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— É normal se sentirem confusos depois da nossa hospitalidade, mas é da natureza do nosso mestre desejar testar pessoas de fora. Como eu disse anteriormente ao senhor Nero, nosso senhor obscuro não é uma ideia, é uma pessoa real. Ele mesmo recruta pessoas de fora e os converte em irmãos como nós.

— Então esse seu deus é uma pessoa mesmo? Que problemático. — Nero manteve seus braços cruzados.

Willard estava sentado na escadaria para a ala vermelha, enquanto Nero se mantinha frente a ele aguardando as respostas. Toru apenas ficou brincando com Wild enquanto estava sentado ao lado deles. Em sua cabeça duas raposas filhotes dormiam ali, enquanto Wild tentava expulsar outras do colo do ruivo.

— Sim, mas não se engane, ele é uma pessoa boa. Graças a sua benção a paz é sempre garantida aqui no templo, então recompensamos com rituais e trabalhos. Cuidamos uns dos outros, então a cada mês fazemos um sacrifício animal para ele! Manter todo esse lugar e nós exige energia, então o mestre precisa descansar. Estamos nos esforçando muito desde que ele evoluiu nossos últimos recrutas. Talvez demore até ele evoluir vocês…

— Evoluir? Sai para lá, eu não tenho a pretensão de virar um alienado preso não.

— Nem eu! Eu quero ser o mago imperador, não um prisioneiro. Agora que recuperamos o Wild, podemos ir embora.

— E-Espera! O grão sacerdote disse que vocês precisam comparecer no ritual de vinte anos. E se o mestre testou vocês, então ele realmente queira vocês entrando depois de vinte anos. A cada vinte anos o nosso senhor das sombras renasce e torna-se jovem, é algo maravilhoso!

— Não temos interesse, caramba! Vou achar a Momo e vamos indo. Achei que ia ser só um banquete, mas não tô afim de ouvir essas baboseiras. — Toru colocou os animais no chão e se levantou. — Além do mais, o que esse tal mestre tem de tão especial, hein? Por acaso hoje é aniversário dele?

— Você nem prestou atenção, né? — Nero abriu um sorriso ao ver o quão desligado o ruivo estava.

— É quase isso, na verdade. Hoje faz vinte anos desde o massacre nas atuais ruínas douradas. O mestre nos dá uma nova vida sempre que aceita nós, pessoas perdidas, para serem seus filhos. Ele nos dá de vossa própria juventude para que, em troca vivemos por ele e cuidamos de seu templo. O objetivo dele é criar um reino próspero e justo para todos. Todos aqui são futuros moradores deste reino! Acontece que vinte anos atrás o meu antigo lar foi atacado por criminosos, mas durante o incêndio que tomava o reino, o mestre sombrio salvou quase todos ao acolher todos nós em seu templo. Desde então se tornou nossa casa, temos novas vidas e até nomes. Mesmo se não forem ficar, podem ao menos comparecer na dança? Faremos uma apresentação divina e sombria, depois daremos muita comida.

— Vocês são insistentes, hein? — Nero bufou e aguardou o comando de seu capitão.

— Iremos embora assim que encontrarmos a Momo. — Toru parecia fixado com algo que Willard citou, sobre os sonhos e objetivos do deus sombrio local. — Mas aceito uns lanchinhos.

— Tudo bem! Vocês vão gostar de qualquer forma! Agora vou arrumar toda bagunça que essas coisas fizeram, enquanto isso vou pedir que a Antoinette leve vocês para os seus quartos descansarem. — Ele partiu dali indo até o corredor principal, procurando a garota.

— Esse pessoal me dá calafrios. — O elfo bufou encarando seu irmão mais novo.

— Eles só são chatos e insistentes, mas até que parecem gente boa. Mas o tal mestre… — Sua feição manteve-se neutra diante da chegada de Antoinette.

— Senhores, podem me acompanhar aos seus aposentos? A senhorita Momo já está no quarto dela lendo alguns livros. Vocês podem tomar banho e relaxar, as camas são confortáveis e os quartos únicos. — Ela sorriu e fez um sinal para a dupla segui-la.

— Finalmente um banho! — O ruivo soltou um sorriso de alivio, correndo na direção da garota.

Enquanto tudo isso acontecia, Renfield e Winston entravam no salão de neblina para encontrar o deus sombrio do templo. O ambiente era frio e obscuro, com a dupla encontrando um corredor estreito até o real salão principal.

Toda estrutura feita de rochas cinzentas velhas, além da iluminação sendo vista apenas ao fim do corredor. Winston suava frio frente ao local, sentindo arrepios diante o silêncio local. Gerando ainda mais calafrios quando encontrou a entidade presente.

Em meio aquele salão praticamente vazio de pedras cinzas, contendo um trono ao centro. A criatura sentada ali era escondida pelas sombras, sendo possível ver apenas inúmeras carcaças de animais jogados ao chão, restando apenas ossos e podridão.

— Que lugar é esse!?

— Essa é a sala divina, a casa única do nosso deus. — Renfield continuou caminhando até ajoelhar frente a figura misteriosa. — Prometi as recompensas ao senhor Winston pelos seus serviços, então como pedido, um dos visitantes veio lhe visitar.

— Sala divina? Então esse é o tal deus?

— “tal deus”? E quem é que você pensa que é, humano? — A voz do senhor divino que ecoa do trono era velha e rouca. — Eu sou Deus. Você é quem está devendo, não é?

— C-Como sabe disso!?

— Deus sabe de tudo. Winston, por que ainda não ajoelhou? — A criatura se levantou.

No mesmo momento toda a sala era iluminada graças as velas flutuantes. Continha uma alta quantidade no teto que simulava um céu em chamas. A criatura era um homem velho, com a boca seca a ponto de criar feridas e rachaduras, contendo restos de carne apodrecida. Seus olhos eram vazios e claros, além de baixo e careca.

Sua pele toda era esverdeada e escamosa, com cavidades aos olhos que pareciam fundos. Usava mantos por todo corpo, escondendo sua magreza anêmica. Este era Deus do templo, o fundador e criador do ideal do senhor das sombras.

Sua pressão era tamanha que gerava uma aura sombria, fazendo Winston tremer e cair sentado frente a criatura magra. Seu coração palpitava, além de sentir o formigamento em seu braço decepado, como uma espécie de nostalgia.

— O que é você…!?

— Humano, eu mandei ajoelhar, não sentar. — Repentinamente a criatura surgia na frente dele, fazendo saltar um corte no ombro do senhor com dívidas. Renfield se mantinha calado observando.

No quarto de Momo, a garota havia terminado de escrever e desenhar em seu diário. Partiu para a estante visando ler um livro, procurando algum com tema interessante. Ao ver algo sobre um tigre prateado, ruínas douradas e guildas antigas, o livro fez um estalo e mecanismos foram ligados.

A estante rapidamente começa a se mover com o guarda-roupa, fazendo então a garota se deparar com uma passagem secreta obscura, contendo escadas para alguns andares superiores. A passagem era pequena e estreita, fazendo Momo observar por dentro:

— Mas o que…?

Olá, eu sou o Roux!

Olá, eu sou o Roux!

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