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Capítulo 146 – Conversa séria? Talvez? X

❖ ❖ ❖


— Bom dia, Reiji. Tudo bem com você, meu salvador? 

Antes de caminhar para o lado de fora, o estudante acabou ouvindo a voz calorosa de Terqueo, que parecia carregada com extrema empolgação e felicidade.

Ele olhou de relance para os dois à frente por um momento antes de sorrir e responder de volta:

— Ah, bom dia galera. Salvador? Qual é. Não precisa me tratar de maneira tão formal, Terqueo. 

— Não, não. Eu não conseguiria te tratar informalmente! Por favor, espero que consiga aceitar ao menos isso da minha parte — comentou em resposta com as sobrancelhas abaixadas, e uma expressão de bondosa estampada no rosto. 

— Bem… faça como quiser, já que insiste. Nunca me importei com esse tipo de tratamento, você sabe. 

Dito isso, o estudante notou que a sempre quando respirava ou abria a boca, uma pequena fumaça de umidade saía para a atmosfera. Da mesma maneira como acontecia com outras pessoas próximas. 

Além disso, a sua respiração parecia mais lenta, enquanto uma sensação de queimação parecia percorrer parte do seu sistema respiratório e machucar o nariz.

Círdan, que estava parado próximo de Rei, então explicou a situação para o garoto, ao notar a expressão de confusão ele parecia fazer. 

Honestamente, era mais como uma criança, — Rei estava colocando as suas mãos nas bolhas de umidade, quase como se nunca tivesse visto tal coisa. 

— Está chovendo do lado exterior, caso esteja se perguntando. Devido a isso, tanto o ambiente quanto a temperatura daqui diminuem consideravelmente. — Círdan comentou brevemente, com o olhar voltado para as paredes grossas de pedra. 

— Não se preocupe tanto, essa mudança é inevitável, e no máximo, o que pode ocorrer é algum resfriado em pessoas que não estão receptivos a essa mudança — acrescentou. 

Quando termina com a explicação, o garoto assentiu com a cabeça em concordância. 

Por algum motivo, apesar do vapor d’água ser solto com a inspiração e expiração, o ambiente ao redor parecia úmido e não causar nenhum tipo de frio, sendo até mesmo o ar seco e ríspido. 

— Então… Viemos aqui hoje para conversar. Existem algumas coisas importantes a serem ditas. E, como não conseguimos falar com você ontem a noite, espero que possa ceder parte de seu tempo agora. 

Círdan olhou para Rei, mantendo o contato visual. 

 — Ontem… a noite? 

— Sim, disseram-nos que você tinha chegado ao anoitecer de ontem no refúgio. Batemos várias vezes na porta do seu quarto, mas não houve uma resposta. Talvez você estivesse… dormindo naquela hora, possivelmente? Embora tenhamos ouvido sons estranhos. 

O elfo perguntou, mas seus olhos estavam acesos e nublados de curiosidade. 

Após receber aquela indagação, o garoto virou o rosto corado para o lado, — sendo sua única reação imediata assentir com a dedução de Círdan.

“As pessoas que estavam batendo na porta ontem… assim, tipo, quer dizer que… eram eles? Que poh…”

— Ah, sim, claro… eu estava dormindo. Não consegui ouvir nada, foi mal por isso. O barulho? Eu não faço ideia — comentou ele depressa, com um sorriso embaraçoso e o coração acelerado.

— Oh, certo. Não, está tudo bem. Não precisa se preocupar, nós acabamos sendo inconvenientes e indo até você sem nenhum aviso prévio — declarou por sua vez Terqueo, com uma voz ligeiramente calma e simpática. 

Decidindo mudar de assunto rapidamente, sem tentar transparecer seus sentimentos internos em suas palavras, o garoto tomou fôlego e questionou com a expressão no rosto séria. 

— Sabe, vocês não tem algo importante para dizer? Por que não dizem logo? Estou bem na frente de vocês agora. 

— Não, não aqui. Primeiro, vamos para os meus aposentos, para que possamos conversar com calma e tranquilidade — exclamou Círdan, virando-se para o lado junto de Terqueo. 

— Ok. 

❖ ❖ ❖


Pouco antes de chegar no cômodo de Círdan, o autoproclamado líder de todos os elfos do refúgio, Rei percebeu que o aposento do elfo ficava em uma área isolada, afastada das demais. 

Assim como o restante do refúgio, havia uma atmosfera igualmente densa e calma no local, mas com uma pequena diferença: Havia um silêncio pairando por toda a zona, como se a região estivesse sob uma camada à prova de som.

O cômodo do elfo, diferente de todos os outros quartos, parecia não ter uma estrutura. Na realidade, estava mais para uma pequena porta de madeira ligada às rochas, como na porta principal para o interior de Svishtar.

Ao olhar em volta, percebeu também que as rochas ao redor da porta estavam úmidas, com pequenas gotas de água formadas sobre sua superfície que escorriam gradativamente por todos os cantos. 

Assim que Círdan abriu a pequena porta de madeira do seu cômodo, um enorme clarão de luz revestiu a visão do garoto brevemente. 

Ao abrir os olhos novamente, o garoto deparou-se à sua frente com um vasto e amplo espaço aberto,— uma visão que por um momento chega a ser incrivelmente irreal. 

Um pequeno corredor construído sob mármore, revestido por inúmeras plantas nas laterais das colunas e paredes, enquanto uma estranha luz clareava toda a região, como se o local fosse iluminado por incontáveis raios solares. 

O teto do corredor era aberto para cima, sendo possível notar uma estranha luz sob o seu vidro transparente, em conjunto com algumas raízes de videira concentradas nos cantos.

Em contrapartida a Círdan e Terqueo, que pareciam acostumados com esse tipo de visão cotidiana, o estudante os seguiu com a sua atenção ainda voltada para todo o local. 

No final do corredor, quando Círdan finalmente adentrou o cômodo após passar uma cortina branca, ele se sentou em uma pequena cadeira do quarto.

O estudante logo se sentou em um dos assentos também, acompanhado por Terqueo que sentou-se no assento do lado. 

Diferente do corredor, o quarto do elfo na visão de Rei parecia comum, assemelhando-se com outros cômodos do refúgio. 

A única diferença era a extensa quantidade de plantas espalhadas por todos os cantos, enquanto uma estranha claridade parecia revestir toda a região.

Estranhamente, apesar de estar no interior de uma montanha, aquele lugar dificilmente seria considerado monótono, na visão de um forasteiro. 

— Então, sobre o que vocês queriam tanto conversar? Talvez seja algo relacionado aos cavaleiros que estavam próximos do refúgio ontem? — perguntou o estudante, com os olhos voltados para Círdan.

Assim que recebeu a pergunta, o elfo voltou seu olhar para o garoto e declarou: — Bem… ficamos sabendo o que aconteceu com os aldeões próximo do rio Nertyrem. 

Continua…

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