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Apesar de sua moderação, Kazuki ainda estava afetado pelo saquê. 

— Vai ficar me encarando mesmo, cara? 

— Claro, eu poderia ficar assim o dia todo, Rei! 

O contentamento na voz de Kazuki podia ser sentido. Até a parte sobre o “claro” parecia mais alegre e com o timbre de voz um pouco mais elevado que o normal. 

Tudo que ele fez foi olhar para o garoto como se nada o deixasse mais feliz do que chamar seu nome de novo e de novo, enquanto sorria como se nunca tivesse visto alguém tão maravilhoso antes. 

Cof! 

O estudante fez uma falsa tosse, e acabou virando seu rosto para a lareira por conta das provocações. Ele estava envergonhado pela forma como o homem-fera parecia contente com toda aquela cena. 

Nesse momento, Kazuki então começou a conversar. 

— Sabe, eu sei que isso pode ser estranho…  

— O quê?

Ele deu uma pausa, em seguida continuou, com um pouco de suor escorrendo pela sua testa. Mantendo o foco extremo e o tom sério da voz, apesar da hesitação. 

— Se você realmente consegue usar as suas habilidades tão bem…  

— Se consegue evoluí–las e melhorar com o tempo… 

— … Então talvez você seja capaz de me ajudar a retornar ao trono.

Mesmo que não estivesse em seu melhor estado, após escutá-lo, o garoto virou seu olhar rapidamente para o rosto de Kazuki. Ele não conseguia entender aquelas palavras ou a sua intenção. 

— Como? 

❖ ❖ ❖

Quando acordou pela manhã, após algumas horas de bebedeira, o estudante levantou-se da cama ainda a recuperar seus sentidos e deixar a consciência voltar aos poucos. 

Ele olhou amplamente para os lados, mas não havia ninguém no cômodo. As camas estavam arrumadas e limpas, sem nenhuma bagunça ou roupas jogados no chão. 

Rei levantou-se da cama dando um bocejo, sem perceber que a sua cabeça estava explodindo por conta da ressaca da noite anterior. 

Ele desabotoou alguns botões de sua camisa, tentando esfriar o calor em seu corpo.

“Que droga…”

Em simultâneo ao pensamento, ele usou sua habilidade de cura para aliviar os efeitos. Então, em um segundo, sua condição física melhorou consideravelmente — era quase como se ele não estivesse de ressaca a poucos minutos atrás. 

“Então… ele quer mesmo voltar para a capital…”

“… Eu me lembro de tudo, ou quase tudo…”

“Seu maldito fofinho, hahaha!”

O menor caminhou até uma cadeira próxima, sentou-se e encostou suas costas nela, e pensou o que precisava fazer no futuro. Os cantos de seus lábios começaram a subir levemente enquanto raciocinava. 

“Primeiro, precisamos voltar para a capital em segurança. Depois de todas as coisas que aconteceram, não tenho confiança que aqui ainda possa ser um lugar seguro.”

“Não tenho certeza se o Kazuki estava falando sério sobre voltar ao trono… talvez ele só estivesse alterado pela bebedeira. De qualquer forma, ele parecia bem sério com o assunto…”

“Vamos pensar sobre isso depois, ainda preciso saber o motivo pelo qual os monstros estão atacando as áreas ao redor do refúgio.” 

“Se eu não estiver enganado, Tyrant comentou alguma coisa relacionada a barreira sagrada envolta de toda a região do refúgio. A barreira foi destruída ou desativada de alguma forma, como consequência, os monstros conseguiram invadir sem grandes problemas.”

Nesse tempo em que Rei pensava nessas supostas ideias, com um clique, a porta do quarto se abriu. Em seguida, Rina e Tyrant entraram no cômodo. 

No momento em que chegaram, Rina soltou uma respiração irregular e quente ao entrar na sala. Virou seu olhar para os lados e avistou o estudante sentado no canto da sala. 

— Rei, você está bem?

A princípio, ele levantou o corpo e ficou surpreso com a aparição das duas meninas, então respondeu não muito tempo depois: — Ah, opa. Eai Rina, tô sim. Vocês querem alguma coisa? 

— Bem, você não ficou sabendo? 

— Sabendo? Sabendo do quê? — indagou ele, após perceber o tom áspero e hesitação em suas palavras. 

— O reino humano está agora reunindo o máximo de pessoas para escoltar até a capital dos homem-fera — respondeu. 

— Como assim? Não era para isso acontecer só daqui a uma semana, mais ou menos? Eles mudaram os planos por conta da invasão dos demônios de ontem?! 

— Sim, é isso mesmo, eles mudaram os planos e já começaram a escoltar alguns dos refugiados. De acordo com o comandante deles, depois que a barreira sagrada caiu, houve uma instabilidade em toda a região. 

Em seguida, ela complementou a sua explicação: — Houveram muitas baixas, inclusive, grande parte dos soldados do acampamento morreram ontem. Todos foram pegos desprevenidos, não esperavam que a barreira sagrada dos elfos fosse cair subitamente.

Após ouvi-la, Tyrant fechou as mãos em um sinal de oração. A menina inclinou o seu rosto para baixo e disse com o tom de voz bem baixo: 

— Pelos céus, espero que a deusa Vênus tenha piedade. Terei que orar para que mais nada de pior possa ocorrer! Lamento pelas almas dos que morreram de forma tão trágica. 

As sobrancelhas escuras de Rei franziram, ele estava imaginando a pior situação. 

— Então, você sabe por que a barreira foi destruída? Talvez tenham sido os demônios? 

Em resposta, a menina balançou a cabeça. Ela não sabia de nada, nem mesmo os elfos disseram algo em relação a esse assunto, somente permaneceram em silêncio enquanto auxiliavam os refugiados. 

Rei escondeu a dúvida que estava sentindo por dentro com um clique de sua língua. Ele sentiu o desejo de se perguntar: “O que está rolando?”

No entanto, o estudante soltou um suspiro e decidiu não perguntar mais nada. 

— Bem, tanto faz. Vamos encontrar Kazuki e as crianças primeiro, depois podemos decidir o que fazer em seguida, beleza? — comentou o estudante, levantando-se da cadeira. 

— Certo, acho melhor assim — respondeu Rina, com Tyrant que concordou em seguida. 

— Não faço ideia onde eles possam estar. Quando acordei, todos já tinham saído do quarto, se eu fosse chutar, acho que eles provavelmente estão agora no refeitório. Não tenho certeza…  

O estudante disse pouco antes de deslocar-se até a posição inicial do cômodo e abrir a porta. Em seguida, as duas garotas o seguiram logo atrás. 

— Ontem… 

— … Obrigada pela comida! Estava uma delícia. 

Agradeceu calmamente Rina, enquanto olhava as costas do estudante. 

— Sem problemas. Se quiserem comer mais alguma coisa, é só pedirem a qualquer momento. 

Continua…  

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