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Capítulo 150 – Vamos sair daqui, beleza? X.

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Com uma alegria desconcertante e um sorriso divertido no rosto, Mia e Takayo chamaram repentinamente Rei ao perceberem que ele estava se aproximando. 

— Reiii!! 

Nesse momento, os dois correram até o garoto. Mia o abraçou e Takayo apenas ficou parado com um sorriso bobo observando ele levantar a menina em seus braços.

— O tio falou que você estava dormindo, a gente queria muito te ver — declarou a menina, com uma expressão repleta de felicidade. 

Com a garota levantada nos braços e um sorriso em seu semblante, o garoto dirigiu seu olhar para o homem-fera para comentar também, utilizando um tom de voz um pouco mais irônico, todavia. 

— Hum… Ele disse que eu estava dormindo? Sabe, até que foi uma noite bem cansativa, não acha Kazuki?

Silêncio.  

Escutando aquela provocação, o rosto de Kazuki tornou-se vermelho e ele tentou dizer algo, mas as palavras acabaram não saindo de sua boca. A memória obscena da noite anterior voltou em seus pensamentos, e foi então que ele desviou o olhar para a mesa e tentou comer alguma coisa para desviar a atenção e não responder. 

— Maninho, quem são essas meninas atrás de você? — perguntou Mia, fazendo contato visual com elas. 

— Ah, elas? Bem, são algumas amigas que encontramos pelo caminho, vão nos acompanhar de agora em diante — respondeu brevemente, com uma linguagem um pouco mais infantil e simpática.

Quando Rei colocou Mia no chão, a menina e Takayo foram conversar com Tyrant e Rina que estavam por perto. As duas se apresentaram imediatamente para as crianças, enquanto o estudante apenas se sentou de frente ao homem-fera.

Eles trocaram olhares por um momento, e quando isso ocorreu, o garoto colocou na boca uma das torradas que estava em cima da mesa. 

— Cara, o que você está fazendo? Você saiu sem nem ao menos dizer uma palavra. — Rei questionou, sem dúvidas, irritado por conta da ocasião. 

— Eu… Eu pensei em comer com as crianças primeiro e depois trazer comida para você na cama — respondeu com a voz mansa, ainda sem conseguir olhar por muito tempo nos olhos de Rei.

“Trazer comida na cama, isso não soa um pouco romântico demais? Eu preciso admitir… acho que eu gostaria de ser bem servido.”

Com uma voz ainda mais baixa do que seu tom normal, e com um sorriso envergonhado no rosto, o homem-fera com certa relutância deixou sair algumas palavras desajeitadas. 

— Quando você… quando você está dormindo, você fica muito bonito. Parece um anjo, desculpa. 

O garoto revirou os olhos de surpresa para Kazuki, sem acreditar que ele havia dito aquilo. O estudante então não perdeu a oportunidade e também o cortejou de volta, — embora estivesse envergonhado e mais corado que um pimentão. 

“Você é um cara tão certinho, mas já que você começou a falar assim, não posso evitar de entrar na brincadeira também.”

Ele pegou um pedaço de bolo recheado em cima da mesa e colocou novamente na boca, deixando o recheio branco cair nas laterais de sua boca e uma parte escorrer até o peito descoberto. 

— Eu sou bem mais bonito quando estou acordado, se quiser você pode provar, olhe — provocou na cara de pau, fazendo um movimento bem obsceno com o recheio do bolinho com a língua. Uma expressão de pura maldade e olhos cheios de luxúria, mas um semblante inocente. 

Como conseguia fazer isso? 

O homem-fera tornou-se uma estátua vendo a cena, seu rosto incendiando-se junto com seu coração acelerado a mil, com um sangramento nasal escorrendo por seu nariz. 

Nesse momento, Tyrant e Rina sentaram-se próximas do estudante e notaram que o garoto estava sujo de recheio de bolinho. A vidente tentou o ajudar da melhor forma possível, pensando que havia ocorrido um incidente. 

— Pelos céus! O que aconteceu aqui? Por favor, seja mais cuidado jovem. — A vidente pegou um lenço, limpando toda aquela bagunça.

— Valeu Tyrant, mas… por que você ainda continua falando como uma velha? 

— Eu também disse a mesma coisa, mas ela disse que não consegue mudar a forma que fala… Tsk, que irritante — comentou Rina, soltando um suspiro profundo. 

Enquanto estava limpando o peito sujo de creme, Rina olhou adiante e percebeu que Kazuki olhava hipnotizantemente para o garoto, sem conseguir prestar sequer atenção na presença de outras pessoas por perto. Ela então, após observar um pouco, entendeu um pouco da situação e acabou deixando um riso contido sair.

Quando terminou de se limpar, o estudante resolveu mudar de assunto de repente e conversar com todos que já haviam se sentado ao redor da mesa. 

— Então, vocês já ouviram os rumores? Sobre os cavaleiros que estão indo para a capital?

— Como a gente não ouviria? As pessoas aqui não param de falar sobre isso o tempo inteiro, existem algumas que estão até mesmo esperando lá do lado de fora, pra darem o pé daqui logo — respondeu Rina, colocando na boca alguns bolinhos da mesa, devorando-os completamente. 

Com uma expressão de ironia em seu semblante, ela acabou dizendo o que pensava no momento seguinte: 

— Fala sério. Sei que o rei não liga muito para o próprio povo, mas chegar ao ponto em que a maioria das cidades e vilas têm que depender de outra raça para chegar na capital, é muita falta de descaso. 

— Não pense assim, Rina… Eu penso diferente, creio que o reino humano tenha vindo pois o rei tenha solicitado, a gente não deveria julgar sem saber dos fatos — retrucou Tyrant. 

— Não julgar sem saber dos fatos? É isso que você pensa de mim? Que sou uma pessoa ignorante? — perguntou, sentindo-se ligeiramente ofendida. 

— Não foi isso o que eu quis dizer, eu só disse que não devemos tirar conclusões precipitadas — explicou sem mudar o seu tom de voz calmo e sereno. 

— Ah, tanto faz, isso não vai mudar a minha opinião de toda a merda que está acontecendo. Além de dependermos das tropas de outro reino, ainda temos uma religião de lixo oficializada no nosso reino.

No momento em que terminou com a revolta pessoal, Rina deixou de falar e se concentra exclusivamente em comer, não era como se estivesse interessada o suficiente em apenas conversar. 

“Colocar a culpa nos outros sempre foi a forma mais fácil de descontar a própria frustração, mas o que ela disse não está errado! Mesmo eu consigo perceber que o reino não ajuda o próprio povo.”

Pensou Rei, antes de se pronunciar. 

— Acho que seria uma boa ideia irmos para a capital junto com eles, não acham? Tipo, ficar aqui não vai ser legal. 

Todos os olhares foram voltados para o estudante. 

A expressão no rosto de Kazuki, Mia, Takayo, Tyrant e Rina era inegável. 

Continua… 

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