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CAPÍTULO 69: COMEÇA-SE UM NOVO MUNDO

O apresentador da noite de gala, calorosamente apresenta a tão esperada noite que premiará os ganhadores dos prêmios: 

Já na categoria de explorador do ano, o mais esperado dos últimos 100 anos, pois jamais haveria a possibilidade anteriormente de se descobrir um novo continente mesmo após milênios na terra.

Vivian estava nervosa com frio na barriga e suas pernas não paravam de balançar, de alguma forma ela queria que aquele momento acabasse logo e partir direto para o que realmente importava.

Quem subia no palco era o excepcional Kalgara, já com seus 161 anos de idade e de cadeira de rodas, foi extremamente importante na detecção e mapeamento de anomalias em águas internacionais durante a crise dos ipceis de Cuba.

Ipceis: Anomalias geradoras de pragas e monstros que se originam através de irregularidades em terras raras do tipo Morian, comumente consideradas por alguns geólogos como o câncer da terra

– É com muita alegria, kof, que fui convidado para entregar esse prêmio tão importante para os meus colegas de estudo, nesta noite.

A platéia aplaude, embora normalmente essa categoria seja bastante obsoleta, eventualmente há feitos extraordinários nela indicados.

– Esse ano tivemos muitas estrelas, diria que tudo que foi guardado antes foi liberado agora, grandes nomes que podem revirar o mundo de cabeça para baixo, principalmente alguns nomes que irão se apresentar aqui.

Pessoas do mundo todo, sintonizadas nos espelhos transmissores, forma de transmitir imagens através de ondas de mana com ondas eletromagnéticas, antenaram-se às imagens.

Os exploradores de plantão também estavam de plantão, atentos à premiação, ansiosos com o sinal verde da Associação para zarpar em busca de novos recursos e formas diferentes de vida.

– É com muito orgulho, que informo que os três indicados, ou melhor, três indicadas, são: Vivian Zeppeli, Carola Haggvist e Victoria Mamardashville, celebrem as três finalistas!

O público as aplaude, enquanto os espelhos as mostram em seus respectivos lugares.

Mesmo em uma ocasião formal, Vivian não abandonaria seu estilo único e andrógino. Utilizando um terno bem cortado, com uma calça de alfaiataria preta de cintura alta, levemente afunilada nas pernas, e uma camisa branca impecável por baixo do colete de detalhes bordados.

Carola chamava atenção com uma tradicional roupa de gala elegante, mas cheio de presença, trajando-se de um vestido longo em vermelho escuro, com um corte que valoriza suas curvas de forma sofisticada, que realça bem seus cabelos loiros.

Victoria, um achado e tanto do ramo, surgiu como um meteoro em seus feitos pela Guilda Ás de Copas, não se sabe muito sobre ela. Sua vibe culta, adotaria o visual clássico e culto, mas elegante, usando um vestido longo de cor neutra azul-marinho, feito de tecido refinado como seda, o corte simples contrasta bastante com seu estilo minimalista e seu cabelo rúivo.

Naquela noite, Emerson estava saindo do banheiro, trajado com seu terno formal cinza e seu colete preto, quando viu uma luz brilhante a piscar no final do corredor que levava para o backstage da cerimônia.

Ela vinha seguida de alguns barulhos de impactos, ou disparos, mas por alguma razão aquilo não chamava a atenção de todos, somente a dele.

– Desculpa Vivian, mas tenho que ver o que é isso primeiro.

Ao chegar correndo no final do corredor, o barulho era cada vez maior e o brilho cada vez mais fraco. Temendo haver algo pior, ele saca seu revólver do bolso do colete, quando vira o corredor, surge o homem calvo de monocelha andando apressadamente ajeitando o seu terno para melhor ajustar ao seu corpo.

Rapidamente preso contra a parede por Emerson, é questionado – Porque você está aqui logo quando houve os barulhos de tiros? O que está acontecendo aqui em? – disse Emerson.

– Calma, calma, não houve tiro algum aqui.

– Não venha com essa! – respondeu, enquanto pressionava mais ainda contra a parede.

– É só olhar no corredor, não há nada aqui que seja fora do normal, só estava aqui para ajeitar o camarim dos apresentadores, eu juro! – disse o homem, temendo e tremendo enquanto fechava seus olhos assustados.

Vendo que não há o que contestar, Emerson rapidamente o solta.

– Da próxima vez que algo do tipo acontecer e você estiver próximo, pode ter certeza que você está lascado.

Com as mãos ao alto, o homem acena com o rosto concordando com o dito.

Durante a cerimônia, Kalgara abre o envelope e com os olhos nada surpresos notícia – E a vencedora dessa edição do prêmio de exploradora do ano vai para… Victoria!

Todos da platéia levantam-se para aplaudir, mas aplaudem com muita alegria, pois sua descoberta é considerada a mais importante do século, isso porque foi atribuída a ela a descoberta do Continente Negro, após 5 longos meses de viágem de barco pelos mares.

Victoria, com um sorriso discreto, se levanta de seu assento ao som dos aplausos ensurdecedores. A expressão de surpresa contida e o brilho nos olhos por trás dos óculos indicam que, embora esperasse o reconhecimento, a emoção do momento ainda a tocava profundamente. Ela ajeita o vestido e se aproxima do palco com passos elegantes e seguros, carregando o peso de sua própria grandiosidade.

Quando chega ao palco, Kalgara, com uma expressão de respeito, entrega-lhe o troféu – uma bela escultura de cristal, simbolizando a exploração e a busca pelo desconhecido. 

Victoria segura o prêmio com ambas as mãos, sentindo o frio do cristal contrastando com o calor que vinha da emoção do momento.

Ela se posiciona em frente ao microfone, a plateia em total silêncio, aguardando suas palavras. Com a postura ereta, ela tira os óculos por um breve momento, como se para limpar uma leve névoa que cobria sua visão.

– Obrigada – começa ela, sua voz clara e controlada ecoando pelo salão. – Quando embarquei nessa jornada, muitos me disseram que o Continente Negro era apenas um mito. Que eu estava desperdiçando meu tempo, e que era uma loucura dar atenção a aqueles manuscritos Incas.

Ela faz uma pausa, observando o público com um olhar intenso.

– Mas a ciência e a exploração nunca foram movidas por aquilo que é fácil ou seguro. Elas prosperam no impossível, no que ainda não conhecemos. E foi com essa certeza que, após cinco meses de tempestades, calmarias e mares traiçoeiros, finalmente avistamos o que por tanto tempo havia sido considerado inalcançável.

A plateia prende a respiração enquanto ela continua.

– Essa descoberta não pertence apenas a mim. Ela pertence a todos aqueles que ousam sonhar, que se recusam a aceitar as limitações impostas e que estão dispostos a enfrentar seus medos em nome do avanço do conhecimento humano.

Victoria faz uma pausa, deixando as palavras se assentarem no público. Seu olhar percorre a plateia, vendo rostos admirados e inspirados.

– Eu dedico este prêmio a todos os exploradores que vieram antes de mim e àqueles que continuarão essa jornada. Que possamos sempre navegar rumo ao desconhecido com coragem, determinação e a convicção de que o impossível é apenas um limite que ainda não cruzamos.

Ela sorri, um sorriso cheio de orgulho e gratidão. O salão explode em aplausos, desta vez ainda mais intensos. Victoria, com o coração pulsando forte, respira fundo e volta ao seu lugar, sabendo que, naquele momento, havia entrado para a história.

Emerson chegou à cerimônia após o anúncio da vencedora da noite, e Vivian seriamente aplaudiu a vitória de sua colega da área.

Ele havia chegado tarde, mas não perdeu a oportunidade de ir até ela e a parabenizar.

No corredor, uma voz conversa com o homem calvo que havia acabado de ser ameaçado – Não é de seu feitio deixar alguém assim sair sem resposta.

Terminando de desamassar seu terno, ele o responde calmamente – É verdade, mas é esse tipo de gente que você deve ter mais cuidado, pessoas assim são muito queridas, então sempre haverá um grupo relativamente grande para sentir sua falta, contrastando com nosso alvo, alguém que ninguém se importa, não é mesmo? Morrigan.

A sombra vultosa presente na parede ao dobrar o corredor aparenta ter um rosto, cujos elementos faciais são substituídos pelo vazio da luz neles.

– Corretíssimo, meu caro.

Andando até o fim do corredor, o homem deixa o cenário com um sorriso confiante, em busca de alguém que será seu alvo.

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Olá, eu sou Igor Novachrono!

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