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Capítulo 1: Envolvimento e redefinição

Em um mundo onde a magia se faz presente desde a origem da humanidade. Civilizações do mundo todo se empenham em treinar e cultivar os melhores talentos.

Desde então, ocorreram muitas guerras e conflitos causados pelo uso indevido da magia. Dentre eles, a primeira e a segunda grande guerra, que trouxeram grandes perdas e mortes para todos os países envolvidos.

Tendo assim, a necessidade da criação da alta cúpula das nações unidas. Com o intuito de evitar outro derramamento de sangue e manter a hegemonia dos países.

Essa não é uma história sobre o bem ou o mau, herói ou vilão. É sobre como a natureza e a ambição humana podem levar tanto para o bom, quanto para o mau caminho.

A história começa em uma cidade bem pequena, no interior do Ceará. Com uma má administração, a cidade enfrenta grandes problemas.

E esses problemas refletem na vida de nosso herói… Herói? Não, ele é só alguém que está envolvido nesse problema por acaso.

Tudo começa em um bairro humilde, onde Ivan vivia com sua mãe solteira e seus avós. Ele encantava-se com a magia e os benefícios que trazia, Então. Praticava bastante durante o dia.

Ele tem um companheiro de nascença. Companheiros são como anjos protetores para aqueles que escolhem acompanhar, é raro encontrar alguém que tenha um. E pouco se sabe sobre eles.

Renshiki era o nome dado pelo próprio, Assim que desenvolveu a fala junto com seu dono aos 2 anos de idade. Pois ele é capaz de falar e agir por conta própria.

Renshiki é um humanoide de longos cabelos brancos e olhos acinzentados, muito semelhante a um fantasma. Ivan se aproveitava da aparência dele para afugentar os valentões que tanto o perseguiam na escola.

Um certo dia na escola, Ivan assim que saía para o intervalo, deparou-se com um brutamonte chamado Arthur. Que veio até ele pelo simples prazer de atormentá-lo — O que você quer? — expressou Ivan, impaciente.

— Iiih ala, tá bravinho, o fracotinho tá bravinho porque eu tô perturbando a paz dele, ouviram isso meninas? — disse Arthur, enquanto um grupo de meninas riam de Ivan.

— É o seguinte, me dá esse dinheiro que eu sei que você tem aí, a não ser que tu queira apanhar, é claro — esbravejou o valentão, com olhar de superior.

— É o jeito, afinal não tenho condições de bater de frente com você — murmurou Ivan, com um olhar frio, sem olhar nos olhos de Arthur. Ele então, entrega o dinheiro. Porém, o mesmo encontrava-se despreocupado, isso porque ele tinha um plano de como poderia devolver as ameaças.

Foi entregue dois reais para Arthur, o suficiente para comprar pastéis para ele e as três meninas que o seguiam. Enquanto ainda tinham pessoas na sala, Ivan iniciou seu plano de vingan… Vingança? Não, plano de aviso.

Ivan entregou a Renshiki, a missão de entrar na mochila de Arthur e pegar quase tudo de valor que tivesse. Se aproveitando das propriedades “espirituais” de atravessar objetos que o companheiro tem.

Então, Renshiki encontrou 50 reais, uma quantidade grande para alguém que está no 9° ano do ensino fundamental. Mas normal para alguém que repetiu de ano 3 vezes ou mais. Afinal, Arthur tinha 17 anos.

— É muito dinheiro, provavelmente ele precisa comprar algo muito importante, mas o Ivan não tem mais dinheiro para comer. Eis o dilema — pensou Renshiki com um olhar de intelectual.

— Já sei, vou falar com ele — O mesmo então desaparece como fumaça. Seu dono logo percebeu que seu companheiro sumiu, então logo presumiu que Renshiki precisava de algo.

O mesmo então dirigiu-se à biblioteca e aguardou os 50 segundos restantes necessários para chamar seu companheiro de volta.

O tempo passou e Ivan o invocou dentro da biblioteca — E aí? O que aconteceu?

— O cara tem uma nota preta, 50 conto, cê acha que dá pra pegar sem que seja para algo importante ou que não haja um escândalo?

— Acho bastante difícil. É o seguinte, quando ele vier me encher o saco de novo vamos ter que resolver na maneira mais franca possível.

— Não me diga que vamos fazer aquela técnica altamente perigosa? — falou Renshiki com o rosto surpreso.

— Não há o que fazer, mas continue olhando todos os dias o que há na mochila dele. eu não vou deixar um dia sem comer sair impune.

Ivan então, já no final do intervalo, dirige-se para a sala de aula. Porém, Arthur outra vez o provoca prestes a chutá-lo na entrada da sala.

De maneira acidental, Ivan pega a perna do valentão em pleno chute. O derruba no chão, aproveitando a oportunidade de torcer sua perna enquanto pisa em suas costas.

Os alunos na sala vão a loucura quando o maior valentão é derrubado e humilhado no chão, mas Ivan rapidamente desfaz. Pois viu a professora se aproximando. Então, dirige-se com calma a sua cadeira e senta-se com uma aura de badass.

A professora então chega, vendo Arthur jogado no chão, e se aproveitando da situação. O Valentão se dirige a professora e diz: — Fessora, eu tava de boa assim né, até que aquele otário apareceu, eu tava de boa, ele me puxou da cadeira pela perna e me jogou no chão, eu não fiz nada, porque sabia que você poderia resolver isso, né?

— Tu? Apanhou pro Ivan? Como isso aconteceu? Eu mal chego na sala e as ordens já se invertem? Mas que caralhos, toma vergonha.

Ivan se sente muito ofendido com esse depoimento, mas deixa seguir para ver até onde isso chega.Então, a professora chama o diretor, a turma toda rapidamente começa a tapar o nariz. Isso se deve pois o diretor Hiroshi tem fama de ter uma magia herdada que ele não consegue controlar, pois ele não assume que tem.

Hiroshi após 5 minutos chega à sala. É um homem com descendência asiática que de longe dava para ver a fumaça verde saindo de sua boca. falar diretamente com ele é considerado para os alunos, um dos piores castigos.

— Eu soube do que aconteceu, Arthur, toma vergonha na sua cara, isso não é comportamento de gente, Ivan teve que tomar uma atitude contigo. A diretoria já tá cheia de reclamações de outros alunos sobre você.

Arthur tentava falar, mas o diretor o interrompia, e a cada tentativa de falar, o valentão inalava mais do gás que se formava da boca do diretor.

— Olha o que tu fez, na tentativa de te parar o Ivan quebrou um dedo, por sua causa pessoas tão se machucando.

— Eu machuquei um dedo? Como? — Ivan então olha para o seu dedo e o vê roxo. Ivan lembra-se vagamente que o usou para derrubar Arthur, mas como ele não sentiu antes?

— Ei, você tá bem? Tá doendo muito? — disse o diretor, perguntando se estava bem.— Tô, só um pouco dolorido — respondeu Ivan enquanto chacoalhava seu dedo.

A professora então, olha com olhar de surpresa, mas disfarça logo em seguida.

— Desde cedo ela ia contra mim, mas por quê? O que eu fiz? — pensou Ivan sobre o ocorrido.

Desde cedo, a professora que era chamada comumente de Taís, cometia várias injustiças e o perseguia. Mas nunca soube o porquê, ele então, vasculhou algum contato antigo que tiveram no passado.

— Mah num é possível que eu fiz algo com ela, ok, eu era uma praga. Mas não é motivo para me perseguir logo agora que tô no último ano do ensino fundamental.

Ivan então recorda-se de vagas lembranças no passado, de que ela já foi diretora de sua antiga escola. Mas nada além disso.

Ivan frustrado, só desistiu de procurar uma razão e escutou o resto da bronca do diretor em Arthur. Que até então permanecia calado de cabeça baixa, enquanto mantinha-se respirando o mínimo possível.

— Pois é, ature os seus erros. Viva na sua cabeça que por sua causa, a escola está sendo ameaçada pela prefeitura.— Pera, ameaçada? Osh, o que eu perdi?

Ivan então inclina-se para seu colega e pergunta: — Ei, psiu, o que aconteceu? — Aparentemente o Arthur mexeu com o carro da prefeita, naquele dia que ela veio fazer boa imagem. Perguntando aos alunos o que achavam dos motoristas, essas coisas de campanha eleitoral.

— Aaaah, lembrei, valeu — disse Ivan sem lembrar de nada.

— Então, aquela inútil que se acha o quarto poder do Estado tá se achando ameaçando uma escola, é? Bem, quem sabe eu possa lucrar com isso, só não sei como.

O diretor saiu com um olhar de frustração, a aula finalmente continuava, tudo em quase suas formas naturais. Sua colega da frente de sua cadeira se espreguiçava enquanto via Ivan incrivelmente, dormindo de olhos abertos.

Raylana ficou incrédula com o que viu, como alguém que tava com o dedo machucado tava dormindo disfarçadamente. Então, rapidamente o deu um tapa no rosto.

A ação o fez acordar e bocejar como se tivesse acabado de ter uma bela noite de sono.

— Cê não acha estranho o Arthur não ter levantado a cabeça desde que o diretor chegou?

— Mas também, ser alvejado com aquilo em cima de você, eu estaria chorando até agora.

— Pois é, será que ele volta ao normal?

— Aqueles que falam diretamente com o Hiroshi, tem sua alma lavada e derretida, nem sua vontade de viver lhe resta — diz Ivan de maneira cômica.

Mas de fato era preocupante, ao final da aula, Ivan estava perto da saída quando Arthur o chamou. Com os olhos vermelhos e ofegantes Arthur lhe diz: — Tu tem que me ajudar a consertar a merda que fizeram.

— Com o que?

— Me ajuda a salvar a escola, me ajuda a consertar essa merda que fizeram.

— Como assim? Não foi ele? Claro que tem muitos outros valentões que poderiam fazer isso — pensou Ivan confuso com o ocorrido.

— Me diga mais sobre lá fora, lá te escutarei com mais atenção — sussurrou para Arthur na tentativa de que ninguém suspeito possa escutar.

Mais à frente, de costas, estava a rancorosa professora, tentando ao máximo escutar o que Ivan e seu suposto algoz conversavam.

Ela estava incrédula, parecia que algo a incomodou durante a aula toda. Ela pega suas coisas e sai, mas sem perder a atenção para os dois.

Mais tarde, Arthur chama Ivan para conversar na calçada em frente à escola, após todos os ônibus partirem.

— Tem certeza que é essa hora? Não se preocupa em perder o transporte pra casa?

— Não tem problema, não tem ninguém esperando por mim mesmo. Aliás, como tá seu dedo?

— Não sei o motivo por trás disso, mas não estou sentindo dor alguma, mas não posso deixar ele saber que não tô sentindo, meu deus, será que meus nervos romperam? — pensou Ivan após tentar mover seu dedo mindinho.

— Tá bem, acredito que um gelo passe.

— Beleza, agora saca só, é que, cê tá ligado que nessa comunidade tem todo aquele esquema de quadrilhas essas coisas né?

— Sim, eu sei, sempre há relatos de tiroteios por volta da noite aqui.

— Pois é, naquele dia eu vi a prefeita com o Leandro, cê sabe né, o mensageiro do líder da quadrilha. Eles tavam conversando como se eles já se conhecessem faz tempo.

— E aí? Pode ser muitas coisas, mas aonde você quer chegar?

— O ponto é, o cara é muito forte e influente, no dia do incidente ele chamou a mulher para uma casa, talvez pra vê o chefe. Aí meu amigo, eu vi, 5 nego elétrico, quebraram o vidro e pegaram o que tinha lá dentro.

— E o que tinha de tão importante lá que eles pegaram? Claro que pode ter dinheiro, esses políticos cagam dinheiro.

— Não era dinheiro, nem vi ao certo, era um pacote embrulhado, só sei que eles fugiram, mas antes, a mulher apareceu desesperada, como se tivesse perdido uma oportunidade de um milhão.

— Deve ser um presente pra ela mesma, pô, aquela mulher é muito extravagante, no dia da visita ela tava usando uns 5 quilos de maquiagem.

Arthur sem entender nada e com a cara de decepcionado, tenta desmentir, mas Renshiki disfarçadamente o cala enquanto Ivan faz sinal com os olhos para que ele siga com o diálogo.

Porém, o valentão não entende e acaba por declarar. — Mas que diabos tu tá fazendo? Tô falando algo que pode me salvar e tu fica aí sendo besta.

Nesse momento Ivan por dentro se remoía de ódio por Arthur, por fazê-lo entrar na mira do olheiro que os observava de longe.

Bem, não havia mais escapatória, ou não se envolvia e deixava o valentão na mão. Ou ele era automaticamente considerado suspeito para uma das maiores quadrilhas das três cidades gêmeas.

— O que é um peido para quem tá todo cagado, bem, a vida talvez seja um bom preço. Vou querer aqueles 50 reais na próxima — pensou Ivan após respirar profundamente.

— O que cê acha da gente ir dar uma volta porai?Arthur estranha, mas aceita, nesse exato momento Ivan sente-se aliviado da tensão de ser vigiado, mas ainda não se sente seguro para falar.

Enquanto eles andavam pela beirada da estrada perto da escola, ele explica a Arthur — Porra mano, tu quase nos entregou de bandeja pro chefe, tá maluco, tinha um cara atrás dos matos de onde estávamos.

— Foi mal, não vi. Mas como tu sabia?

— Renshiki me avisou, ele escutou umas pancadas no chão e me fez sinal de que tinha alguém.

— Aaah, então era esse merdinha. Que os outros tanto falavam do fantasma, saporra nunca me deu medo.

— Oporra, esse não é o foco, o objeto que roubaram tinha formato de quê?

— Era um tijolo bem embrulhado, parecia pesado, que eles tavam carregando debaixo do braço com as duas mãos.

Aquela situação claramente remetia a mais um ato de corrupção, mais uma de muitas da ficha extensa da cidade.

— O que a prefeita fez?— Ela olhou desesperada para todos os lados, aí eu fui pra casa. Quando cheguei, minha tia me visitou mandando eu fazer um serviço pra ela, era assumir ter feito o roubo no carro dela.

Se eu fizesse, ela iria ganhar um emprego.Isso confirmou a suspeita de Ivan, que a quadrilha de certa forma manipula o governo da cidade. Muito provavelmente aquele pacote era alguma peça importante dada para agradar o chefe.

— Ok, são boas pistas, mas como vou provar que não foi o Arthur? — pensou Ivan. Enquanto isso, uma grande movimentação acontecia, uma ambulância em alta velocidade passou ao lado deles, chamando a atenção.

No entanto, um grande caminhão vinha no caminho de terra, paralelo a estrada. Rapidamente, Ivan puxa Arthur e vê o veículo, passando pelos seus olhos, lentamente.

Olá, eu sou o Igor Novachrono!

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