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Capítulo 172 – Ancião? X.


❖ ❖ ❖

Naquele momento em que a confusão continuava, o livro que estava na cintura do estudante começou a se mexer, quase como se estivesse vibrando após observar todas aquelas conversas paralelas. 

[Que engraçado! Muito engraçado.]

[Esses elfos idiotas, olha só como estão falando de forma tão espalhafatosa! Chega a ser hilário a maneira que estão conversando e se comportando.]

[Eles sempre se orgulhavam de sua raça, sempre superiores, sempre sensatos e pacientes. Mas o que é isso? Em momentos críticos assim, eles estão simplesmente… xingando, julgando e criticando os próprios aliados de raça.]

[Hahahaha! Bom. Muito bom.]

Elfina comentou para Rei em meio à pensamentos que foram imediatamente transmitidos pela ligação que eles tinham de mestre e servo. 

“O que você… está tirando sarro dessa situação, Elfina?”

Ele perguntou, meio desconfiado.

Elfina, que estava perdida em flashbacks, ficou em silêncio por um momento para Rei, que esperava uma resposta. 

[Eu tirando sarro? De maneira alguma, jovem mestre. Hehehe.]

[Eu acordei depois de ser emboscada, presa e isolada pelos elfos por 1230 anos em uma parte inferior do antigo mundo. Se não fosse por você, eu ainda estaria desacordada.]

[Pelo que vejo, as coisas mudaram muito do que eram no passado, mas certas atitudes nunca mudam! Estive observando e notei que esses elfos são diferentes, eles estão sempre ajudando os outros de raças diferentes.]

[Contudo, eles ainda permanecem com a mesma tomada de reações e comportamentos de seus ancestrais! Nada mudou, parece que estou vendo o passado se repetir novamente, que ridículo.]

[Não importa o quanto uma cobra tente mudar, ela sempre permanecerá uma cobra… tive que aprender isso da pior forma, caso contrário não estaria nessa situação deplorável.]

As suas palavras transbordavam a todo momento desgosto e nojo, embora houvesse sarcasmo e outros sentimentos misturados em seus comentários. 

“O que você quer dizer com isso?”

O estudante perguntou, mas não recebeu uma resposta. Não havia sinal de Elfina no momento seguinte a isso, ela provavelmente tinha se recolhido em seu mundinho que estava dentro do livro.

Apenas a própria Elfina sabia o que ela suportou enquanto reprimia seus sentimentos, embora estivesse com raiva, magoada e se sentindo injustiçada. 

— Chega! Não vamos chegar a lugar nenhum! — Círdan comentou com raiva, batendo a mão na parede atrás. 

Uma rachadura formou-se imediatamente após o impacto de sua mão, e as pequenas pedras que caíram no chão sujaram o piso que estava completamente limpo. 

Os elfos arregalaram os olhos, e suas expressões mudaram repentinamente, eles sequer conseguiam respirar por causa da pressão que emanava do corpo de Círdan. 

Quando finalmente houve um silêncio naquela atmosfera caótica, o elfo deu de costas e sentou-se em sua cadeira. Ele colocou uma das mãos no rosto, então virou sua cabeça para responder todos os elfos presentes. 

— Vocês estão agindo que nem humanos, ainda que estejamos seguindo caminhos diferentes da nossa raça, até quando vocês pretendem desonrar o nosso sangue? — ele disse em decepção. 

Os elfos sempre se orgulharam de sua mentalidade e racionalidade. Então Círdan percebeu que essas características estavam decaindo, por que isso aconteceu? A razão era simples, pelo simples fato da convivência que eles tinham com os humanos. Isso tornou os elfos mais sentimentais, e um sentimento individual poderia afetar a decisão de um coletivo.

— Hmph! — soltou um suspiro. 

Nessa hora, ele notou de longe a presença de Rei e Kazuki, que estavam sentados em assentos próximos da porta do cômodo. O elfo balançou levemente a cabeça para acenar, em seguida encarou os seus companheiros. 

— Vamos direto ao assunto, sem mais complicações ou animosidades. A barreira divina foi destruída, isso é um fato! Temos duas opções nesse exato momento, nada mais ou menos do que isso. 

— A primeira opção é evacuar os refugiados que estão em Svishtar, eles irão até a capital acompanhados das patrulhas do reino dos humanos. 

— A segunda opção é criar outra barreira divina nessa região, mas isso custaria muito da nossa mana, da nossa essência vital e do nosso tempo, o que não temos no momento! Então essa opção é inviável. 

Após dizer isso, todos os elfos ficaram em silêncio. No momento em que Círdan terminou de dizer as duas alternativas, eles sabiam de antemão qual era a melhor opção, mas o que essa alternativa tinha a ver com eles? 

A melhor escolha seria a primeira. O que se tornaria um benefício para todos os homem-fera e humanos que estavam feridos no refúgio, pois eles poderiam ser escoltados com certa segurança até a capital. 

Entretanto… e quanto aos elfos? O que eles fariam? Eles teriam que deixar Svishtar por não haver mais uma barreira divina? Teriam que abandonar assim o local em que viveram por séculos?  

Além do mais, se eles fossem para a capital, não seriam bem recebidos por seus habitantes. Existiria somente um enorme ponto de disparidade entre as raças. Eles seriam encarados com olhares de desconfiança por todos, ainda mais nos tempos atuais de guerra em que a insegurança rege o sentimento comum. 

No pior cenário, eles sequer poderiam entrar na capital. Seriam interceptados pelos homens-feras, o que eventualmente seria resolvido apenas com a intervenção do imperador ou alguém com poder político elevado o suficiente. 

Os elfos começaram a sussurrar entre si qual seria a melhor opção para eles, levando em consideração as suas prioridades e a dos refugiados. 

Círdan estava esperando uma resposta, ele continuou com o comportamento estático e uma expressão séria no rosto. Quando os elfos terminaram de conversar entre si, eles olharam para o líder com um semblante de alívio em suas faces. 

Em seguida, uma elfa colocou-se na frente dos outros. Ela tomou a iniciativa para representar a opinião coletiva de todos naquele local. 

Em comparação com a expressão de calma dos elfos, essa jovem arqueou as sobrancelhas para cima e cuspiu algumas palavras de repente. 

— Supervisor, você não acha que está ficando velho demais? Acho que o título de ancião agora faz jus a você.

— O que disse? — indagou em descrença Círdan, ele não conseguia acreditar que as primeiras palavras que saíram da boca daquela elfa, eram simplesmente absurdas. 

Continua…

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