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Capítulo 50 – Possível falha

Quando olhou o relógio em seu celular, viu que já tinha se passado algumas horas. 

Ruby esticou os braços, se espreguiçando. Passara tanto tempo naquela sala escura, apenas com o monitor servindo de iluminação, que se saísse naquele momento a luz do sol seria um inimigo mortal, botando sua visão em risco. 

Os dedos de Lucy teclando incessantemente parecia um som completamente ambiente e era o único além da respiração das garotas e do ar condicionado. 

“Nada ainda?” Já sendo perturbada pelo silêncio, Ruby perguntou, se abaixando ao lado de Lucy para ver o que tinha no monitor. 

“Uuh… eu sinto que estou quase lá. É difícil encontrar uma só coisa no meio de tantas dessas.” Não era intencional, mas Lucy se sentiu um pouco pressionada por sua líder. “É possível que as informações sobre os institutos estejam guardadas em um servidor diferente.”

“E isso é ruim?” Ruby não tinha tanto conhecimento a respeito de computação ou hackeamento, por isso, não pôde deixar de perguntar algo tão bobo. 

“Não tanto… Na verdade, desse jeito nós passaríamos horas ou até dias tentando encontrar e descriptografar as informações.”

“Isso é um problema”, Ruby afirmou, lembrando que já havia renovado a utilização da sala privada três vezes. “Nós não podemos ficar aqui por muito mais tempo…”

Se elas permanecessem ali, o recepcionista do cibercafé iria achar estranho e poderia acabar pedindo as informações de contato de seus responsáveis. No pior dos casos, poderia acionar a polícia para orientá-las. 

“Ruby-senpai… eu acho que consegui”, Lucy falou, desacreditada, após algum tempo, mostrando os arquivos intitulados como C197.

“Sério? Muito bem. Vamos ver o que tem aí.” Ruby olhou para o monitor, verificando a imensa lista que lhe deixava exausta só de olhar. 

“Claro… mas só tem um problema.” Lucy fez alusão a algo que estava lhe incomodando. 

“E o que é?”

“Como nós estamos mexendo em um servidor de segurança do governo, não vai demorar muito para que eles percebam a invasão.”

“Entendi. Mas estamos falando de quanto tempo? Se for pelo menos meia hora, então nós podemos verificar algumas informações.”

“Sabe como é…? Na verdade, não vai passar de 10 segundos.”

A menção do tempo deixou Ruby incrédula. 

10 segundos era muito pouco tempo. Com isso, elas não podiam ver praticamente nada. O hackeamento seria como um relâmpago, de tão rápido que terminaria. 

“Não tem outra coisa que possamos fazer?”

Lucy ponderou por um momento. Havia uma solução, mas não era perfeita e isso a deixou apreensiva. 

“Eu tenho um pendrive na minha bolsa. Se formos rápidas o suficiente, talvez nós possamos copiar pelo menos parte das informações.”

“Então nós vamos precisar de um “timing” perfeito… Tudo bem. Se é nossa única saída, temos que tentar. Os outros também estão se esforçando, por isso, vamos dar o nosso melhor. Me diga o que posso fazer pra te ajudar.”

“…Certo…” Lucy se deu por vencida. “Então… só precisa pegar o pendrive e inserir na entrada USB do computador. Assim que for conectado, eu vou ativar um programa de cópia e transferência.”

“Isso vai resolver?”

“Acho que sim, mas só podemos orar para que o programa copie a maior parte possível das informações antes de dez segundos”, Lucy falou, um pouco acanhada. 

Ela estava se sentindo incompetente por não ter conseguido mais do que isso; uma invasão de meros 10 segundos. 

Contando com a sorte, elas fizeram conforme o planejado. Assim que Ruby contou até três, ela inseriu o pendrive na entrada USB e Lucy rodou o programa. 

Após dez segundos vendo a barra de carregamento com a ansiedade quase matando-as a cópia foi terminada e Lucy deletou tudo o que usou para sumir com a evidências do hackeamento. 

“Será que deu pra copiar tudo?”

“Acho que nunca vamos saber.” Lucy suspirou. 

“Bom, acho que está tudo bem. É melhor irmos embora antes que chamemos atenção dos funcionários.”

“Aham, tem razão.”

Depois de saírem do cibercafé, elas foram até o apartamento de Ruby para descriptografar os arquivos e analisar as informações. 

Apesar de ter ficado com medo, por causa da possibilidade de fazer besteira como apagar os arquivos, Lucy conseguiu resultados sem muitos problemas, já que o código usado na criptografia era familiar para ela. 

Vendo todas as informações disponíveis, as duas acabaram se decepcionando. De quase 700 relatórios arquivados e assinados pelo governo, mais da metade deles eram informações que a Black Room já possuía. Com exceção de duas delas. 

O relatório era sobre uma garota, de, ao menos, 13 anos, que foi encontrada viva em uma área remota de Tóquio. Apesar de viva, ela tinha grandes feridas incisas e várias outras profundas. 

Além disso, ela estava em estado vegetativo; não falava e nem se movia, mantendo apenas seus olhos sem vida abertos. 

Junto com o relatório, havia algumas imagens da garota e de cenas de crimes, onde encontraram os corpos e outras pistas estranhas. 

Até a data de envio daquele documento, estava registrado que a garota não dava sinais de que recuperaria a consciência, mas ela ainda possuía atividade cerebral, segundo a análise de médicos especializados.

O outro documento era referente à mesma garota, mas sobre o que foi encontrado nos exames médicos. Substâncias desconhecidas, assim como corpos estranhos em seu sangue surpreendeu os médicos responsáveis por ela. 

Eles não sabiam nada sobre as substâncias e não tinham uma ideia sequer sobre os corpos estranhos, o que provavelmente causou um tumulto e só agravou aquela situação. 

Havia, também, algumas anormalidades no corpo da garota, como formações estranhas nas mãos, e manchas esverdeadas por todos os lados. 

Ruby analisou cada uma dessas informações com cuidado. Buscou a identidade da garota, mas ela era desconhecida. Exames de DNA estavam fora de cogitação, isso porque tudo o que poderia evidenciar algum parentesco fora modificado geneticamente. 

Isso, com certeza, deve ter deixado os médicos malucos. Eu duvido que eles já tenham visto algo parecido. 

“Ruby-san, do que se trata tudo isso?”

“Parece que essa garota, provavelmente… não, com certeza, foi um experimento dos institutos. Eles estão investigando ela, mas se continuar assim vai ser difícil de lidar.”

“Então isso quer dizer que nós precisamos nos apressar? Se eles estão tão perto da verdade…”

“É isso mesmo. Não podemos perder muito tempo. Mesmo agora, eles devem estar progredindo nas investigações. Nesse ritmo, vamos ficar para trás.”

Ruby cruzou os braços e deixou seus pensamentos fluírem. Ela pensou em como tirar a atenção da polícia de cima desse caso. Isso, porém, era simplesmente impossível. Para tirar atenção de algo grande, só fazendo algo muito maior. 

E o que era maior que vários casos desumanos envolvendo crianças? Todas as alternativas para essa resposta eram violentas e complicadas.  

Se nós tivéssemos alguma influência sobre o governo… 

Uma ideia passou pela cabeça de Ruby, mas ela quis descartá-la, apenas porque era muito fora do normal e ela não tinha o poder necessário para isso. 

A Strike Down também pode acabar colocando as mãos nessas informações… isso se já não tiverem. Por que eles não cuidam disso, em primeiro lugar?

Por um momento, Ruby se questionou do porquê de ter que fazer aquilo, mas balançou sua cabeça como se estivesse tentando jogar esse pensamento pra longe. 

Eu não posso pensar assim. É meu dever como líder da equipe Delta da Black Room, preciso dar um jeito nisso. 

“Lucy, se prepare, nós vamos sair.”

Ruby anunciou e se levantou. 

Lucy, que se perguntava o motivo de estarem sentadas no chão ao invés do sofá, se surpreendeu um pouco. 

“E para onde vamos?” Ela seguiu o exemplo e se levantou, olhando para sua líder que estava pegando uma blusa em seu guarda roupa. 

“Para a delegacia.”

O destino dito deixou Lucy mais confusa do que já estava, mas ela não podia questionar as ordens de sua superior. 

<—Da·Si—>

Lily e Luna deixaram o edifício mostrando grandes sinais de exaustão. Toda aquela correria tinha sido pra nada. 

Quando chegaram até a origem da energia que viram, encontraram apenas um pervertido que estava usando suas habilidades para observar as mulheres no provador. Claro, mesmo sendo apenas um idiota fazendo coisas de adolescente, elas o puniram apropriadamente. 

“Não acredito… que perda de tempo”, Luna, que deixava o peso das sacolas a levarem para baixo, resmungou, com seus cabelos escuros balançando de um lado para o outro.  

Lily andava a sua frente, levemente irritada. Ela odiava alarmes falsos e também partilhava da opinião de Luna de que aquela correria foi apenas perda de tempo. 

“Bom, não há o que fazer. Idiotas como ele existem pelo mundo todo.” Ela suspirou, exasperada. “Acho melhor nós irmos até o restaurante em que a polícia achou a instalação. Precisamos recuperar o tempo perdido.”

“Acha que vamos encontrar alguma pista?” Luna se endireitou e correu para o lado de Lily. 

“Eu sinto que sim. Talvez encontremos algum código ou pista que a polícia não notou ou apenas descartou. Depois vamos falar com Ruby e ver se ela conseguiu alguma coisa útil para nós.”

“Hmm… Pensando bem, Ruby é bem corajosa, não é? Digo, a parte de se envolver com a polícia põe a identidade dela em risco, não?”

“Isso é verdade sim, mas eu não acho que ela esteja preocupada. Conhecendo ela, ter sua identidade revelada não é grande coisa.”

“É mesmo? Falando nisso, vocês eram colegas de equipe antes… na antiga equipe Delta…”

“Sim. Éramos da mesma equipe há alguns anos, mas isso não é história para esse momento.” Lily mostrou que não queria falar sobre o assunto, dando um corte rápido em sua companheira. 

Entendendo o recado, Luna ficou em silêncio. 

Alguns minutos depois, as duas chegaram até o local dito. Ele estava cercado por uma faixa amarela que dizia para não ultrapassar. Mas, obviamente, essa não era uma regra que as duas estavam dispostas a obedecer, então, antes de serem vistas, adentraram a antiga loja pelas portas de vidro. 

“Se ninguém pode entrar, então por que as portas estão abertas?

“Quem sabe? Bom, vamos tomar cuidado. Deve ter uma escada que leva para o subterrâneo por aqui.”

As duas começaram a analisar o local, que exalava um cheiro horrível, e o calor só o aplacou. 

Por ser uma cena de crime, o restaurante foi fechado às pressas. A comida deixada pelos clientes nesse dia ainda estava nas mesas e o cheiro de apodrecimento atraiu alguns insetos que Luna e Lily evitaram a todo o custo. 

Depois da verificação, encontraram a escada na cozinha. Antes da operação policial, ela parecia estar escondida por um fogão, que era retirado de cima de uma alçapão de metal revestido com borracha, que fazia a vedação — talvez para não deixar o mau cheiro vazar. 

As duas desceram as escadas sem temer, tentando suportar o péssimo odor — que, à medida que elas desciam, piorava. 

Não importava as circunstâncias, elas teriam que descer de qualquer jeito, então não havia motivo para hesitar; fazia parte do trabalho delas. 

Ao final da longa escadaria, uma sala ampla tingida de branco e com uma iluminação amarela abrigava vários equipamentos de laboratório, assim como equipamentos usados em açougues; provavelmente a fonte da maior parte daquele cheiro horrível e assassino. 

Não precisava de mais nada além disso para a imagem do que acontecia ali até uma semana atrás invadir a mente das garotas. 

Lily fechou os olhos e cobriu o nariz com a mão. Luna, por outro lado, sentiu um embrulho em seu estômago e não aguentou, ela acabou subindo as escadas de volta para o restaurante após pedir desculpas para sua líder, que não se importou em repreendê-la. 

Que horrível. Esse lugar é horrível. Como as pessoas podem fazer coisas assim?

Lily seguiu pelo caminho livre entre os diversos equipamentos e analisou alguns papéis na parede, com nomes, fotos e dados sobre algumas pessoas de diversas faixas etárias. 

Idade, tipo sanguíneo… talvez essas tenham sido as vítimas. 

Lily sentiu seu estômago revirar, mas se acalmou. Mesmo que ela quisesse fugir, coisas piores que aquela estariam acontecendo em outros lugares, e, sabendo disso, ela tinha que se envolver. 

Estamos lidando com um caso complicado aqui. 

“Lily-san?” Luna a chamou. 

“Conseguiu voltar?”

“Me desculpe por fugir assim… eu só…”

“Tá tudo bem. Não se preocupe. Essa é uma reação humana. Você não precisa se forçar a ficar aqui.”

“Não. Eu estou encarregada dessa missão também, então não posso sair. Eu vou ficar e te ajudar.”

Lily sorriu ao ver a determinação de Luna. Mesmo tendo dificuldades em lidar com situações que envolviam sangue, Luna continuou ali, mostrando o seu crescimento em relação às missões do passado. 

“Se eu for dar um palpite, eu acho que eles conduziram testes com as pessoas para obter carne de “qualidade”.” 

“Carne de qualidade?” Luna ponderou por um momento, apenas para perceber do que se tratava. Outra vez, seu estômago revirou.

Isso queria dizer que a comida daquele restaurante era provida de carne de origem não animal, algo realmente repugnante. Se os clientes sabiam ou não sobre isso, eles davam boas avaliações da comida feita naquele lugar.

“Isso é ridículo, não é? Pensar que algo assim estava acontecendo em pleno centro de Tóquio.”

“Sim… mas será que esse lugar tem relação com os institutos? Os objetivos me parecem diferentes.”

Enquanto essa instalação abaixo do restaurante visava atrair clientes com alimentos de origem duvidosa, os institutos que faziam experimentos com crianças pareciam estar atrás de outra coisa. 

O quê, no entanto, ainda era incerto. A Black Room não conseguiu dizer ainda o que aqueles lunáticos estavam buscando, mas coisa boa não era. 

“Se eu consigo estabelecer uma conexão entre eles, seria usando a Ascension, mas nós não detectamos nenhum movimento deles desde aquela vez.”

“Ah, você está falando daquela pessoa com o cartaz.”

Na segunda semana de Julho, uma pessoa desconhecida, coberta de roupas pretas, saiu pelas ruas da cidade com um cartaz escrito Ascension. Foi algo inusitado o suficiente para cair na mídia e repercutir pela internet. 

“Mas nós não temos certeza se foi coisa deles mesmo ou algo aleatório.”

“Hmm… Que coisa chata…” 

Mordendo os lábios em frustração, Luna abraçou aquela realidade contra sua vontade. Naquele momento ela se odiou por não conseguir tirar o cadeado que a impedia de descobrir o que estava acontecendo realmente. 

Era tudo muito incerto. Os institutos, a explosão e a Ascension. Qual seria a ligação entre eles? Isso se existia uma. 

“Você encontrou alguma coisa?”

“Não. Parece que aqui não tem mais nada além disso. Mas ainda temos uma chance.”

“Ah, é? E o que é?”

“Existe uma coisa que todos os bons restaurantes possuem, e isso é: clientes frequentes. Vamos procurar documentos sobre o restaurante e descobrir quem são os clientes daqui. Talvez tenha alguns cúmplices escondidos.”

“Entendi. Você é um gênio, Lily-san.” Luna a aplaudiu, admirada por aquele pensamento rápido. 

“Hehe, é claro que sim.” Lily pôs as mãos na cintura com uma atitude convencida. 

Tal atitude acabou quando o cheiro forte as lembrou de onde estavam, fazendo-as cobrir seus narizes com a mão. 

“É melhor nós irmos em frente. Vamos entrar em contato com os outros e dividir informações mais tarde.”

“Sim, senhora.” Luna bateu continência, mas o que ela realmente queria era fugir dali, antes que morresse sem ar. 

As duas, então, saíram do local, tomando cuidado para não serem vistas pelos transeuntes, que viviam sua vida normal até aquele momento. 

<—Da·Si—>

Aliviado, Kai limpou o suor em sua testa. Já tinha se acostumado com o odor que as galinhas exalavam. 

“Puxa, até que não é tão difícil assim.” Enquanto as galinhas corriam para cima do alimento que ele jogou para elas, o sentimento de dever cumprido suavizou-se em sua mente. 

“Aaaaah! Kai, me ajuda!” Correndo desesperadamente, Mia saltou para as costas de Kai, e um galo furioso veio após ela, saltando e tentando acertar a garota com suas unhas. 

“Mas que droga, Mia, sai daqui! Ai!” 

Kai tentou fugir, mas acabou recebendo todos os golpes do animal que os abandonou ao aliviar seu estresse. 

“Ai, caramba. O que foi que você fez?”, acariciando sua perna machucada, Kai reclamou. 

“Eu só tentei dar comida a ele…, mas ele ficou irritado quando eu tirei a mão pra ele não pegar”, Mia choramingou. 

“Ele não é um gato, sabe? Fala sério, é claro que ele ia se irritar ao ser feito de bobo”, Kai a repreendeu como um irmão mais velho. 

“Você não pode estressar os animais…” Uma voz tímida se aproximou deles. Era Kenichi, com o galo furioso em seus braços, que parecia estar bem mais calmo. “A vovó me disse que eles só ficam agressivos quando estão estressados.”

“Desculpe por isso, Kenichi-kun. Essa idiota acabou de aprender a lição.” Kai empurrou a cabeça de Mia, forçando-a a se desculpar. 

“Me desculpa…”

“Tudo bem. Ele não está mais bravo.” 

Kenichi acariciou a cabeça do galo como se ele fosse um pet e o animal parecia gostar daquilo. 

“Incrível, você leva jeito com animais, não é?”

Ele assentiu. 

“Afinal, eles são os únicos que não vão me abandonar”, ele sussurrou, impedindo que os dois mais velhos ouvissem. 

“Então, o que mais podemos fazer para ajudar?”

“Hmm… poderiam me ajudar a dar comida para os porcos?”

“Porcos?” 

Kenichi assentiu. Mia e Kai se entreolharam, mas não podiam recusar, afinal, estavam fazendo aquilo como forma de pagar a hospitalidade que receberam. 

Eles seguiram o garoto até o chiqueiro e só de se aproximarem, o cheiro quase insuportável os fez querer fugir. Era um novo odor com que Kai teria de se acostumar. 

Mia, sendo mais sincera em suas ações, ficou um pouco para trás. 

Eu posso acabar irritando eles, ela pensou. 

“Então? O que vamos fazer?” Com a mão no nariz, Kai tomou a frente para perguntar. 

“Ah…” 

Kenichi pôs o galo no chão, que saiu dali em seguida, mas dando uma boa olhada para a alma de Mia antes. A garota se afastou com um arrepio percorrendo seu corpo. 

“Só precisa pegar aquele balde ali e alimentar eles. Eu não consigo porque é muito pesado e eles podem fugir quando eu abrir a porta.”

“Entendi. Muito bem, vamos fazer isso.”

Após uma alongada em seus braços, Kai pegou o balde, que era realmente pesado por conta da grande quantidade de vegetais, e Kenichi abriu a porta e fechou assim que ele entrou. 

As dezenas de porcos se agitaram com a nova presença no meio deles e começaram a correr de um lado para o outro, deixando Kai completamente acuado sem saber o que fazer. 

“Ah… O que eu faço, Kenichi-kun? Kenichi-kun?” Ele buscou ajuda, mas o garoto não estava mais ali, ficando a mercê de sua própria mente. “Ah! Parem de correr!!”

Após fechar a porta, Kenichi se aproximou de Mia e a encarou. A garota, por sua vez, se sentiu um pouco incomodada com aquilo e resolveu falar com ele. 

“É, bem… aconteceu alguma coisa?”

“Você não se dá bem com animais, não é?” 

Aquelas palavras a perfuraram como lâminas. As lâminas da realidade. 

“Ugh… bem, sim. Eu tinha um gato antes, mas ele não gostava muito de mim e me arranhava o tempo todo… Eu me pergunto o porquê…”

“Aquele moço… ele é seu irmão?”

“Fala do Kai? Não, ele é um amigo”, ela falou sem hesitar, mas confusa pela troca de assunto repentina. “Você tem amigos, Kenichi-kun?”

Aquelas palavras o fizeram hesitar por um momento, mas ele respirou fundo e respondeu que não. Disse que não tinha nenhum amigo. 

A resposta deixou Mia desconfortável, mas ela viu que era uma oportunidade para descobrir mais sobre ele. Afinal de contas, como Kenichi havia tomado a atitude de ir falar com ela, a possibilidade de ele revelar informações importantes era alta. 

“Onde você morava, Kenichi-kun? Eu ouvi de Yasushi-san que você apareceu aqui de repente…”

“Eu não me lembro.” Cortando a pergunta da garota, Kenichi elevou sua voz e virou de costas, evitando olhar para o rosto dela.

Essa ação deu a Mia a pista que ela queria. 

“Entendo… então você não se lembra. Sabe, Kenichi-kun, eu vou falar umas coisas estranhas, então se você não entender, finja que nunca me ouviu.”

O garoto ficou em silêncio. Apesar de mostrar que não queria falar sobre aquilo, ele não saiu dali, afirmando que estava interessado em saber. 

“Sabia que existem uns lugares estranhos onde crianças como você sofrem? Eles vêm fazendo coisas ruins com essas crianças e machucando elas. Eu estou procurando esses lugares para salvá-las das mãos deles. Então, se você souber de algo, me diga. Isso pode salvar milhões de vidas.”

Kenichi prolongou o silêncio. Ele mordeu os lábios; sabia de algumas… não, várias coisas e queria contar, mas não conseguia. Ele abriu a boca para falar, mas a aparição repentina de Kai o assustou. 

“Ah, cara, fala sério. Esses porquinho não ajudam. Kenichi-kun, eu já terminei. Tem algo mais…”

“Não tem mais nada… Obrigado.” Deixando essas palavras, o garoto fugiu dali. 

“Hum? O que aconteceu?”

“Sei lá… Ugh! Você tá fedendo. Sai daqui.” Mia se afastou com a mão cobrindo o nariz e revelando sua mais forte expressão de nojo. 

“Ah, fala sério, nem tá tão ruim assim.” Ele se aproximou dela. 

“Sai de perto, não vem!” Mia correu para fugir de Kai, que insistia em se aproximar dela. 

Quando o fim da tarde chegou, eles se despediram da pequena família e se aprontaram para partir. 

Como agradecimento pela ajuda, Satomi lhes deu algumas verduras e frutas que eram produzidas ali mesmo na fazenda e Yasushi se ofereceu para levá-los até a cidade, já que o caminho era longo. 

Antes de partirem, Kenichi os chamou para um passeio até um lago próximo dali e contou-lhes sobre ele. Disse qual era o seu nome verdadeiro, ou melhor, o nome que recebeu no instituto em que estava: Leer. 

Depois de contar sua história, sobre o que aconteceu com ele antes de fugir, Mia e Kai prometeram que voltariam para ajudá-lo, caso ele quisesse ir para outro lugar. 

No entanto, essa não era uma decisão simples de se fazer. Leer já havia se estabelecido como Kenichi e fazia parte da família Sakai. Mesmo que ele estivesse colocando os dois em perigo, não queria simplesmente abandoná-los. 

Mia e Kai decidiram levar aquela resposta, por ora. Entretanto, voltariam lá para checar se estava tudo bem. 

<—Da·Si—>

Stella sentou-se em um balanço de um parque que estava por perto e começou a brincar, sentindo o vento bater em seu rosto, apenas para espairecer. 

“Hmm… que irritante”, ela resmungou. 

O motivo era por ter deixado os homens fugirem com a garota. 

Quando elas chegaram até eles, depois de uma perseguição frenética pelas ruas do bairro, as figuras de uniforme preto conseguiram capturar a garota, que já não podia mais ser chamada de garota. 

Ela havia sido dominada por pêlos rosados e seu corpo não tinha mais forma humana, sendo semelhante a uma aberração de filmes de terror. Assim que a capturaram, as pessoas de preto a anestesiaram e a colocaram em uma van, sumindo do mapa em seguida. 

“Não adianta reclamar agora. Eles estavam em uma van, não tinha como nós pegarmos eles. Toma.” 

Isha se aproximou e entregou uma lata de refrigerante de limão para Stella, que parou de se balançar para receber o produto. 

“Eu sei, mas mesmo assim… a gente podia ao menos anotar a placa.”

“Não tinha placa. Enfim, talvez aquela tenha sido nossa única pista. Não sei se vamos ter outra tão cedo. Porém, já é alguma coisa encontrarmos algo tão chamativo no primeiro dia.”

“Hmm, será que os outros já encontraram coisas mais interessantes?”

“Quem sabe… Enfim, vamos descansar um pouco e depois continuaremos procurando.”

Isha se sentou no outro balanço ao lado direito de Stella e abriu a sua lata de suco de laranja. 

Stella a olhou e não pôde deixar de provocá-la. 

“A balança quebrou, é?” Ela sorriu e pôs a mão sobre a boca, em forma de deboche. Ela deduziu isso porque Isha era uma grande fã de refrigerantes, então vê-la tomando suco era bem intrigante. 

Isha parou de beber, enfurecida, e gritou com Stella, mas seu rosto avermelhado confirmou que algo próximo a isso havia acontecido. 

“Isso não aconteceu!”

“Hehe… sei…”

“De qualquer forma, vamos terminar logo isso. Não podemos ficar para trás.”

“Decidiu mudar de assunto… bom, tudo bem. Eu já terminei.”

“Quê? Tão rápido?” Isha se surpreendeu com a velocidade em que Stella havia terminado de beber seu refrigerante e já estava pronta para continuar. 

“É claro. Afinal, eu não preciso me preocupar se estou acima do peso.”

“Ugh! Fica quieta.”

Quando as duas estavam prontas elas continuaram a busca, mas não encontraram mais nada. Vagaram por becos, edifícios abandonados e não houve nada de anormal até então. 

Elas já estavam ficando exaustas de tanto andar e não achar nada útil. Quando perceberam, já estavam de volta ao centro de Tóquio. 

“Nossa, eu desisto, sinceramente. Não vamos encontrar nada, e já estamos quase no fim do dia.”

“Bem, o que podemos fazer? Só nos resta esperar que as outras duplas encontrem alguma coisa.”

Assim que Isha parou de dar voz aos seus pensamentos, um som grotesco chegou aos ouvidos dela, vindo do estômago de Stella. 

“Nós andamos tanto que eu já não tenho mais energia…”

“Eu também já estou ficando com fome. Que tal irmos pra minha casa? Eu faço o jantar para nós duas.”

“Eh? Sério mesmo?” Stella se empolgou e agarrou as mãos de sua amiga, mas um pensamento transformou seu rosto alegre em uma expressão cheia de dúvidas. “Espera, você sabe cozinhar?”

“É claro que eu sei. Como você acha que eu sobrevivi sozinha até hoje?” Isha não entendia o motivo da incredulidade de Stella. 

“Ah, é que…” a garota desviou os olhos para o chão. “Como você está de dieta, eu pensei que você só comia comida pronta…”

“Tô falando sério. Mais uma dessa e eu te dou um beliscão.”

“Uh? Miyabe-san?” Uma voz feminina chamou por Stella, que se virou imediatamente para ver de quem se tratava, mas quando a viu, não a reconheceu. 

“Já faz um tempo, não é?” Hana continuou com um sorriso. Na mente dela, era normal que fosse cumprimentar seus amigos quando os vissem. 

“Bem, sim, há quanto tempo…?”

“Conhecida sua?” Isha perguntou. Hana ficou um pouco confusa, mas esperou pela resposta. 

“Eh… bom…” 

Stella se sentiu pressionada. O nome Miyabe Akari era a identidade falsa que ela usava socialmente, mais especificamente, na escola. Então se aquela garota a conhecia, tinha que ser de lá, mas ninguém vinha à sua mente. 

“Desculpa… quem é você mesmo?”

“Como assim? Sou eu, Hana Tsubaki.”

“Ah, foi mal, mas eu realmente não sei quem você é… Vamos, Isha.” Com uma névoa em sua mente, Stella puxou Isha pela mão e se afastou de Hana, que ficou intrigada. 

“Ei, espera. Tá tudo bem mesmo? Me pareceu que ela te conhecia.”

Stella ficou em silêncio. Ela não sabia o que responder. Mesmo que Hana a conhecesse, ela não fazia ideia de quem se tratava e só conseguia pensar em fugir de lá. 

<—Da·Si—>

O objetivo de Ethan e Keize mudaram parcialmente. No fim da tarde, eles receberam uma ligação das demais duplas, que compartilharam o que haviam encontrado, e Ruby pediu que eles tentassem tirar informações da Strike Down. 

No fim, apenas foi adicionado mais trabalho para eles. 

Mas os dois estavam confiantes apesar da pressão que estavam sofrendo. 

Assim que a noite caiu e a cidade adormeceu, eles saíram em busca do que serviria como ponte para seus objetivos: Ninkais. 

Para não chamarem a atenção de membros da Strike Down, eles trocaram seus equipamentos especiais por equipamentos simples, que eram comercializados entre os caçadores. 

“Tá pronto, Keize? Vamos fazer dessa missão um sucesso!” Ethan jogou a mão para o alto, para aumentar sua confiança. Keize o imitou, apesar de dar apenas um resmungo confiante. 

Eles seguiram pelas ruas da cidade, procurando por algum Ninkai, mas esta mostrou-se ser uma tarefa difícil depois de meia hora. 

“Hmm… onde é que eles estão? Será que a caça rotineira fez a quantidade deles diminuírem?” Ethan temia que os Ninkais estivesse entrando em extinção. “Não que seja algo ruim, mas só porque a gente precisa deles, eles não aparecem. Pode isso, Keize?”

Keize resmungou em resposta, como se reclamasse também. 

Contudo, a espera deles terminou quando uma criatura do tamanho de um cachorro se mostrou à espreita em um beco. 

Parecia um cachorro, mas seus olhos brancos ofuscantes mostravam o que ele era de verdade. 

Ethan se empolgou ainda mais. 

“Hehe… finalmente. Vamos pegá-lo.”

Sem perder muito tempo, eles correram em direção ao monstro que se revelou ser muito maior do que eles pensavam, além de ter um corpo humano e bombado. 

Da forma que eles o viram, parecia estar deitado, deixando a cabeça do cachorro na parte mais baixa possível, para que as vítimas se enganassem ao pensarem ser um animal. 

“Quê…? Eles tem sistema de trollagem também?” 

Enquanto se surpreendia com a cilada em que caiu, a criatura que tinha mais de 1,80 metros de altura saltou sobre ele, abrindo sua bocarra e revelando duas fileiras de dentes extremamente pontudos e poderosos que arrancaram parte da calçada quando Keize saltou e retirou Ethan de lá. 

“Que droga. Como uma coisa dessas pode existir? Desculpe por isso, Keize. Vamos cuidar dele juntos, okay?”

Keize acenou e resmungou novamente, mostrando que concordava com ele. 

O cachorro estranho não queria deixar suas presas escaparem, então avançou sobre eles com seus braços humanos e musculoso, enlouquecido, e agarrou Keize que o segurou para que não avançasse mais. 

O monstro tentou morder Keize, mas o pseudo gigante ativou sua habilidade de fortalecimento chamada <Rochedo> e levantou o monstro pelos braços, lançando-o no chão em seguida, quebrando suas pernas e criando dois buracos no asfalto. 

Aproveitando essa oportunidade, Ethan correu e usou Keize de trampolim, saltando o mais alto que pôde. 

“Agora já deu, cachorrinho do capeta.” 

Ethan levantou suas mãos e elas foram envolvidas em pedras afiadas. Keize se afastou, dando espaço para seu companheiro, que desceu os punhos sobre o abdômen da criatura, atravessando-o. O monstro soltou um rugido como o de um leão antes de dar seu último suspiro de vida. 

O sangue da criatura escorreu pela guia da calçada e as roupas de Ethan ficaram sujas com o sangue que havia jorrado. 

“Credo… eu quero tomar um banho”, ele choramingou. “Bem, pelo menos o primeiro passo foi concluído. Vamos pegar logo o núcleo dele antes que desapareça.”

Keize assentiu e enfiou a mão no peitoral do monstro e arrancou algo parecido com um coração, mas com um tom de roxo. 

Eles não vendiam o corpo do Ninkai em si, mas esse núcleo ou o sangue das criaturas, que, quando morriam, desapareciam sem deixar rastros, com exceção do núcleo, que eram coletados, geralmente, pela Strike Down. 

Esse era parte dos motivos para a criação dos caçadores de Ninkais — para retirar os núcleos das ruas, então o trabalho era mais de coleta do que de caça. 

Com o núcleo coletado, Ethan e Keize foram procurar pelo chamado “posto de entrega”, onde encontrariam um membro da Strike Down e trocariam o núcleo pelo dinheiro. 

Foi um pouco complicado para eles encontrar um desses postos, já que eles não haviam pesquisado no tal site dos caçadores, que só podiam ser acessados por um certo link secreto. 

Contudo, eles encontraram um desses postos no fundo de um bar, e não hesitaram em entrar para receber a recompensa, mas esse não era o objetivo principal. 

Enquanto o homem de terno e com uma meia máscara analisava o núcleo e o comparava com informações em um computador, Ethan pensou que era melhor puxar conversa com ele e tentar conseguir alguma informação. 

“Puxa, esse carinha deu trabalho. Foi a primeira vez que enfrentei um Ninkai como ele.”

“É mesmo, é?”

O homem, no entanto, não parecia querer conversar. Isso acabou deixando Ethan aflito. 

“Quanto será que eu vou ganhar com ele…”

O silêncio do homem permaneceu, perturbando ainda mais o pobre Ethan, que não era a melhor pessoa para conseguir informações indiretamente. 

Droga. Eu odeio admitir, mas eu sou péssimo em fazer isso!

Sua incompetência o fazia enlouquecer. Portanto, ele decidiu ser direto. Se conseguisse informações, ótimo. Se não, podia tentar de novo depois. 

Beleza. Aqui vou eu. 

“E quanto a esses incidentes que aconteceram ultimamente, estranhos, não é?”

“Hum. Pois é.” Ele parecia não querer falar mais do que isso. 

“Bom, eu acho que, no fim, a Strike Down vai dar um jeito em tudo. Não tenho dúvidas…” Ethan falou nervosamente e percebeu que o homem direcionou os olhos para ele. 

Será que…

“Primeiro você disse que acha, depois diz que tem certeza. Você não é uma pessoa muito assertiva, não é? Se está tentando tirar informações de mim, desista.”

Ele voltou a olhar para o computador, mas tal atitude acabou enfurecendo Ethan. 

“Hum?! Você tá achando que eu não consigo? É isso?” Cheio de marra, Ethan pôs as mãos sobre a mesa de madeira e fuzilou o homem com os olhos. 

“Não. É que eu não sei nada.”

“Ah… é isso? Tsk… devia ter dito antes.”

Decepcionado, o garoto estalou a língua e pôs as mãos atrás da cabeça. 

“Pronto, está aqui. Você recebeu 315,25 dólares.” O homem colocou a mão abaixo da mesa e retirou um envelope, contendo o valor proferido. 

“Opa, mais de trezentos dólares? Isso é grana, hein?” Ele analisou a frente e o verso do envelope. 

“Tenha uma boa noite.” O homem falou, indiferente. Ele passava a impressão de alguém que só queria terminar logo o trabalho. 

Ethan e Keize saíram do bar e seguiram pelas ruas vazias. A tentativa de coletar informações foi um fracasso total. O garoto sabia que não tinha nascido para aquele tipo de coisa. 

“É, Keize, nós falhamos.”

“…”

“Espero que Lily não fique furiosa. Mas a culpa é dela por me dar uma tarefa em que preciso usar o cérebro, ela que se vire agora.”

Ethan estava determinado a não continuar com aquela missão. Ele não era tão inteligente quanto Kai e Lily, então nunca participou de fases onde inteligência era um requisito. Por outro lado, numa batalha ele se garantia. 

“Que saco. Acho que ir investigar os institutos teria sido melhor.”

“Institutos?”

“É, os institutos. Parece bem mais empolgante lutar contra vilões…”

Ethan falou naturalmente, apenas por ter pensado que era Keize, com quem estava conversando, mas a realidade bateu à porta e ele olhou para o lado rapidamente, onde viu um garoto ruivo usando óculos escuros. 

“Quem é você?” Ele saltou para tomar distância e Keize seguiu seu exemplo, se posicionando para uma luta. 

“Ei, ei, calma aí. Eu não vou fazer nada. Meu nome é Hyu, muito prazer. Você estava falando sobre institutos, o que era?”

“I-institutos? Não sei do que você tá falando?”

“Eeeh? Como assim não sabe? Me conta, vai. Eu tô curioso.”

“Eu já disse que não sei do que você está falando…”

“Ah, já sei. Institutos são lugares onde os palhaços se reúnem.”

“Hã? Nada a ver, cara. Os institutos são laboratórios…” Ao ver que estava prestes a revelar muita coisa, Ethan cobriu a boca. “Tá tentando me enganar, desgraçado?”

“Tsk. Você percebeu. Bom, tudo bem. Eu gostaria de te ajudar a conseguir informações da Strike Down, mas parece que você não precisa de ajuda. Bem, até um outro dia…” Hyu deu as costas e começou a se afastar. 

Ethan não queria lhe dizer a verdade, mas precisava de ajuda e, após pensar muito, — muito pouco — ele correu até Hyu e segurou seu ombro. 

“Espera aí. Eu preciso que você me ajude.”

“Hehe…”

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