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Vinland, o reino do norte e terra dos bravos guerreiros.

Se você pudesse descrever Vinland, antigamente você os descreveria como puros barbarus, isto porque Vinland idolatra o deus da guerra. Odin.

Eles acreditavam que como guerreiros, morrer em uma batalha era uma grande honra e faria com que sua alma renascesse em Valhalla, a terra que Odin, o deus da guerra e dos céus, preparou para todos os seus seguidores.

Por causa desta crença eles nunca temiam a morte, o que era um pesadelo para as nações vizinhas. Mas mesmo Vinland não conseguiu evitar ser influenciado pela mudança dos anos, fazendo Vinland, assim como as outras nações, se inclinarem mais para o socialismo.

Por serem uma das seis grandes nações, eles possuem um vasto território para além do podem gerenciar, e é aí que o culto demoníaco entra.

Eles se aproveitavam dessas áreas longe da sociedade, como planícies ou montanhas para montarem seus esconderijos.

E é em uma destas montanhas que havia uma passagem secreta para o interior, onde se encontrava um dos esconderijos do culto demoníaco.

Encontrar ela é verdadeiramente difícil por causa da vegetação da floresta que cobre toda a montanha, fazendo até mesmo os próprios membros se perderem mesmo que soubessem dela.

O seu interior era gigantesco, e nela se encontrava uma enorme construção que se parecia com um templo pela sua estrutura. Tinha até um claustro, (jardim).

Era um dos templos construído por um antigo crente na época em que o culto demoníaco ainda estava em seu auge por adoração ao soberano demoníaco, o que agora se tornou um abrigo para os remanescentes do culto.

Então, por ser antiga, não é surpresa que sua aparência parecesse quase precária. As paredes começaram a rachar ao longo dos anos, os fungos crescem por todos os lados e a sujeira podia se encontrar por todo lugar.

As paredes tinham uma tonalidade escura e as vidraças avermelhadas, tornando sua aparência bastante sombria e sinistra.

Os cultistas abrigados no esconderijo estavam espalhados pelo templo, andando de um lugar para o outro e matando o tempo conversando uns com os outros.

Capaz de acomodar mais de mil membros do culto, era um excelente esconderijo para que pudessem exercer livremente suas atividades pelas sombras. E como qualquer outro templo, ela também possuía uma torre onde ficava o sino. Mas ao invés do sino, dois membros se encontravam lá observando tudo de cima.

“Haa…sinceramente não entendo os superiores. Porque nos ordenam que devemos ficar de vigília em um esconderijo que não é encontrado a anos!? Sinceramente!”

Disse com insatisfação um dos membros da vigília, que seu companheiro respondeu sarcasticamente.

“Você não soube que os líderes têm andando em cascas de ovo por causa do tal Juiz da morte? Eles fingem que não, mas provavelmente deve ser por causa dele que as coisas têm andado tão tensas.” 

“Sim, eu sei, estou apenas desabafando. Mas sinceramente, para nos proibiram até de sairmos dos esconderijos aí já é demais. Já fazem dois meses e eu estou me sentindo inquieto!”

Os membros apenas eram permitidos sair dos esconderijos por causa de missões, que em sua maioria eram sequestro, reconhecimento, roubo e as missões de nível alto.

Mas já fazem três meses que eles não vinham mais recebendo missões, o que quer dizer que durante esses meses eles nunca saíram do esconderijo, o que vinha gerando ressentimento entre os membros do culto.

“Haa…minhas mãos coçam de saudades só de pensar em estrangular uma criancinha enquanto me delicio com seu sangue. Mas o mais excitante são as expressões de desespero que elas…hm? Ei, você não acha que os membros alocados na entrada secreta estão demorando para voltar?”

Enquanto o membro que estava sempre reclamando, falava de suas atividades passadas e de como estava com saudades dela com o rosto vermelho de excitação, percebeu que alguns membros que ficavam andando perto da entrada não estavam aparecendo em seu campo de visão.

Ele achou que haviam saído por algum tempo, mas ao ver perceber que até agora ainda não haviam retornavam, começou a achar estranho.

“Será que eles foram dar uma escapadinha? Não curto homens mas também não julgo aqueles que curtem, kekeke.”

Disse ele de maneira maliciosa. Mas o seu companheiro permaneceu sem responder desde o seu primeiro comentário, o que o deixou chateado.

“Ei, porque você não responde? Estou falando com você…!?”

Mas assim que ele se virou para seu companheiro com claro aborrecimento, seus olhos se arregalaram em choque assim que percebeu que ao invés de seu companheiro, uma enorme sombra em formato de pessoa estava olhando para ele.

“Quê-Humph!?”

Confuso ele tentou perguntar o que era, mas a mão da sombra foi mais rápida pegando-o fortemente pela boca e o impedindo de pronunciar qualquer som. 

“Hmph?!…”

O desespero tomou conta do cultista ao se aperceber da incrível força que a sombra havia aplicado sobre sua boca e que ele era alguém hostil. Não importava o quanto ele tentava se soltar de seu aperto aplicando toda a sua força, o braço da sombra nem sequer parecia tremer.

‘Q-quem!? Será que!…Impossível! Se for ele! Como foi que conseguiu chegar até aqui sem ser!-’

*Crack!*

Infelizmente ele não conseguiu terminar seus pensamentos porque sua mente se apagou com o som de ossos sendo torcidos.

§§§§

Enquanto mais da metade do culto se encontrava andando pelos arredores do templo, nos corredores e pelos diversos cômodos. Outra metade, assim como os principais líderes, se encontravam presentes no salão principal. 

Estátuas de demônios podiam ser encontradas decorando as paredes do salão, com velas e incensos acendidos por todos os lados.

No altar se encontrava um homem de meia idade que parecia ser o alto líder da filial. Ele era careca e também não tinha sobrancelhas, e seu robe era mais avermelhado que dos outros membros.

Haviam também outros membros do culto ao seu redor que o cobriam como um meio cerco, que eram dez no total. Cinco deles tinham aparências bastante intimidadoras, alguns com espadas grandes nas costas e outros com adagas, e outros cinco que cobriam os rostos com capuzes não possuíam armas.

Estes dez eram a elite da 1º filial do culto demoníaco em Vinland. O esquadrão de sangue.

O líder da filial que se encontrava no altar, estava de olhos fechados e com a palma das mãos juntas.

“Ô, meu soberano, o verdadeiro governante deste mundo vil e catastrófico. Eu entrego esta maldita alma a você com todo o meu ser.”

“Hmph! hmph!!…”

Uma pessoa se encontrava deitado sobre uma plataforma de pedra que chegava até a cintura do líder cutista. Ele estava sem roupas, estava amarrado com todos membros juntos e tinha uma mordaça na boca, o que o impedia de falar.

O desespero era visível em seus olhos que lacrimejavam até ficarem vermelhos. Ele se debatia desesperadamente na plataforma tentando de alguma forma se libertar, mas infelizmente seus esforços pareciam inúteis. 

Mas o cultista não parecia se importar com seu desespero, e sem parecer perturbado continuou com a sua oração. 

“Do sangue vive o homem, e do sangue morre o homem.”

Depois que o líder da filial disse estas palavras, estendeu a mão para o lado. Neste momento um dos membros do esquadrão de sangue aproximou-se segurando cuidadosamente uma faca em suas mãos, como se fosse uma relíquia sagrada.

A faca tinha um design peculiar e sua lâmina era de cor vermelha como sangue.

O líder recebeu a faca das mãos do cultista apontando-a para o peito do homem preso na plataforma.

“Se do sangue morre o homem, que de seu sangue outro ser possa viver. Que a vida deste ser insignificante sirva como um trampolim para o futuro do culto!”

“Hum!! Hmph!!”

O desespero em seu rosto se intensificou assim que ouviu as últimas palavras do cultista.

*Swich!*

“Ghck!?…Hck!…”

O cultista não hesitou cravando a faca profundamente sobre o coração do pobre homem que tentava gritar por socorro. Quando o cultista retirou a faca do peito, o sangue do homem começou a flutuar para fora de seu corpo e começou a ser absorvido pela lâmina vermelha. Seus olhos começaram a perder a luz da vida e seu corpo começou a secar e ficar azul pela falta de sangue até ficar parecendo uma múmia.

O cultista estendeu outra mão, e outro cultista lhe entregou um cálice de cor preta. O cultista colocou a ponta da lâmina sobre o cálice e o sangue começou a escorrer sobre o cálice, enchendo-o até a borda.

“Quantos até agora já foram drenados?”

Perguntou o líder para o cultista que lhe entregou a faca.

“Com este já fazem cinquenta, bispo.”

“Cinquenta, você diz.”

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Ele levantou o cálice para o alto, admirando o design do cálice antes de colocar em sua boca.

*Gulp.*

Ele começou a beber o sangue do cálice, algumas gotas escorrendo de sua boca descendo até o pescoço, mas ele não se importou até que o cálice estivesse completamente vazio.

“Haa…”

Depois de beber até a última gota, ele começou a sentir uma força crescendo em seu interior, veias vermelhas brilhavam sobre sua pele e quando abriu os olhos, suas íris brilhavam em vermelho e uma explosão de energia correu por todo seu corpo. Era sua mana corrompida que havia aumentado exponencialmente.

“Agora eu, líder da 1ª filial do culto demoníaco, alcancei o pico de um demônio avançado!”

O culto demoníaco é classificado por: 

Rei demônio.

Demônio superior.

Demônio avançado.

Demônio intermediário.

Seguidor demoníaco.

Tendo o rei demônio como a classificação mais alta do culto.

“Meus parabéns ao líder da filial por ter se tornado um demônio avançado!”

Os membros do esquadrão de sangue, classificados como demônios intermediários, ajoelharam-se em uma perna e parabenizaram os líderes. Mas os membros de baixa classificação, classificados como seguidores demoníacos.

“Parabéns ao líder da filial!”

“Parabéns ao líder da filial!”

“Parabéns ao líder da filial!”

Todos saudavam o recente aumento de poder de seu líder, que era um passo para a prosperidade do culto. Mas o líder não se deixou levar pelos elogios e permaneceu com sua expressão inalterada.

“Seus demônios! Malditos desgraçados!”

Foi quando uma voz repleta de frustração ecoou pelo salão chamando a atenção de todos, até a do líder da filial. 

Do lado esquerdo do altar, no final da parede se encontrava uma sala barricada com grades de ferro, e dentro dela se encontravam três pessoas, destes, dois eram homens e uma mulher.

Um dos homens estava encolhido no canto da sala com o rosto contorcido em desgosto e medo, e do outro lado a mulher que parecia ter perdido as esperanças. Mas um deles ainda não parecia ter perdido seu espírito de guerreiro.

Ele segurava as grades de ferro com força enquanto lançava olhares mortais para o líder da filial.

As roupas dos três não eram muito chamativas, mas bem ao lado da sela se encontrava um conjunto de equipamentos e espadas de alta qualidade que claramente pertenciam a eles.

“Oh? Peço desculpas por estar ignorando meus convidados. Como podem ver, estava bastante ocupado.” 

Disse o líder da filial como se quisesse ser cordial, porque embora tenha dito estas palavras, claramente não estava interessado. Ele começou a descer os degraus do altar até chegar de frente a cela onde se encontravam os reféns.

“Espero que não tenham se sentido negligenciados.”

Disse para o homem na cela.

“Você!…”

A raiva e ódio brilhavam nos olhos do homem segurando as grades de ferro como se quisesse quebrá-las.  

“Seu miserável!…Eu vou matar você!…Te matarei com as minhas próprias mãos!”

“Quanto ódio, isto é por causa do vosso companheiro? Não se preocupem, ele morreu por uma boa causa.”

“Seu desgraçado!!”

“…Não entendo porque tanta raiva.”

Não havia nem uma pitada de culpa ou amargura no rosto do líder. Era como se ele realmente não entendesse porque a pessoa à sua frente guardava tanto rancor sobre ele, mesmo sabendo que acabou de matar um de seus companheiros bem na sua própria frente e bebeu do seu sangue.

“Tudo o que fiz foi transformar seu sangue em um elixir.”

Disse ele como se quisesse explicar.

“Elixir?…”

“Sim, um elixir.”

Elixires são especiarias criadas para aumentar a quantidade de mana do núcleo de alguém. 

Para criar um núcleo de mana é necessário aprender uma técnica chamada ‘respiração de mana’, que resulta em absorver a mana da natureza a partir da respiração para a criação de um núcleo, então a quantidade de mana de alguém varia muito durante a criação do núcleo.

Mas assim que o núcleo é criado, com exceção dos magos, já não é possível aumentar sua quantidade através da técnica da respiração, tornando os elixires seu único método.

Por isso eles são bastante valorizados. Mas sua criação é bastante complexa e é preciso de materiais raros como plantas que contêm uma boa concentração de mana. Fazendo de um elixir algo bastante procurado e também muito caro. O que faz muitos cavaleiros e guerreiros desesperados por ela.

Mas o culto demoníaco é diferente, porque eles possuem a mana corrompida. Que é mana criada através de uma técnica de respiração que corrompe a mana da natureza através de toda a maldade humana acumulada.

Ao aprender esta técnica sua força física acaba por superar muito a de pessoas com a mana natural, mas ela traz suas consequências. As pessoas tornam-se mais violentas porque ela afeta suas personalidades tornando-os insensíveis ou extremamente violentos.

E o sangue das pessoas é como um elixir para eles. Por isso eles sequestram pessoas e as torturam antes de beberem o sangue deles, e através de um ritual, acumulando uma grande diversidade de sangue, é até possível subir de nível de classificação.  

Então pessoas com núcleo de mana ou melhor, se já for um usuário de aura, torna o sangue ainda mais especial para o culto.

“Vosso companheiro provou ser alguém bastante útil. Um guerreiro de aura intermediário de três estrelas, juntamente com o sangue de outras quarenta e nove pessoas, deu-me um elixir bastante agradável.”

“Desgraçado!…”

Os braços do homem na grade tremiam de frustração ao pensar que o companheiro deles foi transformado em nada além de um elixir.

‘Porque acabamos neste tipo de situação?’

Pensou o homem, enquanto o arrependimento surgia amargamente em seu interior.

Vinland tem o costume de respeitar os mais fortes e mais conhecidos no reino, neste caso, quanto mais feitos você tiver em seu histórico mais conhecido e famoso você se tornaria no reino.

Estes jovens que estavam nos trinta e poucos anos não eram exceção. Eles estavam subjugando alguns monstros em uma floresta desconhecida a fim de aumentar suas famas.

Mas durante a noite de lua cheia, enquanto se preparavam para dormir, foram subitamente atacados pelos membros do culto demoníaco. Como eram guerreiros de aura de nível intermediário, conseguiram se defender durante um bom tempo e mataram muitos.

Mas foi então que cinco membros do esquadrão de sangue surgiram. Esses membros do culto que se entregaram completamente ao caminho demoníaco de corpo e alma eram capazes de manifestar aura demoníaca.

Os cinco eram de nível intermediário, então não foi surpresa quando os três foram subjugados, sequestrados e levados para o esconderijo deles.

Quando acordaram, já estavam presos na cela. Eles tentaram manifestar suas auras para escapar, mas por alguma razão não conseguiam manifestá-las dentro da cela.

Então eles não puderam fazer nada enquanto um de seus companheiros foi tirado da sala apenas para ter seu sangue sugado por uma faca de aparência estranha. 

“Porque estão fazendo isso?…”

Disse o homem, lamentando a situação que se encontrava. Que o cultista falou desinteressado.

“Vocês não podem culpar ninguém se não a vossa própria fraqueza.”

“Maníaco diabólico!! Por acaso você não teme a ira dos deuses!?”

“Ahahaha, ira dos deuses? Que coisa mais engraçada você acabou de dizer. Não tenho tempo a perder com vocês.”

O cultista riu de humor antes de se preparar para ir embora. Mas as últimas palavras do homem o pegaram de surpresa.

“E se for o Juiz da morte?”

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