Selecione o tipo de erro abaixo

❖ ❖ ❖


Em suas recordações mais antigas, o estudante lembrou como agia com seus pais. Seu comportamento passado era diferente se comparado com o atual. 

Quando acordava pela manhã, reunia-se para tomar café da manhã com a sua família. 

Ele sentava à mesa, que era localizada na sala principal, junto com seu pai e sua irmã mais nova, enquanto sua mãe preparava a refeição na cozinha, e ia de encontro com eles assim que terminava. 

Sua mãe sempre carregava consigo um sorriso gentil, acompanhado de palavras doces e um olhar de compaixão, mas também determinado. 

Sua irmã estava sempre debilitada por conta de sua condição física incomum, mas tentava sempre mostrar sua força e resiliência em uma competição de comida, — podia-se dizer que era ela quem mais comia e dava mais despesas. 

Enquanto, por outro lado, seu pai se mantinha ocupado na maior parte do tempo. Embora seu comportamento fosse frio e afastado, suas ações eram completamente gentis e de tamanha compaixão — um homem de poucas palavras, mas suas ações valiam mais do que mil palavras poderiam ser ditas.

Sua mãe trazia consigo o mesmo, — o mesmo prato usual que Rei tanto amava. 

Nato (soja fermentada), missô de vegetais, carne e arroz com Wakame (alga marinha). 

Essas eram as mesmas refeições que comia antes de se preparar para um dia exaustivo na escola. Ainda que nunca enjoasse, pois eram suas comidas prediletas. 

A sensação de acordar cedo, sentir as brisas de vento refrescantes que adentravam e revestiam seus pulmões enquanto conversava com a sua família. 

Era sempre aquela rotina cotidiana, mas com conversas distintas. Aquela sensação revigorante, de união e paz. Eram lembranças que nunca voltariam a se repetir novamente. 

Antes de sair de casa, sua mãe sempre lhe entregava uma bandeja que continha algumas peças de Nigiri, Gunkan, Hossomaki Tekkamaki e Uramaki com arroz. (Sushis) 

O sorriso em seu rosto era evidente, ele podia sentir todo o amor e consideração de sua mão através da comida. Cada peça era feita unicamente, com perfeição e maestria. 

Em seguida, ela entregava a mesma bandeja para sua filha, com diferentes peças e alimentos. 

Tais bandejas eram para o Kyuushoku (給食), a merenda escolar, que ocorria sempre nas tardes e no intervalo das aulas. 

Sua irmã sempre ia de carro com seu pai, sua escola preparatória era em um distrito contrário ao que Rei estudava, ficando próximo ao trabalho de periodo integral de seu pai. 

O distrito Hokkaido (北海道), enquanto o seu ficava no distrito de Yokohama.

Assim que saia de casa, seu amigo que morava no mesmo bairro que o seu, Tsunada, o acompanhava para a escola. 

❖ ❖ ❖

Após relembrar essas memórias antigas por conta da mesma sensação da manhã que sentia antigamente, o estudante deixou um sorriso escapar de seus lábios. 

Um sorriso arrependido, quase como se não conseguisse aguentar algumas lágrimas de caírem de seu rosto, — seu semblante parecia se desmoronar a qualquer momento, embora não o fizesse. 

“Sinto sua falta, mãe…”

“… Espero que todos estejam bem.”

Ele pensou desanimado, com uma certa apreensão e ansiedade que não conseguia descrever. Até esse momento, ele não sabia o que tinha acontecido em seu mundo. 

Não sabia se tinha morrido, ou se foi considerado apenas desaparecido assim que houve o acidente. Ao certo, ele não sabia. Era doloroso imaginar que seus pais tiveram que vê-lo morto naquele acidente. 

Seu coração doía.

Era difícil de imaginar.

A sensação era de insuficiência. Quase como respirar, mas não conseguir.

Ainda que tudo nesse mundo estivesse bem, aquela sensação ainda esgueira-se em seu peito. 

“Não poderei nunca mais voltar para o meu antigo mundo…?”

Era o que seu pobre coração parecia dizer naquela hora, enquanto se esforçava para não pensar naquela ocasião. 

A última coisa que desejava era que os seus pais e sua irmã pudessem encontrá-lo naquele estado. Até mesmo seu melhor amigo, Tsunada, teve que morrer sem poder dizer nada para seu amigo ou sua própria família. 

Era difícil pensar nessas questões. 

O estudante então escolheu esquecê-las por um breve momento, antes de manter uma expressão firme em seu rosto, que parecia dizer a todo momento: “Tudo está no passado”. 

Ele se recompôs. Não se deixou abalar e levar negativamente pelas últimas memórias que teve em seu antigo mundo.

… Pelo contrário. 

Tentou filtra as emoções e os melhores acontecimentos desse novo mundo, não se deixando afetar, e pensando sobre tudo que ocorreu até o momento que estava agora. 

Assim que deixou de pensar nessas memórias e recordações, voltou a pensar racionalmente, — quase como se tivesse acordado de um transe. 

Aquelas recordações eram de fato preciosas para Rei, mas ao mesmo tempo em que traziam conforto e alegria, também causavam tristeza e um aperto enorme no coração.

Ele deu alguns tapas em suas bochechas, então sorriu novamente. Seus olhos foram iluminados com a visão que teve diante de si, aquela estranha cena que nunca teria a capacidade de observar em seu antigo mundo. 

Nessa hora, até mesmo o universo pareceu querer lhe reconfortar. Algumas das pétalas da cerejeira próxima caírem sobre sua cabeça e diante de seu rosto. 

Ele olhou vagarosamente para elas, então deu um suspiro. 

Nessa hora, seu olhar mudou. 

“Suas pétalas eram rosas… mas agora são azuis?” 

Foi a primeira coisa que sobreveio em sua mente, até mesmo esse fato insignificante pareceu interromper sua linha de raciocínio. 

“Além disso, a árvore não era rosa? Tenho certeza que era, então por que está azul?”

Olá, eu sou o XXX!

Olá, eu sou o XXX!

Comentem e Avaliem o Capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥