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Pertencente a uma família ancestral com tradições que remontam à antiguidade, o clã Agni era reverenciado como uma influência poderosa na construção da sociedade. Sua história foi marcada por lendas de coragem, honra e um firme compromisso com o domínio das artes marciais. Lewis mergulhou nos pormenores de uma cultura que se estendeu por gerações, cuja intensa chama da perseverança foi transmitida de pai para filho.

A linhagem se distinguia pelas habilidades excepcionais, proezas estratégicas e capacidades de combate de seus membros, na medida em que eram consideradas uma forma de arte letal, transcendendo a mera eficiência. 

Desde tenra idade, todos os membros do Clã eram submetidos a treinamento, acompanhado de cerimônias e rituais que fortaleciam os laços familiares e a fidelidade à tradição. Carregando o fardo do dever, os jovens abraçaram corajosamente as chamas que criaram a saga de sua família. Um impulso inato, um chamado que ecoava de seus antepassados, levou-o a se erguer como o próximo bastião de valor e fortaleza em sua linhagem.

Os anciãos sustentavam a crença de que Lewis era o herdeiro predestinado a ascender das cinzas do passado, sob a égide do fogo primordial, uma chama imbuída com a missão sagrada de eclipsar todos os que o antecederam.

Uma rede de obrigações intensa atou a conexão de seu pai, em relação aos superiores da família. Como defensor do legado familiar, o homem servia como condutor da chama ancestral, transferindo para o garoto a responsabilidade inquestionável de levar adiante a tocha do valor e da força como a próxima geração. 

Lewis estava destinado a manter essa tradição, uma tarefa que não poderia ser negligenciada. Era uma expectativa insinuante, mas com nuances. 

Ciente do choque entre a juventude vigorosa do filho e o peso da herança familiar, seu pai compreendeu a importância de proteger os dois aspectos do filho. Ele ponderou suas escolhas, ciente de que seria necessário mais do que coragem para transcender os resquícios da história e garantir a segurança contra as chamas antigas.

Como pai prudente, admitiu que Lewis precisava de mais do que apenas destreza física; requeria também uma compreensão mais profunda do mundo.

Por isso, tomou a decisão firme e dedicada de guiá-lo por um caminho menos difícil. Ele o enviou para a organização, a Unidade Expedicionária de Caça, onde acreditava que seu filho poderia crescer e ter uma vida plena. 

Foi uma oferta de defesa contra as dificuldades impostas pela ascendência, bem como contra o peso iminente das obrigações que apagariam a centelha juvenil. 

O homem não estava renunciando aos nobres propósitos do Clã Agni ao proporcionar ao filho uma vida melhor; estava apenas postergando o instante em que Lewis teria de encarar a plena responsabilidade por seu legado. Foi uma decisão justa e magnânima, um intervalo que lhe permitiria obter as habilidades essenciais para encarar o destino que o esperava.

Sua missão na agência era defender os princípios que haviam formado sua vida e perpetuar esse legado. 

À medida que a semana passava, Lewis iniciava uma sessão de treinamento sob o monitoramento de Mikael, na qual a sincronização e a precisão eram componentes cruciais.

No último movimento, sua perna direita permaneceu reta, dando-lhe o apoio necessário para sustentar o tronco com uma agilidade invejável, mesmo quando ergueu o joelho até a altura da cabeça. Com o calcanhar, seguiu um caminho angular para atingir a têmpora de Mikael.

Ele deliberadamente visou um ponto fraco no cérebro do homem que, se atingido, causaria uma breve interrupção nos processos mentais. A escolha do alvo não foi feita ao acaso. Sair com bons resultados foi uma estratégia concebida cuidadosamente.

Mikael, porém, não era um combatente comum. 

Ele estendeu a mão e agarrou a parte superior da canela de Lewis do alto de sua destreza e rapidez. Por uma fração de segundo, deslizou o pé esquerdo contra a perna que o estava apoiando, fazendo-o perder o equilíbrio e cair sentado no tapete.

— Ugh… 

Com o impacto, Lewis fez uma careta de dor. Respirando ofegantemente, olhou-o.

— E aí?

Estava buscando por alguma aprovação.

— Hmmm… 

Os olhos atentos de Mikael permaneceram fixos nos resultados que se desenrolavam diante dele, projetados em uma série de monitores estrategicamente dispostos na sala de treinamento. Cada tela era uma janela para a análise calculada das aptidões de Lewis, revelando detalhes intrincados de seu desempenho durante o exercício.

Métrica de Desempenho Geral.

Velocidade Média dos Movimentos: 3.2 m/s

Precisão de Golpes: 68%

Tempo de Reação Médio: 0.45 segundos

— Então, como posso dizer… — Voltou com o olhar ao garoto. — Velocidade de tirar o fôlego. Parece que você e o vento estão competindo.

— Ainda dói um pouco, mas valeu a pena. Obrigado pelo elogio.

— E quem disse que era um elogio? — Mikael riu baixinho, inclinando a cabeça. — Era só a verdade. Mas, falando sério agora, a gente tem que ajustar umas coisinhas. Sabe, o retorno dos seus ataques… precisa de um ajuste fino. E tem outra. A sua variação de táticas tá meio previsível.

— Eu meio que percebi isso quando caí.

— Bom, essa é uma maneira interessante de aprender.

Lewis tentou disfarçar a frustração, mas era visível. Ele sabia que havia mais em jogo do que apenas um treino mal-executado. Ainda assim, ouvia com atenção.

— Mas tem uma coisa que precisa mudar. A transição entre a esquiva e o contra-ataque. Esse é o ponto fraco agora. E acredite, se você conseguir dominar isso, vai abrir um mundo de possibilidades. Podemos trabalhar em algumas surpresas. Combos novos. Algo que ninguém espera.

Mikael fez uma breve pausa, deixando o peso de suas palavras assentar. Ele sabia que Lewis era dedicado, mas às vezes, dedicação não bastava. Era preciso visão. Estratégia.

— Você já viu como a Mandy evoluiu, né? Ela entendeu que o verdadeiro poder está na forma como você o controla, não só na força bruta. Os reflexos dela estão no ponto. Conseguir misturar as duas forças energéticas com agilidade… Isso deu a ela uma vantagem. Ela não é só rápida, ela te domina no ritmo dela. E é isso que você precisa. Não é só sobre velocidade ou força. É sobre controle. Sobre fazer o inimigo jogar no seu ritmo. Se trabalharmos nisso, vai ver como a evolução acontece.

— Ah…

Quando alguém que se dedicou intensamente à perfeição por toda a vida e não alcançou resultados satisfatórios, isso causava grande frustração. Esse era o caso de Lewis.

Ele via o mundo exterior como um lugar distante, repleto de núcleos vibrantes e infinitas possibilidades. Acreditava que sua missão seria árdua e desafiadora, de tal forma que não lhe sobraria tempo para devaneios enquanto se esforçasse para cumprir seu dever.

Com suas rígidas tradições e filosofia rigorosa, o Clã Agni forjou Lewis de uma forma que ele jamais poderia questionar. Ele aprendeu rapidamente que nada de valor pode ser alcançado sem sacrifício – e que o sacrifício em si era a virtude suprema. 

As palavras de seus mestres ecoavam em sua mente como verdades incontestáveis: “A partir de hoje, estarás sob a luz da lua, mas isso não durará para sempre. O sol em breve brilhará sobre ti e se juntará a ti quando se pôr”. Esse princípio tornou-se o alicerce de sua vida, um mantra que ele invocava a cada derrota e esforço inútil para alcançar o sucesso que sempre parecia inatingível.

Lewis era o retrato da persistência, apesar do peso sobre seus ombros. Resistiu bravamente à pressão da derrota com os joelhos firmemente plantados no chão e o corpo ereto como uma estátua de força. 

Seu olhar perdido e a falta de disposição eram uma clara quebra de seu comportamento de sempre.

— Algo está te incomodando, não é? — perguntou Mikael, arqueando a sobrancelha direita. 

Era óbvio que enfrentava alguma dificuldade, mas Lewis relutava em compartilhar. Suspirou e hesitou por um momento antes de responder. 

— Não é nada. Deixa pra lá.

A resposta evasiva do garoto só alimentou a preocupação de Mikael. Sabia que algo estava errado, mas optou por não pressionar mais por enquanto.

Ambos permaneceram em silêncio, compartilhando uma sensação de desconforto. 

Era estranho para ele vê-lo dessa maneira, pois Lewis sempre foi o tipo de pessoa determinada e resiliente. O que poderia ter causado essa mudança súbita em seu comportamento?

— Vamos recomeçar, então. — sugeriu, tentando retomar o treinamento.

Sentado no chão, as mãos enterradas nos cabelos, o olhar perdido em um ponto invisível, Lewis afundava-se na própria frustração.

— É inútil… sou fraco — murmurou, com a voz trêmula, quase inaudível. — Mal consigo reagir. Eu simplesmente… não sei mais o que fazer. Talvez seja melhor desistir.

As palavras pairaram no ar como um peso, mas não passaram despercebidas. Mikael, até então apenas uma sombra silenciosa ao lado, não se permitiu deixar que aquele desânimo criasse raízes. Com uma leveza inusitada, aproximou-se e, sem aviso, deu um peteleco na testa de Lewis, o suficiente para interromper o turbilhão de pensamentos que se desenrolavam na cabeça dele.

— Ei, corta essa. Esse drama não combina contigo.

O cenho de Lewis se franziu, surpreso com a reação inesperada. Ele ergueu os olhos, confuso, como se buscasse uma explicação. Não entendia como Mikael podia ser tão casual diante de tudo aquilo.

— Como assim? — retrucou, a incredulidade estampada no rosto. — Não tá vendo o que tá acontecendo? Como eu posso estar errado?

Mikael soltou uma risada curta, cheia de uma paciência disfarçada por seu habitual humor sarcástico. Com um suspiro, ele se sentou ao seu lado, apoiando os braços sobre os joelhos dobrados. O sorriso que esboçava carregava uma mistura de compreensão e provocação.

— Claro que tô vendo, e é aí que você erra. Você faz parte do Clã Agni, cara. Tem uma chama poderosa dentro de você, mesmo que não tenha notado ainda. Essa fraqueza que você sente não chega nem perto do que você é capaz. Dentro de você tem algo que faria o sol parecer uma vela apagada, e você tá aí pensando em desistir por causa de umas quedas?

Lewis abaixou a cabeça, ainda lutando com o abismo que sentia dentro de si, como se as palavras de Mikael fossem um eco distante.

— Os membros do seu clã não esperam apenas que você mantenha a chama viva, eles acreditam que você a fará brilhar ainda mais. Não se trata de vencer ou perder batalhas. As derrotas que parecem o fim são apenas temporárias, são etapas da jornada. O que realmente conta é como você reage e o que faz após elas.

Apesar do fato surreal, ainda não era suficiente.

— Uh… se existe um motivo para tudo isso, não importa mais. Talvez nunca tenha realmente me pertencido.

— Hahaha. — Uma risada abafada e desajeitada escapou. — Você é mesmo um caso.

Lewis estreitou os olhos, ligeiramente irritado.

— Do que você tá rindo?

O meio sorriso malicioso que curvava os lábios de Mikael ficou mais evidente. Ele sacudiu a cabeça devagar, como se estivesse diante de algo óbvio que o garoto não conseguia enxergar.

— Você não percebe? Isso tudo é um teatro. Fica aí, se enrolando nesse papo derrotado, como se não houvesse saída. — Ele se inclinou, chegando mais perto, os olhos fixos, um misto de diversão e seriedade. — A verdade é que você só tá frustrado porque ainda não descobriu como destravar o que tem aí dentro. E até fazer isso, vai ficar preso nessa, sempre no mesmo ciclo.

Lewis desviou o olhar, mas Mikael não o deixou escapar. Sem aviso, ele encostou o dedo indicador bem no centro do seu peito, pressionando com leveza, como se quisesse alcançar algo mais profundo.

— Sabe que eu tô certo, né? Você sente como se o verdadeiro você estivesse trancado aí dentro, gritando pra sair, mas… — Mikael deu uma pausa, como quem espera uma reação, mas continuou antes que ela viesse. — Você não faz ideia de como libertar isso.

Deu um tapinha no peito de Lewis, sem força, mas o suficiente pra marcar o gesto.

— E se continuar fugindo, vai ser sempre o mesmo de antes. Sendo sincero, acho que esse não é o cara que você quer ser, né?

As palavras caíram como um peso inesperado, ressoando mais fundo do que Lewis queria admitir. A verdade, crua e direta, fez seu estômago afundar de leve, e ele evitou olhar nos olhos de Mikael por um momento.

— Agora me responde uma coisa. Existe mesmo algum motivo pra você desistir? Ou melhor, esse motivo realmente importa? — Ele ergueu uma sobrancelha, o sorriso de canto quase desafiador. — Porque essa dor aí, essa angústia que parece te esmagar, é o que nos mantém vivos. E, quer saber?

Mikael inclinou-se um pouco mais, olhando diretamente nos seus olhos.

— Quando chegar a hora, os nossos inimigos vão sentir isso também. Pode acreditar.

Lewis baixou os olhos, a tensão ainda pulsando em seus músculos, mas algo nas palavras de Mikael o fez parar para refletir. Talvez fosse o jeito provocativo, quase irônico, de fazê-lo encarar aquilo que ele mais temia. Ou talvez fosse a verdade que não podia mais ignorar.

— Então, Lewis… O que você vai fazer? Vai continuar se lamentando ou vai finalmente agir?

Lewis estava enredado pela ansiedade, uma sombra persistente que se apossava dele sempre que a fadiga permitia que refletisse sobre seu propósito.

— Não sei como dizer, mas… tem algo que eu quero entender. Se o que me disseram era algo de valor, ou uma coisa que eu mesmo preciso descobrir. Sinto como se estivesse faltando algo…

— Faz o seguinte, se levanta.

Sem entender muito bem, levantou-se junto com Mikael.

— Agora, fecha os olhos.

Lewis hesitou por um segundo, mas, ainda sem protestar, obedeceu. Sentiu a quietude no ar, mas logo que ficou desconfortável, quebrou o silêncio.

— Certo… e agora? O que você tá aprontando?

— Só confia em mim por uma vez, tá bom? Quero que você imagine… não, visualize uma força dentro de você, gigante, incontrolável. Algo que tá aí, só esperando pra ser solto. — Mikael colocou a mão levemente sobre seu ombro. — Pensa numa versão sua, uma versão maior, mais forte. Não o cara que tá preso nas dúvidas e medos. Se conecta com isso, com esse Lewis que você ainda não deixou aparecer.

Com o cenho e os olhos fechados, Lewis estava meio cético, mas algo na voz de Mikael mexia consigo. Era como se as palavras tivessem um peso que ele não conseguia ignorar. Então, respirou fundo, tentando fazer o que ele dizia, ainda que fosse ridículo. Sua postura mudou instintivamente, dando um passo à frente, como se estivesse se preparando para um combate invisível.

À medida que se concentrava, um calor estranho começou a se espalhar pelo seu corpo, como se algo estivesse despertando de dentro. De repente, uma leve cintilação carmesim apareceu ao redor de seus ombros, fraca no início, mas inconfundível.

— Tá vendo? Você conseguiu.

Lewis abriu os olhos devagar, ainda se sentindo desconectado da realidade por um instante. Ele olhou para suas mãos, surpreso com o que via. O brilho, aquela energia estranha, ainda estava ali, envolvendo-o de um jeito que ele nunca pensou ser possível.

— Mas… como isso… como isso deu certo?

Mikael soltou uma risadinha de canto, aproximando-se e encostando o dedo indicador na própria têmpora.

— A imaginação é uma coisa de outro mundo. Muito mais poderosa do que você pensa. Tudo começa aqui. — Encostou o dedo indicador na própria têmpora. — Você pode ser o que quiser, porque sua imaginação não conhece limites. Quem te prende é só você mesmo.

O garoto continuou olhando para as próprias mãos, absorvendo o impacto das palavras. Pela primeira vez, aquela sensação de fraqueza que sempre o acompanhara parecia ter se dissipado. Mikael, claro, tinha feito parecer fácil, mas havia algo mais profundo naquilo, uma verdade que, até então, ele não tinha sido capaz de enxergar.

— E agora? — Lewis perguntou, sem tirar os olhos do brilho em suas mãos.

O homem sorriu, cruzando os braços como quem já sabia a resposta.

— Agora? — Ele deu de ombros. — Agora você decide o que vai fazer com isso.

Lewis finalmente estava progredindo, então um senso de confiança encheu seu espírito. O que Mikael lhe havia ensinado realmente o ajudou.

— De agora em diante, imagine que você brilhará mais que o sol e, através disso, utilize para buscar o significado daquilo que procura. E aí, vamos tentar de novo?

Havia alegria nos olhos do menino.

— Sim!

— Ótimo. Vamos começar do zero.

Assim, os exercícios físicos foram restabelecidos e o regime de treinamento foi reiterado.

Mikael acabou demonstrando notável resiliência contra suas adversidades pessoais. No entanto, essa força não era movida por vaidade ou presunção. Em vez disso, emergiu das experiências profundas dos momentos mais desafiadores de sua vida.

As memórias de se sentir à deriva e impotente permaneceram claras em sua mente. Essas lembranças o motivaram a intensificar seus esforços diariamente, lembrando-o persistentemente da importância de guiar Lewis para longe das armadilhas e tribulações que ele havia enfrentado.

Foi uma viagem duradoura e convincente.

“Você estava certo. Seu filho é a luz que faltava na escuridão. Eu lhe prometo que ele não apenas ultrapassará os limites que você estabeleceu, mas também alcançará alturas que você nunca ousou imaginar. Você pode confiar nisso. Até mesmo o sol pode brilhar na noite, velho amigo.”


Wolfgang se aproximou da casa onde Lewis se encontrava, com alguns Mephistos se reunindo, procurando devorá-lo. Havia uma sensação de morte iminente no local e a tensão no ar era refletida por um silêncio profuso.

Depois de ser brutalmente esmagado pelos destroços, o espírito de Lewis perdeu a força e a vida, deixando-o vulnerável aos terríveis Mephistos.

Ainda assim, algo notável estava começando a aparecer mesmo em meio à sua aparente derrota. Irradiou um calor fraco, quase imperceptível, como uma chama tenaz em meio à escuridão do infortúnio.

— Huh? Estava tão frio agora pouco.  

Foi quando ele se deu conta que, apesar de todas as adversidades, há quem se recusa a ceder. 

⌊ Fogo de Agni ⌉

Uma faísca de poder ancestral queimava em uma era distante, oculta nas névoas da história e encoberta pela crença. Essa chama era mais do que fogo; era uma força viva que transcendia a compreensão.

Os fragmentos, juntamente com os Mephistos, haviam detonado, desintegrando o que antes impedia seu corpo de se mover.

E assim, das cinzas, com olhos cintilantes, Lewis renasceu, envolto em chamas ardentes. Seu coração, moldado em aço, e em suas mãos, o destino era desenhado no vazio.

A emissão de energia negativa provocou instantaneamente uma resposta nas chamas, como se o próprio núcleo do fogo prosperasse com essa força que rompia o equilíbrio natural. A energia dinâmica se misturou com o ar ao redor, deturpando a atmosfera com sua intensidade.

As chamas reagiram à presença. Seu calor aumentou exponencialmente, mudando para um tom de vermelho ainda mais profundo. 

— Uma versão melhor de mim mesmo…

Ao mesmo tempo em que a energia negativa as alimentava, fazia com que se tornassem indomáveis, transformando-as em uma substância além do reino mortal. As chamas oscilavam de acordo com cada pensamento sombrio, cada emoção reprimida, moldando-se em uma demonstração de pura destruição, enquanto o próprio ar tremia em seu rastro.

— Eu sou o mais forte… 

Ele passou pela pequena abertura deixada na casa em ruínas. Só o estalar das chamas que haviam tomado conta da área rompia a quietude.

A forma de Lewis havia transcendido os limites humanos, tornando-se uma encarnação viva da chama. Como se o calor se fundisse com o seu ser, emanava intensamente, provocando um efeito ilusório que fazia o mundo parecer se dissolver ao seu redor.

— É bom saber que está vivo. — disse Wolfgang.

Lewis sorriu, seus lábios tremulando como brasas.

— Vivo e pronto pro segundo round!

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Olá, eu sou Nyck!

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