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Junto do caminhão, vinha um sentimento de que sua vida não tinha um objetivo, um sentimento de falha. Naquele momento, enquanto sua perna era esmagada, ele via sua vida passando pelos seus olhos.

Sua vida, que não era nada demais, sempre a mesma coisa. O que era esperado de um adolescente de 14 anos.

Após o ocorrido, ele ainda não sentia dor. Embora claramente, via que sua perna esquerda sofreu uma grave luxação e ferimentos graves nos músculos e nervos, mas não havia quebrado nenhum osso.

Em choque com o ocorrido, só se passava uma coisa por sua cabeça — O que aconteceu? Não tô entendendo nada, mas que porra.

Ao olhar para o lado, via aquele que tanto o perturbava, se lamentar, sem saber o que fazer.

Ivan estava no chão, sua perna não mexia, e só lhe restava fazer uma coisa — Rápido porra, corre.

Era tarde demais, o motorista saiu e rapidamente usou o círculo pré desenhado em sua mão direita.

Era magia de pedra, projéteis, para ser mais preciso. Quase tão rápidas quanto uma metralhadora, certamente se pegar no olho é um perigo.

— Renshiki, parede — gritou Ivan desesperado.

— Pode deixar.

O companheiro rapidamente criou uma enorme parede de esmeralda. Essa era uma das principais magias dele, uma magia herdada de seu antigo povo, que afirma descender do espaço.

Ivan se arrastou em direção à beirada da parede e preparou o ataque, mas logo percebeu que seu inimigo parou de disparar.

” Ele parou, se eu for olhar levo uma pedrada, se não olhar eu erro o ataque e revelo minha posição ” pensou profundamente, já desesperado pela perda de sangue.

De repente, o cenário ficava silencioso, prestava-se bastante atenção ao som, qualquer ruído definia a luta.

Até que Renshiki alcançou o atirador e o imobilizou momentaneamente — Agora, vai, Ivan!

— Uuuh? Mas quem é você? Como chegou aqui? Mas que droga — gritou o homem surpreso ao se deparar com um companheiro.

Um feixe elétrico atravessou a barriga do motorista, o fazendo receber uma carga suficiente para o desmaiar.

Uma grande vitória, a primeira que vinha carregada de alívio, mas não acabava por aí.

Arthur volta a si e, imediatamente tenta aplicar os socorros, mas não tinha a mínima ideia de como fazer isso.

— Caralho, como que faz isso? Não para de sangrar.

— Cala boca, chama uma ambulância, tô morrendo aqui, mas vê o que o Renshiki pegou daquele idiota que possa nos ajudar — esbravejou Ivan ensanguentado no chão.

— Certo, pode deixar — Ele pegou o celular e ligou para o 192, o serviço de emergência médica, enquanto procurava algo que pudesse os ajudar.

Naquele dia, Ivan foi levado às pressas para o hospital regional da cidade de Sobrassem. Sua mãe foi informada às pressas, quando o mesmo estava sendo levado.

No mesmo dia, a cirurgia foi feita, deu tudo certo. Enquanto repousava e aguardava estar fora de perigo, ele pensava nas melhores formas de escapar dessa quadrilha que tanto o fez mal.

Enquanto isso, Arthur pegou informações importantes, como a identidade no celular do motorista, seu nome era Carlos Azevedo. E pelas conversas, era um dos chefes do tráfico de fios de cobre.

Ele havia recebido uma ligação, de alguém chamado “vassora” era o último sinal de interação com alguém nas últimas duas semanas.

— Pelo visto você é bastante solitário — comenta Arthur para o homem desmaiado.

O traficante foi preso de imediato, e o caminhão foi confiscado e levado à delegacia. Por alguma razão, Arthur não sentia que a polícia era confiável, então entregou o depoimento e retirou-se.

Três dias depois, não comparecia mais às aulas, estava morando na casa de sua tia Rosa, Que tanto tentava o animar.

Mas nada adiantava, ele queria respostas, quem era esse “vassora”?— Querido, não fique desanimado, não adianta, aliás ele já foi levado a tempo, vai ficar tudo bem — diz sua tia preocupada com o sobrinho.

— Eu fiquei tão preocupada quando a polícia veio me informar que você se envolveu em um acidente, graças a Deus que seu amigo te salvou.

— Não foi um acidente, foi proposital, eles queriam me calar. Aqueles imbecis não se importam de matar pessoas inocentes, que ódio — diz Arthur em seus pensamentos.

— Não se preocupe, tia. Não estou preocupado com ele, eu sei que tá bem.

— Ótimo, tem que ser assim, tome, trouxe uns biscoitos com leite para acalmar, ando escutando que você anda muito agitado desde o ocorrido.

— Obrigado, pode deixar.

Assim que Rosa deixa o quarto, Renshiki sai de baixo da cama — Uuuh biscoito, posso pegar?

— Pode, mas não exagera, eles são pra mim. e aí? Achou esse vassora?

— De aparência não, mas o padrasto do Ivan já falou uma vez, esse vassora de vez enquanto organiza o jogo do bicho lá no amparo.

— Deve ser ele, essa quadrilha mexe com tudo que é esquema, sabe dizer o horário?

— Sim, os velhos de um café aqui perto disseram que vão jogar no cavalo hoje a noite.

— Bem, é uma informação preciosa, pode ir lá? Se eu for, vão me marcar, mas leva esse meu celular antigo, acredito que ele ainda faz ligações, mesmo com a tela quebrada.

— Eu não queria, mas acredito que o Ivan iria me ordenar a mesma coisa.

Ao cair da noite, inicia-se o plano de saber quem é esse “vassora”, como não sabia o horário, Renshiki esperou desde às 18h até às 21:30, quando o primeiro movimento surgiu na comunidade do Amparo, bem próximo à escola.

Frases como “Eu aposto no cavalo” e “Eu vou de macaco” eram bastante recorrentes no bar, que ironicamente era onde Ivan costumava comer pastéis ao final das aulas.

— Calma pessoal, já vamos começar, façam suas apostas. Só avisando, que hoje sonhei que um gato lambia um pedaço de queijo — diz o homem médio que localiza-se atrás de uma mesa.

— Gato, am? Vou de urso, só para tentar saber quem é quem — pensou Renshiki com a cabeça no prêmio.

— Campeão, vou de cinquentinha no urso.

Enquanto isso no quarto de Arthur.

— Como assim? 50? Pera, cadê minha grana? Chico seu maldito.

Sem perceber, ele havia feito um apelido para Renshiki.

A primeira milhar sai, 3090.

— Uuuh, temos um vencedor — anunciou o apresentador do jogo.

— Caralho, deu urso, porra aí sim — grita após ganhar na sua primeira vez.

— Parabéns meu jovem, você foi o que mais ganhou nessa semana, tome R$ 500,00. Me diga, como soube que ia dar urso? — diz o homem de pé, olhando fixamente para os olhos de Renshiki.

Não havia resposta, ele jamais esperaria que com uma única vitória o aplicador iria chamar sua atenção.

“E agora? O que eu faço? Se eu disser que foi no chute ele não vai engolir, eu acho. Mas não posso arriscar, qualquer passo falso tô lascado” pensou Renshiki.

— Sabe, você tem olhos bonitos, olhos atentos, tão limpos que parecem de porcelana, eu costumava ver alguém com essa mesma característica, quem era mesmo? Ah, o filho de um antigo amigo — diz o homem.

Nesse exato momento, engolir a saliva e esperar um milagre era o mais sensato a se fazer.

— Bem, voltando ao assunto, como sabia que ia dar urso? E como sabia que era urso somente ao ver o número 3090? — grita o homem ao cravar um garfo na mão de Renshiki.

Olá, eu sou o Igor Novachrono!

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