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Um ataque terrorista. Foi isso o que a mídia divulgou e foi o suficiente para que a população entrasse em choque. No entanto, o responsável por aquilo não foi encontrado e as autoridades sequer podiam dizer com clareza o que havia acontecido naquele aeroporto. 

Não houve vítimas, nenhuma aeronave foi gravemente danificada. Segundo testemunhas oculares, houve um clarão e um som estrondoso como o de um trovão. Depois disso, a energia de todo o aeroporto se foi, os vidros estouraram e os equipamentos eletrônicos sofreram pane. 

Segundo informações divulgadas, alguns quilômetros na área envolta do aeroporto tiveram problemas semelhantes. 

O porta-voz do governo tentou acalmar a população.

“Não há indícios de que nossos cidadãos, ou nossos vizinhos tenham atacado nosso país.”

Mas tudo o que ele falou na frente das emissoras de TV foi apenas enrolação, pois não havia uma explicação lógica para tal fenômeno. Principalmente por ter acontecido em plena luz do dia. 

A Strike Down se mobilizou imediatamente para descobrir o que estava por trás desse incidente, mas quem quer que tivesse feito aquilo, havia se escondido muito bem. 

Uma semana após a notícia percorrer todo o país, um áudio foi divulgado por um perfil anônimo em uma rede social, em que o Primeiro Ministro e o Ministro das Negociações Exteriores falavam sobre uma possível aliança contra um certo país. Em outras palavras, eles estavam conspirando para atacar um de seus vizinhos. 

Rumores de guerra começaram a ser espalhados rapidamente e os cidadãos exigiram uma explicação, o que não foi feito de imediato. 

Paralelamente a isso, o departamento de polícia de Tóquio foi hackeado e mais informações confidenciais foram roubadas. 

A bagunça havia sido feita e uma pessoa em particular havia sido incrivelmente afetada. 

Enquanto Masato sentia que algo estava errado, ele conversou com Yang sobre isso. A resposta que recebeu foi a de que estava tudo bem. Mas ele insistiu. A insistência foi tanta que ele foi permitido a investigar como quisesse. 

O que o deixou tão inquieto é que não houve apenas um ataque hacker, mas vários. E um deles foi ao seu computador pessoal. 

Rastros foram deixados no ataque, então ele poderia encontrar o responsável. 

Se eu me juntar a alguém, então… Não. Não vai ser possível. 

Ele pensou que poderia cooperar com outros policiais para isso, mas eles estavam focados demais no crime de um modo geral, então não tinham tempo para investigações pessoais.

Eu poderia facilmente esconder isso, mas talvez eu levante suspeitas por estar tão focado em proteger meu computador. Tenho coisas aqui que ninguém pode saber.

Se agisse de forma estranha e seus colegas desconfiassem de algo, ele logo viraria alvo de investigação — um cenário que ele queira evitar a todo o custo. 

Essa era a causa. Portanto, sua única opção era fazer isso sozinho. 

Após transferir os dados do computador para seu celular, ele analisou os dados e depois de algum tempo, conseguiu uma localização, possivelmente o ataque havia sido feito dali. A data e o horário do ataque também constavam nos resultados. 

“Isso foi bem no meio da noite. Sábado passado, às 22hrs. Foi praticamente na mesma hora em que os ataques foram descobertos”, ele disse olhando para a tela do celular. “Muito bem. É bom eu dar uma olhada lá…”

“Masato-san, poderia checar esses arquivos, por favor?” Sem nem ao menos bater na porta, um policial entrou na sala. 

“Se esqueceu de bater na porta, Hizutome?” Ele rapidamente guardou o celular embaixo da mesa. 

“Ah… me desculpe. Não era minha intenção.” Ele se desculpou abaixando a cabeça. 

“Tudo bem, tudo bem. Só não se esqueça da próxima vez. Deixe-me ver isso.”

“Sim, claro.”

Hizutome foi até a mesa e entregou um envelope. 

“O que é?”

“São os resultados do laboratório sobre aquele caso.”

“Entendi.”

Masato tirou os papéis do envelope. Depois de quebrarem a cabeça, a polícia de Tóquio chegou a conclusão que os crimes deveriam estar interligados de certa forma, então deveriam considerar qualquer coisa que aparecesse. Inclusive o ataque terrorista e o áudio que fora divulgado nas redes sociais e também estava sob investigação federal, já que não tinha como provar se o áudio era real ou não. 

Depois de ler algumas folhas rapidamente, Masato suspirou e deitou a folha na mesa. 

Com um olhar decepcionado em seu rosto, ele recostou-se em sua cadeira. 

“Não conseguiram nenhuma pista, hein… que isso foi uma tortura nós já sabemos.”

“É. Parece que não houveram muitos avanços. O que o senhor acha?”

“Não tenho o que dizer. É mais um daqueles crimes que ficam trancados na gaveta até que alguém apareça e diga o que houve ou algum prodígio consiga desvendar. Claro, nós não vamos parar agora.”

“Entendi. Se é algo tão complicado assim, então não há o que fazer. Mas, com certeza, tem um assassino perigoso à solta. Pode ser pior: talvez estejamos lidando com uma gangue ou algo assim.”

Hizutome cruzou os braços, enquanto dava voz às suas teorias. 

“Não é impossível. Mas não adianta concluir nada sem provas concretas. Bem, leve isso para Takashi. Ele pode ter uma ideia melhor do que eu.”

“Oh, certo. Farei isso.” 

Hizutome agradeceu e saiu da sala. 

“Que porcaria. Você não precisava ter exagerado daquele jeito, idiota.”

Masato voltou seus olhos para a tela do computador, a qual exibia alguns dados e informações que iam chegando dos outros computadores. 

“Mas eu não vou julgar. Nós precisávamos de algo chamativo. Eu gostaria de avançar pro próximo passo, mas… surgiu algo urgente.”

Ele clicou em uma pasta e observou um arquivo com o nome de ‘Prova final’ no computador e após transferir para o celular, o deletou. 

<—Da·Si—>

Akari já tinha certeza de que aquele homem estava envolvido. O que ela ouviu do portador no site dos caçadores era prova o suficiente. 

Contudo, mesmo após uma semana, ela não conseguiu nenhum contato com Ryuu. Ouviu boatos sobre ele ter aparecido acompanhado em alguns lugares, mas não teve a sorte, ou azar, de dar de cara com ele. 

Isso era bem irritante para ela, na verdade. 

Quanto mais tempo levava para encontrá-lo, mais sua raiva aumentava. Era como se estivessem brincando de pega-pega. E como se para piorar, a aliança entre as duas organizações criaram muito mais tarefas para ela ter menos tempo para investigações. 

A quase todo momento, ela estava acompanhada por algum de seus amigos. 

No salão subterrâneo movimentado, ela recebeu a chata tarefa de participar de uma reunião de recepção, onde os participantes teriam de recepcionar os convidados da Strike Down, os quais foram alocados para a missão de cooperação.

“Você acha que isso vai dar certo?” Stella sussurrou para Isha, que também havia recebido a mesma tarefa. 

“Não é questão de achar que vai dar certo ou não. Nós temos que fazer dar certo. Não estamos em um bom momento, afinal de contas.”

“Mesmo assim… como as coisas vão funcionar com esse tanto de gente?”

“Sei lá. Mas vai dar certo de alguma forma. Tudo o que precisamos fazer é sermos amigáveis e garantir que não haja problemas.”

“Se for assim, então não deve ser tão difícil.”

Stella voltou a olhar para frente. Elas estavam em uma das vinte fileiras organizadas em frente ao portão principal do salão, que tinha o design clássico da Black Room — branco das paredes ao teto, com placas de iluminação anexadas ao teto. 

Não havia muitos imóveis por ali, então o espaço era grandemente considerável; havia apenas o suficiente para a interação com o ambiente, como bancos, um palco e uma tribuna. 

Não estou vendo ninguém da equipe Alfa… será que estão em outra fileira?

Alguém subiu ao palco, usando máscara branca assim como os demais, porém, com alguns detalhes diferentes, o que deixava clara a sua posição naquele lugar. Era Nikkie, que deu as últimas instruções para seus subordinados. 

Em seguida, ao chamado de Nikkie, a porta de correr de metal se abriu e dezenas de pessoas usando uniformes pretos entraram em fila e se posicionaram frente aos membros da Black Room. 

Enquanto burburinhos se formavam e as impressões começaram a ser criadas, o time das máscaras brancas saudaram formalmente os visitantes de forma uníssona e com uma voz estrondosa. 

“Bem-vindos à Black Room.”

Os membros da Strike Down não podiam não ficar admirados com a coordenação e confiança que sentiram vindo de seus anfitriões e, talvez, a mentalidade de um para com o outro mudasse no futuro, enquanto eles trabalhavam juntos.

Esse era um grande passo para uma nova era entre os portadores. 

Depois de tudo, Stella se viu livre para retomar suas atividades privadas. Ela não perdeu tempo em mandar mensagem para a aliada que conseguira há algum tempo, por intermédio de Mayck. 

Depois de muito relutar, ela consultou o garoto, que simplesmente lhe deu um nome.

Stella saiu em busca de tal pessoa e não demorou muito para encontrá-la. 

Kana Murasaki. Uma garota incrivelmente habilidosa e que possuía uma audição sobrenatural. Ela era a pessoa perfeita para descobrir informações sem dizer uma palavra.

Obviamente, não foi tão fácil recrutá-la. Apenas quando mencionou que foi mandada por M-san, Stella conseguiu uma pequena ajuda; até porque Stella imaginou que não deveria dizer quem a contou sobre ela.

Com a condição de que Mayck devolvesse o favor, Kana aceitou cooperar, mas sem se envolver mais que o necessário. Era o acordo perfeito para ambas. 

Stella enviou um e-mail. Alguns minutos depois, teve resposta. 

“Ouvi algumas pessoas falando sobre terem avistado membros da Ascension dando voltas por aí. Aparentemente, eles usam mantos pretos e até mesmo máscaras. Ninguém quis se envolver, então não é certeza. São apenas boatos.”

Boatos estes que poderiam dar várias pistas. No entanto, era preocupante que eles estivessem vagando pelas ruas como pessoas normais. 

Eles estão planejando algo? Stella martelou em sua mente. Se for o caso, então eu posso tentar descobrir isso também. Mas vou priorizar o meu dever. Preciso encontrar um desses membros. 

Tendo uma ideia, ela enviou uma resposta, pedindo para Kana ajudá-la.

Ela aceitou e, ao cair da noite, ambas se encontraram em um restaurante no centro, que logo seria fechado. 

Para não revelar sua identidade, Stella usou maquiagem para se camuflar e até colocou uma peruca e lentes de contato. Todo cuidado era pouco, e mesmo sendo recomendação de Mayck, ela, nem ele, sabiam até onde poderiam confiar em Kana. 

O restaurante estava ligeiramente vazio. Era pouco mais de dez horas da noite quando Akari chegou. Ela olhou entre as mesas, procurando sua companhia e acabou apertando as sobrancelhas ao ver algo inusitado. 

“Hein…?”

Na última mensagem, Kana havia deixado claro que ela a encontraria facilmente. O motivo era simples. Akari viu um guarda-chuva aberto debaixo do teto do restaurante. 

Por mais que o garçom tivesse pedido gentilmente que ela o fechasse, Kana se recusou, dizendo que aquilo era parte de sua identidade. 

Será que eu posso dar as costas e ir embora…? Infelizmente não. Preciso fazer isso de qualquer jeito. 

A garota engoliu a seco. Lentamente ela se aproximou daquela pessoa excêntrica e a chamou. 

“Com licença… Kana-chan?”

Kana virou-se para ela e deu um sorriso gentil. 

“Ora, Stella-san. Que bom que chegou. Eu estava à sua espera. Sente-se, por favor.”

“Ah, claro… obrigada…”

Stella o fez, mas ainda se sentia desconfortável e também podia sentir os olhares dos poucos clientes ao redor as encarando, com diversas dúvidas em suas mentes. 

Por favor, pessoal, ignorem isso. 

Enquanto Akari se mantinha presa a esse sentimento constrangedor, Kana parecia não se importar nenhum pouco e exibia seu vestido preto com laços roxos com confiança; uma perfeita lolita gótica. 

Por outro lado… ela é tão fofa, Akari pensou observando os cabelos pretos e curtos da garota, assim como seu rosto pequeno como o de uma garotinha. 

“Quantos anos você tem?” Ela perguntou por impulso.

“Eu tenho 16 anos. Mas por que a pergunta?” Kana respondeu inabalável. 

“16?!” 

Era um ano mais velha que ela. Mas parecia ser tão nova. Era justificável que Akari ficasse tão atônita. Ela limpou a garganta e se recompôs. 

“Nã-não é nada. Você já pediu algo?”

“Não. Estava esperando que você chegasse. Além do mais… não pensei que você viria com sua aparência verdadeira, mas você realmente se empenhou em se disfarçar. Só pude te reconhecer por causa da sua voz.”

“É mesmo? Sua audição é realmente impressionante.”

“Lisonjeada. Então, por que ao invés de jantarmos, nós não vamos direto ao ponto? Eu estou meio empolgada, sabe? Não é todo dia que aquelas pessoas são vistas à toa.”

“Uah… você parece realmente animada para isso.” Akari riu sem graça. “Mas eu entendo. Também quero resolver isso o mais rápido possível.”

Percebendo que alguém entendia sua língua, Kana sorriu de forma elegante e dispensou o garçom que se aproximou delas para anotar seus pedidos e se levantou. 

“Então, vamos? Você quer encontrar um desses membros pessoalmente, certo?”

“Corretíssimo.”

Sem hesitar, as duas deixaram o restaurante e seguiram pelas ruas que iam se esvaziando conforme as horas passavam. 

A escuridão era familiar, uma vez que portadores estavam presos a ela e só podiam revelar quem eram de verdade quando a luz do sol não brilhava. 

A busca começou oficialmente depois das uma da manhã, o que significava que elas mataram um bom tempo juntas, conversando sobre assuntos banais e formulando planos de emboscada e ataque, caso encontrassem um dos membros. 

Mas não era garantido que eles eram realmente da Ascension, mas também não era como se houvesse uma pista melhor. 

Em um dado momento, estando ainda no centro — onde a movimentação de civis já era praticamente nula — elas notaram uma figura espreitando por um beco e logo o seguiram. 

Eles andaram praticamente sem rumo nenhum, através de becos e telhados. Isso durou vários minutos e Kana acabou ficando impaciente. 

Observando o indivíduo de trás de um muro alto, Kana abriu a boca. 

“Eu vou pegá-lo.”

“Hein? Mas não deveríamos apenas seguir ele?” Perguntou a confusa Akari. 

“Sim. Mas nós teríamos que pegá-lo uma hora ou outra.” Kana se preparou, mas foi impedida pela mão de sua companhia. 

“Espera. E se ele for mais habilidoso que você?”

“Só temos uma forma de descobrir isso, certo? Esteja preparada.”

Kana tinha um plano em sua mente: capturá-lo e interrogá-lo. 

“Certo. Então…”

Ela saiu do seu esconderijo lentamente e levemente bateu seu guarda-chuva no chão. Linhas roxas translúcidas saíram da ponta do guarda-chuva, como mágica, e rodearam a garota como se valsassem ao seu redor. 

Era a manifestação de seu poder. Normalmente Kana não faria algo assim por ser facilmente detectável, mas dessa vez foi intencional. 

Os olhos de Akari foram iluminados pelo brilho roxo que clareou exageradamente o local, deixando-a maravilhada. 

Essa é sua ID?

Assim que sentiu a presença da garota, o portador, a alguns metros dela, rapidamente se preparou para correr. No entanto, Kana foi mais rápida, e como se teleportasse surgiu na frente dele, apontando o guarda-chuva em sua direção, como uma arma. 

O ar em volta dela estava sendo sugado e formava um vórtice, que podia ser sentido até mesmo por Akari, que estava bem longe deles. 

Kana sorriu ao encurralar aquele portador, que recuou cautelosamente. 

Ele estava com um sobretudo e um capuz, assim como na descrição que ela ouviu antes, e uma máscara semelhante a um rosto humano, mas puramente branca. 

“Boa noite. Eu sou Kana Murasaki. Vi você passando e acabei ficando interessada. Poderia me dizer quem é você?”

“…”

Mesmo sendo tão cordial, tudo o que ela recebeu em resposta foi o silêncio dele. Então Kana percebeu que deveria recorrer a uma abordagem mais agressiva. 

“Entendo… não vai falar, não é? Me desculpe então, mas eu vou ser mais grosseira a partir de agora.”

Ele se pôs em posição de ataque e uma lufada de vento poderosa foi disparada do guarda-chuva, empurrando todo o ar ao redor. 

O portador em questão saltou para o lado, evitando o ataque e priorizou fugir, mas algo o impediu de fazer isso. A sombra de Kana mudou de forma e estava maior,  suas mãos agarradas à sombra do portador. 

“Não posso deixar que se vá. Preciso que você me responda algumas perguntas.”

Kana moveu sua mão e a sombra trouxe o portador até ela. 

“Você é um membro da Ascension?”

Novamente, ele respondeu com o silêncio. Kana sorriu outra vez, seus olhos acinzentados brilhando assustadoramente. Dessa vez, seu sorriso estava diferente do habitual, como se algo nela tivesse mudado. 

A sombra no corpo do portador subiu até seu pescoço e se enrolou nele como fios. No segundo seguinte estava o sufocando sem misericórdia. 

O portador gemeu em agonia. 

“Responda”, ela exigiu. 

“…”

“Está bem então. Se você for um membro da Ascension, então…”

“Espere um pouco, Kana-chan.”

Stella, que só tinha observado até então, saiu do esconderijo, que era um beco entre dois edifícios, e se aproximou. 

“O que houve, Stella-san? Quer que eu pare?”

“Não exatamente… só não quero que você faça algo tão chamativo. Eu pensei um pouco antes, mas agora que o vi de perto, tenho certeza. Ele definitivamente é da Ascension.”

Ao ouvir as palavras e se ver livre da sombra, o portador tomou distância rapidamente, provando que Stella estava certa. Ela já tinha os enfrentado antes, então reconheceria um deles em qualquer lugar. Além do mais, membros da Ascension têm sido alvo de investigações da Black Room há muito tempo. 

“É mesmo?” Kana perguntou retoricamente. “Já que esse é o caso, o que você pretende fazer?”

“É simples”, Stella respondeu e começou a andar lentamente em direção ao portador. “Vou resolver isso do jeitinho da Black room.” Seu sorriso, de repente assustador, foi escondido pela máscara que surgiu magicamente em sua mão. 

****

“Você é bem mais perigosa do que eu pensava, Stella-san”, Kana comentou, enquanto as duas andavam pelo vazio da madrugada. 

“Haha. Você acha? Eu confesso que estava um pouquinho irritada, no entanto.”

“Uma mulher em busca de sua vingança. Esse é um tema muito interessante e dramático. Mas eu tive a leve impressão de que você muda a cada situação que enfrenta. O que é muito mais misterioso.”

“O que quer dizer com isso? Stella franziu o cenho em dúvida. 

“Quando eu avancei, você parecia relutante, mas de repente tomou a liderança e fez o que tinha que fazer. O que causou isso?”

“Eu não entendo o que você está dizendo…”

“É mesmo? Deixe-me colocar em outras palavras.” 

Kana tossiu falsamente e parou. Stella fez o mesmo e a encarou. 

“É como se… você guardasse diversas personagens dentro de si e usasse a mais conveniente para os momentos necessários. Mesmo agora, você não é ‘você’ de verdade, estou certa?”

Em contraste ao sorriso confiante de Kana, a expressão de Stella era indiferente. Não era nada tão importante, mas ela não queria ser chamada de falsa ou coisas do tipo, então ela sorriu. 

“Você é muito esperta. Tem razão. Eu guardo muitas personalidades diferentes. Mas isso não é importante, é?”

“Não é. Eu só fiquei curiosa. Me perguntei se você não estava tentando roubar mais uma por aí…” A garota  passou com seu guarda-chuva por Stella, enquanto dava ênfase na palavra ‘roubar’.

Stella realmente sentiu algo dentro dela quando ouviu isso. Ela quis retrucar, mas respirou fundo. 

“Eu não estou fazendo algo assim. Nós só vamos trabalhar juntas por um tempo, então me aguente até lá. Além do mais, obrigada pela ajuda de hoje.”

“Não há de quê. Só estou fazendo isso porque tenho minhas próprias intenções.”

Stella correu para acompanhar Kana e andou ao seu lado. 

“Pensando nisso, você viu o site dos caçadores. Tem algo interessante acontecendo por lá.” Ela tinha um sorriso malicioso nos lábios. 

“Hum?”

Confusa, Stella pegou seu celular e logo acessou o site. Seu semblante endureceu quase instantaneamente. 

“O que está havendo? Por que M-kun fez algo assim?” Ela apertou o celular nas mãos. 

“Ué…? Você não ficou sabendo? Há um tempo atrás, houve uma discussão em um fórum sobre a real identidade de M-san e alguém ofereceu dinheiro para isso.”

“Como? Eu não fiquei sabendo de nada disso.”

“Hihi. Acontece. Mas eu também me surpreendi. Parece que M-san ficou irritado com eles. Ele não parece o tipo que toma decisões como essa. Eu me pergunto o que ele está planejando.”

Enquanto Kana pensava em como as coisas estavam ficando interessantes com um sorriso no rosto, Stella só ficava mais confusa. Foi um acontecimento muito repentino. 

Será que ele não quis me ajudar por estar enfrentando isso? Além do mais, postar isso nesse lugar não vai chamar muita atenção? O que você está fazendo, Mayck-kun?

Stella pensou nisso atordoada. Ela não era a única a ter acesso àquela publicação. Hana, sendo membro da Strike Down também veria. Sem falar de Chika, Nikkie e os demais. 

Nós tínhamos recebido ordens para não fazer nada muito chamativo… 

Talvez Mayck tinha jogado tudo para o alto. A possibilidade era muito grande, mas o que teria desencadeado isso?

De uma forma ou de outra, Stella decidiu que iria estar na Tokyo Skytree, dali a três dias, para ‘descobrir’ a verdadeira identidade do Olhos Azuis.

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