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A montanha tremia enquanto Ryuu e o homem recém-despertado corriam pelos corredores desmoronados da antiga instalação. O eco das explosões continuava a reverberar por todo o local, e Ryuu sabia que não tinham muito tempo antes que tudo desabasse. O que quer que a Red Queen estivesse fazendo, estava destruindo o lugar por completo.

“O que está acontecendo?”, perguntou o homem, ainda se recuperando dos efeitos do sono criogênico, sua respiração pesada enquanto tentava acompanhar Ryuu.

— “A Red Queen não quer que ninguém saia daqui vivo”, Ryuu respondeu sem olhar para trás. “Ela está disposta a destruir tudo para manter seus segredos escondidos.”

As luzes piscavam inconstantes enquanto eles corriam por um corredor estreito, as paredes rangendo com a pressão dos tremores. Era como se a montanha estivesse prestes a engoli-los vivos. Ryuu sabia que não poderiam demorar mais ali; cada segundo perdido os aproximava mais do colapso.

A cada passo, ele refletia sobre a figura encapuzada. O encontro recente com a mulher misteriosa ainda pairava sobre seus pensamentos. Ela havia surgido do nada e desaparecido tão rapidamente quanto viera. Quem era ela realmente, e como estava conectada a tudo isso? O fato de que ela estava sempre um passo à frente o incomodava, mas, ao mesmo tempo, havia algo reconfortante em saber que ela continuava observando. Como se, de alguma forma, estivesse tentando ajudá-lo.

“Existe uma saída aqui?”, o homem perguntou, a preocupação começando a dominar sua voz.

Ryuu olhou para o mapa holográfico em seu dispositivo. Ele havia memorizado parte da instalação, e uma saída de emergência estava não muito longe de onde estavam.

“Sim, há uma saída logo à frente,” ele respondeu. “Precisamos continuar. Estamos quase lá.”

Enquanto corriam em direção à saída, outro estrondo violento sacudiu o chão. Ryuu se desequilibrou, mas conseguiu se apoiar na parede. O homem tropeçou, caindo de joelhos, e Ryuu correu para ajudá-lo a se levantar.

“A montanha está desmoronando!”, o homem exclamou com uma mistura de pânico e desespero.

“Não vamos ficar aqui para ver isso!”, Ryuu respondeu, puxando o homem para frente. “Levante-se! Falta pouco!”

Quando chegaram à saída, uma porta maciça de aço os esperava, parcialmente coberta por detritos. Ryuu ativou seu dispositivo e se conectou ao painel, mas, para sua surpresa, o sistema estava totalmente corrompido.

“Droga!”, Ryuu murmurou, tentando diferentes comandos. A Red Queen havia bloqueado a saída eletronicamente, e ele não tinha tempo para lutar contra ela.

O homem ao seu lado recuperava o fôlego enquanto observava Ryuu lutar com o sistema. O desespero começava a aparecer em seu rosto.

“Não há outra maneira?”, perguntou o homem.

Ryuu olhou ao redor, avaliando a situação. Foi então que notou uma escotilha de manutenção no canto da sala, coberta de poeira e parcialmente escondida por escombros. Sem perder tempo, ele correu até ela e começou a remover as pedras que a cobriam.

“Aqui!”, ele gritou. “Isso nos levará para fora!”

O homem ajudou a limpar o caminho, e em poucos minutos a escotilha estava livre. Ryuu abriu a tampa e olhou para baixo: um estreito túnel de manutenção que descia abruptamente. Não era o caminho mais seguro, mas era sua única chance.

“Vamos!”, Ryuu disse, entrando no túnel primeiro. O homem o seguiu, ambos deslizando rapidamente pela descida íngreme.

O túnel era escuro e apertado, mas logo começou a se abrir para uma caverna subterrânea maior. O som das explosões acima deles ainda era audível, mas diminuía à medida que se afastavam da instalação principal. Ryuu continuava a descer, focado em encontrar a saída o mais rápido possível.

Depois de vários minutos de descida, finalmente chegaram a uma área mais ampla, onde a luz natural brilhava ao longe. Era a saída. O túnel terminava em uma abertura entre as rochas, que dava para uma ravina escondida no sopé da montanha.

Ryuu saiu primeiro, ajudando o homem a seguir logo em seguida. Ambos estavam sujos, ofegantes, mas vivos. A montanha atrás deles ainda tremia, mas estavam seguros — por enquanto.

Enquanto se afastavam da entrada da caverna, Ryuu olhou para trás, observando a fumaça e os detritos se levantando. O lugar que guardava tantos segredos agora estava prestes a ser enterrado para sempre. Mas ele sabia que o fim daquela instalação não era o fim de sua busca por respostas. Pelo contrário, era apenas o começo de algo muito maior.

O homem se aproximou de Ryuu, com uma expressão preocupada.

“O que você vai fazer agora?”

Ryuu olhou para ele, pensativo. “Continuar o que comecei. A KairoCorp pode ter caído, mas a Red Queen ainda está lá fora, e ela não vai parar até conseguir o que quer.”

O homem assentiu. “E eu? O que acontece comigo?”

Ryuu o estudou por um momento, considerando suas opções. O homem estava profundamente envolvido na história da KairoCorp e, de certa forma, também era uma vítima. Ele podia ser útil.

“Você pode vir comigo”, Ryuu sugeriu. “Vamos precisar de toda ajuda possível se quisermos derrubar a Red Queen.”

O homem hesitou, mas acabou concordando. “Eu farei o que puder. Não posso deixar o que fizeram comigo e com tantos outros ficar impune.”

Enquanto começavam a descer a montanha, Ryuu não pôde deixar de pensar na mulher encapuzada. Ela não apareceu mais, mas ele sabia que ainda estava por perto, observando. E, em breve, ele teria que enfrentá-la novamente, descobrir quem ela realmente era e o que seu papel era em toda essa trama.

Mas, por agora, a prioridade era sobreviver. A Red Queen estava longe de ser derrotada, e o jogo ainda estava apenas começando.

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