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Quando a conversa entre Alania e Rei terminou, o estudante seguiu caminho em direção ao cômodo em que Círdan estava. A princípio, o garoto estranhou o motivo pelo qual o elfo não havia aparecido em seu quarto.
Círdan sabia exatamente em que quarto o estudante estava alocado, então se o assunto era tão urgente, por que não houve um aviso prévio? Bem, essa questão não importava mais.
No percurso para o cômodo do elfo, o estudante percebeu que haviam várias pessoas nos corredores que estavam carregando suas malas e pertences para o lado de fora.
Á medida que o tempo passava, e ele caminhava até o cômodo de Círdan, Rei percebeu como o fluxo nos corredores começou a diminuir gradativamente. Se antes existia cerca de quinze pessoas em uma única passagem, agora esse número era por volta de duas vezes menor.
Sob tais circunstâncias, Rei deduziu que era muito provável que a maioria das pessoas que estavam no refúgio, após tomarem ciência do que ocorreu na última noite devido aos rumores e boatos, decidiram sair daquele local.
Havia também uma razão simples para isso estar acontecendo. Os elfos não se pronunciaram sobre o que tinha ocorrido para a barreira sagrada não estar mais ativa. Logo, todos que estavam sendo auxiliados pelos elfos imaginaram a pior situação.
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Quando Rei, acompanhado de Kazuki, Tyrant, Rina, Takayo e Mia chegaram no cômodo de Círdan, Terqueo estava bem na entrada da porta.
Assim que notou a presença deles, Terqueo deu alguns passos para frente e abriu um pequeno sorriso em seu rosto.
— Senhor Reiji, como você está?
Ele comentou de maneira educada e formal, como sempre agiu perante a figura do estudante.
— Opa, eai, Terqueo. Eu tô bem sim, cara. Deixando isso de lado, aconteceu alguma coisa?
— Fiquei sabendo que Círdan estava me procurando pela manhã, por acaso tem algo de errado? — acrescentou.
Após ouvi-lo, o homem soltou um suspiro e olhou em volta — quase como se estivesse garantindo que mais ninguém pudesse escutar o que diria a seguir.
— Sinceramente, Círdan está uma bagunça agora. Ele está realmente aflito com os últimos incidentes. Não sei ao certo o porquê disso, mas não parece um simples problema que possa ser resolvido facilmente.
— Você deveria entrar e conversar com ele. Só avisando, mas existem outros elfos que estão no lado de dentro do cômodo também, eles foram convidados por Círdan.
— Certo, Terqueo. Valeu.
No momento em que passou pela porta, Terqueo impediu o restante dos companheiros de Rei de entrarem na sala.
— Posso perguntar o que você está fazendo? — indagou Tyrant, com o olhar fixo sobre a sua figura.
— Vocês não podem entrar, somente o Reiji.
— Não temos escolha a não ser esperar aqui? Por que estão fazendo esse tipo de coisa? — perguntou Rina, um pouco desconcertada com a resposta de Terqueo, que mais parecia se comportar como um mordomo.
— São as ordens de Círdan, eu sinto muito por isso. Ele disse para não deixar ninguém entrar, apenas os elfos que foram convidados ou o jovem rapaz.
— M-mas… — Rina, Mia e Takayo tentaram retrucar, mas foram impedidas por Rei.
— Já chega. Está tudo bem. Não acho que vou demorar de qualquer forma, então fiquem aqui por enquanto — Ele respondeu.
Entretanto, antes de prosseguir e entrar no cômodo, o estudante colocou a mão na cintura do homem-fera e virou seu olhar para Terqueo que ainda o estava observando.
— Ele vem comigo.
Terqueo conteve a sua respiração depois de ver a figura em sua frente franzindo a testa com uma expressão fechada no rosto. Um suspiro profundo então saiu de sua boca.
— Caso Círdan reclame, eu assumo a responsabilidade.
— Certo, então vá em frente. — Sem outra palavra, o homem somente concordou.
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No momento em que chegou no cômodo, o estudante avistou de longe vários elfos conversando com Círdan. A discussão entre eles parecia caótica e desordenada, cada um daqueles elfos presentes estavam conversando entre si.
Porém, a atmosfera estava relativamente confusa, ao ponto de até mesmo Círdan não conseguir comentar ou retrucar os seus próprios companheiros.
Rei sentou-se em uma cadeira próximo da mesa do meio da sala, em seguida observou a conversa que estava acontecendo entre os elfos. Kazuki seguiu o mesmo exemplo e sentou-se em uma cadeira ao lado.
— Isso é exatamente algo que não gosto de ver, você é alguém que não consegue pensar por si mesmo.
└ O que disse, Asnerth? Como ousa, sua arrogante! — retrucou em resposta uma elfa com vestimentas rudimentares, e uma expressão perplexa no rosto.
— Nós precisamos sair daqui! É só questão de tempo até que os demônios começem a invadir a nossa base. O que faremos quando esse momento chegar? Não podemos depender do acampamento do reino humano. — Um dos elfos presentes expressou sua opinião, mas poucos ouviram.
└ Se você quer ir embora, então vá! Não podemos deixar os refugiados feridos e incapazes para trás. Seu filho da puta — respondeu uma elfa magrinha.
— Eu não quero morrer! Passamos séculos ajudando outros seres, os céus não são justos.
└ Deixe de ser hipócrita sua vagabunda, você fala como se os céus estivessem em débito conosco! Quanto atrevimento da sua parte.
— A barreira caiu. Se os demônios atacassem agora, o que aconteceria? Não posso acreditar que nossa barreira que permaneceu inalterada por milênios, simplesmente desmanchou-se como as poeiras que são levadas pelas brisas de vento.
└ Você não é um guerreiro? Por que está com tanto medo? Devo dizer que você é uma piada! Preocupações excessivas se tornam medos.
Todas essas conversas estavam acontecendo ao mesmo tempo. Enquanto alguns tentavam encontrar soluções, outros reclamavam e criticavam.
Em meio a todo esse ambiente caótico, uma veia no rosto de Círdan apareceu. Ele tinha perdido a paciência após ouvir as preocupações dos seus aliados.
— Poha! Calem a boca! Vocês não estão ajudando em nada. — O elfo respondeu impacientemente, sua voz ecoou por todo o ambiente e silenciou a voz de todos presentes.
— Embora as suas preocupações tenham um ponto, elas são desnecessárias! Vocês realmente são elfos? Estão agindo de forma tão emocional. Que vergonha!
Círdan acrescentou, com uma expressão de desgosto no rosto.
Continua…
