❖ ❖ ❖
Kazuki não conseguia conter a expressão de felicidade enquanto comia. O seu sorriso alcançou Takayo e Mia que estavam próximos. As crianças que observavam aquela cena não puderam suprimir a fome que sentiram após vê-lo comer tão bem.
Rooonc!
— Não se preocupem, tem pra todo mundo! Hehehe.
Após suas palavras, o estudante concentrou-se rapidamente para conjurar três pratos de Takoyaki, alocando-os em cima da cama. Em seguida, criou 4 hashis para as crianças usarem.
Cada prato tinha cerca de 8 bolinhos de polvo, em contrapartida com o prato de Kazuki, que em menos de alguns segundos devorou 4 bolinhos.
— Obrigado pela comida!
Agradeceu Takayo e Mia, pouco antes deles pegarem um prato para cada um e tentarem usar os hashis da maneira correta, assim como instruído por Rei.
Assim que o alimento foi mastigado, as duas crianças não conseguiram esconder a felicidade em suas expressões. O rosto de Mia ficou paralisado com aquele sabor, ela não sabia ao certo o que tinha sentido.
Era como descobrir um mundo novo, ela nunca pensou que comidas poderiam ser tão deliciosas. Então ela exclamou em surpresa:
— O que é isso?!
Por outro lado, Takayo estava imerso em pensamentos enquanto mordia devagar a bolinha de polvo em sua boca.
“No momento em que coloquei na boca, fui preenchido por um aroma suave! Minha boca está quente e aconchegante, como se eu estivesse deitado em uma cama.”
“Cada ingrediente é delicioso por si só. Mas, juntos, eles têm um sabor ainda melhor. É uma refeição incrível.”
“Eu não ficava tão feliz assim…”
“… Desde quando papai e mamãe se foram.”
Inadvertidamente, as lágrimas começaram a escorrer de seu rosto, mas ele mantinha o mesmo sorriso de antes. As suas lágrimas eram quase como se um interruptor estivesse com defeitos, caiam de maneira ininterrupta.
Vendo isso acontecer, Mia foi a primeira a perguntar o que estava acontecendo.
— Takayo, você está bem? Não gostou da comida?
— Ah, me desculpe. Não é isso…
— É só que… É tão caloroso, e… está muito bom.
— Faz muito tempo desde quando eu tive uma refeição dessas…
Ele respondeu, com uma alegria calma em sua voz. Suas palavras enrolaram ao redor de todos no cômodo, como uma toalha fofa e suave, o que deixou Kazuki e Mia contentes que ele tenha sentido tanto.
“Está tão bom assim? Não pensei que a minha habilidade de criação pudesse recriar perfeitamente as comidas. Elas estão até mesmo no ponto ideal, como se tivessem acabado de serem fritas e cozidas.”
“Ah, tanto faz. Vou experimentar também, visto que todos parecem tão exaltados em comer.”
Declarou em pensamentos o estudante.
— Está muito bom. Muuuito bom!
Expressou Mia logo em seguida, sem conseguir esconder o semblante de alegria em seu rosto.
Ao ouvir aquela comoção toda, Rei franziu a testa. Ele não gostava daquela atmosfera embaraçosa e falou de boca cheia enquanto comia: — Ixtá delixiocho.
Após notar que estava realmente gostoso, ele disse:
— Oh… Poha. Tá muito bom mesmo. Esse sabor com certeza é alguma coisa que eu imaginei. — Dessa vez, ele disse depois de engolir.
— Rei? — perguntou Kazuki.
— É meu hábito de falar, você não deveria se surpreender com isso.
O homem-fera deu um sorriso ao ouvir a resposta desajeitada de Rei. Na visão de Kazuki, o estudante estava agindo da mesma maneira como sempre agia. Ele não se importava nenhum pouco em ter qualquer etiqueta, nem mesmo na frente de outras pessoas.
Embora Kazuki, Mia e Takayo estivessem acostumados com o seu comportamento. Afinal, era engraçado as expressões e gestos que ele fazia diariamente.
— O que foi? Você pergunta e de repente para, e daí sorri meio estranho. — O menor disse, depois que notou a expressão de Kazuki.
— Enfim, você deveria aproveitar e comer aquele outro prato, Sukiyaki. Agora que terminou de comer Takoyaki, acredito que você ainda esteja com fome — complementou Rei.
— Entendido.
Após terminar de comer os bolinhos de lula, o homem-fera seguiu o conselho do estudante. Levantou a tigela de Sukiyaki com a mão e tentou partir os pedaços de carne dentro dela com os hashis.
Quando um pedaço da carne prendeu-se nos hashis, ele levou até a boca. Com aquela comida em sua frente, Kazuki não conseguia prestar atenção em seus pensamentos.
Não podia nem mesmo impedir a “admiração” em forma de saliva que vazava pela boca.
“Delicioso! Essa carne é muito fina e fresca. O sabor fica tão intenso quando misturado com o caldo dos legumes e carne. Essa sensação incrível é a textura? A carne se desfez completamente em minha boca…”
Quando Kazuki terminou de comer o Sukiyaki, o estudante criou mais dois pratos de Sukiyaki para Mia e Takayo. Ambos comeram os pratos com uma expressão de satisfação, em seguida deitaram em suas respectivas camas para dormir.
No canto do quarto, pedaços de madeira que estavam dentro do fogo ardente da lareira alimentaram as chamas com seus sons fracos. Todo o cômodo estava confortável o suficiente para dormir.
Entretanto, o estudante não estava satisfeito com aquela comida. Ele pensou em outra coisa que pudesse experimentar nessa ocasião, antes de dormir.
Uma ideia então lhe veio à mente, o estudante levantou-se após se lembrar de repente de algo.
— Vamos ficar um pouco no tapete, em frente a lareira, Kazuki? Acabei de pensar em outra coisa para criar. Agora que as crianças foram dormir, acho que é a hora perfeita para mostrar, cara.
O homem-fera conteve a sua respiração depois de ver a figura do estudante com um sorriso assustador no rosto; ele não imaginava o que o jovem poderia estar pensando naquele instante, então concordou.
Quando os dois sentaram-se no tapete, Rei virou seu olhar para Kazuki que ainda estava o observando de perto. Nessa hora, uma risada saiu da boca do estudante.
Kazuki ficou em dúvida com aquele comportamento, mas não teve tempo para pensar direito.
— Agora sim, Cara! Precisamos de algo para molhar a garganta. Você não deve saber o que é, mas vamos tomar uns bons drinks hoje. Saquê Nihonshu.
— Vamos nos divertir bastante, hehehe.
Continua…
