“Como conseguem deixar algo tão importante ser roubado?”
A voz imponente de um homem de terno preto era a única a prevalecer naquela sala, enquanto os outros três, tremendo, mantinham suas cabeças baixas.
Até que um deles se pronunciou.
“N-nos perdoe, senhor… Estava tudo pronto para a entrega, mas alguém invadiu o lugar e levou a encomenda.”
“E ninguém viu o responsável?”
“Nã-não sabemos, senhor—”
“Patético! Eu passei a porra da tarefa de receber a merda da maleta e ela é roubada. É por isso que odeio depender de pessoas iguais a vocês. Um bando de inúteis!”, disse o homem com a voz alterada.
O cigarro que ele estava fumando chegou ao fim. Irritado, jogou-o sobre o tapete retangular vermelho abaixo de seus pés e logo acendeu outro. Um trago e a fumaça branca foi solta no ar.
“Aqueles desgraçados também estão atrás daquela droga. Com certeza já até usaram. Por outro lado, eu fico para trás porque os filhos da puta sob meu comando são incompetentes ao ponto de perderem uma encomenda. Vocês entendem isso, não é?”
Os homens estavam suando frio. Com seus corpos trêmulos, eles assentiram, hesitantes.
Afinal de contas, estavam na frente do próprio Takeru, cujo poder estava sendo ameaçado por outras facções. Ele, com certeza, não estava de bom humor.
Desde o incidente da Skytree, o sumiço de centenas de portadores abriu uma lacuna enorme no submundo, o que deu a oportunidade para que pequenas facções crescessem de forma extraordinária, consumindo umas às outras.
Um dos principais obstáculos era Kazan, que fora morto pelo Olhos azuis. Ele era um problemático que eliminava qualquer organização que cruzasse seu caminho por motivo nenhum.
Sem ele no caminho, era hora de alcançar o topo.
“Nós sentimos muito, senhor! Estamos procurando o culpado agora mesmo…”
“E de que adianta essa porra agora? Ahh! Gastar saliva com vocês me dá nojo. Escutem bem, eu gastei milhões naquele produto e não vou gastar mais para conseguir outros. Isso quer dizer que vocês vão sair dessa porra de sala e vão dar um jeito de conseguir outros daqueles com a vida de vocês”, disse em um tom ameaçador.
A sobrevivência de sua facção dependia daquele soro, então ele não poderia se dar ao luxo de pegar leve com os inúteis que os deixaram ser roubados.
Em poucos dias, as outras facções já teriam poderes incríveis em suas mãos, e quem conseguisse primeiro já estaria na frente de todos os outros. Por isso era tão crucial.
Dizendo “sim, senhor” unanimemente, os três homens deixaram a sala às pressas. Já fazia mais de vinte e quatro horas que eles perderam a encomenda e não dava para saber onde ela tinha ido parar, então eles tinham que correr, caso contrário suas cabeças rolariam em breve.
E Takeru não era dos mais compreensíveis. Ele oferecia uma chance, até duas, mas não uma terceira.
Será que uma facção rival fez isso? Nesse caso, a informação sobre o posto de troca pode ter sido vazada. Mas não acho que os bastardos do Alec teriam essa marra toda para se infiltrar aqui.
Era um desenvolvimento muito estranho, de fato. A não ser que houvesse um traidor dentro de sua própria facção, o que explicava grande parte de como a encomenda foi roubada.
“Já que é assim, vou ter que mudar minha abordagem.”
Indo até a mesa de madeira na frente da janela, Takeru pegou o celular e fez uma ligação para um de seus subordinados mais próximos.
“Quero que vá até aqueles imbecis e faça-os se lembrarem de quem roubou a maleta”, ordenou. Em seguida, saiu da sala.
A pessoa do outro lado da linha não hesitou em cumprir.
****
Em um local subterrâneo, havia uma espécie de cômodo empoeirado, sujo, que por ser abaixo da cidade, tinha grandes gotejamentos do esgoto, o que tornava seu cheiro quase insuportável.
Um som metálico e urros abafados vinham de uma certa sala, cuja porta de metal se mostrava impotente, guardando o que quer que fosse.
Lá dentro estavam quatro homens, pendurados pelas mãos com correntes enferrujadas, suspensos no ar, enquanto eram surrados por homens usando máscaras de coelho.
Os corpos ensanguentados, com hematomas e feridas dos cativos mostravam que aquela tortura já havia começado há um bom tempo. A única força que restava neles era dispersada com gemidos quase inaudíveis de pessoas que já tinham desistido de chorar e clamar por perdão.
Isso foi o que aconteceu com quatro dos homens responsáveis pelo transporte da maleta — afinal, os outros quatro já foram executados algumas horas antes, depois de sofrerem a mesma tortura.
A porta metálica rangeu, abrindo-se e um homem de terno cinza entrou. Os agressores pararam seu trabalho imediatamente e se posicionaram aos lados, curvando-se.
O homem de cabelos grisalhos assoprados para trás andou até os presos, enquanto o silêncio era absoluto, quebrado apenas pelo gotejar do teto.
“Responda. Quem roubou a maleta?” Sua voz ecoou agressivamente, apesar da frieza.
“E-eu não sei, senhor— Arrgh!!”
A resposta errada lhe rendeu um punho no abdômen. Depois de tantas horas de tortura, o corpo daquele homem já estava calejado, porém esse soco o fez sentir dor de novo. Não era preciso dizer que havia quebrado algumas costelas.
Em seguida, o homem de cabelos grisalhos se dirigiu aos outros, fazendo a mesma pergunta e obtendo o mesmo resultado.
Exceto o último, que, percebendo o seu destino, escolheu outras palavras.
“Quem roubou a maleta?” O punho com a luva preta já estava preparado.
“E-espere, senhor, por favor! E-eu vi quem era a pessoa que estava lá!”
“Diga.” Sua mão relaxou.
“E-ele não é daqui. Antes de desmaiar eu vi que era um garoto de pele escura com cabelos prateados. Ele derrubou todo mundo e pegou a maleta! Eu juro! Foi tudo o que eu vi!”
Diante do desespero do preso, o homem de cinza ponderou por um momento. Depois, deu as costas e fez sinal para os executores.
Percebendo o silêncio repentino, aquele preso começou a tremer.
“Por-por favor! Senhor! Eu disse tudo o que vi! Não me mate, pelo amor de Deus! Não faça isso—”
Após sair da sala, o homem de cabelos grisalhos só pode ouvir o berro doloroso dos quatro homens, que cessou instantaneamente.
****
Takeru entrou na sala de reuniões. Lá, uma figura desconhecida o esperava pacientemente perto da janela. Cabelos prateados escovados para o lado e pele escura. Era óbvio que ele não era japonês.
“Então foi você quem solicitou esse encontro? Nunca vi você por aqui. De onde é?”
“Olá, senhor Takeru. De onde eu vim não é importante, mas tenho algumas coisas a tratar que são de seu total interesse”, disse Caleb, um semblante sério em seu rosto.
Takeru foi alfinetado pela ousadia do garoto ao falar com ele daquela forma, mas pensou que talvez fosse apenas a forma natural dele. Ele decidiu não esquentar com aquilo, afinal, não sabia que tipos de informações preciosas ele teria.
“Hahaha. Entendi. Não se preocupe com isso.”
Apesar de ter perdido sua compostura quando soube do roubo do soro, Takeru ainda era um homem culto e que sabia raciocinar em diferentes situações.
“Me disseram que você tinha informações sobre as outras facções. Eu estou interessado realmente. Talvez haja espaço para negociações—”
Uma ampola com um líquido roxo foi posto na mesa por Caleb, fazendo Takeru mudar totalmente.
Esquece as negociações, o que ele está fazendo com isso? Pensou.
“Eu menti. Não tenho informação nenhuma. Só quero saber o que é isso.”
A substância arroxeada brilhou na ampola.
Takeru pôs um olhar sério no rosto, deixando vazar um pouco de hostilidade.
“Meus homens foram atacados uns dias atrás. Quem os atacou roubou uma mercadoria valiosa. Posso afirmar que você é o responsável?”
Nesse momento, o smartphone de Takeru vibrou com uma mensagem. Depois de verificar o que era, Takeru abandonou a pergunta anterior.
“Esquece. Você é o filho da puta que roubou o soro. Cabelos prateados, pele escura… você claramente não é daqui, então o que isso tem a ver com você?”
Caleb relaxou os ombros. Não havia uma resposta ‘correta’ para a questão em si, mas ele podia inventar uma desculpa ou outra. Afinal de contas, ele não tinha relação nenhuma com aquele incidente.
Talvez movido pela curiosidade ou senso de dever que vinha cultivando por todos os seus anos como agente da reerguida Lótus.
“Isso também não é importante. E aí, vai me dizer ou não?”
“Não tenho motivo nenhum pra isso. Você me deixou puto, moleque. Alguém tem que pagar por isso. Inicialmente, eram duas ampolas. Me dê a outra e eu posso te mostrar um pouco de piedade.”
Sua mão se estendeu fazendo a exigência. No entanto, para seu descontentamento, Caleb sorriu levemente.
“Foi mal. Mas eu não faço ideia do que aconteceu com a outra. Além do mais, não estamos negociando. Eu tenho certeza que meu amigo vai ficar feliz em derrubar quem estiver causando problemas.”
“Muitas piadas para um adolescente. Você não sabe em que está se metendo.”
Com o sangue já fervendo, Takeru meteu a mão na cintura e puxou uma arma do coldre, apontando para o garoto, que permanecia calmo.
Ele sabia que não seria tão simples arrancar as informações que queria de Takeru e, honestamente, não tinha formulado um plano eficaz para lidar com aquela situação — a arma apontada para sua cabeça, ameaçando meter-lhe uma bala.
Depois de alguns segundos de silêncio, Caleb levantou as duas mãos até a altura dos ombros.
“Tá, tá legal. Eu vou te dizer quem está com a outra ampola. Mas você tem que me dizer o que tem nela.”
“Haha! É óbvio que eu não vou falar. Não tenho a obrigação de contar meus planos a um recém-chegado que acha que já manda em tudo. É melhor medir bem suas palavras se não quiser que eu me irrite ainda mais.”
Realmente não havia espaço para negociação desde o início. Obviamente, se ele tivesse continuado com a mentira de ter informações sobre as demais facções, poderia até conseguir algum resultado. Porém, isso não funcionaria com alguém que estava a par de toda a situação aos arredores, diferente de Shin, que estava unicamente focado em ascender na organização.
Caleb pensou um pouco. Parecia só ter um caminho a partir dali. Rapidamente, ele pegou a ampola na mesa e quebrou a parte frágil, levando-a a boca.
“Filho da puta! Que merda você está fazendo?!”
“Já que é assim, só vai ter um jeito de descobrir. Eu vou tomar isso aqui e ver o que acontece.”
Ele inclinou a ampola, a substância chegou à borda.
Takeru cerrou os dentes com força. Ele estava dividido entre sua própria curiosidade e seu egoísmo. Se Caleb bebesse aquilo, ele poderia presenciar em primeira mão o que aconteceria. Por outro lado, ele perderia um recurso valioso.
O garoto ousado estava quase bebendo a substância. Mesmo que seu orgulho não permitisse, a mão de Takeru tremeu levemente.
Infelizmente, era hora de mudar de estratégia.
“Puta merda… Não beba essa porra. Isso é uma substância que alguns cientistas ofereceram para nós testarmos. Eu não sei o que ela faz, beleza?”
Caleb recuou.
“Cientistas?”
“Isso, isso aí. Eles disseram que é algo que pode mudar o rumo de todo o submundo. Nós não fomos os únicos a pegar amostras. Outras facções já devem ter posse delas nesse momento e não dá pra saber a merda que eles vão fazer com isso. Ah! Porra! Agora eu tenho certeza que fiquei para trás.”
Takeru amaldiçoou Caleb por tê-lo roubado. Na corrida pelo poder, sua situação estava extremamente delicada por conta disso.
Caleb ponderou por um momento. Como Takeru não tinha informações relevantes sobre o tal soro e não possuía mais nenhuma ampola, ele era inútil para qualquer fim… ou não. Pensando melhor, o garoto viu que teria que mudar seus planos.
Se aquele cara estivesse aqui, ele poderia decidir o que fazer melhor do que eu. Será que eu deveria perguntar pra ele primeiro?
Enquanto ele refletia em silêncio, Takeru o analisou de cima a baixo, tentando ler suas emoções. O foco de Caleb já não estava mais nele, o que queria dizer que era o momento perfeito para sua jogada.
“Ei, imbecil, agora que você já me ferrou, eu quero te fazer uma proposta.”
“Que mudança de atitude é essa?” Caleb franziu o cenho com o tom de voz calmo-agressivo de Takeru.
“Eu não sei como conseguir mais desses soros, então ele é inútil pra mim agora. Mas eu me recuso a ficar para trás daqueles arrombados presunçosos. Então quero que você coopere comigo para destruir os planos deles. Isso vai ser benéfico pra você, não é?”
Além de descobrir o que era aquele soro realmente, poderia encontrar a mente por trás da distribuição dele. Também poderia parar o movimento problemático que se desenrolava nas sombras da sociedade.
Pensando assim, não era um acordo ruim. Porém, Caleb estava com um pé atrás.
“Será que é só isso mesmo?”
“O que mais eu poderia fazer? Não quero ficar só sentado vendo aqueles caras chegando no topo e virar apenas um peão. Nesse momento, infelizmente, essa é a única forma de manter as coisas equilibradas por aqui.”
O garoto pensou mais um pouco. A expressão séria e confiante de Takeru não parecia esconder nenhuma segunda intenção aos seus olhos. Naquela circunstância, a escolha mais sábia seria a cooperação.
Bom, não acho que isso pode piorar. Ter mais aliados é sempre um bom esquema.
Caleb estava contando com a inteligência de Mayck para caso algo saísse de controle. Então, com um gesto decidido, Caleb e Takeru apertaram as mãos, firmando uma aliança temporária.
<—Da·Si—>
A luz solar acariciava seu rosto, enquanto esperava um e-mail ou uma ligação em seu DA.
Mayck encostou-se na parede de uma loja. As mãos no bolso da calça, eliminando qualquer suspeita de preocupação ou apreensão, turbinado por seu olhar neutro, encarando a tela do celular.
Porém, apesar de sua superfície calma e sem sentimentos à mostra, sua mente processava diversas informações que eram adquiridas a cada segundo que se passava.
No momento, ele se viu pensando no que Fuka estaria fazendo em relação a Haruki. Ela tinha conseguido algum progresso? Ele se sentia tentado a enviar uma mensagem e perguntar, mas um sentimento dentro dele não o permitia — seu próprio orgulho.
Sabendo disso e sabendo também que era algo sem sentido, ele ainda não conseguia vencê-lo.
Uma hora ou outra ela deve me contatar.
Se não acontecesse, então ele iria atrás de Haruki sozinho. Porém, naquele momento, ele tinha outras coisas em que pensar.
Enquanto se perdia em sua própria mente, um e-mail chegou em seu smartphone e ele o abriu sem pensar duas vezes.
Era exatamente o que estava esperando, embora o conteúdo não o tivesse deixado satisfeito por completo.
Era uma atualização de Hina acerca da substância que ela ficou encarregada de estudar.
[Como uma pesquisadora dedicada, me sinto envergonhada de não poder te dar nenhuma informação útil. Infelizmente, eu não consegui descobrir nada sobre a substância ainda. Ela tem uma composição complexa, parece que nada que eu conheço se encaixa nela. É como se fosse algo que fugisse da biologia e química do nosso mundo.]
Ela encerrou o e-mail pedindo um pouco mais de tempo para estudar aquela coisa curiosa, afirmando que só estava mais empolgada com o mistério.
Mayck suspirou. Ele sabia que não seria tão simples, mas o desejo de resolver aquela situação o mais rápido possível o fez criar expectativas demais.
“Bom, não tem jeito. Só me resta esperar. O que será que aconteceu com Caleb?”
Na mesma caixa de entrada, outro e-mail apareceu, como se estivesse apenas esperando Mayck falar, e por coincidência ou não era de Caleb.
[Caleb: Fiz uma aliança com Takeru.]
“Como?!”
Mayck não pôde esconder sua surpresa. Era uma visita de negociação, sim, mas ele não esperava um desenvolvimento desses. Imaginava Caleb enviando uma mensagem dizendo que estava sendo caçado pelos subordinados de Takeru por ter saído de controle ou algo do tipo.
No entanto, foi totalmente diferente.
Acho que subestimei ele…
Mayck respondeu que queria ouvir mais sobre como tal coisa aconteceu. Depois de guardar o celular, deixou o local em que estava.
Não era produtivo ficar só parado sem fazer nada, então Mayck sentia necessidade de dar um passo à frente rumo à conclusão daquela etapa, por isso, encontrou-se com Caleb naquela noite, onde os detalhes foram discutidos.
Mayck não foi contra a aliança; pelo contrário, encorajou Takeru a fazer bom uso dela, dizendo que um aliado a mais era um inimigo a menos. Caleb concordou sem hesitar.
Mayck também recusou se encontrar com Takeru naquela fase. Ele pediu que Caleb continuasse em silêncio sobre a presença dele por seus próprios motivos, enquanto dava suporte para toda e qualquer situação. Caleb não ousou insistir; se ele estava falando aquilo, então havia um ponto no fim das contas.
Mesmo que parecesse estranho, Caleb sentia que podia confiar plenamente no Olhos azuis, como se eles tivessem um relacionamento de longa data — talvez fosse apenas o ar que Mayck tinha de ter tudo sob controle.
De uma forma ou de outra, eles fizeram o planejamento de como lidar com as outras facções. Por intermédio de Caleb, Mayck ficou sabendo um pouco sobre aquelas pessoas que lideravam no submundo.
Havia, contando com a facção Takeru, um máximo de cinco facções que estavam nessa disputa por poder. Uma delas era a Golden Society, mas eles eram os menos ativos na competição, então Mayck achou que não seriam uma ameaça muito grande, principalmente quando ele conhecia alguns de seus membros.
Então o foco eram as outras.
Primeiro, a facção Akagi. Conhecidos por controlar o tráfico e comandar extorsão por toda Tóquio, agindo como agiotas, que ofereciam dinheiro para grandes empresários, mas também eram responsáveis pela falência deles. A facção costumava usar essas empresas para expandir seus negócios por todo o Japão, além de serem temidos por eliminarem rivais sem o menor escrúpulo.
Depois, a facção Yamada, que concentrava seus poderes no contrabando de portadores e armas, oferecendo mercenários ou cobaias para seus clientes, não importava o que fosse. Eles agiam como um cartel bem organizado, que driblava leis para transportar suas mercadorias pelo Japão, até mesmo para outros países.
A facção Kurokawa, diferente das outras, agia no meio político, com membros infiltrados no governo e que se aproveitavam das leis para se beneficiarem com riqueza e poder.
A facção esteve em silêncio por um tempo, provavelmente para passar despercebida pela Strike Down, que, apesar de saber sobre sua existência, não podia lidar com ela, mantendo suas atividades sigilosas, porém, com a oportunidade de implantar o caos no país, ela iria voltar aos holofotes lentamente.
Mayck analisou as informações sobre os três grupos e não pôde evitar pensar que eles eram mais organizados que aqueles caras das quatro zonas no Brasil.
Diferente dos quatro líderes que conheceu naquela época, essas facções tinham poderes muito mais enraizados e que agiam em postos muito mais altos, mostrando que lidar com eles seria mais arriscado do que parecia.
Por sorte, Mayck tinha experiência com esse tipo de coisa e a ajuda de Takeru veio a calhar. Porém, ele não conseguia acreditar que iriam ter o suporte de um desses grupos só para derrubar os outros. Mesmo sem ver Takeru pessoalmente, ele não conseguia se livrar da sensação de que havia algo mais por trás, então decidiu se manter vigilante sobre ele.
Era a hora de pôr seu plano secundário em ação.