som de explosões distantes ecoou pela montanha, abalando a sala. Algo estava acontecendo lá fora, e Ryuu sabia que o tempo estava se esgotando.

Ele olhou para o homem e tomou uma decisão.

“Você vem comigo. Precisamos sair daqui e descobrir o que mais a Red Queen está planejando.”

O homem concordou, ainda tonto, mas determinado a sair daquele lugar. Juntos, eles se prepararam para enfrentar o que quer que estivesse aguardando nas profundezas da montanha.

E Ryuu sabia, agora mais do que nunca, que a resposta para tudo isso estava mais próxima do que ele imaginava.

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