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Capítulo 127 – Eu falhei. X


❖ ❖ ❖

Antes que pudesse dar alguns passos a frente e sair do salão de artes em que estava, uma voz feminina cortou rapidamente a atenção de Kazuki, Mia e Takayo. 

— Por favor, esperem um minuto! 

Ao olhar para trás, depararam-se com a figura de uma elfa com olhos azuis, uma coloração tão profunda que parecia parte do oceano. 

Ela tinha cerca de 170 cm, com cabelos longos prateados, e uma roupa de tecido adornada, diferente das vestimentas de outros elfos aos quais Kazuki encontrara pelo refúgio. 

Com muita empolgação ao ser chamada por aquela elfa, Mia sorriu amavelmente para ela, e logo disse com um tom afetuoso e agradável. 

— Alaniaa! 

Kazuki ficou surpreso com a declaração, fixando seu olhar sobre a elfa que se aproximou. 

“Alania? Acredito que seja a elfa que esteja administrando todo esse convento, não foi ela que estava falando com todas as crianças até agora pouco…?”

— Olá Mia, olá Takayo. Tudo bem com vocês? — Ela perguntou virando-se para o homem-fera em seguida. — Então… senhor Ka-kazuki, certo? 

— Sim, exato. Gostaria de alguma coisa? 

Arrumando o seu óculos de forma estabanada, Alania perguntou nervosamente. 

— Se não me engano, você é o guardião de Mia e Takayo, correto?

Antes de respondê-la, o homem a olhou atentamente, e após uma pausa, respondeu.

— Sim, você está correta, sra. Alania. Por que a pergunta?

— Certo, senhor Kazuki… Você poderia vir comigo um instante, precisamos conversar! 

Com uma expressão confusa no rosto, e deduzindo que talvez não fosse algo de suma importância, Kazuki declarou:

— Precisa ser agora? É de extrema relevância?

— Sim! Precisamos conversar agora, poderia por favor vir comigo? É de extrema importância — declarou por sua vez ela, com uma expressão séria no rosto.

— Ok. 

Kazuki colocou Mia no chão e seguiu Alania, que parecia caminhar depressa até um outro cômodo que fazia complemento com o salão de artes.

— Mia. Takayo. Esperem aqui. Eu e a Alania precisamos conversar, certo?

Assim que terminou, Mia e Takayo encheram a bochecha de ar, com raiva por Alania ter que conversar exclusivamente com Kazuki.

“Por que não podemos ouvir também? Se isso é importante, deveríamos estar também. Ainda mais quando está falando sobre nós…”

Pensou ambos, com o olhar fixo para Kazuki. 

— Por que não podemos ir? 

— Conversa de adulto, crianças — respondeu enquanto dava algumas pequenas risadas. 

“A forma em que os dois estão com raiva… parece dois cachorrinhos…” 

Disse mentalmente Kazuki, tentando segurar as pequenas risadas recorrentes à medida que seguia Alania. 


❖ ❖ ❖

Ao adentrar o cômodo, notou-se que se tratava de um pequeno escritório, não muito grande, mas revestido de móveis e mobílias de madeira por toda a região.

A iluminação era bem fraca, iluminada por um tipo de pedra de mana ou um tipo de magia arcana ou elemental, que dava um aspecto físico na sala de limpo e clínico. 

Nas paredes, algumas pinturas que pareciam fotografias estavam à mostra, e em cima dos móveis alguns brinquedos de madeira e peças de artes, amontoados aos montes. 

— Bonitos, não acha? — perguntou Alania. 

— Sim, de fato. 

— Sabia que elas foram feitas pelas crianças? Nem dá para acreditar que teriam tanto talento assim. 

Kazuki ao dirigir sua atenção para frente, observou que a elfa já estava sentada sobre uma cadeira, atrás de uma escrivaninha preta, enquanto sorria em sua direção, agradavelmente. 

— Por que não se senta? — perguntou ao mesmo tempo em que apontava para a cadeira à sua frente. 

O homem então dirigiu-se até a cadeira, em seguida encarou a elfa, sem entender seu comportamento formal.

— Certo, senhora Alania. Por que está fazendo isso?

— Calma… não precisa se apressar. Antes disso, eu preciso me apresentar. 

Com um sorriso à vista, e esticando as mãos em sua direção, a elfa apresentou-se. 

— Prazer, eu sou Alania Canterbrace! Sou especialista em artes contemporâneas e psicóloga. 

Ao apertar as mãos dela, Kazuki também disse: — Igualmente, sou Kazuki, como você já deve saber, é um prazer! 

— Então, acredito que você já tenha ideia do por que está aqui, Kazuki. 

— Sim… — respondeu, olhando para o chão.

— É sobre Mia e Takayo, não é? — acrescentou.

— Correto! 

— Antes que possamos prosseguir, gostaria de fazer uma pergunta: O que você esteve fazendo na noite anterior? Não sinta-se pressionado em responder. Peço desculpas antecipadas caso isso soe ofensivo.

— Está tudo bem. Bem, eu… estava na vila perto do rio Nertyrem, senhora — respondeu de imediato. 

— Se-senhora? — murmurou ela baixinho, indignada com o comentário. Tentando ao máximo conter a raiva, pois afinal, não parecia velha de maneira alguma.

— Percebi que não esteve presente com Mia e Takayo na noite passada, então isso explica o porquê…

— Enfim, não te chamei aqui para lhe interrogar. — Elasoltou um suspiro interrompendo o comentário anterior, e então olhou em seus olhos. — Olha, para ser franca, temo que Mia e Takayo ainda não estão bem. 

Após escutar a fala de Alania, Kazuki cerrou os dentes e apertou as mãos fortemente, contendo a sua raiva. 

— Por que você diz isso? 

A elfa abriu a gaveta de sua escrivaninha, e pegou algumas folhas de papel que estavam nela. 

Em seguida, as coloca sobre a superfície da mesa, de modo que estivesse à vista para que pudesse ser visto. 

Kazuki ao notar o que estava desenhado, se assustou e arregalou ligeiramente seus olhos. 

A figura de um Demogorge inteiramente preto, e com chifres na cabeça. Tanto o desenho de Takayo, quanto o de Mia mostravam uma imagem similar ao monstro.

— Eu pedi para que todos desenhassem algo em mente, mas algo que realmente estivesse infringindo os seus corações! A maior parte das crianças ilustrou casas em chamas, e outras crianças, cidades e estradas destruídas. É de se esperar por conta da guerra, mas… 

— Mas nenhuma chegou a desenhar criaturas tão horrendas e nítidas como estas! — acrescentou Alania, com o tom de voz preocupado. 

Houve um silêncio após o comentário, então a elfa olhou para Kazuki e continuou de onde tinha parado. 

— Olha, eu realmente entendo que todos estejam passando por um momento difícil, mas você poderia me contar o que aconteceu? Quando perguntei a Mia e Takayo, eles não disseram nada em resposta. Se recusaram a dizer qualquer coisa relacionada ao assunto.

Continua…

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