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O grupo de magos aspirantes já estavam bem afastados do lixão. Graças ao caminho traçado pelos colegas reptilianos, eles poderiam enxergar a vila no topo do morro. Era a primeira parada até a capital.

O plano era ficarem lá por um dia e saírem na manhã seguinte. Já era noite e o vento frio previsto os rondava. Parecia uma tempestade de ar, criando neblinas graças a umidade e frio. Todos cobriam os próprios braços na caminhada, acelerando para chegarem na vila.

Wild estava dentro da camisa de Toru tremendo de frio, mesmo assim ele acelerava a caminhada sem problemas. Nero criava pequenas chamas em partes de si, esquentando-se. Mesmo assim tinha dificuldades com a ventania.

— Se não chegarmos logo, vamos acabar… — Momo interrompeu a fala ao se virar e ver Toru quase sendo levado pelo vento — KYAAA! — Agarrou ele enquanto flutuava e voltaram a andar — Vamos logo, caramba!

— Já estamos chegando. — O elfo já estava bem adaptado com aquela ventania, então tornou a caminhar normalmente.

Eles finalmente subiam todo o morro e chegavam em Neohazad, a vila dos cocos. Continha coqueiros para todo lado balançando, além de casas espalhadas. A vila era enorme, tendo moradores em toda região daqueles pequeninos montes.

Na praça estavam alguns bancos, além de tantos estabelecimentos. Quase ninguém se encontrava nas ruas, mas quase todo barulho vinha da hospedaria local. Um hotel acoplado com uma taverna, então muitas pessoas se encontravam lá.

Eles entram no local e suspiram aliviados com o fim do frio. Momo, Toru e Wild tremiam pela temperatura, enquanto Nero mantinha-se totalmente bem. Diversos moradores os encaram, enquanto outros viajantes ignoram.

Momo e Nero foram no rumo do balcão reservar quartos, enquanto Toru se dirigiu ao pessoal bebendo e conversando. A dona da hospedaria preparava as coisas, pegando algumas chaves e anotando os quartos ocupados. Atrás de si continha algumas tabelas de preço.

— O que procuram?

— Três quartos, por favor. Camas únicas.

— Essa coisa também vai dormir aqui? — A atendente encarou Nero com anotações em seu livro de registro.

— Como é que é, velha maldita!? — Nero bateu o punho no balcão, chamando a atenção para si.

— Ele vai sim! Algum problema? — Momo se inclinou irritada.

— N-Nenhum, calma! Só não criem problemas, beleza? Eu não quero expulsar ninguém nesse frio. Aqui as chaves… ¬— Entregou os objetos para a dupla, voltando a arrumar suas coisas.

— Palhaçada. — O elfo deu as costas e partiu no rumo do seu irmão.

Enquanto isso, Toru e Wild dividiam cenouras cozidas. Próximo a ele estava uma mesa com um trio rindo de um velho. Os três usavam mantos brancos e volumosos, contendo duas asas cruzadas com uma coroa na ponta acima.

O velho era apenas um morador local, sendo constantemente maltratado pelo grupo. Ele estava ajoelhado ao lado deles, então o jovem da direita levou sua bota até o rosto do senhor e pisou forte. Sua expressão era ameaçadora e irritada:

— É bom você pagar a gente logo, viu porra!? Fez a gente de otário…

— É isso mesmo, velhote. — Outro do grupo, um mais gordinho, se abaixou para próximo dele — Enganar magos oficiais como nós é considerado crime. Será que um senhor como você aguentaria viver preso em uma cela vazia?

— E-Eu não quis os enganar! Eu juro que estava lá…

— Não mete o louco em nós, caramba! — Pisou novamente nele.

— P-Pessoal, se for melhor, podemos dar bebida, comida e quartos de graça. P-Pelo tempo que precisarem, tudo bem? — O dono daquela taverna se aproximou deles e juntou as mãos implorando — Ele é um senhor com muita idade, não sabe o que diz…

— Hum? — Toru continuava assistindo tal situação.

— Quer pedir mais alguma coisa, moço? — Uma garçonete se aproxima com uma bandeja.

— Eu acho que meus amigos vão querer pratos grandes com carne e bebida! E mais cenoura! — Toru fez um três nos dedos encarando a garçonete ruiva.

— Você é um viajante ou algo do tipo? Posso oferecer nossa especialidade: cerveja servida no coco!

— Estou indo para a capital me oficializar. E quero sim! — Abriu um largo sorriso, mas acabou chamando a atenção da mesa próxima.

— Você é um mago e tão novo? Que legal. Dizem que é super difícil…

— Deve ser, mas isso não me abala. Afinal eu serei o mago imperador então tenho caminhos mais difíceis que esse!

No mesmo momento a mesa de magos caiu na gargalhada. Isso desencadeou uma risada em todo bar. Toru apenas continuava sorrindo e encarando a garçonete, ao qual ficou sem palavras com o dito.

— B-Boa sorte, moço. Vou trazer suas bebidas… — Ela saiu rapidamente imaginando o quão doido ele deveria ser.

— Ei, moleque. Você disse que ia ser o quê mesmo? Repete, por favor. — O terceiro mago se levanta. Era magro e usava óculos quadrado.

— Eu? Eu disse que serei o mago imperador. Por quê?

— Você saiu de onde, caipira burro? O mago é escolhido pelo poder, fortuna e nobreza. É mais fácil um mascote dos nobres de Brilla Emeralda ser um mago imperador, do que você em toda sua vida.

— Não liga para ele, garotinho. Você pode sim ser o mago imperador… — O garoto mais gordo se sentou ao lado dele — Tudo que precisa fazer é nascer de novo! Talvez como gente, afinal você tem cara de quem veio daquele tal lixão.

— Ouvi dizer que eles se alimentam de insetos e se casam com reptilianos. — Apenas a descrição faria os demais se arrepiarem.

As pessoas do bar ficaram observando de canto para não incomodar. O dono da taverna agarrou o senhor e levou até a porta. Empurrou ele para a rua, onde ele desequilibrou e caiu.

— Não invente mais essas merdas de missões. Você inventa isso e não podemos pagar depois. Essa porcaria fica na nossas costas, pai!

— Eu não inventei nada!! Eu vi! Eu vi mesmo aquela torre de novo…

— Não repita isso! — Fechou a porta rapidamente.

— O que tá rolando ali? — Momo observou Toru sentado ao meio dos magos oficiais.

— Eu sei lá.

A dupla se aproximou do grupo, então Wild pulou no colo da garota. Nero então notou as bebidas sendo pegas pelo trio estranho, até que o garoto de óculos encarou o moreno e arqueou a sobrancelha:

— Olha só, pessoal. Parece que eles aceitam animais aqui também. E pensar que ele só tinha o porco…

— Como é que é, seu bosta? — Nero abriu um sorriso desafiador, ansiando para lutar ali mesmo.

— Olha como fala, lixo! Quer encarar? — Outro dos oficiais se levantam furiosamente.

— Para que tanta babaquice, hein? — Momo se aproximou deles.

— Calada, garotinha. — O terceiro mago jogou a bebida na garota.

Os dois times se encaram, enquanto Toru se levantou e terminou sua cenoura. Um dos magos puxou um prato e o cresceu até transformar em um escudo. Ele apontou no rumo do elfo e preparou para lançar.

Momo e Nero entraram em postura de combate, enquanto os dois magos oficiais elevavam sua mana. Um detinha aura azul e outro verde, até que Toru desferiu um soco direto no queixo do garoto de escudo, derrubando-o na hora.

— Mandou bem, maninho. Fire… — Apontou para os outros dois e começou a formar uma bola de fogo na palma.

Antes que a briga continuasse, todos os clientes correram para fora. Logo mais todos eram parados por uma força externa. Cordas surgiam do solo e do teto, logo mais amarravam todos os briguentos ali.

A dona do bar surgia com os dedos sendo transformados em cordas. A aura da mulher era azulada, então mais cordas são convocadas e separam a todos. O nome da mulher era Niwatori Barbalia, uma das moradoras mais antigas de Neohazad.

— Sua velha, quem pensa que é? — O garoto de óculos, cujo se chamava Noya, tentava se soltar.

— Eu sou a dona desses lugares. Meu filho cuida do bar, mas é tudo meu. Se querem ficar aqui, eu não quero mais brigas. E se eu fosse vocês, nobres babacas, não testaria brigar comigo ou com o povo da vila. O frio chegou, não ficariam tão bem lá fora sem abrigo, né? — Ela se virou ao trio ruivo — Estou devendo uma grana para eles graças ao idiota do meu ex-marido. Mas eu não devo nada a vocês e são muito problemáticos. Está claro que não respeitam as regras, então quero que vão embora!

— Como é que é? — Nero cerrou mais os punhos e queimou as cordas que lhe prendiam.

— Senhora, isso é injusto! Não fizemos nada…

— Não me importo, garota. Vão embora de uma vez!

— Tranquilo, pessoal. Vamos embora — anunciou o ruivo, caminhando para fora ao criar espinhos nas cordas e se soltar.

Momo também era solta e carregou Wild para fora. As pessoas retornavam para dentro, sussurrando e afastando-se do grupo caipira. As portas se fecham na mesma hora, enquanto o dono ficou como segurança do lado de dentro.

— Que sacanagem! Ainda pagamos por um quarto… — Momo bufou e abraçou o porquinho.

— Aqueles merdas devem ser nobres. Ainda devem ser parte de alguma guilda importante… Que se fodam, deve ter outra hospedaria por aqui. — Nero observou toda a vila.

— Podemos invadir os quartos e dormir. — Toru observou eles com olhar tão malicioso.

— Seria péssimo. Bruuuh! — A garota tremia com a ventania fria que percorria.

As árvores se entortavam, enquanto todas as casas se fecham e apagam as luzes. Nenhum estabelecimento permanecia aberto, então eles se afastam na procura de outro hotel para ficar.

Sentados na varanda de uma casa, o vento ia enrijecendo cada vez mais os ossos dos garotos. Nero criava uma pequena fogueira para todos, mas o vento fraquejava o fogo. Toru bufou e bateu na porta daquela casa.

O morador olhou pela fresta da janela e ignorou, assim como as casas próximas. Um senhor de idade surgia ali próximo, estando tremendo de frio mesmo coberto com um casaco de pelo. Ele segurava uma vela para enxergar melhor, mesmo quase apagando:

— Aproveitando o frio?

— Você é aquele tio do bar. — Toru reconheceu o senhor que tinha sido expulso da taverna.

— Tio é meio rude. Venham comigo, podem passar a noite na minha casa.

— É mesmo? Obrigada, senhor! — Momo sorriu, mesmo que seus lábios já estivessem praticamente imóveis.

— Esse tio é bacana! — Toru sorriu e todos seguiram o senhor até uma casa próxima.

Olá, eu sou o Roux!

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