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Capítulo 40 – Cortinas abertas para o torneio: ZSvsZl II

Aquela vitória esmagadora levou um tempo para ficar clara na mente de Diogo. Heitor não reagiu, ele apenas ficou parado e esperou ser derrotado — pelo menos foi assim aos olhos de todos os que assistiam. Apesar de estar perdida, a plateia aplaudiu confusa e assistiu Heitor sendo retirado do ringue. 

Chaplin não recebeu muito crédito e o apresentador também parecia não ter entendido. Na cabeça de todos, aquilo parecia até uma encenação. No fundo de seus corações eles esperavam que fosse anunciado que era brincadeira e a luta começasse de verdade, porém, dez minutos se passaram e isso não aconteceu. Logo, os próximos participantes foram chamados. 

Seria Maicon contra um homem chamado Golias. Ao contrário de Chaplin, que precisou de ações para justificar seu nome, apenas ver sua estatura já dava para saber o motivo, que era seus quase dois metros e meio de altura. Mais isso não intimidou Maicon. Ele subiu no ringue determinado a vencer, e também tinha feito pouco caso de Heitor depois da última luta — não seria bom para sua imagem perder depois de zombar de seu colega medroso. 

A luta foi iniciada e Maicon partiu para o ataque. Já que seus companheiros passaram sufoco com seus adversários, ele pensou, era melhor atacar primeiro e acabar rapidamente. 

Usando toda a sua força, o competidor do leste começou a socar Golias sem um pingo de hesitação. Era soco atrás de soco. O estrondo que cada golpe fazia ao se chocar com o corpo do gigante competidor do sul chegava até a plateia como várias bombas batom quatro, usada nos finais de ano. 

Entretanto, apesar de todo o seu esforço, Golias não se movia um centímetro. Aquela pele parecia ser uma armadura impenetrável, fruto de anos de treinamento rigoroso. Maicon saltou e deu dois chutes seguidos no rosto de Golias, que nem parecia estar sentindo os golpes. 

Em cinco minutos daquela ação toda, Maicon deu sinais de casaco e recuou, ofegante. 

Era inacreditável como aquele cara ainda estava de pé, depois de todos aqueles golpes poderosos, Maicon refletiu, ele ainda era humano?

Enquanto se perdia em pensamentos, Maicon percebeu que Golias estava se movendo. Ele levantou seu pé e começou a caminhar, mas era aí que estava o problema. Cada passo daquele homem era como pisadas de elefante em cima de um vidro — dado o fato do ringue ser feito de concreto reforçado, era assim que parecia. Os danos que o ringue sofreu com a luta de Giovanni não eram nada comparados ao estrago que Golias causava apenas por andar. 

Maicon sentiu o temor sobre si. Ele ficou paralisado. Era injusto… aquela partida era injusta. Como poderia derrotar alguém que não sente nada? Voltando a si, Maicon percebeu Golias levantando sua mão, pronto para esmagá-lo como um inseto. Foi quando percebeu que não precisava derrotar aquele monstro com força bruta. Já havia causado danos suficientes nele, portanto, só precisava fugir até o final da partida. 

Rapidamente, Maicon se jogou para o lado e desviou da palma de Golias, que Atingiu o chão e lançou uma corrente de ar por toda o salão. Imediatamente, Maicon percebeu que morreria facilmente com alguns desses golpes e os espectadores também perceberam isso. 

No entanto, era isso o que a plateia queria ver, sangue. Ela queria ver o mais forte estraçalhando o mais fraco. Era por isso que gastavam com apostas altas e não iriam gostar nada de perder dinheiro em um jogo de pega-pega. Seus gritos ficaram mais intensos, e mesmo sem precisar ouvir com clareza, dava para perceber que eles estavam torcendo pela derrota de Maicon. 

Maicon também estava começando a se desesperar. Ele se sentia como uma batata fugindo do chinelo de um humano que queria apagar sua existência com todas as forças. A cada golpe desviado era um alívio. Ele não queria nem imaginar o estrago que seria feito em seu corpo ao ser atingido. 

Ao mesmo tempo, Golias parecia estar impaciente. Assim como lhe foi ordenado, ele teve que se abster de usar sua ID e ter um inseto fugindo de seus poderosos golpes lhe frustrava. Faltava pouco para ele sair de controle. Aquela luta se tornou uma batalha de resistência. Quem ficasse de pé por mais tempo venceria. 

P

Com seu sangue fervendo, Golias correu disparado contra Maicon e trocou seus tapas por socos que destruíram o ringue quando seu oponente desviou. Até mesmo quem estava assistindo sentiu um aperto no peito. 

Eu vou morrer. Se isso me acertar, eu vou morrer. Maicon não conseguia se livrar desse pensamento e sentia seu corpo cada vez mais pesado, ao mesmo tempo que ficava ofegante. Ele sabia que o fim estava próximo. Os dez minutos pareciam lentos demais para serem apenas minutos. Naquele momento, Maicon percebeu que o tempo era diferente, dependendo da ocasião e ser encurralado em uma luta onde não poderia desferir nenhum golpe efetivo contra seu oponente era uma das piores. 

“Aaaaaaaah!” Golias elevou sua voz e perseguiu Maicon que fugia desesperadamente pela área danificada do ringue. 

Alexander e Diogo, assistindo pela TV, só viam uma forma de contornar aquela situação. E tal forma só poderia acontecer se o que eles estavam pensando estivesse correto e se Maicon não fosse pego antes do tempo acabar. 

“Que merda! Por que você não para?!” Gritando, Maicon pegou uma pedra solta do ringue e a lançou em Golias. Entretanto, a pedra pareceu isopor quando se chocou com o peitoral do gigante. “Merda… merda! Quem é que colocou um monstro desses para lutar?!”

Maicon deu alguns passos para trás e se viu encostando no limite da área do ringue. Logo, Golias se aproximou dele, o encurralando. A sombra do gigante lhe fez pensar o quão perto estava da morte. Ver aqueles olhos avermelhados, que nem ao menos pareciam humanos, lhe encarando, tornavam tudo mais difícil. 

Ele pensou em quando foi a última vez que havia sido posto contra a parede daquele jeito… quando foi a última vez que se sentiu como um lixo perto de algo ou alguém. 

Eu me lembro… a última vez que me senti tão ameaçado…

Maicon lembrou-se de quando conheceu Elias. Lembrou-se de como era antes de conhecê-lo. Maicon era sempre o melhor. Ele sempre intimidava quem julgava ser mais fraco e fazia qualquer porcaria que pudesse para colocar alguém abaixo dele. Entretanto, a situação mudou quando ele conheceu Elias anos atrás. Naquela época, Elias era apenas um líder de uma gangue aleatória, sem nenhum reconhecimento. 

Elias o desafiou e o humilhou. Ainda por cima o obrigou a se tornar um subordinado. 

Que porcaria… o que foi que eu conquistei até hoje? Tive medo… me rebaixei e decidi me reerguer como uma boa pessoa. Parando pra pensar… Giovanni e Luís foram ótimos amigos. 

Golias levantou sua poderosa mão e preparou seu punho para o golpe final. 

Enquanto isso, Maicon relaxou seu corpo e fechou os olhos, aceitando sua derrota. 

Será que eles me viram como uma boa pessoa? Ah, droga… se eu perder, vou ter que pagar as bebidas da semana inteira. Que merda… eu vou ficar quebrado o resto do mês. Aqueles dois bebem pra caralho…

“Ei, seu filho da puta, se você perder agora, vai ter que bancar as bebidas por dois meses!” A voz de Luís percorreu por todo aquele salão barulhento e chegou aos ouvidos de Maicon como um soco poderoso. 

Ao abrir seus olhos, viu a mão de Golias caindo sobre ele e sua única reação foi se jogar para o lado de fora do ringue e se agarrar no cercado de cordas para não cair. A mão de Golias atravessou o ar como um meteoro e atingiu o chão, abrindo uma enorme cratera no local onde Maicon estava há poucos segundos. 

Logo após isso, o sino foi tocado, anunciando o fim da luta. 

A plateia ficou em silêncio. Maicon ficou boquiaberto. Ele mal conseguia acreditar no que havia acontecido. Ele havia sobrevivido aos dez minutos infernais com um número maior de golpes atingidos. O que lhe dava a vitória pela partida. 

“Aqui temos o fim da terceira luta! Com a vitória indo para Maicon. O que deixa os competidores do leste com duas vitórias no torneio!” 

O apresentador subiu no ringue e finalizou aquela partida. A plateia, no entanto, não teve reação. Aquilo foi sorte ou… Não importava mais. Aqueles que ainda tinham esperanças em Maicon saltaram de alegria, apenas por não terem perdido seu dinheiro. 

Com toda aquela agitação, Luís correu para o ringue e encheu seu amigo de socos

“Eu sabia que você ia vencer seu Arrombado!” 

“Dá pra parar?! Meu corpo tá todo fudido, seu desgraçado.”

De uma forma peculiar, eles curtiram a segunda vitória. Contudo, alguém não estava nada feliz com aquilo, e olhava para a dupla com uma enorme sede de sangue. Uma aura vermelha rodeou o corpo de Golias e ele levantou sua voz em um rugido estrondoso, que fazia o chão tremer. 

Levantando seu punho, Golias saltou do ringue e lançou um soco em Maicon, irritado pela derrota. Ele queria matá-lo ali mesmo. Quando seu punho, que parecia um cometa rasgando os céus, estava prestes a atingir Maicon, Golias foi contido por um dupla, que o agarrou e o lançou no chão. Enquanto um deles segurava seu pescoço, o outro pisava em sua barriga. 

“Já deu, idiota. Você perdeu.” Olhando friamente para Golias, o homem apertava seu pé na barriga dele, mas logo se afastou. 

Golias já havia entendido o recado. Se ele insistisse em continuar com aquilo, seria morto sem mais nem menos. 

“Bem, bem… me desculpem por isso. Eu prometo que não vai acontecer de novo.” O homem pediu desculpas aos dois, enquanto o seu parceiro escoltava Golias para o camarim. “Meus parabéns pela vitória. Nos vemos daqui a pouco.” Ele deu as costas e saiu. 

Maicon e Luís  o observaram sumir pelo portão do outro camarim e respiraram fundo. Aquela dupla não era apenas um par de inspetores que tinham que cuidar de quem quebrasse as regras ou algo assim. Eles eram Victor e Josias, subordinado de Roger, e também os próximos oponentes nas lutas que iriam acontecer em breve. 

Eles sabiam disso, porque foram informados com antecedência sobre suas lutas e seus oponentes, mas nada além de nomes e fotos. O que lhes deu a impressão de que poderia ser uma pequena trapaça por parte da região sul — uma vez que eles poderiam colocar seus competidores em lutas que tivessem mais vantagem. 

“Ele vai lutar com você, não é?” Maicon olhou seu amigo com cuidado. 

“É… mas tá de boa. Eu vou me cuidar.”

“Eu espero.”

“Não me compare a você. Eu sei quando estou com problemas”, Luís  riu de forma sarcástica e Maicon o repreendeu, mas parou pra pensar e percebeu que ele tinha razão. Seu senso de superioridade quase o levou à ruína. 

E então, Maicon aprendeu uma importante lição com aquela disputa. 

Após todo aquele tempo, o apresentador elevou sua voz para anunciar a quarta partida que, para a maior parte dos espectadores, era apenas uma forma de matar o tempo até a luta final com a participação de Roger. 

Os competidores da quarta luta eram Luís  e Victor, que se encontraram no fim da terceira luta. 

Ao contrário de seus dois amigos, Luís  era mais analítico, apesar de seu maior ponto positivo ser sua força, classificada como ‘B’. Ao subir no ringue após o chamado do apresentador, ele encarou seu oponente de cima a baixo, que estava bastante relaxado. Luís  tinha que admitir estar um pouco nervoso com aquilo tudo. 

Em suas missões, tinha uma boa taxa de sucesso e sempre levava bons resultados para seu chefe, o que o permitia ter um ótimo salário. Se fosse dizer um defeito seu, ele com certeza diria que era a forma como errava o caminho de suas análises algumas vezes, que o fazia tomar as decisões incorretas quando pensava demais. 

Ele vinha trabalhando nisso, evitando se aprofundar em pensamentos e decidir a melhor coisa a ser feita no momento certo. 

A luta se iniciou. Luís  se posicionou, mas Victor ficou parado o encarando com um sorriso relaxado. Luís  pensou que estava sendo subestimado, então aumentou sua guarda, pronto para um movimento do adversário. 

“O que houve? Com esses músculos você não tem nenhuma confiança?” Victor leu a mente de Luís  e zombou. No entanto, Luís  permaneceu quieto com seus olhos fixos no oponente. 

Victor era um cara esperto, ele sabia que Luís  estava sendo cuidadoso e faria de tudo para arrancá-lo de sua concha. Uma provocação seria bastante efetiva. O que ele não queria, era perder seu precioso tempo em uma disputa de encarar, sem nenhuma emoção. 

Além do mais, uma hora ou outra Luís  seria obrigado a atacar. Isso porque estava nas regras e Victor, claramente, possui menos força muscular que ele, o que lhe garantia a vitória, caso nenhum dano fosse causado por seu adversário. Resumindo, era só não fazer nada que ele venceria. E Luís  estava ciente desse fato. Tanto, que não conseguia parar de pensar. 

Eu preciso atacá-lo. Se não, eu perco. Mas o que é isso? Eu não consigo encontrar uma brecha, mesmo que ele esteja tão aberto… Droga. Como ele pode estar tão relaxado?

Criando um pouco de coragem, Luís  se aproximou de Victor vagarosamente e quando estava perto o suficiente, arriscou dar um soco direto, visando o nariz dele. Entretanto, quando parecia que seu soco estava prestes a atingi-lo, Victor sumiu instantaneamente de seu campo de visão. 

O golpe falhou e Luís  se desequilibrou um pouco, mas logo se recompôs. 

O quê?! Ele… sumiu?!

Em sua visão periférica, Luís  percebeu Victor há alguns metros dele, sorrindo. Não caia a sua ficha do que havia acontecido. 

“O que houve? Está atacando um inimigo invisível?” Victor debochou com as mãos no bolso. 

A plateia assistia com atenção, mas, se perguntassem, nenhum deles conseguiria dizer o que aconteceu ali. Foi um movimento tão rápido que nem as câmeras puderam captar aquilo, foi como um erro de gravação ou um corte de edição. Os demais competidores do leste também ficaram abismados. 

Alexander não parava de olhar para a tela e mesmo assim não podia dizer o que aconteceu. Se fosse dar uma conclusão rápida, Victor estava trapaceando e usando sua ID, quando era proibido tal coisa. 

No ringue, Luís  começou a avançar várias vezes contra Victor, mas ele sempre sumia de sua vista e aparecia em outro lugar da área. Nesse ponto, Luís  já estava começando a ficar exausto e irritado. 

“Seu desgraçado! Você está trapaceando, não é? O uso de ID é proibido.” Luís  gritou, alertando seu oponente. No entanto, Victor riu, ainda com as mãos no bolso, como se fizesse pouco caso de Luís , que estava lutando com todas as forças. 

“Não seja idiota. Eu nunca iria trapacear com um inimigo tão fraco. Eu nem preciso usar minha ID para derrotar você.”

“Quê?! Pare de mentir. Não tem como um ser humano normal ter essa velocidade toda sem habilidades especiais.”

“Huh… Digamos que…” Dando uma pausa em sua frase, Victor sumiu novamente e quando reapareceu na visão de Luís , estava atingindo-o com uma joelhada poderosa no estômago. “Eu não sou um ser humano normal.”

Luís  sentiu aquilo em seu abdômen. Foi como um tiro a queima roupa. E ele só podia se perguntar o que aconteceu, com sua vista escurecida por alguns momentos. Porém, finalmente, ele pôde ver o que aconteceu. Em questão de milésimos de segundos, Victor correu até ele, sem nenhum auxílio de ID e o atacou. 

“Entendeu? Eu não estou usando ID. Fiz questão de ir um pouco mais devagar, só pra você ver.” Victor encarava Luís , que tinha seu rosto próximo do chão, tossindo, por causa da pancada. 

O que é esse cara? Ele é absurdo demais…

“Certo. Agora que eu te causei mais dano, não preciso mais me preocupar muito. Bom, eu realmente queria que você fosse um grande desafio, afinal.”

Victor deu alguns passos e se afastou de Luís . Sua estratégia era simplesmente se manter longe dele e evitar ser atingido. Se seu oponente conseguisse superar sua velocidade e acertá-lo, a história mudava de rumo. Mas ele estava confiante de que seria impossível. 

Aquela velocidade foi conquistado depois de muito esforço e não era apenas quatro ou cinco anos, mas, sim, vinte e oito anos de treinamento absurdo para conseguir uma velocidade que ninguém poderia acompanhar. Seria humilhante para ele perder na área que mais dominava. 

Por isso, ele pensou, esse cara não vai por um dedo em mim. Não enquanto eu estiver vivo.

Luís  rangeu seus dentes. Apesar de ser cauteloso, ele tinha em seu coração, uma pequena esperança de que conseguiria uma vitória fácil. 

Mesmo tendo dito aquilo, eu ainda cometi o erro de subestimar o meu oponente. Por causa de sua inferioridade em músculos, eu pensei que estava na vantagem aqui… merda. Dane-se. Se eu for perder, que seja dando o meu máximo.

Luís  se pôs de pé e elevou sua voz em um grito estrondoso, forçando seus músculos ao máximo. Gotas de suor começaram a escorrer por seu corpo, apenas com aquilo. A plateia ficou sem entender, mas perceberam que as coisas se agitariam a partir dali. 

Victor se assustou com o escândalo repentino de seu oponente e sentiu seu coração dar um pequeno salto. 

Ele piscou e, de repente, o punho de Luís  estava quase sendo enterrado em seu rosto. Sua reação o levou a se esquivar em uma velocidade superior e não pôde evitar de se surpreender. Foi uma virada rápida de eventos e Luís  poderia acompanhar a sua velocidade?

Não. Não poderia. Tudo o que Luís  podia fazer era atacar sem parar, até que Victor se cansasse. Isso era o que os dois pensavam e aquela disputa se tornou uma batalha de resistência, onde o vencedor seria aquele que aguentasse se mover por mais tempo. 

Isso seria verdade se não fosse pelo temporizador, que tocaria em cinco minutos, anunciando o fim da partida e, consequentemente, a vitória de Victor que estava à vista. 

Luís  não parou de atacar. Quando Victor parava em um certo local, ele já estava pronto para avançar e desencadear quantos socos ou chutes pudesse antes que seu oponente conseguisse fugir novamente. 

A velocidade deles estava em um nível tão absurdo, que o chão do ringue começou a dar sinais de desgaste, mesmo já tendo sido muito danificado nas lutas anteriores. 

Aquela brincadeira de atacar e fugir durou muito tempo e o relógio não estava esperando. Faltando apenas um minutos para o fim da partida, Luís  já estava exausto. Ele apoiou suas mãos nos joelhos, ofegante e o suor que escorria por seu rosto era o suficiente para encher um copo médio. 

Victor, por outro lado, respirava lentamente, se recuperando tranquilamente enquanto encarava o homem que havia subido em seu conceito. 

“Cara… eu devo admitir, você superou minhas expectativas. São poucos os que podem alcançar minha velocidade sem uma ID”, ele falou com um sorriso. “Eu confesso que estava entediado antes, mas, agora, você conseguiu me deixar empolgado. É uma pena que o tempo já esteja se esgotando.”

Luís  manteve-se calado, visando guardar energia. 

O tempo passou, restando apenas 30 segundos. 

Victor olhou para o grande relógio digital em contagem regressiva. Para ele, aquela luta já estava ganha desde o início. Afinal de contas, os pares foram selecionados com uma possibilidade de vitória quase em cem por cento. Era surpreendente que o jogo virasse e o time do leste estivesse na frente com duas vitórias. 

No entanto, Victor pensou que não havia mais nada que Luís  pudesse fazer para virar o jogo. O tempo já havia praticamente acabado. Faltava apenas meros dez segundos. 

Portanto, foram nesses dez segundos que Luís  usou tudo o que lhe restava de força para se lançar contra Victor e lhe atingir com um soco. Victor reagiu a tempo, mas não tão rápido a ponto de se esquivar com facilidade como antes. 

Como esse cara…!? Ele rangeu os dentes depois que o punho de Luís  se afastou de seu rosto. Mas, antes que o tempo acabasse, Luís  ergueu sua mão novamente para um outro soco. Esse seria o golpe que levaria a vitória até ele. Se pudesse atacar mais uma vez, ganharia por um maior número de danos — que era contado pela quantidade de golpes atingidos no adversário. 

Faltava pouco. Muito pouco. Menos de cinco centímetros. 

A plateia não conseguia acompanhar aqueles movimentos, então era um momento de muita tensão. 

O sinal ecoou pelo salão, anunciando o fim da partida. 

No fim, Luís  não conseguiu atingir o golpe, parando assim que o temporizador chegou a zero. No entanto, mesmo que não tivesse conseguido o ataque da virada, ele não levaria, consigo, o peso da derrota. Foi um empate inesperado. 

Luís  respirou fundo e afastou sua mão do rosto de Victor e o encarou, mas não disse nada e se distanciou, saindo do ringue em seguida, sem nem mesmo esperar pelo apresentador, que logo subiu no ringue para anunciar o resultado mais uma vez. 

“Senhores, que reviravolta impressionante. Como puderam ver… foi um empate!”

A plateia aplaudiu. Mesmo apostando suas esperanças em Victor, eles aplaudiram a forma como Luís  os deixou sem palavras. 

“Muito bem. Agora que já foram efetuadas quatro lutas, teremos uma pausa de uma hora, para que os senhores apreciem um bom banquete antes das lutas remanescentes. Muito obrigado por acompanharem até aqui.”

Com o intervalo anunciado, todos da plateia se dirigiram para o andar inferior, onde estava sendo servido um enorme banquete. 

Alexander sentou-se em uma das cadeiras, refletindo sobre as lutas até aquele momento. 

Esses três últimos foram muito problemáticos. E, supondo que eles escolheram os pares baseados em suas chances de vitória, então eu já sei mais ou menos o que esperar das próximas lutas. 

Alexander pensava que era um milagre Luís  ter terminado com um empate. Até ali, foram duas vitórias, uma derrota e um empate para a equipe do leste. Eles não podiam perder mais nenhuma, caso contrário, nem a vitória sobre Roger serviria de algo — isso sem negociação. Se eles perdessem, Mayck seria obrigado a ter com Roger, e isso era algo que Alexander não queria nem um pouco. 

“Nossa… isso foi um alívio. Por um segundo, eu pensei que estava tudo perdido para o Luís .” Diogo suspirou e se sentou ao lado de Alexander. 

“É. Eu também pensei que daria ruim. Pelo menos não foi uma derrota, então é como se essa luta fosse anulada. Precisamos vencer, pelo menos, as próximas duas lutas.” Alexander olhou para a dupla dos reconhecidos por velocidade e resistência com um pouco de desconfiança. 

Diogo também os olhou. 

“Eu entendo o que quer dizer. Se aparecer alguém como aquele Chaplin, nós estamos perdidos.”

Aquelas palavras fizeram a dupla, composta por Gabriel e Jonatas, olharem para os dois como se reclamassem da tão pouca confiança que tinham neles. Eles não queriam ser comparados a Heitor, que pensava muito e não fazia quase nada. Além do mais, havia uma grande diferença entre suas habilidades reais, que não podiam dizer apenas com suas classificações. 

Enquanto discutiam sobre isso, alguém abriu a porta sem ao menos bater, para avisar que estava lá. Era William, que entrou com entusiasmo, já comentando sobre as disputas. 

“Nossa, eu sei frio com aquelas lutas, hein. Não esperava essa pressão vinda de vocês.”

Alexander não reagiu, mas os outros sentiram alguma coisa com aquela provocação, mas, ainda assim, não reagiram violentamente, que era o que William queria. Vendo que não conseguiria isso, ele estalou a língua levemente e desistiu. 

“Bom, eu só vim aqui ver como os próximos competidores estavam. E também lhes desejar boa sorte. A plateia está maluca, esperando pelas lutas finais. Vamos lucrar bastante com isso.”

“Só pensa no dinheiro…” Diogo observou. 

“Então… até mais. Eu te espero no ringue, senhor Diogo.” Dando uma última olhada para Diogo, William saiu pela porta e a fechou. 

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Se parassem para pensar, as duas últimas lutas realmente eram as mais esperadas. Tudo o que os apostadores e espectadores queriam ver era Roger massacrando seus oponentes. Também estavam ansiosos pela luta de William, que tinha uma boa influência sobre eles. 

Até aquele ponto, os lutadores eram, de certa forma, compatíveis. Desde a primeira luta entre Giovanni e Bomba Caseira, que tinham pontos fortes semelhantes, até Luís e Victor, que possuíam velocidades semelhantes. Mas isso não era tudo. O que era compatível não era apenas seus pontos fortes ou fracos. Para simplificar, era como se alguém estivesse juntando as duplas com o resultado já previsto. 

Isso queria dizer que se tudo aquilo fosse planejado, então o resultado final já estava decidido e que não se precisava pensar demais para saber qual. Se fosse Mayck quem estivesse por trás, então a vitória certamente seria deles. Mas esse não era o caso, uma vez que o garoto não havia participado da escolha de competidores e nem visto os oponentes por si mesmo. 

Então, só restava uma possibilidade, a vitória final estava caminhando para o time do sul. Isso não era nada bom. A intenção ali, tanto de Alexander quanto dos demais, era vencer. Eles não aceitariam outro resultado. 

Com isso em mente, Alexander saiu do camarim e começou a vagar pelos corredores. Deixando seus companheiros curiosos. Enquanto andava, ele ia olhando as portas e suas numerações, procurando um em específico. Quando encontrou, não perdeu tempo e bate logo. 

Uma voz grave como um trovão permitiu sua entrada. Alexander abriu a porta e se deparou com Roger em frente a um espelho treinando com halteres. 

“Oh, carinha do leste. O que quer aqui?” Quando viu quem era, Roger perguntou sem parar sua série.

“Eu pensei em fazer uma rápida visita antes das últimas lutas.” Alexander olhou para os olhos dele pelo espelho. “O que você acha que vai acontecer?”

“O que eu acho? Obviamente, a vitória é nossa. Mesmo que algumas lutas tenham tido resultados que não esperávamos, eu vou vencer esse torneio.”

“Quanta confiança… admiro você. Mas eu me pergunto, por que o líder tão poderoso e sério Roger, o bodybuilder supremos, aceitou o desafio de um mero moleque?”

“Fala de você? Ou do mandante por trás de você?”

“Eu não preciso responder, não é?”

Roger colocou o haltere no chão e pegou um outro mais pesado e reiniciou seu treinamento. 

“Eu confesso que só estava atrás de uma boa briga. Ter um moleque tão confiante me chamando para uma treta me deixa muito entusiasmado. Vou ficar decepcionado se você perder depois de alguns socos.”

“Não se preocupe. Eu não sou fraco nesse nível. Se importa se eu treinar com você?”

“Se isso te deixa mais tranquilo, por mim tudo bem.”

Alexander andou até o haltere que Roger colocou no chão e o pegou, iniciando uma série de treinamento. 

Mais tarde, cerca de uma hora depois, com a plateia faminta por mais porradas, as partidas foram retomadas. 

A partir dali, seriam realizadas mais quatro lutas, sendo o primeiro participante do leste deste segundo turno, Gabriel, que iria disputar contra uma mulher apelidada de Víbora. O significado disso não estava claro, já que olhando para ela no ringue, Gabriel a via apenas como uma lutadora de comum. 

Entretanto, sua impressão sobre ela mudou quando a partida se iniciou. Usando seu corpo altamente flexível, ela se lançou contra Gabriel e aplicou chutes giratórios consecutivos, pressionando totalmente o homem, que mal conseguia desviar. 

Era como se aquela bela mulher de cabelos e olhos escuros soubesse exatamente como Gabriel lutava e sabia que não podia deixá-lo fugir. Não estava acertando nenhum golpe, no entanto. 

Como eu faço pra parar ela? Ela se move muito facilmente. Gabriel estava ficando atordoado por não conseguir atingi-la, já que ela se esquivava majestosamente de sua contra ataques. 

Relaxa, Gabriel. Você não está lutando como normalmente. Você está se contendo só porque é uma mulher. 

Ele tentava, a todo custo, fazer subir a sua cabeça o fato de que ela era uma lutadora perigosa que precisava ser derrotada. 

O tempo passava. E Gabriel não encontrava uma abertura. 

Se afastando o máximo que podia da Víbora, ele respirou fundo. Sabia que precisava de foco para derrotá-la. 

“Ei, gatinha, pode dizer algo pra eu te atacar?” Gabriel perguntou sem hesitar. 

“Do que está falando, idiota? Eu não sou uma gata, sou uma víbora. E não me importo se não consegue me atacar”, ela respondeu tranquilamente. 

“Bom, isso serve.” Aparentemente, ela ter xingado ele serviu para alguma coisa.

Gabriel apertou o passo e correu com toda a sua força para cima da sua oponente e começou a pressioná-la com socos e chutes. Não importava a sequência, sua velocidade sempre o deixava em vantagem e ele podia se gabar de como era mais rápido que Heitor e Jonatas. 

Após mais algumas sequências de socos e desvios, Víbora segurou o punho de Gabriel e saltou sobre ele, na tentativa de efetuar uma chave de braço. No início, Gabriel se surpreendeu e até pensou que estava perdido, mas ele virou o jogo e antes de cair, puxou a mulher e aplicou um mata leão nela. 

“Haha, o que acha? Eu não sou tão fraco a ponto de perder pra você.” Ele se gabou enquanto segurava o pescoço dela com força. 

“Você não se sente mal por bater em uma mulher?” Víbora segurava os braços de Gabriel, para evitar que ela a sufocasse. 

“Ha, nem brinca. Você é muito problemática.”

Víbora viu que a situação estava ruim. Ela não queria perder. Principalmente depois do prêmio que foi prometido a ela. Uma ótima quantia em dinheiro na casa dos milhares. Se conseguisse o dinheiro, poderia ter a vida que tanto quis, recheada de luxo e tranquilidade, longe dos ringues onde pisou por anos desde que se lembrava. 

Ela passou por todas aquelas lutas, juntando dinheiro por um sonho. Então se vencesse naquele torneio, não iria precisar mais se preocupar com trabalho duro. Era isso o que a movia. E para vencer, usaria qualquer coisa a seu favor… mesmo o truque mais sujo. 

Largando os braços de Gabriel, Víbora levou sua mão até a gola de sua camiseta e puxou o seu decote, deixando bastante coisa à mostra. Gabriel viu aquilo e acabou afrouxando o seu aperto. Era uma jogada muito suja a dela. Enquanto admirava aquele belo par, Víbora deslizou no chão e deu-lhe um chute na fuça, que o deixou tonto. 

“Desgraçada…”

“Eu não vou perder aqui.” 

A mulher se moveu e reproduziu seu chute giratório no rosto de Gabriel, buscando finalizar aquela partida. No entanto, Gabriel agarrou seu pé a tempo e a puxou para ele, atingindo o seu pescoço com força. Consequentemente, Víbora desmaiou com o golpe. 

Restando três minutos para o fim da luta, Gabriel levou a vitória para o leste. 

“Opa! Caros espectadores, aqui temos a terceira vitória para nossos convidados! Será que eles vão vencer todas?” O apresentador agitou a plateia, o de metade de seus membros parecia decepcionado com a derrota da Víbora, que era a única mulher invicta em 20 lutas consecutivas. 

Assim como das outras vezes, uma dupla com uma maca subiu no ringue para tirar a mulher desacordada de lá. 

Veio a próxima partida. Dessa vez, o competidor era Jonatas e seu oponente era um homem fantasiado de palhaço, e foi apelidado de Bozo.

Quando a partida se iniciou, Bozo estava concentrado em se exibir da maneira mais magnífica que pudesse. Quando, usando sua velocidade, Jonatas corria para Bozo com a intenção de ferí-lo, o palhaço saltitava e desviava dele como num filme de comédia fantasiosa. 

Aquilo era irritante. Em meio aos risos da plateia, que se divertia com aquela forma de humilhação, Jonatas sentia seu orgulho sendo esmagado lentamente. O sorriso debochado e divertido de Bozo lhe deixava com os nervos a flor da pele. Provavelmente, pensado para derrotá-lo, Bozo possuía reflexos incríveis que fazia a velocidade de Jonatas parecer brincadeira. 

Quando saltava para chutar, Bozo se abaixava e desviava. Quando corria para acertar um poderoso soco, Bozo se esquivava majestosamente. Era algo sem limites. Para piorar a situação, Bozo possuía menos força que Jonatas, o que o deixava na desvantagem e, segundo as regras, aquele em desvantagem venceria se o tempo se esgotasse e não tivesse recebido dano nenhum. 

Isso não podia acontecer, de forma alguma, Jonatas pensava se mordendo de raiva por seus ataques serem apenas um desperdício de energia. 

Sorri do alegramente, Bozo se virou para a plateia e abriu os braços. 

“Agora, senhores, fiquem com o show que tanto esperavam.” 

Jonatas pensou em aproveitar que ele estava distraído e correu para a sorte. No entanto, ele não cogitou a possibilidade de aquela situação estava calculada, e quando se aproximou com o punho erguido, pronto para o ataque, Bozo se virou para ele e socou seu rosto com uma força descomunal. Jonatas se desequilibrou e se apoiou em seus joelhos, tentando se recuperar. 

O que foi isso…? Ele me acertou com tanta força? Como é que ele está em desvantagem… Não. Não foi isso. Ele usou minha velocidade para aumentar a força do seu ataque. Que desgraçado. 

Percebendo o que havia se passado ali, Jonatas viu que não era só bons reflexos que Bozo carregava. Sua inteligência e raciocínio rápido também eram ótimos. Apenas a força bruta não o salvaria ali. E com o relógio passando, aquele golpe garantiu a vitória de seu oponente. Se quisesse virar aquele jogo, teria que ser mais esperto que seu oponente. 

Jonatas tomou distância e procurou se recuperar, já que estava um pouco tonto. Com a vitória garantida, Bozo não iria se mover para atacá-lo, era arriscado, mas, se fizesse, Jonatas ganharia uma enorme vantagem. 

Enquanto isso, Bozo continuava com seu sorriso e poses exibidas, fazendo a plateia se agitar. Isso só fazia o desejo de Jonatas de espancá-lo aumentar. 

Mas o tempo ainda estava andando, ele não podia ficar esperando alguma coisa. Para bem ou para mal, o primeiro movimento tinha que ser dele. Então ele se lançou mais uma vez contra Bozo, porém, mais lentamente que das outras vezes e começou uma sequência de socos, os quais, sem surpresa, foram esquivando por completo. Mesmo assim, ele não parou. 

Continuou atacando até que Bozo bateu as costas no cercado do ringue. Foi aí que viu sua chance. Sem perder tempo, agarrou os ombros de Bozo e lhe deu uma poderosa cabeçada que, com certeza, reiniciou a mente dele. A visão de Bozo se escureceu no momento do choque e ele ficou tonto, mas não caiu. 

Jonatas se afastou e acertou outro soco em seu oponente, que não poderia mais desviar, já que seus reflexos ficaram completamente lentos. 

Ganhei. Jonatas se convenceu ao ver seu oponente, lutando para se manter de pé. Ele se afastou e olhou de relance para o relógio. Restava apenas um minuto. No entanto, ele estava preocupado. O apresentador, que narrava os acontecimentos da luta, não subiu no ringue para verificar a condição de Bozo, pelo contrário, ele continuou interagindo com a plateia enquanto fazia mistério sobre o que aconteceria depois daquilo. 

Então, como um fantasma surgindo repentinamente na escuridão, Bozo se jogou em Jonatas e desferiu vários socos em Jonatas enquanto ria. 

“Idiota! Achou que já tinha vencido? Hahahahaha!”

Jonatas tentava se recompor e parar os ataques, mas sua condição de fraqueza não o permitia se mover muito mais. Além disso, os ataques de Bozo já haviam superado a quantidade de dano que causou nele. 

Aos poucos, Jonatas aceitou sua derrota. 

Com o temporizador chegando ao fim, o apresentador anunciou com entusiasmo a segunda vitória dos competidores do sul. 

Assistindo pela TV, Diogo suspirou e se sentou. Parecia que a vitória total dependia dele e de Alexander. Ao menos Gabriel tinha vencido, então não teria mais como perder totalmente — Isso se os dois responsáveis por aquela bagunça não perdessem. 

Alexander também viu o resultado das duas lutas junto com Roger, que começou a gargalhar enquanto zombava dos competidores do leste. Isso fez Alexander reagir e jogar em sua cara o número de vitórias e derrotas. Mas não conseguiu abalar o líder do sul. 

Contudo, as próximas lutas seriam as duas últimas e não havia um pingo de hesitação nos corações de Alexander e Diogo. Os dois estavam totalmente certos de que levariam à vitória, embora cada um deles possuísse um motivo diferente. 

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Olá, eu sou RxtDarkn!

Olá pessoas. Primeiramente, quero agradecê-los por acompanharem DaSi até aqui.
Peço desculpas pela demora dos capítulos. Acontece que estou um pouco atarefado com a escola e isso afeta a minha escrita. Mas prometo que os capítulos vão continuar saindo.

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